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Projeto
Avança Maracangalha
Junho – 2019
Prefeitura Municipal de São Sebastião do Passé – BA
Ficha Técnica
Coordenação geral:
Mila Levindo de Faria Peixoto
Coordenação técnica:
Joice de Jesus Moraes
Assistente Social:
Marina Oliveira de Andrade
Estagiárias:
Aline Cidreira Cezário de Santana (Estagiária de Serviço Social)
Anne Suellen de Almeida Rodrigues (Estagiária de Engenharia Civil)
Turismo:
Klessio Jorge Lessa Ferreira
Colaboradores:
Renata Vilas Boas (Arquiteta)
Giovana Rocha de Oliveira Barbosa (Estagiária de Arquitetura)
Hevelyn Adriane Silvestre dos Santos (Estagiário de Arquitetura)
Matheus Pereira e Silva (Estagiário de Arquitetura)
Vanessa Carvalho Melo (Estagiária de Arquitetura)
Yve Beatriz Sousa Menezes (Estagiário de Arquitetura)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 9
2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 12
3. HISTÓRICO 12
4.3. Capoeira 18
5. EDUCAÇÃO 19
6. ESPORTE 21
7. CRUZEIRO 22
15. REPRESA 35
17. CEMITÉRIO 41
22. POVOADOS 50
1. INTRODUÇÃO
estradas de asfalto, com grande dificuldade de rodagem devido aos inúmeros buracos
e pavimentação danificada, sendo intensificada com a ocorrência de chuvas.
Figura 03 - Localização do Distrito Cinco Rios, atual Distrito de Maracangalha.
2. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
3. HISTÓRICO
De acordo com o IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - órgão
da Secretaria Estadual de Cultura, “o engenho Maracangalha já existia desde 1757
localizado na Freguesia de Nossa Senhora do Monte Recôncavo, que depois passa a
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São Francisco do Conde até ser transformado em Usina Maracangalha, com produção
de 80 toneladas, conforme registro de 1898.”
Em meados do século XX houve a fusão de equipamentos das usinas da região, que
passaram a ter o nome de Cinco Rios, mas hoje se encontra desativada e com seu
prédio em ruínas. Seu apogeu e queda espelham a prosperidade e decadência dos
engenhos, se misturado com a própria história do ciclo açucareiro no país.
Por incrível que pareça, Caymmi jamais botou os pés em Maracangalha, palavra que
antes nunca tinha ouvido falar. Por trás da letra da canção há uma história, curiosa e
pouco louvável. Segundo Caymmi ele tinha um amigo, chamado Zezinho, que era
casado mas tinha uma união extraconjugal em Itapagipe, no subúrbio ferroviário da
Bahia, onde mantinha uma segunda mulher e filhos. O mesmo, para enganar sua
esposa, a cada mês inventava um telegrama para si mesmo, no qual registrava que a
empresa onde trabalhava o mandava comprar açúcar diretamente na Usina Cinco
Rios. Ele dizia para a esposa: “Eu vou pra Maracangalha comprar açúcar”. A história
nada nobre acabou inspirando Caymmi na composição da letra da canção.
Em março de 2007 na fazenda Nossa Senhora das Candeias, no povoado de
Sapucaia em Maracangalha, caiu um avião bimotor da Bahia Táxi Aéreo que
transportava malotes de banco, espalhando na região R$ 5,6 milhões de reais. Os
quatro ocupantes da aeronave morreram no acidente. O episódio causou muitos
transtornos para a comunidade local, pois atrás do dinheiro foram à polícia e ladrões.
As casas foram reviradas e danificadas, as pessoas ameaçadas e aterrorizadas. Os
moradores ainda hoje não gostam de falar sobre o assunto, pois relatam que o avião
caindo naquela localidade só fez atrapalhar a vida deles.
A produção da taboa está diretamente ligada à lagoa que existe no local, porém esta
apresenta intensa proliferação de baronesas, explicitando a presença de material
orgânico lançado diretamente nestas águas e sem o devido tratamento sanitário
prévio. Desta forma fazem-se necessários projetos de proteção ambiental e
saneamento básico, para garantir que esta matéria prima não se esgote.
