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Técnicas de Açúcar e

Álcool
Professor: Klauber Macedo
Resumo da aula anterior
 Descarregamento da Cana
Após passar pela balança, os veículos carregados vão para os pontos de descarga da
usina, dependendo do tipo de caminhão, da cana (inteira ou picada), situação das filas e
quantidade de cana a ser descarregada.
 Tombador Lateral – Hilo
O descarregamento é feito através de hilos que são guinchos encaixados na caçamba
dos caminhões. Vimos as suas características sendo a Sua capacidade de tombamento
podendo chegar a 60 toneladas.
ESTOQUE DA CANA SOBRE RODAS
Vimos que Nesse sistema, é realizado um dimensionamento dos caminhões do
pátio,otimizando dessa forma a utilização dos veículos canavieiros.
Vimos a mesa alimentadora que é um equipamento que tem a função de receber a cana
dos caminhões.
Vimos outros equipamentos como o ELETROIMA que Protege os componentes do
processo de extração contra materiais ferrosos estranhos, que por ventura venham
junto com o carregamento ou desprendidos dos equipamentos.
AULA 7 - CAPÍTULO 9

 Objetivo do capítulo:
Conhecer /estudar o coração da usina, moagem.
Veremos como funciona o processo de extração do
caldo através da moenda e do difusor, suas
principais características e diferenças.
 Abordagens:

Moagem:
Embebição
Eficiência das moendas
Extração do caldo por difusão
Moagem: Moenda X Difusor
 A extração do caldo de cana consiste no processo físico de
separação da fibra (bagaço) do caldo propriamente dito, sendo
executado fundamentalmente pela escolha de um dos processos
vigentes: MOAGEM OU DIFUSÃO.
 Extração do caldo por moendas –PROCEDIMENTOS
 A cana desfibrada é conduzida pela esteira de borracha até as
unidades de moagem.
 A esteira é de borracha porque possui um eletroímã para
eliminação de partes metálicas, para não danificar os rolos
esmagadores
 O número de ternos utilizados no processo de moagem varia de
quatro a seis, e cada um deles é formado por três cilindros
principais, denominados cilindro de entrada, cilindro superior e
cilindro de saída
 Normalmente, as moendas contam com um quarto rolo,
denominado rolo de pressão, que melhora a eficiência de
alimentação. A carga que atua na camada de bagaço é
transmitida por um sistema hidráulico que atua no rolo
superior.
A cana desfibrada chega à primeira moenda, onde recebe a
primeira compressão entre o cilindro anterior e superior e uma
segunda compressão entre o cilindro posterior e o superior.
Tem-se, pois, um caldo conhecido como primário.
O bagaço final sai com umidade em torno de 50% e segue para
as caldeiras onde se produz vapor, que será consumido em
todo o processamento e no acionamento das próprias moendas.
TERNOS DE MOENDA
VIDEO –MOAGEM DA CANA DE AÇUCAR
Embebição
 Durante a passagem do bagaço de uma moenda para outra,
realiza-se a embebição, que nada mais é do que a adição de
água ou caldo diluído, com a finalidade de se aumentar a
extração de sacarose.
 A mais utilizada é a embebição composta, no qual se aplica água
ao bagaço no último terno, o caldo extraído no último terno é
aplicado no penúltimo terno, e assim sucessivamente até o
segundo terno.
 No primeiro terno é extraído o caldo contido na cana. Por isso
chamamos o caldo do primeiro terno de Caldo Rico ou Primário e
o caldo do segundo terno de Caldo Pobre ou Secundário.
(observar imagem)
Eficiência das moendas
 A eficiência de um terno de moenda pode ser medida por dois
parâmetros: capacidade e eficiência de extração.
 Entende-se por capacidade de um terno de moagem a quantidade
de cana moída por unidade de tempo.
 Já o termo eficiência de extração refere-se à quantidade de
sacarose extraída da cana pelas moendas.
Alguns fatores que afetam a capacidade de moagem são:
 • Preparo da cana;
 • Eficiência de alimentação da moenda;
 • Tamanho e tipo dos cilindros da moenda;
 • Regulagem da bagaceira.
 Índices de eficiência da moagem:
Para cada 1% de matéria-prima estranha que entra na usina, se perde 1,5
kg de açúcar por tonelada de cana moída.
 Para cada 1 Tonelada de cana moída rende em média:
 - 250Kg de Bagaço
 - 550 Kg de Vapor
 - 118 Kg de Açúcar
 - 85 Lts de Álcool
O índice de rupturas de células define o resultado do preparo de cana.
Até 90% é aceitável.
A extração no primeiro terno deve ser de 50 á 70%.
A umidade do bagaço deve ser de 48 a 50%.
A pol do bagaço na saída do último terno deve ser o mais baixo possível,
sem afetar outros parâmetros da fábrica. A pol do bagaço até 1,5 é
aceitável.
A extração do caldo deve ser a maior possível.
A média de extração para uma
moenda é de 96% e para um difusor é
98%.
Extração do Caldo por Difusão
 A difusão consiste na condução da cana em aparelhos conhecidos
como difusores, a fim de que a sacarose adsorvida ao material
fibroso seja diluída e removida por lixiviação ou lavagem num
processo de contracorrente.
 Visando reduzir a quantidade de água necessária, é feita uma
operação de retorno do caldo diluído extraído.
 Assim, ao final da operação, quando o bagaço se apresenta
exaurido ao máximo, faz-se a lavagem com água fresca. O líquido
obtido dessa lavagem, contendo alguma sacarose que se conseguiu
extrair do bagaço, é usado na lavagem anterior por ser um pouco
mais rico e, assim sucessivamente. Esse retorno pode ser efetuado
de cinco a vinte vezes, dependendo do grau de esgotamento
desejado.
 Com a utilização de difusores obtém-se EFICIÊNCIA de
extração da ordem de 98%, contra os 96% conseguidos com
a extração por moendas. Os tipos de difusores utilizados
são:
 •difusores oblíquos (DDS);
 •difusores horizontais;
 •difusores circulares.
 No Brasil é usado o difusor horizontal
DIFUSOR+ EXTRAÇÃO DE CALDO
Vantagens do difusor comparado a moenda
 Maior extração de sacarose
 Economia de energia
 Menores custos de investimento
 Reduzidos custos de instalação:
 Reduzidos custos de manutenção:
 Reduzidos custos operacionais
 Aumento da flexibilidade de operação:
 Confiabilidade elevada:
 Operação mais limpa e segura
 Maior continuidade nos resultados operacionais
 Menor risco de infecções
A desvantagem do uso de difusores é que estes
carregam mais impurezas com o bagaço para as
caldeiras, exigindo maior limpeza das mesmas
devido à pior qualidade do bagaço.
EXERCÍCIOS

