Você está na página 1de 144

A R T U R G O M E S

Manual de Comando Operacional

Colecção
CADERNOS

ESPECIALIZADOS

2
ENB

ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS

S I N T R A 2002
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Título
Manual de Comando Operacional
Colecção
Cadernos Especializados ENB
(nº2)
Edição
Escola Nacional de Bombeiros
Quinta do Anjinho – Ranholas
2710 - 460 Sintra
Telef.: 219 239 040 • Fax: 219 106 250
E.mail: enb@mail.telepac.pt
Texto
Artur Gomes
Comissão de Revisão Técnica e Pedagógica
Artur Gomes, Carlos Ferreira de Castro, F. Hermínio Santos,
Gil Martins, J. Barreira Abrantes, Luís Abreu, Pedro Cunha
Fotografia
Rogério Oliveira, Victor Hugo
Ilustrações
Osvaldo Medina, Ricardo Blanco, Victor Hugo
Grafismo e fotomontagens
Victor Hugo Fernandes
Impressão
Gráfica Europam, Lda.

ISBN: 972-9848-89-0
Depósito Legal nº 174421/01
Outubro de 2002
Tiragem: 3 000 exemplares
Preço de capa:
15,00 (pvp)
7,50 (bombeiros)
Prefácio
Manual de Comando Operacional


D e acordo com a Portaria nº 449/2001, de 5 de Maio,
compete ao comandante das operações de socorro (COS)
comandar em exclusivo as operações de socorro e assistência no
teatro de operações (TO), estabelecer um posto de comando
operacional dos bombeiros (PCOB) e garantir a existência de
condições de segurança para o pessoal envolvido.
O sistema de comando operacional (SCO) foi instituído em
Portugal, no ano de 1985, pela Norma de Execução Permanente
n.º 4, emanada da Inspecção Superior de Bombeiros, tendo sido
baseado, entre outros, no esquema aplicado nos Estados Unidos
da América, nomeadamente destinado aos incêndios florestais.
Durante muitos anos o SCO foi associado a este tipo de
acidente, sendo praticamente nula a sua utilização noutras
ocorrências. Por outro lado, generalizou-se o conceito de que
o SCO dependia da existência de, pelo menos, três corpos de
bombeiros na mesma operação.
Nada mais errado! O comando e a organização de um
teatro de operações inicia-se logo que o primeiro veículo
chega ao local do acidente. Na maior parte dos casos, basta que
o graduado assuma a função conjuntural de comandante das
operações de socorro e coordene directamente as guarnições
intervenientes. Noutros, será necessário estabelecer uma estrutura
mais complexa, que resultará, sempre, do desenvolvimento da
organização existente no início.
Este manual procura criar «doutrina» e proporcionar o
estudo do sistema de comando operacional aplicado aos diversos
tipos de acidente, nomeadamente incêndios florestais, urbanos
e industriais e em edifícios de grande altura, bem como em
acidentes com matérias perigosas e em acidentes com elevado
número de vítimas.
Não será, certamente, um trabalho acabado. Sendo o primeiro
é, por consequência, o pior. Seria, também, abusivo considerá-
-lo totalmente original, na medida em que procura adaptar
para a realidade do nosso País os estudos e conceitos expostos
na bibliografia indicada.
Deve ser utilizado, em primeiro lugar, como complemento
das acções de formação sobre a matéria, em segundo lugar,
como guia de aperfeiçoamento permanente dos conhecimentos,
mesmo – e porque não – naquelas alturas em que apetecia
«carregar num botão» que permitisse suspender a progressão da
ocorrência durante o tempo suficiente para reorganizar o TO e,
então, começar de novo...
Sumário
Manual de Comando Operacional


1 O sistema de comando operacional 9

2 Conceitos gerais sobre as fases de comando 21

3 A função de comandante das operações de socorro 27

4 A estrutura do sistema de comando operacional 41

5 O desenvolvimento da organização 53

6 A particularidade dos incêndios em 67


edifícios de grande altura

7 A particularidade dos acidentes com 87


matérias perigosas

8 A particularidade dos acidentes com 97


elevado número de vítimas

9 Considerações finais 115

Anexo 119

Bibliografia – Glossário – Índices 127


Siglas
Manual de Comando Operacional


AMP Acidente com matérias perigosas
ARICA Aparelho respiratório isolante de circuito aberto
AVAC Aquecimento, ventilação e ar condicionado
CCS Centro de coordenação de socorros
COS Comandante das operações de socorro
CODU Centro de orientação de doentes urgentes
EDR Estação directora de rede
EGA Edifícios de grande altura
GAL Grupo de apoio logístico
GIMAP Grupo de intervenção em matérias perigosas
IEGA Incêndios em edifícios de grande altura
INEM Instituto Nacional de Emergência Médica
MGOCI Marcha geral das operações de combate a incêndios
PCOB Posto de comando operacional dos bombeiros
RIA Rede de incêndio armada
SAV Suporte avançado de vida
SBV Suporte básico de vida
SCO Sistema de comando operacional
TO Teatro de operações
VCI Veículo de combate a incêndios
VCOC Veículo de comando e comunicações
VFCI Veículo florestal de combate a incêndios
VPME Veículo de protecção multirriscos especial
VPP Ventilação por pressão positiva
VTPT Veículo de transporte de pessoal táctico
VTTR Veículo tanque táctico rural
VTTU Veículo tanque táctico urbano
VUCI Veículo urbano de combate a incêndios
ZCR Zona de concentração e reserva

1.
Manual de Comando Operacional
1. 1.


O sistema de comando operacional


O sistema de comando
operacional (SCO)
Manual de Comando Operacional

1. 1. Os princípios fundamentais

1. 2. A aplicação do SCO
1. 3. A estrutura da organização

1. 4. As funções na estrutura da
organização

1. 5. Os níveis de actuação
10
1.
Manual de Comando Operacional
O sistema de comando operacional (SCO) é uma forma de organização de
carácter conjuntural, isto é, aplica-se, apenas, para fins operacionais, sendo
desactivada quando termina a ocorrência que lhe deu origem.
Tem por objectivo facilitar a implementação das condições necessárias à 1.
execução das prioridades tácticas, sob a responsabilidade do comandante 11
das operações de socorro (COS).
Entende-se por comandante das operações de socorro o elemento que,

O sistema de comando operacional


num dado momento, comanda a operação de socorro e assistência.

Os princípios fundamentais 1. 1.
No sistema de comando operacional existem três princípios funda-
mentais a ter em conta.

1.1.1. Unidade de comando

O sistema de comando operacional é um tipo de organização que obedece


ao princípio da unidade de comando, ou seja, em cada momento há só um
elemento a comandar. Esse elemento está dotado da necessária autoridade
e competência, posicionando-se, deste modo, no topo da «pirâmide» da
organização daquele teatro de operações (fig. 1).

Fig. 1 A pirâmide da organização.


Manual de Comando Operacional

Por outro lado, cada bombeiro deve receber ordens, exclusivamente do


seu superior directo:
Bombeiro ➜ Chefe de Equipa (ou de veículo)
Chefe de Equipa ➜ Chefe de Grupo de Combate
Chefe de Grupo de Combate ➜ Comandante de Divisão
Comandante de Divisão ➜ Comandante de Frente
1. Comandante de Frente ➜ Comandante de Combate
12 Comandante de Combate ➜ Comandante das Operações de Socorro

Porém, prestará todas as informações de que for capaz a qualquer graduado


que desempenhe funções no teatro de operações.

1.1.2. Obrigatoriedade da função

No sistema de comando operacional existe, apenas, uma função que tem


carácter obrigatório, a de comandante das operações de socorro, isto é, a
função de responsável a todo o momento pela operação.
Todas as outras funções que mais adiante se indicam, só serão atribuídas
quando se tornem essenciais à eficácia da gestão do teatro de operações.
Em qualquer acidente, o chefe do primeiro veículo a chegar ao local é o
primeiro elemento a desempenhar as funções de comandante das operações
de socorro (fig. 2).

Fig. 2 O primeiro comandante das operações de socorro.


1.1.3. Manutenção da capacidade de controlo

O número de bombeiros que cada graduado deve dirigir directamente,


varia de quatro a seis, em função da complexidade e risco da operação e da
segurança do pessoal.
Admite-se que, em média, a capacidade de controlo directo de cada
1.
graduado seja de cinco bombeiros, número que é válido para qualquer nível
13
da estrutura da organização: veículos, grupos de combate, divisões e frentes.

O sistema de comando operacional


A aplicação do SCO 1. 2.
O sistema de comando operacional aplica-se a qualquer ocorrência, seja
qual for o seu tipo, importância e proporções.
A única diferença entre a sua utilização numa ocorrência de grandes
proporções ou noutra menos complexa será o estádio de desenvolvimento da
organização, de modo a responder às necessidades crescentes da operação.
Quando o SCO atinge um estádio no qual a organização está mais desen-
volvida, pode afirmar-se que, houve apenas uma expansão da organização que
existia no início das operações de socorro.
A decisão de expandir a organização no teatro de operações é da compe-
tência do comandante das operações de socorro, que a deverá tomar sempre
que os meios disponíveis no ataque inicial se mostrem insuficientes.
Assim, considera-se ser uma decisão de extrema importância, na medida
em que, a organização do TO deve fazer-se a um ritmo superior ao ritmo
de colocação dos meios a trabalho, isto é, a organização deve preceder a
chegada de mais meios (fig. 3).
Mais explicitamente, quando os veículos de reforço chegam ao local do
acidente, a estrutura da organização tem que estar preparada para os receber,
pelo que devem ser dadas ordens muito concretas que levem à sua integração
no TO, sejam elas para trabalho imediato ou para que estacionem na zona de
concentração e reserva (ZCR).
Manual de Comando Operacional

1.
14

Fig. 3 Situação possível quando não existe organização no TO preparada para


receber os meios de reforço.

1. 3. A estrutura da organização

O sistema de comando operacional permite que a estrutura da organização


se desenvolva de forma modular, com base no tipo e nas proporções do
acidente.
A nomeação dos graduados responsáveis pelas funções do SCO processa-se
do topo para a base, a partir da altura em que um graduado assume o comando
da operação de socorro. Todavia, a atribuição daquelas funções deve acontecer
sempre em conformidade com as necessidades específicas de cada ocorrência.
Quer isto dizer que, se o comandante das operações de socorro for capaz
de gerir, ao mesmo tempo e com eficácia, todas as áreas e funções inerentes a
um teatro de operações, não haverá qualquer necessidade de tornar a estrutura
da organização mais complexa.
Caso contrário, se uma qualquer área ou função necessitar de gestão própria,
deve ser nomeado um graduado ao qual será atribuída tal responsabilidade.

Ocorrências complexas e de grandes proporções = Organização mais desenvolvida…

Ocorrências pouco complexas e de menores proporções = Organização menos desenvolvida…

A organização do teatro de operações é, pois, essencial para que o 1.


comandante das operações de socorro consiga o equilíbrio entre a gestão dos 15

meios e as necessidades da operação (fig. 4).

O sistema de comando operacional

Fig. 4 Equilíbrio entre a organização e os meios.

Esta regra fundamental inclui, também, a ideia de que o comandante das


operações de socorro deve dispor de mais elementos «a trabalhar do que
a chefiar». Na verdade, não deve ser permitida a presença no local do
acidente de graduados sem funções específicas atribuídas na organização
do teatro de operações, a fim de se evitarem confusões no seio dos bombeiros
das diferentes equipas presentes.
Manual de Comando Operacional

1. 4. As funções na estrutura da organização


Num teatro de operações, as funções que podem existir na estrutura da
organização, são as seguintes:
• Comandante das operações de socorro, responsável pela operação,
1. única função com carácter obrigatório em qualquer acidente;
16
• Adjunto do comandante das operações de socorro, elemento de
comando que colabora directamente com o COS, como responsável por
uma das seguintes tarefas:
– Relações públicas;
– Segurança;
– Ligação.

• Comandante de célula do posto de comando, elemento de comando


responsável por uma das células que constituem o «estado-maior» do
COS:
– Combate;
– Planeamento;
– Logística.

• Comandante de frente, responsável por uma frente que reporta


directamente ao comandante de combate;

• Comandante de divisão, responsável por uma área geográfica do


teatro de operações (divisão), função que se situa entre o comandante
de combate (ou comandante de frente, se existir) e o chefe de grupo de
combate;

• Chefe de grupo de combate, responsável por um grupo de veículos,


com funções comuns;

• Chefe de veículo (ou chefe de equipa), responsável por um veículo e


respectiva equipa.
Os níveis de actuação 1. 5.
No sistema de comando operacional há que distinguir três níveis de actuação:
• Nível estratégico, que detém todo o comando da operação;
• Nível táctico, que trata dos objectivos específicos;
1.
• Nível de manobra, que se encarrega das tarefas específicas. 17

No nível estratégico, cuja responsabilidade directa pertence ao COS,

O sistema de comando operacional


desenvolve-se o plano estratégico de acção, isto é:
• Determina-se a estratégia apropriada;
• Estabelecem-se os objectivos estratégicos da operação;
• Fixam-se os objectivos específicos destinados ao nível táctico;
• Definem-se as prioridades;
• Recebem-se e distribuem-se os meios adicionais;
• Prevêem-se os resultados.

No nível táctico, da responsabilidade directa dos comandantes de divisão


e dos chefes de grupo de combate:
• Dirigem-se as actividades operacionais tendo em conta os objectivos
específicos determinados pelo nível superior (estratégico);
• Procura-se alcançar os objectivos correspondentes à estratégia definida
no plano estratégico de acção.

No nível de manobra, encontramos como responsáveis directos os chefes


de veículo:
• Executam-se as manobras e as tarefas que são normalmente atribuídas
às equipas dos veículos ou a equipas específicas de pessoal;
• Procura-se alcançar os resultados correspondentes aos objectivos
definidos pelo nível superior (táctico).
Manual de Comando Operacional

A base do desenvolvimento da organização no teatro de operações é, assim,


o plano estratégico de acção, que:
• Tem em conta os objectivos estratégicos, os objectivos tácticos
(específicos) e as actividades de apoio necessárias durante toda a
operação;
1. • Determina onde e quando são colocados os meios de modo a
18 circunscrever e dominar o acidente.

A estrutura base do SCO, isto é, o sistema de comando operacional no


estádio de menor desenvolvimento, combina os três níveis atrás referidos,
dado que o chefe do primeiro veículo a chegar ao local tem a responsabili-
dade de (fig. 5):
• Definir a estratégia;
• Determinar a táctica para a alcançar;
• Chefiar a equipa na execução das manobras.

Fig. 5 Organização de um TO com, apenas, um veículo.


Numa operação com mais alguns meios, os chefes dos veículos contactam
directamente com o comandante das operações de socorro (estratégico e
táctico) e operam ao nível da manobra (fig. 6):

1.
19

O sistema de comando operacional


Fig. 6 Organização de um TO com poucos meios.
20
2.
Manual de Comando Operacional
2.
2.
21

Conceitos gerais sobre as

Conceitos gerais sobre as fases de comando


fases de comando(1)
Manual de Comando Operacional

2. 1. O planeamento

2. 2. A organização
2. 3. A direcção

2. 4. O controlo

2. 5. O ciclo dinâmico

2. 6. A correlação entre as fases de


comando e a marcha geral das
operações de combate a incêndios

(1)
Adaptado da NEP nº. 4/85/ISB, de 1 de Março
(Sistema de Comando Operacional).
22
2.
Manual de Comando Operacional
E m sentido restrito, comandar implica:
• Planeamento;
• Organização;
• Direcção;
2.
• Controlo. 23

Conceitos gerais sobre as fases de comando


O planeamento 2. 1.
Planear é controlar o futuro. A acção de planear envolve:
• Reconhecimento (conhecimento da situação);
• Previsão (como se prevê que a situação evolua);
• Conhecimento dos meios humanos e materiais;
• Fixação de objectivos;
• Distribuição dos meios humanos e materiais para obtenção dos
objectivos.

A organização 2. 2.
A organização consiste na estrutura de disposição dos meios, constituindo-
-se diferentes órgãos, aos quais são atribuídas as funções (missões) necessárias
para que se atinjam os objectivos planeados.
A organização tem a ver com a sequência do estabelecimento de meios, isto
é, com o estabelecimento dos meios de acção.
2. 3. A direcção
Manual de Comando Operacional

Uma vez efectuado o planeamento inicial (que é evolutivo e dinâmico),


segue-se a direcção, como conjunto de ordens, directivas, instruções, etc.,
que são emitidas constantemente pelo posto de comando operacional dos
bombeiros (PCOB), em pleno desenvolvimento da operação.

