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Chico Bento: "Coisa Séria"

TEXTO DE:
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2016/06/chico-
bento-hq-coisa-seria.html

Compartilho uma história de quando o Chico Bento e Rosinha


resolveram se casar escondido na igreja. Com 6 páginas no total,
foi história de abertura publicada em 'Chico Bento Nº 85' (Ed. Globo,
1990).

Capa de 'Chico Bento Nº 85' (Ed. Globo, 1990)

Nela, Rosinha sonha que está se casando com o Chico na igreja


com muitos convidados, quando o Chico a acorda, perguntando por
que ela estava com cara de boba. Rosinha diz que é porque estava
pensando no casamento deles. Chico fala que eles ainda são muito
crianças, mas que um dia vão se casar sim.
Eles ficam de mãos dadas continuando a namorar e o pai da
Rosinha aparece reclamando por que eles estão de mãos dadas.
Rosinha tenta explicar, mas o pai a leva para casa porque não quer
ver a filha namorando. Chico Bento fica brabo, mas logo tem uma
ideia e corre para a casa da Rosinha, que estava triste na janela.

Rosinha fica feliz em ver o Chico e ele diz que estava pensando.
Rosinha interrompe dizendo que ele é maluco, mas logo completa
que é por causa do pai pegá-lo lá. Chico diz que é para eles se
casarem e o pai não precisa saber. Com isso, eles vão a igreja falar
com o Padre Lino.
Eles falam que querem se casar. O Padre Lino dá uma gargalhada
e pergunta para quando vai ser. Eles falam que é para agora
porque eles fugiram e vão se casar escondidos. Padre Lino
pergunta aonde estão as testemunhas e Chico diz que vão arrumar.
Logo depois, eles voltam com Zé Lelé e Ritinha, que serão os
padrinhos. 

Padre Lino fica sem graça e diz que vai começar o casório, mas
lembra que o casal não fez cursinho. Chico fala que ainda estão no
primário e Padre Lino responde que é um cursinho  de casamento
com outros casais para saber se conhecem um ao outro. Ele
pergunta se a Rosinha sabe que o Chico ronca, já que a mãe dele
havia falado, e diz ainda que não pode sair para roubar goiaba e
deixa a esposa em casa, não pode gastar todo dinheiro em doces,
que tem que ter uma casa, sustentar os filhos.
Chico Bento e Rosinha ficam assustados com o que o padre falou e
Rosinha dá desculpa que esqueceu de fazer o dever de casa da
escola e o Chico que tem que ajudar o pai na roça e vão embora,
levando Zé Lelé e Ritinha. Padre Lino pergunta pelo casamento e
eles falam que fica para outra vez. Quando vão embora, Padre Lino
comenta que as crianças não sabem o que é casamento, mas dá
uma olhada na janela, vendo tantos casais na rua discutindo até na
frente do filho, se separando e até galo e galinha brigando, ele fica
se perguntando se são só as crianças que não sabem o que é
casamento.
História muito bacana, mostrando a inocência das crianças em
relação ao casamento, que pensam que é só ir na igreja e receber
bênção do padre. E, através do Padre Lino, mostra que não é só
isso, mas claro, explicando sob a ótica das crianças para que
possam entender. E ainda terminou com uma lição de moral e
reflexão que muitos adultos não sabem também o valor de um
casamento. Coloquei completa na postagem.
Eu gostava de histórias do Chico aprontando com o Padre Lino.
Curiosamente, ele foi só chamado de "seu vigário" em vez de ser
chamado pelo nome, mas na época, ele já era chamado de Padre
Lino. As vezes tinham histórias com o pai da Rosinha implicando
com o namoro da filha com o Chico, rendendo boas histórias
assim. Essa história marcou a volta da Ritinha aos gibis, mesmo
que como uma participação. Ela estreou em alguma história dos
anos 70, como mostrou o álbum de figurinhas de 1979 e ficou
sumida até voltar nessa. A partir de 1991, na história "Intrigas da
oposição", de 'Chico Bento Nº 104', ela começou a fazer
participações mais significativas, não sendo só uma participação
como amiga deles.
Os traços muito bons também, com contornos bem grossos como
eu gosto. Na época era muito comum ter histórias começando com
uma cena de um fato que ia acontecer nela e um narrador se
perguntando como aconteceu isso e que só lendo a história para
saber como aconteceu. Por exemplo, em "Não sou cachorro, não",
de 'Magali Nº 38', de 1990, aparece o Mingau transformado em um
cachorro no primeiro quadrinho, e pra saber como foi que ele virou
cachorro, só lendo a história. Normalmente, essa cena em destaque
de primeiro quadrinho poderia ser a capa do gibi, caso fosse com
alusão à história de abertura.

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