 1 – De onde é extraído o caldo primário?


 2 – Qual a finalidade da embebição?
 3 – A eficiência da moenda é medida por quais parâmetros?
 4 – Quais os principais fatores que afetam a capacidade de uma
moenda?
 5 – Quanto rende de BAGAÇO, VAPOR, AÇUCAR e ALCOOL para cada
1 tonelada de cana moída?
 6 – Qual é a eficiência de Extração de uma moenda e de um difusor?
 7 – Qual o Difusor mais utilizado no Brasil?
 8 – Qual a principal desvantagem do difusor quanto a moenda?
FIM
Técnicas de Açúcar e
Álcool
Professor: Klauber Macedo
Resumo da aula anterior
 Vimoscomo é feito o processo da Extração do caldo por Mondas
que segue as etapas de embebição que é a adição de agua ao
caldo diluído para aumentar a extração de sacarose .
 Extraçãodo caldo Primário, que retirado do 1º terno onde será
enviado para à transformação do açúcar .
 Vimos a Extração do Caldo por Difusão, onde possui maior
eficiência de extração na ordem de 98% contra os 96%
conseguidos com a extração por Moendas
AULA 7

 Objetivo do capítulo:
 Após a extração, o caldo deve ser tratado para retirar o máximo de
impurezas possíveis antes de ir para produção do açúcar ou álcool. O
objetivo deste capítulo é explicar e detalhar este processo.
Abordagens:
 Objetivo do tratamento: Filtragem
Lodo
 Peneiramento Decantação
 Sulfitação Aquecimento
 Caleação
Sulfitação
 Aquecimento
 Decantação Peneiramento