2.
24
2. 4. O controlo
Por último, o controlo, que tem por fim avaliar:
• Do rigor do cumprimento das ordens transmitidas;
• Da sua adequação à obtenção dos objectivos planeados;
• Da evolução da situação.
É, verdadeiramente o topo de toda a acção de supervisão.

2. 5. O ciclo dinâmico
O ciclo constituído pelo planeamento, organização, direcção e controlo,
é, essencialmente um ciclo dinâmico, isto é, está em constante renovação no
tempo, face à evolução da situação operacional, como se ilustra na figura 7.

Fig. 7 O ciclo dinâmico.


A correlação entre as 2. 6.
fases de comando e a marcha geral
das operações de combate a incêndios

2.
25

Conceitos gerais sobre as fases de comando


26
3.
Manual de Comando Operacional
3.

3.
A função de comandante das 27
operações de socorro
Manual de Comando Operacional

A função de comandante das operações de socorro


3. 1. O comando inicial das operações

3. 2. A passagem imediata do comando
das operações de socorro

3. 3. A transferência do comando das


operações de socorro
28
3.
Manual de Comando Operacional
P ara um correcto exercício da função de comandante das operações de
socorro será necessário, antes de mais, estar identificado com os procedi-
mentos operacionais a empregar e que contribuem para uma gestão eficaz dos
recursos humanos e materiais postos à sua disposição. Esses objectivos são:
• Normalizar a forma de atribuição da responsabilidade do exercício da
função a um único graduado, tendo em conta a sequência de chegada
ao TO dos diversos chefes de veículo e elementos de comando;
3.
• Assegurar que a função de COS é exercida desde a chegada do primeiro
29
veículo ao TO;

A função de comandante das operações de socorro


• Estabelecer, de acordo com o sistema de comando operacional, uma
eficaz organização do TO que determine, concretamente as responsa-
bilidades atribuídas a todos os graduados designados para as várias
funções, incluindo as do comandante das operações de socorro;
• Providenciar para que a gestão das operações, o planeamento das acções
e a tomada das decisões, no âmbito do plano estratégico de acção, sejam
apoiados num sistema organizado de troca e análise de informações;
• Certificar que a transferência da função para os elementos de maior
categoria que, subsequentemente se apresentem no TO e disponham de
autoridade para tal, seja levada a cabo de forma ordenada.

O comandante das operações de socorro (fig. 8) é responsável pela


garantia da execução das seguintes prioridades tácticas:
• Evacuação das pessoas em perigo para fora das áreas de risco;
• Assistência às vítimas;
• Supressão do acidente;
• Preservação da propriedade, evitando danos acrescidos que possam ser
causados pelas operações de supressão;
• Segurança, controlo e bem-estar dos bombeiros durante toda a
operação.
Manual de Comando Operacional

3.
30

Fig. 8 O comandante das operações de socorro.

O sistema de comando operacional, de carácter conjuntural, tem por


objectivo facilitar a implementação das condições necessárias à execução
das referidas prioridades tácticas, sendo o comandante das operações de
socorro o responsável pela direcção de toda a organização até terminar a
operação.
Do mesmo modo, o comandante das operações de socorro é responsável
pela implementação da estrutura do posto de comando operacional dos
bombeiros que com ele vai colaborar na identificação das necessidades da
organização, tendo em vista o cumprimento e execução das prioridades
tácticas.
Assim, as funções do comandante das operações de socorro podem ser
resumidas da seguinte forma:
• Assumir a qualidade de comandante das operações de socorro, dar a
conhecer essa assunção e determinar a localização do PCOB;
• Proceder ao reconhecimento sumário da situação;
• Iniciar, manter e controlar as comunicações rádio;
• Determinar a estratégia a empregar;
• Estabelecer o plano estratégico de acção e distribuir os meios de acordo
com esse plano;
• Implementar a organização dos meios no TO;
• Determinar os objectivos tácticos;
• Avaliar, rever e ajustar (se necessário) o plano estratégico de acção.

Saliente-se que as primeiras seis funções devem ser executadas imediata-


mente após a assunção do comando das operações. Se o comando da operação for
transferido para outro graduado, todas as funções serão, também, transferidas.
3.
31

A função de comandante das operações de socorro


O comando inicial das operações 3. 1.
O chefe do primeiro veículo a chegar ao local assume, de imediato, a
função de comandante das operações de socorro, mantendo esta qualidade
até a transferir para um elemento mais graduado ou, em alternativa, ter dado
a ocorrência por terminada. Deste modo, dá início às acções consideradas
adequadas a uma boa gestão do teatro de operações.
Numa ocorrência simples, onde intervenha, apenas um veículo, basta que
o respectivo chefe informe a central do corpo de bombeiros da sua chegada ao
local, de acordo com os procedimentos estabelecidos.
No entanto, num acidente que requeira a intervenção de vários veículos,
o chefe do primeiro veículo a chegar assume a função de comandante das
operações de socorro e dá esta informação à central do corpo de bombeiros.
Inicia de imediato as acções com vista à organização da estrutura adequada à
situação.
A primeira acção, sem a qual não é possível desenvolver as seguintes é,
sem dúvida, o reconhecimento e a avaliação, da qual resultará uma primeira
comunicação, ou parte do reconhecimento, que deve incluir (fig. 9):
• Identificação do veículo que chegou ao TO;
• Breve descrição da situação (proporções do edifício, tipo de ocupação,
tipo de povoamento florestal, acidente com multivítimas...);
• Condições à chegada (necessidade de salvamentos, «fogo de arder»...);
• Identificação e localização do graduado que assumiu a qualidade de
comandante das operações de socorro;
Manual de Comando Operacional

• Necessidade de reforços e de cuidados especiais de segurança.

3.
32

Fig. 9 A primeira comunicação deve ser enviada logo após o reconhecimento.

Exemplo 1
«VFCI02 de Barcelos no local. Povoamento de pinheiro. Incêndio sobe encosta
com intensidade. Não há habitações em perigo. O chefe deste veículo assumiu o
comando das operações. Necessito dois VFCI»

Exemplo 2
«VUCI02 de Vila Real no local. Contentor de lixo. Não há exposições. Não são
necessários mais meios»
Exemplo 3
«VUCI03 de Leiria no local. Armazém, médias proporções, todo envolvido,
exposições na fachada esquerda. O chefe deste veículo assumiu o comando das
operações. Necessito 2º e 3º alarme»

Exemplo 4
«VUCI01 do Estoril no local. Edifício escolar, 2 pisos, “fogo de arder” no 2º piso.
O chefe deste veículo assumiu o comando das operações. 1º alarme suficiente»
3.
33

Nas comunicações rádio, após a parte de reconhecimento, a identificação

A função de comandante das operações de socorro


a utilizar pelo comandante das operações de socorro deve ser «posto de
comando», seguido do local do acidente sempre que exista, em simultâneo
mais do que um TO activo no mesmo sector operacional. Enquanto decorrer
a operação e até à desmobilização do PCOB, deve ser mantida a mesma
identificação.
O comando inicial de uma operação pode assumir diversas formas, sendo a
opção do graduado condicionada pela situação concreta existente no TO.
Se o primeiro veículo a chegar ao TO for do tipo veículo de comando
táctico (VCOT), sem capacidade para desenvolver operações de supressão da
ocorrência, a opção do graduado será, certamente estabelecer um posto de
comando. Porém, na maior parte dos acidentes, o primeiro veículo a chegar
ao local é do tipo combate a incêndios. Donde, as funções de comandante das
operações de socorro são exercidas, inicialmente pelo respectivo chefe.
Assim, o chefe do primeiro veículo fica envolvido, simultaneamente nas
funções de comando e nas funções de nível táctico. Isto é, tem que conciliar
a sua qualidade de comandante das operações de socorro, com a chefia da
equipa do veículo.
No caso particular dos incêndios urbanos e industriais, são três as
principais situações que determinam outras tantas opções do graduado:
3.1.1. Quando há dificuldade na avaliação da situação

A equipa do primeiro veículo empenha-se no reconhecimento inicial,


ficando os restantes veículos a aguardar instruções. O chefe do primeiro
Manual de Comando Operacional

veículo supervisiona o reconhecimento, exercendo, simultaneamente a função


de comandante das operações de socorro, utilizando, para tal, um rádio
portátil (fig. 10).

3.
34

Fig. 10 A utilização de um rádio portátil no desempenho da função de comandante


das operações de socorro.

3.1.2. Quando é necessário agir imediatamente

O graduado deve envolver-se directamente, garantindo a supervisão dos


trabalhos e o desenvolvimento das primeiras tarefas quando, para impedir o
agravamento da situação, for necessária uma intervenção rápida e imediata.
São exemplos:
• As situações críticas onde haja vidas em perigo, logo, necessidade de
proceder aos salvamentos no mais curto espaço de tempo;
• As ocorrências onde a segurança dos bombeiros seja preocupante;
• Quando as condições aconselham a mudança da estratégia de ofensiva
para defensiva;
• Os «fogos de arder», nos quais o reconhecimento tenha que ser mais
exaustivo.

A utilização de um rádio portátil permite, de igual modo, o envolvimento


do chefe do primeiro veículo nas operações de reconhecimento, busca e
salvamento ou circunscrição, sem negligenciar as suas responsabilidades como
comandante das operações de socorro.
Contudo, esta opção não deve ser utilizada mais do que alguns minutos.
Se a ocorrência não for dominada rapidamente, o chefe do veículo deve
3.
montar o PCOB. Neste caso, tem que decidir se o resto da equipa se retira,
35
também, do edifício ou, pelo contrário, continua a desenvolver as tarefas no
interior. A sua decisão deve basear-se:

A função de comandante das operações de socorro


• Na capacidade dos meios que estão a ser empregues;
• Na experiência do pessoal em questões de segurança;
• Na possibilidade de continuar a manter contacto via rádio com o resto da
equipa, que não deverá permanecer numa área perigosa sem comunicações.

Esta opção cessa, ainda, quando a função de comandante das operações de


socorro é transferida para um elemento mais graduado que, entretanto, tenha
chegado ao TO. Neste caso, o novo comandante das operações de socorro
pode determinar que o chefe do primeiro veículo retome a sua missão junto
à equipa ou, se assim o entender, que se mantenha junto a si coadjuvando-o
numa outra função na estrutura da organização do TO.

3.1.3. Quando a situação aconselha a montagem imediata do PCOB

Devido às suas proporções, complexidade ou tendência para uma progressão


rápida, certos acidentes requerem que, de imediato, se tenha que estabelecer
o PCOB.
Nestes casos, o chefe do veículo deve assumir, imediatamente no exterior
e em segurança, a qualidade de comandante das operações de socorro,
mantendo-a até ser substituído por um elemento mais graduado.
Quanto ao resto da equipa, o chefe do veículo deve optar por uma das
seguintes situações:
• Determinar as tarefas que considere imediatamente pertinentes, passa a
chefia ao elemento mais graduado da equipa, entregando-lhe um rádio
Manual de Comando Operacional

portátil. Esta decisão vai depender da capacidade e experiência, quer do


elemento que vai passar a chefiar, quer do conjunto da equipa;
• Determinar que a equipa fica sob as ordens do chefe de outro veículo.
Neste caso, comunica tal decisão ao outro chefe de veículo, dando
indicações sobre as tarefas que destinou à sua própria equipa;
• Determinar que os elementos da equipa passem, transitoriamente a
desempenhar funções de apoio ao PCOB.
3.
36
Assim, o chefe do primeiro veículo a chegar ao local, ao assumir a qualidade
de comandante das operações de socorro, pode optar por diferentes formas
de envolvimento pessoal nas actividades de natureza táctica. No entanto,
continuará a ser totalmente responsável pela função que assumiu, a de
comandante das operações de socorro e, deste modo, pelo reconhecimento
e decisão sobre a estratégia inicial, o que é válido para qualquer tipo de
ocorrência.

3. 2. A passagem imediata do comando


das operações de socorro
Em determinadas condições pode ser vantajoso que o chefe do primeiro
veículo a chegar passe, de imediato, a função de comandante das operações
de socorro para o chefe do veículo que chegue ao local logo a seguir.
Uma das condições prende-se com a necessidade de empenhar toda a
equipa do primeiro veículo, incluindo o respectivo chefe, na execução das
tarefas iniciais, pressupondo-se, obviamente que um segundo veículo já está
presente no TO.
É importante ter presente que a função de comandante das operações de
socorro não pode, em caso algum, ser passada a um chefe de veículo ou
outro graduado que não se encontre no TO. Se tal acontecesse, haveria uma
grave lacuna na continuidade da função de comando que iria comprometer o
sucesso das operações de socorro.
Se no TO estiver presente, apenas, um veículo, como atrás foi referido, o
respectivo chefe exerce a função de comandante das operações de socorro com
o auxílio de um rádio portátil, até poder passar o comando a outro graduado
que, entretanto, se apresente no local.
Por outro lado, a função de comandante das operações de socorro
deve ser assumida, de imediato, por qualquer elemento de comando que
chegue ao TO, simultaneamente com o primeiro veículo.
Como medida de precaução, quando um elemento de comando ou o
chefe do segundo veículo a chegar ao local, não for capaz de localizar ou de
3.
comunicar via rádio com o comandante das operações de socorro (o chefe do
37
primeiro veículo), deve iniciar as diligências necessárias à localização da equipa
em falta, a fim de confirmar que esta se encontra em segurança, assumindo de

A função de comandante das operações de socorro


imediato a função.

A transferência do comando das 3. 3.


operações de socorro
A transferência da função de comandante das operações de socorro (fig.
11) de um graduado para outro de categoria superior, tem por objectivo o
desenvolvimento da organização no TO. Para que seja eficaz, devem ser
seguidos os seguintes procedimentos operacionais:
• O primeiro elemento do corpo de bombeiros a chegar ao local, o chefe
do primeiro veículo, assume, automaticamente a função de coman-
dante das operações de socorro;
• O primeiro elemento de comando a chegar assume a função de
comandante das operações de socorro, transferida pelo até aí COS de
acordo com as regras que à frente se indicam;
• O segundo elemento de comando a chegar contacta com o comandante
das operações de socorro para que lhe seja destinada uma função específica.
Se a sua categoria for mais elevada poderá assumir, pelo processo de
transferência, a qualidade de comandante das operações de socorro;
• A função de comandante das operações de socorro poderá, ainda,
ser assumida por outros elementos de comando de categoria superior
chegados ao TO (presumindo a intervenção de vários corpos de bombeiros),
desde que solicitado pelo comandante do corpo de bombeiros local ou
Manual de Comando Operacional

determinado pela legislação em vigor. Em alternativa poderão, assumir


outro tipo de funções na estrutura da organização do TO.

3.
38

Fig. 11 A transferência da função de comandante das operações de socorro.

Para que o processo de transferência seja correctamente executado devem


ser respeitadas as seguintes regras:
• O graduado que vai assumir a função de comandante das operações
de socorro comunica de preferência cara-a-cara, ou via rádio, com o
graduado que a vai deixar;
• O graduado que vai deixar a função de comandante das operações
de socorro faz o ponto da situação ao graduado que a vai assumir,
prestando, obrigatoriamente as seguintes informações:
– Localização e extensão do incêndio;
– Plano estratégico de acção;
– Progressos obtidos na execução dos objectivos tácticos;
– Considerações sobre a segurança do pessoal;
– Localização dos meios e tarefas distribuídas;
– Necessidade de reforços.
• O graduado que vai deixar a função de comandante das operações
de socorro, em conjunto com o graduado que a vai assumir, revê os
documentos operacionais existentes, de modo a permitir uma análise
cuidada da situação, que é de crucial importância para o processo de
transferência, porque, em geral, contêm indicações precisas sobre a
localização e a situação dos meios humanos e materiais;
• Ao graduado que deixa a função de comandante das operações de
socorro é distribuída uma nova função, que poderá ser desde coadjuvar
o novo comandante das operações de socorro ou o regresso à qualidade
de chefe de veículo.
3.
A chegada ao TO de graduados de maior categoria contribui, de uma
39
maneira geral, para o fortalecimento da organização e do desempenho do
PCOB. Assim, se os resultados alcançados não estiverem a ser animadores,

A função de comandante das operações de socorro


a atribuição de funções na estrutura da organização aos graduados recém
chegados poderá ter um efeito muito positivo, desde que proporcionem ao
comandante das operações de socorro o apoio necessário à melhoria das suas
condições de trabalho.
No entanto, a simples apresentação no TO de um elemento de comando
ou de um graduado com categoria superior ao que está a exercer a função de
comandante das operações de socorro, não significa, por si só, que aquela foi
transferida para o recém chegado. Pelo contrário, a função de comandante
das operações só estará transferida, quando se completarem todos os
procedimentos inerentes à transferência.
Por outro lado, todos os elementos de comando ou graduados disponíveis
no TO, devem apresentar-se ao comandante das operações de socorro, a fim
de lhes serem atribuídas funções na estrutura da organização, incluindo as
do próprio PCOB.
O comandante das operações de socorro assume toda a responsabilidade e
autoridade no que diz respeito à gestão da ocorrência. Assim, se um elemento
de comando ou um graduado de categoria superior entender ser necessário
alterar a forma como as operações estão a ser conduzidas, só o poderá fazer
desde que se apresente no TO e assuma a função de comandante das
operações de socorro.
40
4.
Manual de Comando Operacional
4.