4.3. Capoeira
A capoeira, praticada no recôncavo baiano no final do século XIX e início do século
XX, trazia consigo aspectos próprios e tinha em seus traços lúdicos, a inserção de
instrumentos de cordas. Maracangalha tem em sua história a presença do mestre
Besouro Mangangá, capoeirista famoso, do início do século XX, que se tornou o maior
símbolo da capoeira baiana.
Sua história inspirou literatura de cordel na obra produzida pelo autor Vistor Alvim
Itahim Garcia em 2006 e intitulada Histórias e Bravuras de Besouro O Valente
Capoeira. Sua vida foi retratada em uma adaptação cinematográfica, dirigida por João
Daniel Tikhomiroff, que estreou no Brasil no dia 30 de outubro de 2009.
Fonte: http://velhosmestres.com/br/besouro
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Hoje, no distrito, não existem grupos praticantes, mas existe uma vontade de se
restabelecer a prática da capoeira, sendo necessário o incentivo das crianças para
aprender a prática da capoeira e resgatar as origens desta importante cultura.
Sendo um grande agente transformador de crianças e jovens, muitas vezes sendo o
instrumento que os possibilita conhecer o mundo, mantendo-os distantes da
marginalidade.
5. EDUCAÇÃO
6. ESPORTE
A localidade possui dois campos desportivos descobertos, sendo um campo de
pequeno porte localizado na entrada e outro de maior porte localizado na Rua do
Pasto Novo, próximo ao cemitério.
O campo localizado na Rua do Pasto Novo, com aproximadamente 6.000 m 2 possui
uma arquibancada que está em péssimo estado de conservação, assim como o
alambrado ao seu redor.
Figura 18 – Campo descoberto, de areia localizado Rua do Pasto Novo
Além dos dois campos descobertos existe também uma quadra coberta com
aproximadamente 500 m2 localizada em um terreno que antes era utilizado pela escola
para a prática de educação física. A obra de construção da quadra, atualmente,
paralisada e inacabada impossibilita seu uso.
Figura 19 – Quadra coberta inacabada
7. CRUZEIRO
Figura 20 – Cruzeiro
Fonte: http://www.bangue.com.br/portal/galeria-de-fotos
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Ao lado da capela, está localizada a Praça Paulo José Rosa, apelidada pelos
moradores de “praçinha” que foi inaugurada em 11 de novembro de 2002. O nome é
uma homenagem a um antigo e querido morador que foi um cidadão exemplar e que
muito contribuiu para o desenvolvimento econômico do distrito.
A praça não é muito movimentada durante os dias de semana, mas aos finais de
semana torna-se ponto de encontro da população. O seu estado de conservação é
bom, possui uma rampa de acesso, mas sem nenhum equipamento urbano e com a
iluminação precária.
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A Praça Dorival Caymmi foi constituída em forma de violão e tem este nome em
homenagem ao cantor e compositor que, por meio da sua canção intitulada Eu vou
para Maracangalha (“Eu vou pra Maracangalha, eu vou, eu vou com chapéu de palha
eu vou...”), apresentou ao mundo esta pequena vila do Recôncavo Baiano. A praça
foi inaugurada em 11 de fevereiro de 1995 com 2.396 m2 de extensão.
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No largo do mercado também existe uma área verde com grama precária e uma árvore
de grande porte. Esta área está situada em frente a casas e é um local importante
para o convívio das pessoas da comunidade, por esta razão demanda de uma
urbanização contemplando equipamentos urbanos como bancos, lixeiras e
jardineiras.
Figura 34 - Praça do largo
Fundado na década de 1930 por Paulo José Rosa, o estabelecimento era responsável
por fornecer mantimentos para vila. Foi comprado mais tarde por um trio de amigos e
em 1948 passou a ter um único dono, Renério de Oliveira Lima, passando a se chamar
Armazém Brasileiro.
O estabelecimento funciona de segunda a domingo das 8:00h ás 18:00h,
comercializando produtos de mercearia, bebidas e artesanato. O equipamento não
está adequado às normas da lei 9050 de acessibilidade, o que dificulta o acesso de
pessoas com mobilidade reduzida.