 Filtragem do logo
Tratamento do caldo
 Objetivo do tratamento
O tratamento do caldo tem os seguintes objetivos:
 • Eliminação de impurezas grosseiras (BAGACILHO, AREIA), que
aumentam o desgaste dos equipamentos e as incrustações, além de
diminuírem a capacidade de produção e dificultarem a recuperação do
fermento;
 • Máxima eliminação de partículas coloidais, que são responsáveis
pela maior formação de espuma e também por dificultarem a
recuperação do fermento;
 • Preservação de nutrientes, vitaminas, açúcares, fosfatos, sais
minerais e aminoácidos livres, necessários ao metabolismo das
leveduras;
 [VER VIDEO]
• Minimização de contaminantes microbianos, os quais
competem com as leveduras pelo substrato(é o que resta após
uma transformação; resíduo, resto),E podem produzir metabólitos
tóxicos a estas, diminuindo a eficiência e a viabilidade do
fermento.
 Após o caldo ser extraído nas moendas ou difusores, ele
faz o seguinte percurso de tratamento:

Filtragem
Peneiramento Sulfitação Aquecimento Decantação
Lodo

NO TRATAMENTO DO CALDO,PASSA POR 2 TRATAMENTOS:


TRATAMENTO PRIMÁRIO E TRATAMENTO QUÍMICO
TRATAMENTO DO CALDO
Dados importantes sobre o vídeo

 No vídeo ,mostra o processo de Sulfitação , que tem


como OBEJTIVO inibir as reações que causam formação
de cor, formação de coloides ,solúveis e diminuem a
viscosidade do caldo. Adiciona a calagem o Ph do caldo .
 Após o processo acima o próximo passo é o do
AQUECIMENTO à 105ºC,tendo como principal finalidade
acelerar e facilitar a coagulação , aumentando a
eficiência da decantação.
 Depoisde aquecido , o caldo é purificado, chamado de
decantação ou clarificação.
Peneiramento
 Visa a redução das partículas leves (bagacilho) e pesadas (areia, terra
etc). Os equipamentos utilizados são peneiras e hidrociclones, os quais
conseguem eficiência de 70 a 85%, dependendo do teor de sólidos na
alimentação, condições de operação, abertura de telas etc.
 As principais vantagens de sua utilização são, sobretudo, a redução de
entupimento e de desgastes em outros equipamentos, válvulas e bombas