A estrutura do sistema de
comando operacional
Manual de Comando Operacional
4.
41

A estrutura do sistema de comando operacional


4. 1. O grupo de combate

4. 2. A divisão
42
4.
Manual de Comando Operacional
O grupo de combate 4. 1.
O grupo de combate corresponde, no nível táctico, a um agrupamento
de meios responsável pela execução de funções específicas, isto é, a um
agrupamento de meios com carácter funcional.
Cada grupo de combate, chefiado por um graduado que toma a designação
de chefe de grupo de combate, é composto por um número de veículos de
combate a incêndios ou de apoio não superior a cinco (fig. 12).
Esta forma de agrupamento de veículos é bastante vantajosa para a eficácia
de uma operação, pois permite: 4.
• Maior rentabilidade no uso dos meios; 43
• Manutenção da capacidade de controlo em relação a um largo número

A estrutura do sistema de comando operacional


de veículos;
• Menor tráfego de comunicações rádio.

Quando se trata de um incêndio florestal, os grupos de combate devem ser


identificados por números:
• Grupo de combate nº 1;
• Grupo de combate nº 2, etc..

Nos incêndios urbanos e industriais devem ser identificados pelas funções


específicas que estão a desempenhar:
• Grupo de ventilação táctica;
• Grupo de busca e salvamento;
• Grupo de ataque, etc..

O importante, porém, é que cada grupo de combate funcione como um


todo, permitindo que um só graduado – o comandante de divisão – possa
dispor, se tal se tornar necessário, até 25 veículos (cinco grupos de combate)
sem perder a capacidade de controlo.
Manual de Comando Operacional

4.
Fig. 12 Um grupo de combate constituído por quatro VFCI e um VCOT.
44

No entanto, trabalhar com grupos de combate não significa que,


obrigatoriamente tenham que estar organizadas as divisões, isto é, o
comandante das operações de socorro, face à situação concreta, pode optar
pela organização do teatro de operações em grupos de combate (fig. 13),
mesmo antes da criação das divisões.

Fig. 13 Exemplo da organização só com grupos de combate.


A divisão 4. 2.
Quando aumentam as proporções do acidente, o comandante das
operações de socorro deve agrupar sob a forma de divisão os veículos ou os
grupos de combate, se estes já estiverem constituídos, designando o respectivo
comandante de divisão, ao qual vai atribuir responsabilidades numa
determinada área geográfica.
Tal como os grupos de combate, também as divisões correspondem a um
agrupamento de meios, mas de nível mais elevado na organização do teatro de
operações, formadas, deste modo, quer por grupos de combate já constituídos,
quer por veículos ainda não agrupados.
Esta repartição do teatro de operações em áreas de menor dimensão, vai
permitir uma gestão própria em cada uma das áreas, obviamente subordinada 4.
ao comandante das operações de socorro (fig. 14). 45

A estrutura do sistema de comando operacional


Fig. 14 Exemplo da organização com o máximo de divisões.

Embora a função de comandante de divisão deva ser preenchida,


preferencialmente por elementos de comando, na fase inicial o comandante
das operações de socorro pode atribuir aquela responsabilidade ao chefe do
primeiro veículo ao qual foi distribuída uma área geográfica.
A fim de se evitar qualquer confusão entre letras, utiliza-se o alfabeto fonético inter-
nacional na identificação das divisões (fig. 15, 16 e 17), que devem ser designadas,
quando se trata de incêndios florestais ou de fachadas de edifícios, no sentido da rotação
dos ponteiros do relógio (Alfa, Bravo, Charlie, Delta, Echo, etc.).
Manual de Comando Operacional

4.
46

Fig. 15 Designação das divisões no combate a um incêndio florestal.

Fig. 16 Designação das divisões quando se trata de fachadas num incêndio


urbano e industrial.
4.
47

A estrutura do sistema de comando operacional


Fig. 17 Designação das divisões noutras situações de incêndios urbanos e industriais.

Constitui excepção a esta regra a identificação das divisões nos incêndios em


edifícios de grande altura, para os quais se deve adoptar o número correspondente
ao andar ou ao piso (fig. 18), conforme o estabelecido no próprio edifício.

Fig. 18 Designação das divisões no caso dum edifício de grande altura.


4.2.1. Estabelecimento das divisões

O comandante das operações de socorro deve proceder ao estabelecimento


das divisões, quando:
• Prevê a eventualidade do envolvimento de um número de veículos
superior à sua capacidade de controlo directo. Neste caso, até à
Manual de Comando Operacional

chegada de elementos de comando, atribui o comando das divisões aos


chefes dos veículos que já chegaram ao local;
• O número de veículos já envolvidos no teatro de operações excede a
sua capacidade de controlo directo (quatro a seis veículos);
• A operação é complexa;
• Os veículos, nas posições tácticas, estão fora de vista;
4. • A situação apresenta riscos especiais, tornando-se necessário um
48 controlo mais apertado em relação ao trabalho das equipas.

No estabelecimento das divisões, o comandante das operações de socorro


deve ter em conta as seguintes recomendações:
• Atender às reais necessidades da operação, dividindo racionalmente o
teatro de operações;
• Nomear os comandantes de divisão de preferência de entre os elementos de
comando disponíveis, que passam a utilizar o indicativo rádio correspondente
à Divisão (Posto de comando, aqui Divisão Alfa, escuto);
• Informar cada um dos comandantes de divisão sobre os objectivos
tácticos específicos que lhes foram destinados;
• Atribuir a cada divisão os meios em função das suas condições internas.

No entanto, há que ter em conta que uma importante razão para o


estabelecimento das divisões é a segurança dos bombeiros, pelo que, cada
comandante de divisão deve:
• Manter a ligação com os veículos ou as equipas sob o seu comando,
controlando a sua localização e as tarefas que estão a executar;
• Ter presente todas as situações perigosas e de risco para o pessoal,
tomando as medidas apropriadas para que as equipas trabalhem
eficazmente mas em segurança.
Deste modo, o estabelecimento das divisões reduz a necessidade de
controlo directo da operação por um único graduado, criando unidades de
menor dimensão, logo, mais fáceis de gerir.
Assim, o comandante das operações de socorro passa a comunicar
directamente com o nível intermédio da estrutura – a divisão, através do seu
comandante – em vez de o fazer com cada um dos chefes de grupo de combate
ou dos veículos, diminuindo o tráfego de comunicações rádio e aumentando
a capacidade de controlo.
Sendo feitas cara-a-cara no interior de cada divisão, a maior parte das
comunicações entre o comandante de divisão e os chefes de grupo de combate (fig.
19) – ou de veículo, se não existirem grupos de combate organizados – aumenta a
capacidade de transmissão para comunicações de natureza urgente.
4.
49

A estrutura do sistema de comando operacional

Fig. 19 Deve ser privilegiada a comunicação cara-a-cara.

Por outro lado, o comandante das operações de socorro passa a poder


concentrar-se nas questões de estratégia global e no eventual accionamento
de meios de reforço, pois, cada comandante de divisão fica responsável pela
gestão dos meios postos à sua disposição.
Ao estabelecer cada uma das divisões, o comandante das operações de
socorro, obrigatoriamente, dá as seguintes informações ao graduado nomeado
para o seu comando:
• Quais são os objectivos tácticos;
• Qual a designação da divisão (alfa, bravo, etc.);
Manual de Comando Operacional

• Quais os meios postos à sua disposição.

Em contrapartida, os comandantes de divisão informam o comandante das


operações de socorro sobre:
• As suas necessidades;
• Os progressos que vão alcançando.
4.
50

4.2.2. Atribuições do comandante de divisão

O comandante de divisão é responsável pelas missões atribuídas à sua


divisão, devendo, para tal, ter um controlo absoluto sobre as mesmas. De uma
forma detalhada, são as seguintes as suas atribuições:
• Completar os objectivos determinados pelo COS;
• Conhecer os meios, humanos e materiais, postos à sua disposição;
• Controlar a progressão dos trabalhos, ajustando as ordens, se
necessário;
• Articular as acções com as divisões adjacentes;
• Requisitar ao PCOB meios adicionais, se necessário, e recolocar os
meios dentro da divisão;
• Manter o PCOB informado das condições e progressos da divisão
através de comunicações regulares, apenas com as informações
essenciais;
• Notificar o PCOB, de imediato, das alterações significativas na divisão,
particularmente das que envolvam a capacidade ou incapacidade para
alcançar os objectivos estabelecidos, condições de risco, acidentes, etc;
• Ter em atenção as condições físicas dos elementos das equipas com
vista ao bem estar e segurança do pessoal, assegurando o apoio
sanitário através da deslocação das equipas completas para o local
destinado ao efeito;
• Solicitar as rendições destinadas a salvaguardar a segurança do pessoal e
a manter a progressão dos trabalhos conforme os objectivos da divisão.

A identificação de cada um dos comandantes de divisão deve ser


imediata, pelo que, devem manter uma posição tão visível quanto possível,
da qual sejam capazes de controlar as operações da sua divisão.
O comandante de divisão deve usar uniforme e equipamento de protecção
individual adequado (fig. 20), incluindo, colete com a designação da função
(Divisão A, Divisão B, etc.). O uso do equipamento de protecção por parte 4.
do comandante de divisão, para além do mais, constitui um exemplo e um 51
estímulo para todos os subordinados.

A estrutura do sistema de comando operacional

Fig. 20 Um comandante de divisão equipado e identificado.


52
5.
Manual de Comando Operacional
5.

O desenvolvimento da
organização
Manual de Comando Operacional
5.
53
5. 1. As células do PCOB

O desenvolvimento da organização
5. 2. As frentes
5. 3. Os adjuntos do comandante de
operações de socorro

5. 4. As operações aéreas
54
5.
Manual de Comando Operacional
Q uando uma pequeno ocorrência evolui para um acidente de grandes
proporções, a capacidade do comandante das operações de socorro para
controlar directamente os meios tende a atingir o limite, em função da
chegada de meios adicionais e da implementação de novas divisões.
Para além disso, se as proporções ou gravidade do acidente o justificarem, o
COS poderá constituir um posto de comando operacional conjunto (PCOC),
por si coordenado e integrando elementos de ligação das várias entidades envol-
vidas na operação (assistência sanitária, segurança, apoio, etc.), sem prejuízo do
respeito pela cadeia hierárquica de comando das organizações e entidades presentes.
Num espaço de tempo relativamente curto, o comandante das operações de
socorro pode ficar sobrecarregado com todas as tarefas que tem para atender:
• Gerir as informações; 5.
• Planear e prever; 55
• Colocar veículos;
• Requisitar meios adicionais;

O desenvolvimento da organização
• Comunicar via rádio;
• Actualizar a documentação operacional, etc..

Desta forma, o comandante das operações de socorro necessita de apoio imediato,


nomeadamente da parte dos elementos de comando que, entretanto, vão chegando
ao teatro de operações. A organização deve ser, então, desenvolvida através da criação
de células do posto de comando operacional dos bombeiros e de frentes.

As células do PCOB 5. 1.
As células do posto de comando (fig. 21), que podem ser criadas a
qualquer momento, em função das necessidades da operação, constituem
um «estado-maior» operacional que visa apoiar o comandante das operações
de socorro na prossecução dos seus objectivos, particularmente nas tarefas
respeitantes ao combate, ao planeamento e à logística.
Fig. 21 Organização do posto de comando operacional dos bombeiros (PCOB).
Manual de Comando Operacional

5.1.1. Célula de combate

Em geral, é a primeira a ser criada, com a responsabilidade de gestão


directa sobre todas as actividades e prioridades tácticas, incluindo, a segu-
5. rança e o bem estar do pessoal directamente ligado ao objectivo principal, a
56 supressão da ocorrência.
É implementada como um mecanismo capaz de assegurar a capacidade
de controlo do PCOB sobre o teatro de operações, quando a quantidade de
meios excede a capacidade de gestão directa por parte do comandante das
operações de socorro.
Assim, com a criação da célula de combate (fig. 22), reduz-se a quantidade
de meios directamente controlados pelo comandante das operações de socorro
pela transferência de toda a actividade táctica para o comandante de combate,
designação que toma o graduado a quem é dada tal responsabilidade.

Fig. 22 Organização de um TO após a criação da célula de combate.


Procedendo desta forma, o comandante das operações de socorro fica com
maior disponibilidade para concentrar a sua atenção na gestão global da operação,
em vez de ter que o fazer, especialmente nas referidas actividades tácticas.
O comandante de combate, que coordena a sua actividade com o coman-
dante das operações de socorro, tem as seguintes atribuições genéricas:

• Gerir todas as actividades tácticas;


• Implementar o plano de acção, o que implica:
– Distribuir os objectivos tácticos às divisões,
– Colocar os meios necessários às divisões, com base nos objectivos e
prioridades definidas;
• Identificar as necessidades respeitantes a meios adicionais;
• Controlar a(s) zona(s) de concentração e reserva.

As zonas de concentração e reserva (ZCR) são áreas estabelecidas pelo


PCOB, que reportam directamente ao comandante de combate (fig. 23), 5.
destinadas a localizar temporariamente os meios e recursos disponíveis (fig. 57
24), que ficam sob o seu controlo directo.

O desenvolvimento da organização
O graduado responsável por cada uma destas áreas utiliza nas comunicações
rádio a identificação ZCR (Posto de comando, aqui ZCR, escuto).

Fig. 23 Organização da célula de combate após a criação da ZCR.


Manual de Comando Operacional

Fig. 24 Uma zona de concentração e reserva num incêndio urbano.


5.
58 Nos incêndios florestais as ZCR devem, sempre que possível, localizar-se
fora das povoações e dos itinerários com grande movimento rodoviário,
de maneira a ser garantida a sua disponibilidade imediata e se evitarem mal
entendidos com as populações, que reagem negativamente quando verificam
a existência de meios não empenhados no combate.

5.1.2. Célula de planeamento

A célula de planeamento, sob a responsabilidade de um quadro de comando


– o comandante do planeamento – é responsável pela recolha, avaliação,
processamento e difusão das informações necessárias à tomada das decisões.
As suas funções são (fig. 25):
• Filtrar e preparar as informações destinadas ao comandante das operações
de socorro com vista à utilização das mais significativas, sem prejuízo das
mais críticas serem imediatamente transmitidas a quem delas necessitar;
• Manter um sistema actualizado de informações sobre a situação dos
meios e pessoal envolvidos;
• Planear as operações, de acordo com o comandante das operações de
socorro;
• Reavaliar e propor as alterações ao plano estratégico de acção, através
das informações recebidas da célula de combate;
• Avaliar permanentemente:
– A estratégia em curso,
– As prioridades tácticas,
– Os factores críticos específicos,
– A organização do teatro de operações,
– A manutenção da capacidade de controlo,
– Os problemas relativos à segurança individual;
• Prever a necessidade de mais meios, incluindo técnicos especializados;
• Planear a desmobilização dos meios;
• Manter todos os registos e documentos operacionais.

Com base no tratamento das informações, o comandante do planeamento


fica habilitado a planear, quer as acções imediatas, quer as possíveis de realizar
num espaço de tempo mais prolongado, sendo um dos seus objectivos principais 5.
prever o provável desenvolvimento da ocorrência e identificar a necessidade de 59
meios e recursos adicionais, antes dos mesmos serem realmente precisos.

O desenvolvimento da organização
Deste modo, pode afirmar-se que nos acidentes de maiores proporções ou
maior complexidade, a gestão das informações é uma tarefa que se desenrola
a tempo inteiro.

Fig. 25 Organização da célula de planeamento.