Fundado em 1932, na época do cinema mudo, foi um dos primeiros cinemas do interior
baiano. Tinha acompanhamento musical ao som do bandolim da ilustre musicista filha
da terra, Eremita rosa.
O espaço em que antes abrigava o cine deu lugar a Associação dos Moradores e
Amigos de Maracangalha (AMAM).
Nos séculos XVI e XVII, a região do Recôncavo Baiano foi palco do ciclo da cana de
açúcar no Brasil. Em 1757 o engenho Maracangalha já existia na Freguesia de Nossa
Senhora do Monte Recôncavo, região do atual município de São Sebastiao do Passé.
O pequeno povoado de Maracangalha encontrava-se isolado de estradas, perdido
entre engenhos de cana de açúcar no recôncavo baiano. Em meados do século XX,
com a fusão dos equipamentos dos engenhos Sincoris, Sapucaia, Cassarangongo,
Paramirim e Maracangalha, foi fundada, em 1912, a Usina Cinco Rios, se tornando
uma das mais tradicionais do Recôncavo Baiano.
A Usina chegou a produzir mais de 300 mil sacas de açúcar por ano e a absorver a
mão de obra de mais de 1.000 trabalhadores. Em 1972 teve a maior safra de sua
história.
A partir da sua instalação, a vila operária formou-se ao redor. A atividade da Usina foi
responsável por 75 anos de movimentação e prosperidade da Vila e as casas
construídas pelos proprietários da fábrica, na sua maioria em tijolinho maciço,
acomodavam os trabalhadores e sua estrutura encontra-se em bom estado de
conservação até os dias atuais. O comércio desenvolveu-se e o povoado cresceu em
função da usina.
A Usina Cinco Rios foi uma das mais bem instaladas usinas baianas de açúcar, tendo
maquinário de última geração e força motriz de máquinas a vapor, inovando ao utilizar
o bagaço da cana como combustível e energia elétrica. Ao longo de seis
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Fonte: <patrimonio.ipac.ba.gov.br/municipio/sao-sebastiao-do-passe>.
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Na região existe a área de uma represa, que apresenta um grande potencial para se
tornar uma importante área de lazer e turismo para o distrito. O acesso ao local se dá
através de uma trilha tomada pela vegetação e com presença de animais de
propriedade dos moradores do entorno.
As margens da represa existem construções irregulares e vários trechos desmatados
e aterrados, interferindo no escoamento das águas pluviais e configurando um risco
nas estações chuvosas. Além disso, devido à falta de preservação do local afeta
consideravelmente o desenvolvimento da taboa, planta aquática usada na produção
do artesanato característico da região.
Em relação à poluição do solo, encontram-se indícios decorrentes de dejetos e
esgotos a céu aberto lançados em terrenos vizinhos. Outro problema é a poluição
sonora, principalmente aos finais de semana, que por falta de regras e fiscalização, a
população utiliza equipamentos sonoros em altos volumes.
Figura 47 - Represa
Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/Maracangalha.
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No fundo do sobrado existe uma pequena construção que serve de residência para o
administrador da fazenda e do local avistam‐se as ruínas do Engenho Pouco Ponto.
Segundo o Guia dos Bens Tombado, o sobrado e a capela estão estabelecidos sobre
uma ascensão onde antigamente eram ocupadas por canaviais. A residência é
desenvolvida em dois níveis e possui pinturas em forro no salão e em dois quartos.
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Fonte: <http://www.infopatrimonio.org/?p=23592#!/map=38329&loc=-12.528423331761962, -
38.46905708312988,13> Disponibilizado em julho de 2017.
Fonte:<http://www.infopatrimonio.org/?p=23592#!/map=38329&loc=-12.528423331761962,-
38.46905708312988,13> Disponibilizado em julho de 2017.
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Fonte: <patrimonio.ipac.ba.gov.br/municipio/sao-sebastiao-do-passe>
Fonte: http://patrimonio.ipac.ba.gov.br/bem/sobrado-do-engenho-lagoa-e-respectiva-capela/.