IMPORTANTE Sulfitação
 Tem como objetivos principais, inibir reações que causam
alterações de cor indesejável no açúcar;
 Diminuir a viscosidade do caldo e, conseqüentemente do
xarope, massas cozidas e méis, facilitando as operações de
evaporação e cozimento
A Sulfitação pode ser feita à frio ou à quente, antes ou
depois do tratamento com cal.
O gás dióxido de enxofre (SO2) é obtido pela combustão do
enxofre em fornos.
A sulfitação tem ação fluidificante sobre o caldo,
pois a redução do pH decorrente de seu uso
proporciona a precipitação de certos coloides,
diminuindo a sua viscosidade.
 Isso por sua vez acelera a decantação, diminui:
 O Tempo de cozimento,
 Proporciona uma concentração mais rápida do
caldo nos evaporadores e melhora
a cristalização para produção de açúcar.
Caleação
 O TRATAMENTO DE CALDO COM LEITE DE CAL não somente provoca a
floculação e FAVORECE A DECANTAÇÃO DAS IMPUREZAS, mas
também protege os equipamentos contra a corrosão.
 Em relação ao pH a ser alcançado, quanto mais se aproxima de sete,
maior é a remoção de nutrientes do caldo e o excesso de cal pode
afetar o crescimento da levedura em cultura.
 O pH do caldo decantado é ideal quando atinge a faixa entre 5,6 e
5,8, pois não provoca remoção significativa de nutrientes e diminui a
ação corrosiva do caldo sobre os equipamentos, além de favorecer a
redução do número de microrganismos contaminantes.
 A dosagem da calagem é automaticamente controlada pelo
monitoramento do pH do caldo calado.
Tanques de Cal
Aquecimento
 O aquecimento consiste em elevar a temperatura do caldo entre 103 e 105º C
(Celsius).
 O aquecimento em si pouco reduz a contaminação microbiana devido ao baixo
tempo de residência à elevada temperatura.
 Para aquecer o caldo, utiliza-se normalmente aquecedores verticais,
horizontais, tubulares.
 Após o aquecimento o caldo é levado para a próxima etapa, a decantação.
 O caldo é aquecido por diversas razões:
 Recomenda-se:
 Pré aquecimento: -> 70 a 75°C
 Aquecimento final: -> 105°C, podendo chegar a 112°C p/
circuito álcool.
Equipamentos de Transferência de Calor
 Os equipamentos utilizados no processo de aquecimento do caldo
são os “trocadores de calor”, e os mais utilizados neste processo são
os aquecidos a vapor. TROCADOR DE CALOR, constituído por feixe
tubular, no qual passa o caldo, localizado no interior de um
cilindro por onde circula vapor de água saturado.
 Trocador de Calor Tubular Horizontal:
Trocador de Calor Tubular Vertical:
Trocador de Calor a placas:
 Depois de Sulfitado, caleado e aquecido, o caldo é
enviado aos decantadores.
Decantação
 Visandoa separação (por meio da gravidade) de impurezas com
mínima remoção de nutrientes, a decantação é conduzida em
menor intensidade na clarificação do caldo para destilaria do
que para produção de açúcar. Em relação a produção de Álcool
e Açúcar, o tempo de decantação é diminuído, Ou seja :
 Produção de Álcool = caldo permanece 3 horas no
decantador
 Produção de Açúcar = caldo permanece 5 horas no
decantador.
 A manutenção de níveis altos de lodo no decantador é prejudicial
pôr permitir o desenvolvimento de microorganismo. Os
microorganismos produzem gases que prejudicam a decantação,
impedindo a sedimentação das partículas em suspensão .
 Os decantadores devem possuir tomadas de amostras no
compartimento do fundo que permitem a verificação do nível de
lodo e devem ser checadas periodicamente.
 Devemos lembrar também que a retirada do lodo deve ser contínua.
Há casos em que o operador mantém o lodo dentro do decantador ,
fazendo a retirada de tempos em tempos.
 Este procedimento é duplamente prejudicial . Quando o lodo é
mantido dentro do decantador passam a existir condições para
desenvolvimento de microorganismo; no momento em que o
operador faz a retirada do lodo são criadas correntes que também
prejudicam a decantação.
 Em alguns casos o motivo apresentado para a retenção de lodo no
interior do decantador é que o lodo está muito “ fino “ ( pouco
concentrado ) .
AINDA SOBRE A DECANTAÇÃO
 Geralmente os fatores para a presença de lodo muito
diluído são encontrados no tratamento do caldo, e
devemos verificar :
 - pH ;
 - Temperatura;
 - Remoção de gases;
 - Aplicação de fosfato e So2;
 - Aplicação de floculantes.
DECANTADOR
 O caldo aquecido entra no tanque flash, que irá eliminar o ar
contido no caldo, e
 depois desse processo é levado para os decantadores, no caso
da figura anteiro(abaixo), existem 4 bandejas, que é onde os
flocos formados durante o repouso serão acumulados.
 Esses flocos acumulados, ou simplesmente, lodo é retirado das
bandejas atraves de raspadores, e o lodo raspado é separado do
caldo e levado a um recipiente separado, chamado de caixa de
lodo e depois é encaminhado para filtragem. E o caldo é levado
um pitrp recipiente, e passa a se chamar caldo claro.
Filtragem do Lodo = VIRA TORTA DE FILTRO
 O material sedimentado nos decantadores (lodo) é enviado para a filtragem,
para ser feita a recuperação da sacarose presente no lodo.
 Antes de ser enviado aos filtros, o lodo retirado do decantador recebe a
adição de bagacilho formando uma mistura porosa (torta) que facilita a
filtrabilidade.
 Os tipos de filtros mais utilizados são o ROTATIVO e o FILTRO PRENSA.
 O caldo obtido na filtração é enviado para outro decantador para ser
purificado e utilizado junto com o caldo decantado.
 O material retido no filtro recebe o nome de torta e é enviado à lavoura
para ser utilizado como adubo.
 É importantíssimo controlar a perda de açúcar na torta, devendo ficar o
menor resíduo possível de sacarose no filtro Rotativo.
FILTRO ROTATIVO
FIM
 1 – Qual objetivo do peneiramento?
Visa redução das partículas leves (bagacilho) e pesadas (areia, terra).
 2 – Quais os principais objetivos da sulfitação?
Inibir reações que causam alterações de cor indesejável no açúcar; diminuir a viscosidade do caldo e ,
consequentemente do xarope, massas cozidas e méis, facilitando as operações de evaporação e
cozimento. 
3 – Qual a função da caleação?
Provocar a floculação e favorece a decantação das impurezas, e proteger os equipamentos contra
corrosão.
 4 – Quais os equipamentos são utilizados no aquecimento?
Trocadores de calor.
 5 – Qual o objetivo da decantação?
Separar, por meio da gravidade, as impurezas com mínima remoção de nutrientes.
 6 – Qual o objetivo da filtragem do lodo?
Recuperar a sacarose presente no lodo.

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