5.1.3. Célula de logística

O responsável pela célula de logística é designado por comandante da


logística, competindo-lhe apoiar a organização do teatro de operações,
providenciando e gerindo todas as necessidades respeitantes a abastecimentos
e equipamentos, nomeadamente, quanto a (fig. 26):
• Transportes relativos a equipamentos, alimentação, rendição de equipas
e evacuação de populações;
Manual de Comando Operacional

• Instalações, eventualmente necessárias ao funcionamento da organização


no teatro de operações;
• Abastecimentos de qualquer natureza, incluindo água para os veículos
de combate a incêndios e recarregamentos de ARICA;
• Alimentação de todo o pessoal envolvido na operação, incluindo o forneci-
mento directo nos locais de combate, em articulação com os transportes;
• Manutenção de equipamentos, proporcionando apoio mecânico a
5. veículos e aparelhagem diversa;
60 • Combustíveis, fornecendo directamente os veículos e os equipamentos
nos locais de combate;
• Comunicações-rádio, implementando o plano de comunicações e
operando os equipamentos da estação directora de rede (EDR);
• Apoio sanitário, estabelecendo um plano de assistência sanitária
destinada ao pessoal envolvido na operação, incluindo a recuperação
física das equipas através do controlo dos períodos de descanso.

Fig. 26 Organização da célula de logística.


As frentes 5. 2.
Com a implementação das células do PCOB, o comandante das operações
de socorro poderá, com maior facilidade, centrar a sua atenção nas questões
relativas ao planeamento de carácter estratégico, observando de uma forma
mais ampla e distante o panorama geral da operação.
Passa, então, a emitir ordens e directivas destinadas ao PCOB e aos responsáveis
das células, com vista à gestão dos aspectos tácticos da ocorrência. Para isso:
• Revê e avalia o plano estratégico de acção, procedendo às alterações
consideradas necessárias;
• Revê a estrutura da organização e determina a sua alteração ou desen-
volvimento de modo a corresponder às necessidades da operação;
• Selecciona prioridades;
• Exerce as funções de coordenação do conjunto das células do PCOB.
5.
Porém, é possível, ainda, ampliar a estrutura da organização no teatro de
61
operações. Sendo os grupos de combate e as divisões partes da estrutura do
SCO a nível táctico, a capacidade de controlo directo das divisões poderá

O desenvolvimento da organização
ser ultrapassada perante uma maior complexidade da ocorrência.
O desenvolvimento da organização passa, então, pelo agrupamento das
divisões em frentes.
Contudo, há que ter presente que as frentes nem sempre são essenciais à
organização da célula de combate (fig. 27), devendo ser implementadas, apenas,
quando o número de divisões exceder o recomendado para a manutenção da
capacidade de controlo directo do comandante de combate.

Fig. 27 Organização de um TO antes da criação de frentes.


Cada frente, identificada através dos algarismos romanos (Frente I, Frente
II, etc.), tem como responsável um comandante de frente, nomeado pelo
comandante das operações de socorro (fig. 28).
A criação das frentes é, obrigatoriamente comunicada a cada um dos
comandantes de divisão, com as seguintes informações:
• Qual é a frente na qual a divisão foi incluída;
• Quem é o novo superior directo do comandante de divisão.
Manual de Comando Operacional

5.
62

Fig. 28 Organização de um TO após a criação de frentes.

A partir daquele momento cada comandante de divisão passa a comunicar,


apenas, com o respectivo comandante de frente, em vez de o fazer para o
PCOB. Por seu lado, os comandantes de frente passam a receber as ordens
e directivas do PCOB, transmitindo-as aos respectivos comandantes de
divisão.
O comandante de frente poderá localizar-se, quer no PCOB, quer noutro
local determinado. No primeiro caso, terá a vantagem de poder comunicar
cara-a-cara com os membros do PCOB. No entanto, se o teatro de operações
abranger uma área geográfica considerável, será mais conveniente que a sua
localização se situe numa posição táctica.
Fig. 29 Organização de um TO com todas as células do PCOB anteriormente

5.
63

Os adjuntos do comandante das 5. 3.

O desenvolvimento da organização
operações de socorro
Os adjuntos do comandante das operações de socorro são graduados,
preferencialmente de comando, responsáveis por actividades que se situam
fora da linha hierárquica da organização e que dizem respeito às relações
públicas, à segurança e à ligação (fig. 30).

5.3.1. Adjunto para as relações públicas

Tem por missão desenvolver um sistema preciso e completo de recolha de


informações sobre as causas da ocorrência, proporções, situação corrente,
meios empenhados e tudo o mais de interesse geral.
Por outro lado, faz os contactos com a comunicação social e as entidades
oficiais que solicitem informações directamente ao teatro de operações.
Mesmo quando existam outras entidades envolvidas na operação ou em apoio ao
PCOB, esta função deve ser desempenhada, apenas, por um único elemento.
5.3.2. Adjunto para a segurança

O adjunto para a segurança avalia, face aos perigos e às situações


de risco, se estão tomadas todas as medidas necessárias à segurança dos
bombeiros no teatro de operações, tendo autoridade, conferida pelo coman-
dante das operações de socorro, para ordenar a paragem dos trabalhos, de
modo a prevenir actos inseguros.
Da sua missão faz parte, ainda, em conjunto com os técnicos especialistas
Manual de Comando Operacional

de saúde, a avaliação das necessidades no que respeita a apoio sanitário e


recuperação física do pessoal.

5.3.3. Adjunto para a ligação

O adjunto para a ligação desenvolve os contactos com os representantes


5. de outras entidades, incluindo os técnicos destacados para apoio ao teatro de
64 operações.

Fig. 30 Organização de um TO que inclui os adjuntos do comandante de operações de


socorro.
As operações aéreas 5. 4.
5.4.1. Comandante de operações aéreas

O comandante de operações aéreas é um especialista que funciona junto


ao PCOB (fig. 31), cujas atribuições são as seguintes:
• Colaborar na execução do plano estratégico de acção;
• Verificar a eficácia dos meios, propondo a alteração da sua missão
sempre que necessário;
• Identificar, eventuais problemas com a segurança dos meios aéreos;
• Garantir o apoio logístico necessário à operação dos meios aéreos.

5.4.2. Coordenador aéreo

O coordenador aéreo é o especialista que faz a ligação entre o PCOB e


os pilotos das aeronaves, particularmente, nos incêndios florestais. As suas 5.
atribuições são: 65
• Receber indicação da missão a cumprir;
• Fazer a avaliação aérea do teatro de operações e informar o PCOB;

O desenvolvimento da organização
• Transmitir aos pilotos as necessárias instruções para a missão;
• Propor a desmobilização dos meios aéreos que coordena.

Fig. 31 Organização de um TO que inclui as operações aéreas.


66
6.
Manual de Comando Operacional
6.

A particularidade dos
incêndios em edifícios
de degrande
Manual Comandoaltura
Operacional

6. 1. Os factores tempo e distância 6.


67
6. 2. O grupo de apoio logístico

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


6. 3. A zona de concentração e reserva

6. 4. O grupo de controlo da entrada


principal

6. 5. O grupo de apoio à caixa de escada

6. 6. O material de ordenança
(1ºalarme)

6. 7. A responsabilidade do chefe do
primeiro veículo
68
6.
Manual de Comando Operacional
E ste capítulo visa a aplicação do sistema de comando operacional (SCO)
aos incêndios em edifícios de grande altura (IEGA). Na verdade, embora
possa parecer que este tipo de incêndio coloca aos bombeiros os mesmos
problemas que os incêndios em edifícios de um ou dois pisos, há certos
aspectos da configuração de um edifício de grande altura (EGA) que obrigam
a algumas alterações na organização do teatro de operações (TO).
É exemplo, a necessidade de funções especiais de apoio, que são únicas no
sistema de comando operacional aplicado à organização de um TO quando
se trata de um IEGA. As funções atrás referidas, que irão ser objecto de um
estudo mais detalhado, são:
• Grupo de apoio logístico (GAL);
• Grupo de controlo da entrada principal;
• Grupo de apoio à caixa de escada.

De acordo com a legislação de segurança contra incêndios em vigor, podem 6.


considerar-se edifícios de grande altura aqueles em que, «a diferença entre 69
a cota do último piso coberto susceptível de ocupação e a cota da via de acesso ao
edifício no local onde seja possível aos bombeiros lançar eficazmente para todo o

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


edifício as operações de salvamento de pessoas e combate a incêndios», seja superior
a 28 metros.
Estes edifícios devem possuir um conjunto de condições de segurança que
os diferenciam dos demais, por exemplo, a existência de coluna seca e de um
sistema de alarme e alerta, para além de um encarregado de segurança a
título permanente.
Deste modo, as condições que os bombeiros vão encontrar nos edifícios de
grande altura existentes na área sob a sua responsabilidade diferem em função
da data de construção.
Antes de 1990 era reduzido o número de câmaras municipais que
dispunham de regulamentos especiais para os edifícios de grande altura.
No entanto, mesmo para os edifícios construídos após 1990, será de todo
conveniente que cada corpo de bombeiros proceda a um levantamento da
situação concreta dos edifícios existentes, de modo a verificarem se os aspectos
referidos na lei estão contemplados.
6. 1. Os factores tempo e distância
Os factores tempo e distância têm um papel de primordial importância
nas operações de combate a um IEGA. Em qualquer incêndio decorre
sempre algum tempo entre o momento em que uma ordem é dada e a sua
execução. Nos IEGA este espaço de tempo tem uma importância crucial. Se o
comandante das operações de socorro actuar de uma forma reactiva, ou seja,
se esperar que as situações aconteçam para, então, solicitar meios adicionais
ou determinar a actuação dos meios já apresentados no TO, correrá o risco de
aumentar as proporções do incêndio.
Manual de Comando Operacional

O impacto dos factores tempo e distância pode sofrer uma importante


redução se, rapidamente for colocado pessoal e equipamento no local onde
actua o GAL, isto é, dois pisos abaixo do piso onde deflagra o incêndio.
Assim, o comandante das operações de socorro deve ser proactivo, prevendo
e antecipando o que pode vir a acontecer, a fim de movimentar meios antes
dos mesmos serem realmente necessários.
Por outro lado, é importante ter presente que as operações tácticas mais
6. críticas (busca e salvamento, por exemplo) levam mais tempo a executar
70 nos IEGA. Entre outros motivos, refira-se que o calor gerado por um
incêndio deste tipo é especialmente desgastante para os bombeiros, sendo
necessário dar bastante atenção às condições de recuperação física do pessoal,
nomeadamente no que diz respeito à hidratação.

6. 2. O grupo de apoio logístico


Na fase inicial do acidente o GAL depende directamente do comandante
das operações de socorro. Quando a célula de combate é criada, o GAL passa
a reportar-se ao comandante de combate (fig. 32).
São várias as finalidades do GAL:
• Colocação rápida de equipamento e pessoal na proximidade do
incêndio;
• Gestão e controlo do fluxo do equipamento e pessoal com destino aos
pisos situados na parte superior do edifício;
• Mudança de equipamentos, recuperação física e apoio sanitário às
equipas de bombeiros empenhadas no combate.

Fig. 32 O GAL pode depender directamente do comandante das operações de socorro ou


do comandante de combate.

6.
O estabelecimento do GAL é prioritário em relação a todo o demais
71
trabalho relacionado com este tipo de incêndio, sem prejuízo da actividade de
busca e salvamento, pelo que essa missão deve ser dada à equipa de um dos

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


primeiros veículos a chegar ao TO.
O graduado designado para a função e a respectiva equipa devem dirigir-se,
utilizando um caminho seguro, para o piso destinado ao GAL, normalmente
dois pisos abaixo daquele onde se localiza o incêndio, a fim de minimizar os
factores tempo e distância. No entanto, a localização pode ser alterada devido
a condicionalismos relativos à planta do piso ou, até, às condições do próprio
incêndio.
O GAL é, assim, o ponto de passagem obrigatório para todos os
bombeiros destinados às operações na parte superior do edifício e, também,
o ponto de reunião de pessoal e equipamentos de reserva, onde se aguarda o
despacho para outros locais dentro do edifício.
O chefe do GAL, que depende directamente do COS ou do comandante
de combate (se existir) deve manter:
• Os equipamentos de reserva e os equipamentos já utilizados suficiente-
mente separados para que não seja possível qualquer engano;
• O número de equipas determinado pelo seu superior directo;
• O sistema de apoio sanitário ao pessoal envolvido.

Existem outras tarefas que o chefe do GAL deve ter em atenção:


• Controlar o acesso aos pisos superiores, de modo a evitar que as
equipas ultrapassem o GAL sem se terem apresentado;
• Avisar o chefe do grupo de controlo da entrada principal, para
desligar o sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado
(AVAC), se estiver, ainda, em funcionamento, ou se não for possível
isolar do sistema o piso onde se localiza o GAL;
Manual de Comando Operacional

• Estabelecer comunicações rádio com o comandante das operações de


socorro ou comandante de combate (se existir), de modo a coordenar o
despacho de pessoal e com a ZCR, a fim de coordenar a movimentação
de equipamento de reserva. Sendo possível, estas comunicações devem
funcionar em canais separados da rede rádio, podendo utilizar-se,
também, telefones internos do edifício;
• Planear as diversas funções dentro do GAL e identificar as áreas
6.
sinalizando os diferentes compartimentos destinados a localizar os meios
72
e recursos. O pessoal de reserva e o pessoal em descanso devem ficar
em áreas separadas, bem assim como os equipamentos de reserva e os
já utilizados, preferencialmente em cantos opostos do piso. O equipa-
mento de reserva, pronto a utilizar, deve localizar-se o mais perto
possível dos acessos aos pisos superiores;
• Manter o inventário do equipamento e requisitar à ZCR as quantidades
necessárias, tomando nota do tipo de equipamento, a que horas foi
requisitado e de quando foi recebido pelo GAL. O equipamento que,
habitualmente deve estar à guarda do GAL, inclui:
– Aparelhos respiratórios (ARICA);
– Garrafas de reserva para os ARICA;
– Mangueiras e agulhetas;
– Ferramentas de entrada forçada;
– Escadas manuais;
– Ventiladores e exaustores de fumo;
– Materiais para protecção de bens;
– Material de apoio sanitário.
As equipas que se dirigem para o GAL devem transportar (fig. 33), a partir da ZCR,
algum do equipamento necessário requisitado pelo chefe do GAL. Como regra,
ninguém deve subir para o local onde está instalado o GAL de mãos vazias!

6.
Fig. 33 Ninguém deve subir para o local onde está instalado o GAL de mãos vazias. 73

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


Como atrás referido o GAL deve, ainda, criar condições para a recuperação
física dos bombeiros empenhados nas operações que se desenrolem acima do
piso onde está localizada, incluindo uma área de apoio sanitário ao pessoal.
É importante assegurar a existência de líquidos para beber, nomeadamente,
através de garrafas de água.
A iluminação do GAL deve ser conseguida, enquanto for possível, pela
utilização da rede do edifício. Quando cortada, podem ser utilizados geradores
portáteis de electricidade, a trabalhar no piso abaixo do GAL, fazendo chegar
a corrente através de carretéis portáteis de cabo eléctrico. Para a eventualidade
de falhas nos sistemas anteriormente referidos, deve existir no local do GAL
uma quantidade de lanternas portáteis e pilhas/baterias sobresselentes, que
servirão, também, para utilização nos pisos superiores.
O chefe do GAL deve, pois, fazer uma previsão das necessidades e requisitar,
durante toda a operação, os meios e recursos apropriados através do comandante
das operações de socorro ou do comandante de combate (se existir).
6. 3. A zona de concentração e reserva (ZCR)
Como já foi referido, a ZCR destina-se a receber e despachar todos os
veículos, respectivas equipas e equipamentos necessários às operações de
extinção e apoio. É o primeiro local, fora do edifício onde decorre o incêndio,
para onde os meios e recursos se dirigem, recebem as ordens iniciais e partem
para as posições tácticas.
A ZCR deve trabalhar em coordenação com o grupo de controlo da
entrada principal, articulando-se com o seu responsável – comandante da
ZCR – perante o comandante da logística (fig. 34) ou perante o comandante
Manual de Comando Operacional

das operações de socorro, se a célula de logística, ainda, não estiver activada.


O comandante das operações de socorro determina a necessidade de
activação da ZCR, estabelece a quantidade e tipo de meios e recursos que esta
deve possuir e requisita-os conforme determinado.
O comandante da ZCR deve manter as quantidades estabelecidas pelo
comandante das operações de socorro, até receber ordens em contrário do seu
superior directo. Contacta, ainda, permanentemente via rádio com o PCOB, de
6.
modo a dar indicações sobre os meios e recursos que estão mobilizados no TO.
74

Fig. 34 A ZCR depende directamente do comandante da logística.