Fonte: Guia dos bens tombados: Bahia/ coordenação e pesquisa Prof. Alcídio Mafra de Souza;
prefácio de Esther de Figueiredo Ferraz – Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1983.
Prefeitura Municipal de São Sebastião do Passé – BA
Fonte: Guia dos bens tombados: Bahia/ coordenação e pesquisa Prof. Alcídio Mafra de
Souza; prefácio de Esther de Figueiredo Ferraz – Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1983.
17. CEMITÉRIO
Impulsionado pelo surgimento e crescimento da vila, o cemitério local teve origem na
década de 1950, ocupando uma área de aproximadamente 1.800m². O cemitério
pertence e é mantido pelo setor público.
O estado de conservação do local é ruim, inclusive com recente (no ano de 2018)
desmoronamento do muro que o circunda. O muro foi reconstruído, porém não
recebeu acabamento de pintura, deixando-o com o aspecto de inacabado.
Atualmente não apresenta uma condição adequada para a mobilidade das pessoas
no espaço interno, necessita pavimentar os caminhos para permitir o fluxo através dos
túmulos.
O espaço do cemitério não oferece nenhuma estrutura para funcionamento da área
administrativa, depósito de materiais ou local para cerimônias e acolhimento dos
parentes e amigos durante o sepultamento. Fora do muro tem um pedaço de terreno
que faz parte do terreno do cemitério e que poderia ser aproveitado para a instalação
de uma edificação para este fim.
Figura 61 - Cemitério
Figura 63 – Foto de Maria Amália da Cruz, "ANÁLIA" e foto da lápide colocada em 2014 no túmulo de
Amália mas que atualmente não se encontra mais no local.
Figura 64- Viação Férrea Federal do Leste Brasileiro – Linha Sul em 1950
A maioria das ruas tem leve declividade, com exceção da rua que liga a Praça Dorival
Caymmi com a Rua do Cruzeiro, que possui uma inclinação maior. Desta mesma rua,
até a rua do cruzeiro, após a Escola Edgar Santos, existem poucas bocas de lobo
para drenagem pluvial.
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22. POVOADOS
Segundo os habitantes desta área, e a partir das informações que forneceram sobre
a situação de moradia nesta localidade, as principais dificuldades ressaltadas por eles
são: a falta de iluminação pública e pavimentação da área já que em tempos de chuva
o acesso é afetado. É prioridade para a população a oferta de cursos para jovens e
adultos pois, para terem acesso a esse tipo de serviço, eles se deslocam para sede
ou municípios vizinhos. Na lista das reivindicações está prioritariamente a
pavimentação da área além da criação de espaço com opções de lazer.
Possui domicílios rústicos que segundo a Fundação João Pinheiro são aqueles
construídos com materiais precários, apresentando condições de insalubridade e
trazendo riscos à saúde. Há existência de domicílio improvisado que são aqueles
estabelecidos sem áreas adequadas à habitação, como é o caso existente do Sr.
Ailton Amorim dos Santos que seu domicílio é construído com madeiras e lonas, o
deixando totalmente em estado de vulnerabilidade e, em época de chuvas fortes, se
estabelece temporariamente em residências cedidas pela vizinhança.
Existem alguns comércios informais no que tange bares e mercearias. Os
entrevistados expressam que 95% da população encontram-se desempregada.
Relatam a inexistência de obras públicas em andamento ou realizadas recentemente.
Os entrevistados destacam como prioridades necessárias para referido local: A
melhoria nas estradas através da pavimentação, ofertas de emprego e implantação
de sistema de saneamento básico.
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23.1 Metodologia
Como forma de coleta de dados primários foram realizadas visitas técnicas, oficinas
participativas e entrevistas com moradores, conforme listagem abaixo e detalhados
em anexo deste documento:
Participantes:
EMBASA: Anselmo
Comunidade: 18 pessoas
Participantes: Joice Moraes; Marina Andrade; Renata Vilas Boas; Aline Cidreira
Equipe técnica:
Equipe técnica:
REFERÊNCIAS