As responsabilidades atribuídas ao comandante da ZCR podem ser


resumidas da seguinte forma:
• Determinar, de acordo com o comandante das operações de socorro, o
local para instalar a ZCR;
• Assegurar que a localização da ZCR está a uma distância segura em relação
ao edifício onde decorre o incêndio, normalmente 50 metros ou mais;
• Informar o comandante das operações de socorro ou o comandante da
logística sobre os acessos mais convenientes destinados aos meios que
se dirigem à ZCR;
• Determinar os acessos mais seguros e eficazes da XCR ao edifício, em
coordenação com o núcleo de controlo da entrada principal;
• Manter um inventário preciso dos meios e recursos disponíveis na ZCR;
• Coordenar a movimentação de meios e recursos da ZCR para o
edifício onde decorre o incêndio, através do grupo de controlo da
entrada principal;
• Agrupar os diferentes equipamentos, em conjuntos diferenciados de
acordo com a prioridade definida no plano estratégico de acção, em
coordenação com o comandante da logística;
• Assegurar que os meios e recursos a estacionar na ZCR são requisitados
com avanço em relação à necessidade do seu emprego; 6.
• Criar condições de segurança na ZCR recorrendo, se necessário, às 75

forças de segurança.

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


O comandante da ZCR deve controlar os meios e recursos mobilizados
logo que estes se apresentem, mantendo permanentemente esse controlo
sobre os veículos estacionados e a movimentação de pessoal e equipamento
no interior da ZCR. Esta deve possuir uma dimensão tal que permita o
parqueamento e a movimentação de uma quantidade apreciável de veículos
despachados para o incêndio.
As ZCR devem situar-se em ruas largas ou parques de estacionamento
de grandes dimensões (fig. 35). O estacionamento deve ser feito em espinha,
de modo a facilitar o acesso e a saída dos veículos. Se a ZCR for localizada
numa rua ou avenida, deve ser vedado todo o trânsito a veículos estranhos
ao serviço, podendo utilizar-se para o efeito, na falta das forças de segurança,
veículos dos bombeiros com maiores dimensões, como veículos com escada
giratória ou veículos tanque táctico urbano. Neste caso, os condutores devem
manter-se nos veículos a fim de os deslocarem, se for necessário dar passagem
a algum veículo autorizado.
Manual de Comando Operacional

Fig. 35 As ZCR devem ser instaladas em espaços com dimensão apropriada.

Deve ser estabelecido, em condições de segurança, um fluxo de tráfego


que garanta uma eficaz movimentação de pessoal e equipamentos que saem
6. e entram no edifício, podendo ser utilizados, com este objectivo, veículos de
76 transporte de pessoal táctico ou similares.
Do mesmo modo, deve ser estabelecida uma ordem de prioridades em
relação ao despacho de pessoal e equipamento para o interior do edifício,
tendo em atenção que a primeira prioridade vai sempre para os ARICA ou
para as garrafas suplementares de reserva.
As equipas estacionadas na ZCR devem manter-se completas e coesas.
O controlo das equipas deve ser feito periodicamente, através de um registo
onde conste, nomeadamente as horas de entrada e saída da ZCR.

6. 4. O grupo de controlo da entrada principal


Nos IEGA são vastas as responsabilidades cometidas ao grupo de controlo
da entrada principal. Tal como o GAL, a sua instalação deve ter um carácter
prioritário, pelo que deve ser activado a partir de uma equipa que chegue ao
TO integrada no material de ordenança (ou 1º alarme).
O chefe do grupo de controlo da entrada principal depende directa-
mente do comandante da logística ou do comandante das operações de
socorro, se a célula de logística, ainda, não estiver activada (fig. 36).

Fig. 36 O grupo de controlo da entrada principal depende directamente do comandante


da logística.

6.
Uma das suas primeiras responsabilidades é comunicar ao seu superior
77
directo, com base nas informações que podem obter-se através dos elevadores,
qual o número de pisos do edifício e se existe alguma chamada dos pisos

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


superiores. Esta informação é bastante importante, na medida em que dá
indicação sobre a, eventual existência de pessoas no interior do edifício.
O chefe do grupo de controlo da entrada principal, como o próprio
nome indica, é responsável, ainda, pelo controlo da entrada e saída do
edifício de pessoal dos bombeiros e outros elementos. Por outro lado, deve
proceder ao encaminhamento dos meios destinados aos pisos superiores e ao
local do GAL, através da caixa de escada mais conveniente.
Dado que a legislação de segurança contra incêndios estabelece que um dos
elevadores deve ser destinado para uso exclusivo dos bombeiros em caso de
incêndio, se for considerado que a sua utilização pode ser feita com segurança,
o chefe do grupo de controlo da entrada principal deve designar um bombeiro
para servir de operador. Todos os outros elevadores, de acordo com a mesma
legislação, devem ficar estacionadas no piso térreo.
Todos os elementos – bombeiros ou não – que entrem ou saiam do
edifício devem constar de registo próprio elaborado pelo grupo de controlo
da entrada principal, que incluirá a hora e destino (fig. 37). Se este for um
dos pisos superiores, o grupo deve certificar-se de que o pessoal em trânsito
transporta consigo o equipamento solicitado pelo GAL, se necessário.
Manual de Comando Operacional

6.
78
Fig. 37 Controlo de entradas e saídas do edifício.

As responsabilidades do grupo de controlo da entrada principal incluem,


também, o controlo dos outros sistemas implantados no edifício e que, de
algum modo, podem afectar as operações de extinção. Estão neste caso:
• O sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC),
deve ser desligado com o fim de reduzir o movimento do fumo e do calor
no interior do edifício;
• Os sistemas de desenfumagem (controlo de fumo) existentes nos
edifícios de construção mais recente, devem ser manobrados de modo a
facilitar a remoção de fumo para o exterior;
• A coluna seca ou eventualmente a rede de incêndio armada (RIA), cuja
ligação para abastecimento deve ser verificada pelo grupo de controlo da
entrada principal.
O chefe do grupo de controlo da entrada principal deve poder utilizar as
instalações distribuídas ao encarregado de segurança ou outras instalações
técnicas existentes, para comunicar com os ocupantes do edifício, parar o
sistema AVAC, controlar o sistema de desenfumagem e utilizar a instalação
sonora ou dar ao comandante das operações de socorro informações
consideradas pertinentes.
As responsabilidades atribuídas ao chefe do grupo de controlo da entrada
principal podem ser resumidas da seguinte forma:

• Comunicar com os ocupantes através dos meios próprios instalados no


edifício;

• Pressurizar as caixas de escada com ventiladores portáteis, quando


o sistema de desenfumagem não for susceptível de utilização ou não
existir;

• Determinar as saídas de evacuação, de modo a encaminhar os ocupantes


para o exterior, com segurança;
6.
• Dar ordens no sentido do afastamento dos evacuados para, no mínimo,
79
50 metros do edifício.

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


O grupo de apoio à caixa de escada 6. 5.
Esta função é activada quando o equipamento necessário às operações
não pode ser movimentado para o GAL através dos elevadores ou quando
é necessário montar linhas de mangueiras pela caixa de escada. Estas
manobras exigem o emprego de um avultado número de bombeiros, não só
para iniciar os trabalhos, mas também para as rendições.
O chefe do grupo de apoio à caixa de escada depende directamente do
comandante da logística ou do comandante das operações de socorro, se a
célula de logística, ainda, não estiver activada (fig. 38).
A principal responsabilidade do grupo de apoio à caixa de escada é o
transporte do equipamento pelas escadas do edifício, com destino ao GAL.
Manual de Comando Operacional

Fig. 38 O grupo de apoio à caixa de escada depende directamente do comandante da

Quando necessário, o chefe do grupo coordena e supervisiona a montagem


de linhas de mangueiras através das caixas de escada.
Para levar a bom termo as tarefas da responsabilidade do grupo de apoio à
caixa de escada, devem aplicar-se os seguintes procedimentos:
6.
80 • Para determinar o número de bombeiros necessários ao grupo,
considerar um elemento por cada dois pisos e um graduado por cada
cinco bombeiros;
• Se possível, trabalhar num canal rádio próprio;
• Os graduados devem poder movimentar-se de modo a supervisionar os
trabalhos, isto é, não devem participar no transporte dos equipamentos.
Tendo em conta que se trata de trabalho pesado, os graduados devem
assegurar que o fluxo de transporte é executado a um ritmo o mais eficaz
possível, sem interrupções desnecessárias;
• Os graduados devem vigiar as condições físicas e emocionais de cada
um dos elementos da equipa. Quando se trata de operações demoradas,
deverão ser feitas rendições periódicas, nomeadamente utilizando
grupos de dois bombeiros a trabalhar alternadamente;
• O equipamento a transportar deve ser recebido na entrada principal junto
ao primeiro lanço de escadas, entregue pelo pessoal afecto ao grupo de
controlo da entrada principal ou pelo pessoal destacado na ZCR.
Não sendo possível recorrer ao elevador para uso exclusivo dos bom-
beiros, o transporte do equipamento deve processar-se em etapas (fig. 39).
Por exemplo da seguinte forma:
• O bombeiro recebe o equipamento no piso térreo e transporta-o até ao
3º piso, regressando de seguida ao piso térreo para reiniciar a tarefa;
• Outro bombeiro, no 3º piso, transporta o equipamento até ao 5º piso,
regressando de seguida ao 3º piso para novo transporte;
• O processo continua, sucessivamente até o equipamento ser entregue no
local onde se encontra instalado o GAL;
• A partir deste ponto a movimentação do equipamento é da responsa-
bilidade da ZCR.

Se existir interrupção na continuidade dos acessos verticais, como, por


exemplo, corredores ou vestíbulos com alguma extensão entre lanços de escadas,
será, porventura necessário ajustar a sequência de transporte atrás referida.
Devido às questões que dizem respeito à segurança, o pessoal do grupo deve
6.
utilizar todo o seu equipamento de protecção individual, nomeadamente
81
fatos de protecção, aparelhos respiratórios e lanternas portáteis. Os graduados
devem estar munidos de rádios portáteis.

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura

Fig. 39 O equipamento deve ser transportado por etapas.


6. 6. O material de ordenança (1º Alarme)
Num IEGA, a quantidade de meios incluídos no material de ordenança
(1º alarme), pode vir a constituir, na maior parte dos casos, um factor crítico
de sucesso no desenrolar de toda a operação.
Assim, cada corpo de bombeiros deve ter conhecimento do risco potencial
de cada um dos edifícios de grande altura existentes na sua área de actuação
própria, de modo a determinar os meios que terá que colocar, rapidamente
no TO e que são, obviamente em maior quantidade do que os necessários para
outro tipo de incêndio urbano.
Manual de Comando Operacional

Se as medidas adequadas aos incêndios em edifícios deste tipo não forem


tomadas, nomeadamente no que respeita à quantidade de meios a despachar
logo após o alerta, as primeiras tarefas poderão ficar comprometidas ao ponto
de o incêndio adquirir proporções muito graves.
Deste modo, a quantidade de meios a incluir no material de ordenança
(1º alarme) deve basear-se no número de recursos necessários ao desenvolvi-
6. mento imediato das prioridades tácticas iniciais, tendo em conta a activação
82 dos dispositivos de logística, como o apoio logístico, o controlo da entrada
principal e o apoio à caixa de escada. Outro aspecto a considerar será a
necessidade de proceder a substituições frequentes que permitam períodos de
descanso ao pessoal empenhado nas operações tácticas.
Os meios a incluir no material de ordenança (1º alarme) devem ser suficientes
para:
• Proceder a um imediato e eficaz reconhecimento do incêndio (avaliação
da situação);
• Dar início à operação de extinção;
• Desenvolver as operações de apoio necessárias à segurança dos
ocupantes do edifício.

Por uma questão de precaução, o material de ordenança (1º alarme)


destinado a IEGA deve ser sempre despachado na sua totalidade para o TO
(fig. 40), independentemente do tipo de informações veiculadas no alerta,
permitindo que o comandante das operações de socorro possa desenvolver
todos os procedimentos iniciais de forma sequencial.
Fig. 40 Saída do material de ordenança para o TO.

Se o chefe do primeiro veículo a chegar ao local, ou seja, o primeiro 6.


comandante das operações de socorro, tiver indicação de que se trata de um 83
«fogo de arder», deve, de imediato, requisitar meios de reforço (2º alarme), o

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura


que permite uma disponibilidade mais atempada dos recursos adicionais.
Os meios de reforço (2º alarme) devem dirigir-se para a ZCR, cuja
localização, nas imediações do edifício onde decorre o incêndio, deve ser
comunicada ao centro de despacho dos meios (CCS ou central de comunicações
do corpo de bombeiros).

A responsabilidade do chefe do 6. 7.
primeiro veículo
Num IEGA, o chefe do primeiro veículo a chegar ao TO – o primeiro
comandante das operações de socorro – tem um conjunto mínimo de
tarefas a desenvolver.
6.7.1. Reconhecimento inicial

Nesta rápida avaliação da situação, o graduado deve ter presente que a


observação das condições do incêndio feita a partir do exterior, pode levar
a conclusões precipitadas, sendo possível existir um «fogo de arder» sem que
tal se note à chegada ao TO.
Se houver fumo e fogo à vista, imediatamente devem ser solicitados os
meios de reforço (2º alarme). Contudo, há outras formas de obter informações
imediatas sobre as condições do incêndio:
• O painel de sinalização da central de detecção de incêndios, se existir no
Manual de Comando Operacional

edifício, indicará quais os detectores ou a zona accionada pelo foco de


incêndio;
• O retorno dos elevadores ao piso térreo pode dar pistas importantes
sobre o incêndio;
• As informações obtidas a partir dos ocupantes do edifício (fig. 41) são
importantes no sentido de determinar se há fogo visível ou, apenas fumo,
6. podendo contribuir para a decisão de requisitar os meios de reforço.
84

Fig. 41 Recolha de informações junto de ocupantes do edifício.


6.7.2. Parte de reconhecimento

A parte de reconhecimento a enviar, via rádio (fig. 42), para o centro de


despacho dos meios ou central de comunicações do corpo de bombeiros deve
incluir, entre outras, as seguintes informações:
• Altura do edifício;
• Ocupação;
• Condições à chegada (se é um «fogo de arder» e quais os pisos
envolvidos);
• Necessidade de reforços;
• Cuidados em relação à segurança do pessoal (queda de vidros, por
exemplo);
• Acções que tomou de imediato.

6.
85

A particularidade dos incêndios em edifícios de grande altura

Fig. 42 Comunicação do reconhecimento efectuado.


86
7.
Manual de Comando Operacional
7.

A particularidade dos acidentes


com matérias perigosas
Manual de Comando Operacional

7. 1. As operações de controlo de
acidentes com matérias perigosas
7.
7. 2. A divisão em níveis dos acidentes 87
com matérias perigosas

A particularidade dos acidentes com matérias perigosas


7. 3. As funções do chefe do grupo de
intervenção em matérias perigosas

7. 4. As actividades primárias do GIMAP

7. 5. As actividades secundárias do
GIMAP
88
7.
Manual de Comando Operacional
C omo pode ser demonstrado pela leitura dos capítulos anteriores, os
procedimentos operacionais são importantes para qualquer organização
que pretenda ser eficaz. Contudo, a sua importância aumenta de uma forma
crítica, quando se trata de um acidente com matérias perigosas (AMP).
Na verdade, uma resposta lenta ou desorganizada a um AMP poderá dar
origem a que as equipas de intervenção corram sérios riscos no que respeita à
segurança, nomeadamente significativos danos pessoais como a contaminação,
que podem levar à morte.
Apenas como ilustração, os critérios de actuação destinados a um grupo de inter-
venção em matérias perigosas podem comparar-se aos sistemas informáticos.
Ambos consistem em dois elementos: meios (equipamentos) e programação.
Os equipamentos informáticos podem custar centenas de contos, mas de
pouco servirão se não possuírem uma adequada programação. Do mesmo
modo, os meios de resposta dos bombeiros (pessoal, veículos, equipamentos,
etc.) tampouco darão resposta eficaz se não trabalharem de forma coordenada
e em segurança.
Os procedimentos operacionais são a «adequada programação» que dirige as 7.
acções dos grupos de intervenção no controlo dos acidentes com matérias perigosas. 89

As operações de controlo de 7. 1. A particularidade dos acidentes com matérias perigosas

acidentes com matérias perigosas


As operações de controlo de acidentes com matérias perigosas são da
responsabilidade de equipas especializadas (fig. 43) designadas grupo de
intervenção em matérias perigosas (GIMAP). No entanto, até à sua chegada
ao TO, as operações têm que ser asseguradas pelos meios de intervenção locais, isto
é, pelo corpo de bombeiros em cuja área de actuação própria teve lugar o acidente.
Neste tipo de ocorrência algumas das tarefas como, por exemplo, a trasfega
dos produtos, devem ser executadas por pessoal técnico com formação especial,
geralmente pertencente às empresas responsáveis pelo transporte das matérias.
Manual de Comando Operacional

Fig. 43 Um grupo de intervenção em matérias perigosas.

Todos os corpos de bombeiros que não possuam qualificação especial para


lidar com os acidentes com matérias perigosas, devem adequar a intervenção
à formação concreta do seu pessoal e aos recursos, que dispõem para o
efeito, que são, em geral, limitados.
7. No que se relaciona com a aplicação do SCO nestes acidentes, o grupo
90
de intervenção em matérias perigosas deve funcionar como um grupo de
combate, quando o AMP é de Nível I ou, nalguns casos, de Nível II. Para
a maior parte dos AMP de Nível II e os de Nível III, o GIMAP pode vir
a funcionar como uma frente, dado que esta tanto pode ter um carácter
geográfico como um carácter funcional (fig. 44).

Fig. 44 O GIMAP pode funcionar como um grupo de combate ou como uma frente.
A divisão em níveis dos 7. 2.
acidentes com matérias perigosas
A fim de facilitar a compreensão relativa à inserção, na estrutura do SCO
atrás mencionada, do grupo de intervenção em matérias perigosas, indicam-
-se no quadro seguinte os diferentes níveis dos AMP.

QUADRO I
Níveis de acidentes com matérias perigosas

7.
91

A particularidade dos acidentes com matérias perigosas

As funções do chefe do grupo de 7. 3.


intervenção em matérias perigosas
O chefe do grupo de intervenção em matérias perigosas é responsável
pela gestão e coordenação de todas as actividades cometidas ao grupo,
nomeadamente a segurança, o controlo do local, a pesquisa de dados, o
acesso às áreas controladas e a descontaminação.
Deve possuir uma sólida formação no que respeita a conhecimentos
técnicos e aos aspectos estratégicos e tácticos referentes à actuação neste tipo
de acidente.
Com base nos objectivos gerais da operação estabelecidos pelo comandante
das operações de socorro, o chefe do GIMAP desenvolve as actividades
tácticas da sua especialidade correspondentes ao determinado no plano
estratégico de acção, assegurando a execução das seguintes tarefas:
• Estabelecimento e direcção das zonas de controlo;
• Identificação da presença e níveis de concentração de contaminantes;
• Implementação e desenvolvimento do plano de segurança no local do
acidente;
Manual de Comando Operacional

• Estabelecimento dos objectivos tácticos, de acordo com a formação do


seu pessoal e meios de que dispõe;
• Coordenação de todas as actividades com o comandante das operações
de socorro ou comandante de combate (se existir).

7.
92
7. 4. As actividades primárias do GIMAP
Ao grupo de intervenção em matérias perigosas estão cometidas as seguintes
actividades tácticas:

7.4.1. Segurança

Da responsabilidade conjunta do adjunto para a segurança, que depende


directamente do comandante das operações de socorro e do responsável de
segurança do GIMAP. Devem assegurar de que são respeitadas, durante
toda a operação, as práticas e os procedimentos de segurança adequados,
tendo autoridade para parar e corrigir qualquer acção que contrarie aqueles
princípios.
De acordo com o SCO, a responsabilidade do adjunto para a segurança
abrange todo o pessoal que participa no acidente, enquanto que, o elemento
do GIMAP responde pela segurança nas zonas de controlo 0 e 1.

7.4.2. Controlo do local

O GIMAP estabelece e superintende as zonas de controlo 0, 1 e 2


(fig. 45), bem assim como suas vias de acesso, assegurando a circunscrição dos
produtos contaminantes.

7.
93

A particularidade dos acidentes com matérias perigosas

Fig. 45 Exemplo da constituição das zonas de controlo.


7.4.3. Pesquisa de dados

Recolha, compilação, coordenação e fornecimento de dados e informa-


ções relativos ao acidente, aos produtos envolvidos e suas consequências, a fim
de serem utilizadas na avaliação do perigo e cálculo dos riscos, opções relativas
às medidas de protecção do público, selecção de equipamentos de protecção
individual e desenvolvimento do plano estratégico de acção.

7.4.4. Acesso

Controlo de todas as entradas de pessoal na zona de controlo 0,


nomeadamente para reconhecimento, colheita de amostras e supressão do
Manual de Comando Operacional

acidente.

7.4.5. Descontaminação

Pesquisa de contaminantes e desenvolvimento de um plano de


7. descontaminação destinado a todas as áreas expostas, incluindo pessoal que
94
acedeu ao local, vítimas contaminadas e equipamento envolvido na operação.

7. 5. As actividades secundárias do GIMAP


Para além do atrás mencionado, o GIMAP pode estar organizado de modo
a dar resposta às seguintes actividades:

7.5.1. Assistência médica

Assessoria técnica e avaliação das condições médicas do pessoal envolvido


na operação, antes e após a entrada e permanência na zona de controlo 0.
7.5.2. Recursos

Controlo de todo o equipamento e material utilizado pelo GIMAP


durante o decurso da operação, incluindo registo dos gastos efectuados com
materiais descartáveis. Esta actividade deve ser coordenada com a célula de
logística.
Apresenta-se na figura 46 o organograma resumo da organização.

7.
95

A particularidade dos acidentes com matérias perigosas


Fig. 46 As diferentes actividades do GIMAP.
96
8.
Manual de Comando Operacional
8.

A particularidade dos acidentes


comManual
elevado número de vítimas
de Comando Operacional

8. 1. O grupo de salvamento e
desencarceramento

8. 2. O grupo de triagem
8.
8. 3. O grupo de assistência
97
pré-hospitalar

A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas


8. 4. O grupo de evacuação secundária
98
8.
Manual de Comando Operacional
T al como nas outras situações, também nos acidentes com elevado número
de vítimas o chefe do primeiro veículo a chegar ao teatro de operações irá
ser confrontado com a necessidade de tomar decisões rápidas e concretas que
permitam a execução das tarefas prioritárias.
A sua função imediata é a de comandante das operações de socorro, pelo
que é essencial que desenvolva um plano estratégico de acção que tenha em
conta os aspectos relativos à emergência pré-hospitalar, providenciando:
• O reconhecimento do teatro de operações, de modo a estimar o número
e a gravidade das vítimas;
• A avaliação dos riscos, existentes e potenciais, quanto aos aspectos
ligados à segurança e às situações de perigo de vida imediato;
• O envio ao CCS (ou central de comunicações) da parte de reconheci-
mento, incluindo a requisição de meios adicionais;
• A preparação do TO para as funções especiais que envolvem a
emergência pré-hospitalar;
• Uma primeira avaliação das vítimas e prestação dos primeiros socorros.
8.
Todos os acidentes com elevado número de vítimas têm, habitualmente um 99
ponto em comum até à chegada de meios adicionais: o número de tarefas é
superior ao número de bombeiros disponíveis para as executar.
A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas
Perante esta situação, geralmente a tendência é socorrer as vítimas e deixar
desenrolar a operação, antes de proceder à organização do TO.
Esta situação configura um grave erro a evitar, que pode vir a resultar
em confusão e falha na coordenação da supressão da ocorrência. A imple-
mentação do SCO deve ter início logo após a chegada do primeiro veículo
ao teatro de operações.
Uma das primeiras medidas a tomar na implementação do SCO é,
precisamente o estabelecimento da ZCR, de modo a evitar-se o rápido
congestionamento do TO com veículos de socorro e assistência a doentes
ou outros, que, nestas ocasiões, se dirigem para o local mesmo sem serem
mobilizados.
Dado início ao plano estratégico de acção deve ser avaliada a necessidade
de se proceder a operações de desencarceramento. Porém, há acidentes para
os quais bastará a extracção das vítimas do local, o que permite que os restantes
meios possam ser empregues na triagem, no tratamento, na evacuação das
vítimas e em todas as outras actividades tendentes a suprimir a ocorrência.
A organização de um TO no seu estádio mais simples, poderá apresentar a
configuração descrita nos pontos seguintes.

8. 1. O grupo de salvamento e desencarceramento


Um dos primeiros objectivos tácticos nos acidentes com elevado número
Manual de Comando Operacional

de vítimas é o desencarceramento, utilizado quando as vítimas se encontram


encarceradas, de modo a possibilitar a sua remoção.
O grupo de salvamento e desencarceramento é responsável pela localiza-
ção, remoção e entrega das vítimas no posto de triagem. É responsável, ainda,
por todas as acções de socorrismo, eventualmente necessárias à estabilização
inicial da vítima antes da sua extracção do local onde se encontra.
Neste tipo de acidente a prioridade imediata é a avaliação do número
8.
de vítimas encarceradas e da complexidade da situação em que se encontram.
100
O comandante das operações de socorro deve nomear o chefe do grupo de
salvamento e desencarceramento que, para proceder ao reconhecimento
pode ser auxiliado pelos elementos sob a sua chefia.
O chefe do grupo de salvamento e desencarceramento (fig. 47), tem de
posicionar-se num local bem visível que, por um lado, seja de fácil acesso para
os meios que vão integrar o grupo, por outro, permita uma visão geral das
operações de desencarceramento.
Todos os meios adicionais para a prossecução da missão do grupo são
solicitados pelo respectivo chefe ao seu superior directo, a quem comunica,
também, os progressos alcançados pelo grupo. O superior directo do chefe de
grupo depende, obviamente do estado de desenvolvimento da organização
do TO, como referido em capítulos anteriores.
Fig. 47 O chefe do grupo de salvamento e desencarceramento.

O chefe do grupo de salvamento e desencarceramento é responsável por


todas as vítimas existentes na área de onde serão extraídas, até à sua entrega na
triagem para posterior assistência e evacuação.
8.
As vítimas aparentemente com lesões de menor gravidade e as que
101
consigam deslocar-se pelos seus próprios meios, devem, rapidamente ser
encaminhadas para a triagem, de modo a reduzir a confusão. Para esta tarefa
devem ser mobilizadas uma ou mais equipas dos veículos que constituem A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas

o grupo. As vítimas atrás referidas serão reavaliadas na triagem, de modo a


determinar se o seu estado é mais grave do que aparentam.
Quando as vítimas se encontram dispersas por uma área de grandes
dimensões, os veículos de intervenção devem ser distribuídos por zonas ou
por grupos de vítimas, a fim de facilitar a observação das suas necessidades
imediatas e a requisição de meios adicionais, se tal for o caso.
Para permitir com maior eficácia a sua transferência para a área de
assistência pré-hospitalar, as vítimas devem, obrigatoriamente transitar
pela triagem onde serão etiquetadas de acordo com as regras definidas pelo
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Em primeiro lugar devem ser transferidas para a triagem as vítimas
que, pela gravidade das lesões podem considerar-se em estado crítico, logo
seguidas das restantes. Porém, em algumas situações como aquelas em que se
mantém o risco para a segurança dos intervenientes, poderá ser necessário uma
movimentação rápida das vítimas para fora do local onde se encontram.
Em determinadas condições, a triagem poderá ser feita no local da
ocorrência, devendo, para tal, haver uma eficaz coordenação entre os dois
responsáveis dos grupos: salvamento e desencarceramento e triagem.
Quando, por razões de segurança ou outras, não pode ser feita no local atrás
referido, o posto ou área de triagem deve ser colocado no ponto de saída
do local da ocorrência. Por outro lado, se a área para actuação do grupo de
assistência pré-hospitalar puder ser montada junto ao local da ocorrência,
a triagem poderá funcionar no ponto de entrada da área de assistência pré-
-hospitalar.
Nos acidentes em que as vítimas estão distribuídas por várias zonas, com
Manual de Comando Operacional

diversos acessos e pontos de saída, deve ser escolhido para posto ou área de
triagem um local o mais central possível em relação às saídas.
Nalguns acidentes como, por exemplo, quando existem casos de
encarceramento complicado em espaços confinados, poderá ser necessário,
em primeiro lugar, remover as vítimas com lesões menores de modo a facilitar
o acesso às que se encontram em situação mais crítica, acabando aquelas por
dar entrada na triagem antes das restantes.
8.
Todas as vítimas que não se possam movimentar por si próprias devem ser
102
removidas através de macas adequadas à situação após imobilização cervical,
se necessário. Para o transporte das vítimas em maca devem ser utilizados
bombeiros de equipas adstritas ao grupo de salvamento e desencarcera-
mento (fig. 48).

Fig. 48 O grupo de salvamento e desencarceramento.


Trata-se de uma tarefa bastante intensa e exaustiva, pelo que o chefe
do grupo de salvamento e desencarceramento deve ter em atenção a sua
execução procedendo à rendição periódica das equipas, rodando-as para
trabalhos menos pesados ou para períodos de descanso e recuperação física.
Os técnicos especializados em suporte avançado de vida (SAV), normal-
mente não desenvolvem o seu trabalho na área das operações de salvamento e
desencarceramento, na medida em que são necessários na zona de assistência
pré-hospitalar. Contudo, podem existir situações nas quais aqueles
técnicos de saúde têm de prestar assistência às vítimas durante operações de
desencarceramento mais complexas. Neste caso, a sua actuação faz-se sob a
direcção de chefe do grupo de salvamento e desencarceramento.
O chefe do grupo de salvamento e desencarceramento deve ter atenção
à forma como os veículos intervenientes estacionam sem bloquear o acesso
ao local da ocorrência, nomeadamente os veículos técnicos de socorro e
assistência. Se for necessário o emprego de gruas ou equipamento similar, a
sua requisição deve ser feita pelo chefe do grupo de salvamento e desencar-
ceramento ao seu superior directo na estrutura da organização do TO.
Outra das responsabilidades do chefe do grupo de salvamento e
desencarceramento prende-se com a segurança no local da ocorrência.
Para garantir a segurança poderá utilizar, por exemplo, pessoal em linhas de
mangueiras ou em trabalhos de escoramento. Se houver incêndio torna-se
necessária uma estreita colaboração entre o chefe do grupo de salvamento 8.
e desencarceramento e o responsável pelo grupo de extinção. Em qualquer 103

dos casos, a segurança das vítimas e do pessoal interveniente constitui uma


preocupação prioritária. A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas
De uma forma resumida, as responsabilidades do chefe do grupo de
salvamento e desencarceramento são as seguintes:
• Determinar a localização, a quantidade e as condições em que se
apresentam as vítimas;
• Determinar, do ponto de vista da segurança, se a triagem pode ser levada
a cabo no local de actuação do grupo de salvamento e desencarcera-
mento;
• Garantir no local a segurança das vítimas e do pessoal interveniente;
• Estimar os meios e recursos necessários à extracção de vítimas encarce-
radas e à evacuação primária para a triagem;
• Solicitar os meios adicionais necessários;
• Colocar e dirigir os meios sob a sua chefia;
• Dirigir a extracção e a evacuação primária de vítimas;
• Informar periodicamente o seu superior directo sobre a progressão dos
trabalhos;
• Coordenar as actividades com os outros grupos envolvidos na operação;
• Informar o seu superior directo quando todas as vítimas tiverem sido
evacuadas para a triagem.
Manual de Comando Operacional

8. 2. O grupo de triagem
Classificar eficaz e rapidamente as vítimas de acordo com a gravidade das
lesões apresentadas, requer um enorme esforço, grande empenhamento e
soluções adequadas a cada teatro de operações.
Quando se estabelecem procedimentos operacionais com vista à avaliação
8.
do estado e posterior tratamento das vítimas, procura-se evitar que a confusão
104
e a desordem se instale, permitindo rapidez e eficácia no socorro.
O grupo de triagem (fig. 49) tem por missão assegurar a avaliação e
classificação das vítimas quanto ao tipo e gravidade das lesões apresentadas,
com o objectivo de definir prioridades no respectivo tratamento.

Fig. 49 O grupo de triagem.


Nos acidentes com elevado número de vítimas, o grupo de triagem deve
ser composto por médicos e pessoal especializado em emergência pré-
-hospitalar (fig. 50), nomeadamente elementos do INEM habilitados ao
desempenho da função, quer no que respeita às decisões apropriadas, quer no
que concerne à direcção dos trabalhos.

Fig. 50 Uma equipa de triagem.


8.
105

Como atrás foi referido, nos acidentes de maiores proporções, a triagem


inicial pode ter lugar no local onde se desenrolam os trabalhos de salvamento A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas

e desencarceramento, desde que a segurança dos intervenientes seja garantida.


Neste caso, torna-se necessária uma eficaz coordenação entre os responsáveis
dos dois grupos.
Por outro lado, se por razões de segurança ou outras, não for possível estabelecer
o posto de triagem no local acima referido, deve optar-se por um ponto o mais
próximo possível da entrada na área de assistência pré-hospitalar, situação
que deve ser coordenada com a chefia deste terceiro grupo.
A posição do chefe do grupo de triagem deve ser tão visível quanto possível,
de modo a coordenar os trabalhos, verificar as transferências para as áreas de
assistência pré-hospitalar e de recolha temporária de cadáveres.
As responsabilidades do chefe do grupo de triagem podem resumir-se da
seguinte forma:
• Determinar, em estreita colaboração com os outros chefes de grupo, se o
posto de triagem deve funcionar na área onde se desenrolam os trabalhos
de salvamento e desencarceramento ou à entrada da área de assistência
pré-hospitalar;
• Dirigir as equipas de triagem, socorristas e outros recursos accionados
para o grupo;
• Assegurar que a triagem das vítimas é baseada na gravidade das
lesões apresentadas, que são prestados cuidados imediatos às que dele
necessitarem e que são convenientemente registadas e classificadas;
• Estimar os meios e recursos necessários à triagem;
Manual de Comando Operacional

• Solicitar os meios adicionais necessários;


• Informar periodicamente o seu superior directo sobre a progressão dos
trabalhos;
• Garantir a segurança do pessoal;
• Estabelecer a área de recolha temporária de cadáveres;
8. • Coordenar as actividades com os outros grupos envolvidos na operação;
106
• Informar o seu superior directo quando todas as vítimas tiverem sido
evacuadas para as áreas de assistência pré-hospitalar ou de recolha
temporária de cadáveres.

8. 3. O grupo de assistência pré-hospitalar


Num acidente com elevado número de vítimas, o estabelecimento de uma
área específica destinada à assistência pré-hospitalar está dependente dos
meios e recursos disponíveis (fig. 51).
Fig. 51 Instalações montadas no TO para assistência pré-hospitalar.

O grupo de assistência pré-hospitalar tem como função a estabilização das


vítimas e a prestação de cuidados de emergência de forma continuada, até
8.
ao seu transporte para uma unidade hospitalar.
107
Se no TO existirem veículos de socorro e assistência a doentes e
pessoal especializado em número suficiente para a quantidade de vítimas, a
assistência pré-hospitalar poderá desenrolar-se junto ou no interior de cada um A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas

dos veículos. Quando tal não acontece deve ser estabelecida uma área própria
para o efeito, onde as vítimas são assistidas até à sua evacuação.
De todos os diferentes grupos envolvidos num acidente deste tipo, a
assistência pré-hospitalar configura o que requer, normalmente maior número
de elementos, quer para as funções especializadas, quer para as de apoio.
A área destinada à assistência pré-hospitalar, a escolher pelo chefe do grupo,
deve ser segura, com boa acessibilidade no que diz respeito à entrada das
vítimas e à sua saída para efeitos de evacuação secundária, com dimensão
apropriada para receber as vítimas e permitir a mobilidade dos técnicos de
saúde e outros socorristas.
É importante que o local seja escolhido e preparado antes da chegada
da primeira vítima vinda do posto de triagem. Nos acidentes de menores
proporções a assistência poderá ter lugar no próprio local de salvamento e
desencarceramento. Quando tal não acontece, o chefe do grupo de assistência
pré-hospitalar deve dar conhecimento ao seu superior directo do local que
seleccionou e do momento em que a área ficar pronta a receber as vítimas.
O local escolhido deve ser facilmente identificável com a entrada bem visível,
marcada através de cones de sinalização ou similares, e ser do conhecimento
de todos os intervenientes nas operações de socorro.
O chefe do grupo de assistência pré-hospitalar deve destacar pessoal
destinado a receber e encaminhar as vítimas para as diferentes localizações
dentro da área, de acordo com a sua classificação, isto é, urgência absoluta,
urgência relativa e não urgentes.
A colocação das primeiras vítimas deve fazer-se o mais perto possível da
saída para a evacuação secundária e, sucessivamente na direcção da entrada,
Manual de Comando Operacional

evitando que os socorristas tenham que passar por cima ou contornar as


vítimas já entregues. Por outro lado, as vítimas devem ser colocadas de forma
ordenada, deixando um espaço entre elas que permita mobilidade aos técnicos
de saúde e outros socorristas.
Nos acidentes mais complexos poderá acontecer que algumas vítimas
sejam encaminhadas para a área de assistência pré-hospitalar sem terem
passado primeiramente pelo posto de triagem. Quando tal acontece, a triagem
8.
e a etiquetagem deve ser feita à entrada daquela área, pelo que será necessário
108
colocar, neste local, uma equipa destinada à avaliação e classificação.
Em geral, serão necessárias manobras de SAV para as vítimas com a
classificação de urgência absoluta. Nas classificadas como urgência relativa,
a maior parte das manobras a efectuar deverão estar ao nível do SBV, embora
possam existir algumas que requeiram SAV. As não urgentes, feridos ligeiros
que apresentam pequenas escoriações, poderão ser atendidas por qualquer
socorrista minimamente qualificado.
Os elementos destacados para o grupo de assistência pré-hospitalar
devem garantir uma avaliação contínua que detecte qualquer alteração do
estado das vítimas conducente à sua, eventual, reclassificação quanto ao
tratamento adequado ou prioridade na evacuação secundária.
Tal como na triagem, o grupo de assistência pré-hospitalar deve ser
composto por pessoal médico e especializado em emergência pré-hospitalar,
nomeadamente elementos do INEM habilitados ao desempenho da função,
quer no que respeita às decisões apropriadas, quer no que concerne à direcção
dos trabalhos. No entanto, na maior parte das situações o grupo pode ser
reforçado por equipas de bombeiros, que passam a actuar sob a orientação
do chefe do grupo. Esta situação é válida, ainda, para qualquer organização
integrada no grupo de assistência pré-hospitalar, nomeadamente a Cruz
Vermelha Portuguesa e/ou outras instituições privadas.
Tal como anteriormente referido, o grupo de assistência pré-hospitalar (fig.
52) tem como função a estabilização definitiva das vítimas a nível do suporte
básico de vida (SBV) e do suporte avançado de vida (SAV) e a prestação
de cuidados médicos de forma continuada, até à sua evacuação para uma
unidade hospitalar, determinando neste caso as prioridades no transporte, em
coordenação com o chefe do grupo de evacuação secundária.

8.
109
Fig. 52 O grupo de assistência pré-hospitalar.

A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas

As responsabilidades do chefe do grupo de assistência pré-hospitalar


podem resumir-se da seguinte forma:
• Localizar uma área com dimensão e condições adequadas aos propósitos
da assistência pré-hospitalar e informar o seu superior directo do local
escolhido;
• Estimar os meios e recursos necessários à assistência pré-hospitalar;
• Estabelecer os diferentes espaços dentro da área destinados às vítimas
classificadas com urgência absoluta, urgência relativa e não urgentes;
• Solicitar e coordenar todos os meios e recursos necessários à prestação
dos cuidados médicos adequados ao estado das vítimas, garantindo a sua
segurança, bem como a dos técnicos de saúde e outros socorristas;
• Dirigir as equipas de técnicos de saúde, socorristas, apoio e outros
recursos accionados para o grupo;
• Assegurar que a todas as vítimas entradas na área de assistência pré-
hospitalar, foi ou vai ser feita triagem;
• Garantir a avaliação contínua das vítimas, de modo a determinar a
evolução do seu estado de saúde;
• Determinar a prioridade na evacuação secundária das vítimas;
• Informar periodicamente o seu superior directo sobre a progressão dos
trabalhos;
Manual de Comando Operacional

• Coordenar as actividades com os outros grupos envolvidos na operação;


• Informar o seu superior directo quando todas as vítimas tiverem sido
entregues ao grupo de evacuação secundária.

8.
110

8. 4. O grupo de evacuação secundária


O grupo de evacuação secundária é responsável pela identificação de
todas as necessidades no que diz respeito ao transporte e entrega das vítimas
nas unidades hospitalares.
O chefe do grupo de evacuação secundária, função que deve ser
desempenhada por pessoal especializado em emergência médica,
nomeadamente adstrito ao INEM, localiza o ponto a partir do qual pretende
dirigir as actividades de transporte das vítimas, calcula as necessidades no
que respeita a veículos de socorro e assistência a doentes e solicita-os ao seu
superior directo. Todos os veículos accionados para o grupo de evacuação
secundária ficam sob as ordens do respectivo chefe do grupo.
A orientação da evacuação das vítimas deve ser concertada entre o
responsável do centro de orientação de doentes urgentes (CODU), no caso
do teatro de operações se situar em área abrangida por um centro deste tipo,
e o posto de comando operacional dos bombeiros (PCOB), tendo em conta
o tipo e gravidade das lesões envolvidas, as vagas existentes e as valências
das unidades hospitalares.
Os chefes dos grupos de assistência pré-hospitalar e de evacuação
secundária devem trabalhar em estreita coordenação. Quando uma vítima
está preparada para a transferência, o primeiro informa o segundo. Este, por
sua vez, determina que a equipa do veículo de socorro e assistência a doentes
seleccionado para o transporte, proceda à recolha da vítima, directamente na
área de assistência pré-hospitalar.
O chefe do grupo de evacuação secundária deve dirigir o pessoal sob as
suas ordens a partir de uma posição tão visível quanto possível. Quando o
número de vítimas é bastante elevado, poderá ser necessário destacar pessoal
para apoiar o chefe do grupo na direcção dos trabalhos de evacuação.
Nos acidentes mais complexos ou nos que têm lugar em locais geograficamente
mais difíceis, pode haver vantagem no accionamento de uma zona de concen-
tração e reserva (ZCR) especial para veículos de socorro e assistência a doentes
(fig. 53). Por outro lado, o transporte terrestre das vítimas pode fazer-se em
direcção a uma helipista improvisada, para que a evacuação seja feita por via aérea.
8.
111

A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas

Fig. 53 Zona de concentração e reserva só para veículos de socorro e assistência a doentes.


Em todo o caso, os veículos de socorro e assistência a doentes devem
aguardar instruções numa zona de concentração e reserva, preferencialmente
na ZCR comum a todos os meios envolvidos no acidente, dirigindo-se
individualmente ou em grupos de dois, para junto da área de assistência pré-
-hospitalar, a fim de recolherem as vítimas preparadas para a evacuação.
As responsabilidades do chefe do grupo de evacuação secundária podem
resumir-se da seguinte forma:
• Determinar as necessidades no que diz respeito à evacuação secundária
de todas as vítimas;
• Solicitar e obter todos os meios e recursos necessários ao transporte;
• Se conveniente, identificar a zona de concentração e reserva especial-
mente destinada aos veículos de socorro e assistência a doentes e o local
da helipista improvisada, se necessário;
Manual de Comando Operacional

• Coordenar a evacuação secundária das vítimas com o chefe do grupo de


assistência pré-hospitalar;
• Controlar a recolha e movimentação das vítimas entre a área de
assistência pré-hospitalar e o embarque nos veículos de socorro e
assistência a doentes;
• Manter o registo das vítimas e unidades hospitalares de destino;
8.
112 • Coordenar as actividades com os outros grupos envolvidos na
operação;
• Informar o seu superior directo quando todas as vítimas tiverem sido
evacuadas.

Nas figuras 54 e 55 ilustram-se a organização e disposição dos diferentes


grupos num acidente com elevado número de vítimas.
Fig. 54 Organização dos grupos num acidente com elevado número de vítimas.

8.
113

A particularidade dos acidentes com elevado número de vítimas

Fig. 55 Exemplo da disposição dos diferentes grupos num acidente com


elevado número de vítimas.
9.
114
Manual de Comando Operacional
9.

Considerações finais
Manual de Comando Operacional

9.
115
Considerações finais
9.
116
Manual de Comando Operacional
O rganizar um teatro de operações nem sempre é uma tarefa fácil. Por ser um
trabalho de equipa, será tanto mais difícil quanto menor for o conhecimento
dos elementos de comando e graduados em relação ao sistema de comando
operacional.

Isto significa que, mesmo com um comandante das operações de socorro


tecnicamente qualificado, quer do ponto de vista estratégico-táctico, quer no
que respeita ao SCO, a supressão do acidente não será totalmente eficaz se
todos os outros actores, cada um a seu nível, não estiver identificado com as
regras essenciais da organização do teatro de operações.

Recordemos, apenas, as mais elementares:

• Unidade de comando – pior do que não existir comandante das


operações de socorro é existirem, simultaneamente vários comandantes
das operações de socorro...

• Comandante das operações de socorro, única função com carácter


obrigatório – todas as demais só serão estabelecidas quando forem
essenciais...
9.
• Manutenção da capacidade de controlo – de cada um dos responsáveis
em relação aos seus subordinados... 117
Considerações finais

Conhecer o sistema de comando operacional é uma obrigação de todos.


Por tudo e, ainda, porque a organização está directamente relacionada com a
segurança dos bombeiros em operação.

Só há um caminho a seguir: ESTUDAR, TREINAR e PRATICAR.


118
Manual de Comando Operacional
Anexo
Manual de Comando Operacional

Documentação operacional, exemplo para um


incêndio florestal de pequenas proporções
(Adaptado do modelo 58/SNB-NEP/ISB nº4/85)

119
Anexo
120
Manual de Comando Operacional
121
Anexo
122
Manual de Comando Operacional
123
Anexo
124
Manual de Comando Operacional
Bibliografia
Manual de Comando Operacional

Glossário

Índice remissivo

Índice geral

125
126
Manual de Comando Operacional
Bibliografia
Manual de Comando Operacional

Brunacini, Alan V. (1985) – “Fire Command”, NFPA, USA, 259 p.


Diário da República (2001) – “Portaria nº 449/2001, de 5 de Maio – Sistema de
Socorro e Luta Contra Incêndios”, 11 p.
Fire Protection Publications (1983) – “Incident Command System”, Oklahoma
State University, USA, 220 p.
N ational F ire S ervice (1993) – “Model Procedures Guide for Structural
Firefighting”, FPP, Oklahoma State University, USA, 44 p.
N ational F ire S ervice (1996) – “Model Procedures Guide for High-Rise
Firefighting”, FPP, Oklahoma State University, USA, 44 p.
National Fire Service (1996) – “Model Procedures Guide for Emergency Medical
Incidents”, FPP, Oklahoma State University, USA, 72 p.
Noll, G.G., Hildebrand, M.S., Yvorra, J.G. (1995) – “Hazardous Materials,
Managing the Incident”, 2ª edição, FPP, Oklahoma State University, USA,
542 p.
Pinto, T.M.C. (1998) – “Actuação em Situações de Excepção”, INEM, Lisboa, 13 p.
Serviço Nacional de Bombeiros (2001) – “NOP 1401/2001 - Sistema de 127
Comando Operacional”, 24 p.
Bibliografia
128
Manual de Comando Operacional
Glossário
Manual de Comando Operacional

A
Adjunto para a ligação – Elemento de comando que trabalha directamente com
o COS, responsável pelo desenvolvimento dos contactos com os
representantes de outras entidades
Adjunto para a segurança – Elemento de comando que trabalha directamente
com o COS, responsável pela avaliação dos perigos e situações de
risco, que toma as medidas necessárias à segurança individual dos
bombeiros empenhados na operação
Adjunto para as relações públicas – Elemento de comando que trabalha directamente
com o COS, responsável pelos contactos com a comunicação
social
Agrupamento de meios – Conjunto organizado de veículos ou grupos de combate
Área geográfica – Espaço de actuação de meios no TO

C
Capacidade de controlo directo – Número de elementos que um graduado pode
dirigir directamente, para que se obtenha uma supervisão eficaz
Célula de combate – Parte da estrutura do PCOB responsável pela gestão de todas
129
as actividades tácticas
Célula de logística – Parte da estrutura do PCOB responsável pelo apoio à
Glossário

organização do TO, que providencia e gere todas as necessidades


respeitantes a abastecimentos e equipamentos
Célula de planeamento – Parte da estrutura do PCOB responsável pela recolha,
avaliação, processamento e difusão das informações necessárias à
tomada de decisões
Circunscrever – Impedir ou limitar a propagação do incêndio para além da área já
afectada
Coluna seca – Conjunto de equipamentos hidráulicos de uma rede privativa
de serviço de incêndios, de um edifício ou instalação industrial,
que não está em carga pelo que se destina a ser abastecida pelos
veículos dos bombeiros em caso de incêndio
Comandante das operações de socorro – Responsável dos bombeiros por uma
operação de socorro e assistência
Conjuntural – De aplicação temporária. Apenas se adopta quando ocorrem acidentes
Contaminante – Substância indesejável, sólida ou gasosa, contida no ar
Cota – Diferença em altitude entre qualquer ponto e aquele que se toma
para referência

D
Descontaminação – Processo físico ou químico que visa reduzir e prevenir a extensão
da contaminação veiculada através de pessoas ou equipamentos
utilizados nos acidentes com matérias perigosas
Difusão – Acto ou efeito de difundir; divulgação
Divisão – Nível da organização responsável pelas operações numa
determinada área geográfica
Manual de Comando Operacional

Documentação operacional – Registos, esquemas e outros documentos utilizados


na gestão da operação
Dominar – Fazer ceder o incêndio perante a acção desenvolvida pelos meios
de ataque

E
Edifício de grande altura – Aquele em que a diferença entre a cota do último piso
130 coberto susceptível de ocupação e a cota da via de acesso ao edifício
no local onde seja possível aos bombeiros lançar, eficazmente, para
todo o edifício as operações de salvamento de pessoas e combate
a incêndios, seja superior a 28 metros
Estação directora de rede – Posto coordenador do funcionamento dos restantes
postos da mesma rede de comunicações, quando a exploração é
do tipo rede dirigida
Estratégia – Definição de objectivos com vista a alcançar um determinado fim
Estrutura – Disposição ou organização das diferentes partes de um todo
Etiquetagem das vítimas – Colocação de cartões com o registo de dados relativos à
vítima, nomeadamente a classificação e a prioridade de tratamento
Evacuação secundária – Transferência das vítimas do teatro de operações para
unidades hospitalares
Expansão – Alargamento; desenvolvimento

F
Factor crítico de sucesso – Ponto de equilíbrio das condicionantes para a
concretização de um objectivo
Focos secundários – Que eclodiram fora do perímetro do incêndio principal
«Fogo de arder» – Gíria que caracteriza um incêndio no estádio de desenvolvi-
mento avançado
Frente – Nível da organização que se situa numa posição intermédia entre
as divisões e a célula de combate
Funcional – Que diz respeito a uma função específica

G
Gestão – Direcção; coordenação; administração
Grupo de combate – Agrupamento de meios responsável pela execução de funções
específicas de carácter funcional, integrando até cinco veículos

I
Implementar – Aplicar; colocar em prática; dar cumprimento ao estabelecido
Incêndios nascentes – Que eclodiram há pouco tempo em outros locais, fora do
teatro de operações 131

M
Glossário

Matéria perigosa – Substância ou material sob qualquer forma ou quantidade,


capaz de colocar em risco a propriedade, o ambiente e a segurança
e saúde de pessoas
Método defensivo – Estratégia empregue nos incêndios urbanos e industriais,
caracterizada por o ataque se desenrolar a partir do exterior, pela
impossibilidade de entrada e permanência no interior do edifício
Método ofensivo – Estratégia empregue nos incêndios urbanos e industriais,
caracterizada por o ataque se desenrolar no interior do edifício, a
partir do lado que não está a arder
Modular – O que é susceptível de ser acrescentado ao esquema anterior

N
Não urgentes – Classificação das vítimas que apresentam, apenas, pequenas
escoriações ou que, não necessitando de qualquer tratamento,
sofram de alterações psicológicas
Nível intermédio – Situado entre duas ou mais partes

O
Objectivos tácticos – Operações necessárias para alcançar os objectivos específicos
determinados pela estratégia
Ocorrência – Relativo a todo e qualquer tipo de acidente

P
Planeamento – Previsão; antecipação
Manual de Comando Operacional

Plano estratégico de acção – Base do desenvolvimento da organização no TO, que


define as responsabilidades estratégicas, os objectivos tácticos
e as actividades de apoio necessárias à supressão do acidente,
determinando onde e quando são colocados os meios de acção
Ponto de situação – Informação referente a um dado momento sobre os efeitos
das actividades de supressão do acidente e do estado dos meios e
recursos envolvidos
132 Posto de comando operacional dos bombeiros – Órgão director das operações de conjun-
tura, destinado a apoiar o comandante das operações de socorro
Preceder – Anteceder; anterior a; imediatamente antes de
Proactivo – Que actua antes dos acontecimentos
Proporções – Dimensões; tamanho; gravidade
R
Reactivo – Que reage após os acontecimentos
Reconhecimento – Avaliação dos problemas e das condições concretas que serve
de base ao plano de acção, com vista ao desenvolvimento das
operações de socorro
Rede de incêndio armada – Rede privativa de serviço de incêndios de um edifício
ou instalação industrial que contém bocas de incêndio armadas,
isto é, equipadas com mangueiras, agulhetas e demais acessórios
para actuação imediata

S
Sistema de alarme e alerta – Instalação que permite, em caso de emergência, emitir
alarmes, alertar os bombeiros e accionar os dispositivos previstos
para intervir em caso de incêndio
Sistema de comando operacional – Forma de organização que se aplica, exclusiva-
mente para fins operacionais e que é desactivada quando termina
a ocorrência que lhe deu origem
Suporte avançado de vida – Nível da emergência médica que utiliza os procedi-
mentos do SBV, técnicas invasivas e administração de fármacos
Suporte básico de vida – Nível da emergência médica que procede à avaliação
inicial, manutenção da via aérea, ventilação com ar expirado e
compressão do tórax da vítima, sem o recurso a qualquer tipo de
equipamento que não seja de protecção individual
Supressão – Acção concreta e objectiva destinada a extinguir, solucionar ou
impedir a continuação de qualquer acidente

T
Táctica – Organização dos meios de acção com o fim de concretizar os
objectivos definidos pela estratégia 133

Teatro de operações – Área onde se desenvolvem as operações de socorro


Glossário

Técnicos especialistas – Elementos com formação técnica adequada que podem ser
mobilizados para o TO, nomeadamente nas áreas de estruturas,
química, ambiente, comportamento do fogo e meteorologia
Trasfega – Passagem de um recipiente para outro
Triagem – Avaliação e classificação das vítimas quanto ao tipo e gravidade
das lesões apresentadas, com o objectivo de definir prioridades no
respectivo tratamento

U
Urgência absoluta – Classificação das vítimas que necessitam de cuidados
imediatos
Urgência relativa – Classificação das vítimas que, embora necessitem de tratamento
urgente, podem aguardar até que seja efectuada a terapêutica
adequada

Z
– Área do TO destinada a localizar temporaria-
Zona de concentração e reserva
mente os meios e recursos disponíveis
Zona de controlo– Designação das áreas respeitantes a acidentes com matérias
perigosas baseada nos índices de segurança e no grau de risco
Zona de controlo 0– Área imediatamente circundante do local do acidente com
matérias perigosas, com um raio suficiente que previna os efeitos
adversos da substância libertada em relação ao pessoal que se
encontra fora do seu perímetro
Zona de controlo 1– Área circundante da zona de controlo 0, onde o pessoal e
Manual de Comando Operacional

equipamento é descontaminado e se desenrolam actividades de


apoio à intervenção directa no acidente, incluindo o controlo dos
acessos
– Área circundante da zona de controlo 1, onde se instalam o
Zona de controlo 2
PCOB e outras funções de apoio à supressão do acidente

134
Índice remissivo
Manual de Comando Operacional

A
Adjunto para a ligação .................................................................................. 64
Adjunto para a segurança .................................................................. 64, 92, 93
Adjunto para as relações públicas .................................................................. 63
Agrupamento de meios ........................................................................... 43, 45
C
Capacidade de controlo directo ......................................................... 13, 48, 61
Célula de combate ...................................................................... 56, 59, 61, 70
Célula de logística ................................................................. 60, 74, 77, 79, 95
Célula de planeamento ................................................................................. 58
Chefe do grupo de combate .............................................................. 12, 16, 49
Circunscrever ................................................................................................ 18
Coluna seca ............................................................................................ 69, 78
Comandante da logística ....................................................... 60, 74, 75, 77, 79
Comandante da zona de concentração e reserva ...................................... 74, 75
Comandante das operações aéreas ................................................................. 65
Comandante das operações de socorro ........... 11-16, 19, 29-39, 44, 45, 48-50,
55-58, 61-64, 70, 72-75, 77, 79, 82, 83, 92, 99, 100, 117
Comandante de célula .................................................................................. 16 135
Comandante de divisão ............................................. 12, 16, 43, 45, 48-51, 62
Comandante de frente ...................................................................... 12, 16, 62
Índice remissivo

Comandante do planeamento ....................................................................... 58


Comando inicial das operações ..................................................................... 31
Contaminante ......................................................................................... 92-94
Coordenador aéreo ....................................................................................... 65
D
Descontaminação ................................................................................... 91, 94
Divisão ............................................................................ 16, 45, 48-51, 62, 91
Documentação operacional ........................................................................... 55
E
Edifício de grande altura ............................................................................... 69
Estação directora de rede ............................................................................... 60
Estratégia .................................................................. 17, 18, 30, 35, 36, 49, 59
Estrutura da organização .................................. 13, 14, 16, 35, 38, 39, 61, 103
Etiquetagem das vítimas .............................................................................. 108
Evacuação secundária ........................................................................... 107-112
F
Fases de comando ......................................................................................... 25
Frente ................................................................................... 16, 55, 61, 62, 90
G
Grupo de combate ............................................................................ 43, 49, 90
Grupo de triagem ................................................................................ 104-106
L
Logística ............................................................................... 16, 55, 79, 82, 95
Manual de Comando Operacional

M
Matéria perigosa ...................................................................................... 89-92
N
Não urgentes ...................................................................................... 108, 109
O
Objectivos estratégicos ............................................................................ 17, 18
Objectivos tácticos ............................................ 18, 31, 38, 48, 50, 57, 92, 100
136
Ocorrência 11, 12-15, 31, 33-36, 39, 55, 56, 59, 61, 63, 89, 99, 100, 102, 103
Operações aéreas .......................................................................................... 65
P
Planeamento ................................................................... 16, 23, 24, 29, 55, 61
Plano estratégico de acção ......... 17, 18, 29, 31, 38, 59, 61, 65, 75, 92, 99, 100
Ponto de situação ......................................................................................... 38
Posto de comando operacional dos bombeiros .......................... 24, 30, 55, 111
Procedimentos operacionais ...................................................... 29, 37, 89, 104
R
Reconhecimento ............................. 23, 30, 31, 33-36, 82, 84, 85, 94, 99, 100
Rede de incêndio armada .............................................................................. 78
S
Sistema de alarme e alerta ............................................................................. 69
Sistema de comando operacional ....................... 11-14, 17, 18, 29, 30, 69, 117
Suporte avançado de vida .................................................................... 103, 109
Suporte básico de vida ................................................................................ 109
Supressão do acidente ......................................................... 29, 33, 56, 94, 117
T
Táctica ............................ 11, 18, 29, 30, 36, 48, 56, 57, 59, 62, 70, 74, 82, 92
Teatro de operações ..11-18, 31, 44, 45, 48, 55, 56, 59-65, 69, 99, 104, 111, 117
Técnicos especialistas .................................................................................... 64
Trasfega ........................................................................................................ 89
Triagem ............................................................................... 100-106, 108, 110
U
Unidade de comando .................................................................................... 11
Urgência absoluta ............................................................................... 108, 109
Urgência relativa ................................................................................. 108, 109
Z
Zona de concentração e reserva ................... 13, 72, 74-76, 78, 79, 81, 82, 112
Zona de controlo .......................................................................................... 94

137
Índice remissivo
138
Manual de Comando Operacional
Índice geral
Manual de Comando Operacional

Prefácio 3

Sumário 5

Siglas 7

1. O sistema de comando operacional (SCO) 9


1.1. Os princípios fundamentais do SCO ............................................... 11
1.1.1. Unidade de comando ............................................................ 11
1.1.2. Obrigatoriedade da função .................................................... 12
1.1.3. Manutenção da capacidade de controlo ................................. 13
1.2. A aplicação do SCO ........................................................................ 13
1.3. A estrutura da organização .............................................................. 14
1.4. As funções na estrutura da organização ........................................... 16
1.5. Os níveis de actuação ...................................................................... 17

2. Conceitos gerais sobre as fases de comando 21


139
2.1. O planeamento ............................................................................... 23
Índice geral

2.2. A organização ................................................................................. 23


2.3. A direcção ....................................................................................... 24
2.4. O controlo ...................................................................................... 24
2.5. O ciclo dinâmico ............................................................................ 24
2.6. A correlação entre as fases de comando e as fases de combate .......... 25
3. A função de comandante das operações de socorro 27
3.1. O comando inicial das operações .................................................... 31
3.1.1. Quando há dificuldade na avaliação da situação .................... 34
3.1.2. Quando é necessário agir imediatamente ............................... 34
3.1.3. Quando a situação aconselha a montagem imediata do PCOB . 35
3.2. A passagem imediata do comando das operações de socorro ............ 36
3.3. A transferência do comando das operações de socorro ..................... 37

4. A estrutura do sistema de comando operacional 41


4.1. O grupo de combate ....................................................................... 43
4.2. A divisão ......................................................................................... 45
4.2.1. Estabelecimento das divisões .................................................. 48
4.2.2. Atribuições do comandante de divisão ................................... 50

5. O desenvolvimento da organização 53
5.1. As células do PCOB ........................................................................ 55
Manual de Comando Operacional

5.1.1. Célula de combate ................................................................. 56


5.1.2. Célula de planeamento .......................................................... 58
5.1.3. Célula de logística .................................................................. 60
5.2. As frentes ........................................................................................ 61
5.3. Os adjuntos do comandante das operações de socorro ..................... 63
5.3.1. Adjunto para as relações públicas ........................................... 63
5.3.2. Adjunto para a segurança ....................................................... 64
140 5.3.3. Adjunto para a ligação ........................................................... 64
5.4. As operações aéreas .......................................................................... 65
5.5.1. Comandante de operações aéreas ........................................... 65
5.5.2. Coordenador aéreo ................................................................ 65


6. A particularidade dos incêndios em edifícios de 67
grande altura
6.1. Os factores tempo e distância ......................................................... 70
6.2. O grupo de apoio logístico .............................................................. 70
6.3. A zona de concentração e reserva .................................................... 74
6.4. O grupo de controlo da entrada principal ....................................... 76
6.5. O grupo de apoio à caixa de escada ................................................. 79
6.6. O material de ordenança (1º alarme) ............................................... 82
6.7. A responsabilidade do chefe do primeiro veículo ............................. 83
6.7.1. Reconhecimento inicial ......................................................... 84
6.7.2. Parte de reconhecimento ....................................................... 85

7. A particularidade dos acidentes com matérias 87


perigosas
7.1. As operações de controlo de acidentes com matérias perigosas ......... 89
7.2. A divisão em níveis dos acidentes com matérias perigosas ................ 91
7.3. As funções do chefe do grupo de intervenção em matérias perigosas .. 91
7.4. As actividades primárias do GIMAP ............................................... 92
7.4.1. Segurança .............................................................................. 92
7.4.2. Controlo do local .................................................................. 93
7.4.3. Pesquisa de dados .................................................................. 94
7.4.4. Acesso ................................................................................... 94
7.4.5. Descontaminação .................................................................. 94
7.5. As actividades secundárias do GIMAP ............................................ 94
7.5.1. Assistência médica ................................................................. 94
7.5.2. Recursos ................................................................................ 95
141

Índice geral

8. A particularidade dos acidentes com elevado 97


número de vítimas
8.1. O grupo de salvamento e desencarceramento .................................. 100
8.2. O grupo de triagem ........................................................................ 104
8.3. O grupo de assistência pré-hospitalar ............................................. 106
8.4. O grupo de evacuação secundária ................................................... 110

9. Considerações finais 115


Anexo 119

Bibliografia 127

Glossário 129

Índice remissivo 135


Manual de Comando Operacional

142
Anotações

143
144
Manual de Comando Operacional

Anotações

Você também pode gostar