CENTRO DE TECNOLOGIA - CT
Curso de Engenharia Química
DEQ1011 – Operações Unitárias com Transferência de Calor e Massa I
Profº Dr. Flávio Dias Mayer
Debora Calgarotto
Luise Soares Ribeiro
Renata König Borchardt
Thalísia Silva
Tabela 1: Variáveis do
processo………………………………………………………….10
Tabela 2: Valores dos coeficientes
globais……………………………………………...16
Tabela 3: Elevação do ponto de ebulição em cada
efeito……………………………..18
Tabela 4: Variação da temperatura e a temperatura de operação para cada
efeito..19
Tabela 5: Entalpia de vapor superaquecido da água pura e da solução ……………19
Tabela 6: Entalpia de
Vaporização…………………………………………………….…20
Tabela 7: Entalpia das correntes líquidas h……………………………………….…….20
Tabela 8: Vazões das correntes do
processo…………………………………………...22
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LISTA DE FIGURAS
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
OBJETIVOS 4
ETAPAS DE PRODUÇÃO 5
PREPARAÇÃO DO CALDO 6
Recepção da matéria prima 6
Extração da sacarose ou moagem 6
Tratamento do caldo 6
Evaporação 6
Evaporadores tipo Robert 7
CRISTALIZAÇÃO 8
CENTRIFUGAÇÃO 9
ARMAZENAMENTO 9
RESULTADOS 9
DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE EVAPORAÇÃO 11
Área da troca térmica 11
Consumo de vapor 11
Economia 12
Capacidade 12
CONCLUSÃO 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
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1. INTRODUÇÃO
De acordo com a UNICA (2018), o Brasil foi responsável por produzir 38.734
milhões de toneladas de açúcar a partir da cana, na safra e 2016/2017, sendo o
principal mercado do setor sucroalcooleiro. Apesar do crescente desenvolvimento
no setor, ainda é visível a carência de conhecimento tecnológico especializado nas
usina produtoras de álcool e açúcar, o que evidencia a necessidade de mais
estudos e pesquisas para o desenvolvimento como a aplicação mais adequada de
novos estudos de engenharia e novas tecnologias disponíveis, do ponto de vista
técnico e científico, tornando o processo industrial mais eficiente e capacitando o
setor a enfrentar um mercado cada vez mais competitivo e globalizado (JESUS,
2004).
As principais etapas do processo de produção de açúcar são a evaporação
do caldo e a cristalização do açúcar, sendo o estágio de evaporação com grande
influência no balanço energético das usinas, pois ao mesmo tempo que necessita
de grande quantidade de vapor das caldeiras também gera muito vapor vegetal de
baixa pressão, utilizado por outros equipamentos da usina.
O estudo de evaporadores de triplo efeito é fundamental para avaliar o efeito
de variáveis de temperatura, pressão e principalmente para o dimensionamento
adequado durante a operação de evaporadores na indústria. Além de apresentar
melhor desempenho durante a produção, é desejável atribuir vantagens de
economia e eficiência energética através do aproveitamento de vapor gerado para
ser usado como vapor de aquecimento nos trocadores de calor subsequentes e
também na alimentação de outros equipamentos.
Para o estudo deste trabalho consideramos o uso de evaporador do tipo
Robert, de triplo efeito, com alimentação direta e, baseado em valores de produção
de açúcar da Usina Santa Adélia-Jaboticabal/SP.
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2. OBJETIVOS
3. ETAPAS DE PRODUÇÃO
5
Fonte: As autoras.
6
3.1.4. Evaporação
O processo de evaporação constitui o primeiro estágio de concentração do
caldo tratado. O caldo contém cerca de 85% de água (solvente), que é então,
evaporada até que se atinja a concentração desejada ou necessária de sólidos para
que possa seguir na etapa de cristalização. O evaporador recebe calor através de
trocadores de calor capazes de levar a solução de caldo à ebulição, e através de um
dispositivo, ocorre a separação da fase vapor. Assim, o produto resultante da
evaporação, ou xarope, é direcionado para a próxima etapa de produção ou para o
próximo efeito, no caso de evaporadores de múltiplos efeitos.
A etapa de evaporação do caldo deste trabalho foi dimensionada
considerando um sistema de evaporadores de triplo efeito, do tipo Robert, com
corrente de alimentação direta.
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Figura 2. Evaporador tipo Robert.
3.2. CRISTALIZAÇÃO
O xarope que foi produzido na evaporação passa por uma etapa de
cozimento onde atinge certo grau de supersaturação, neste caso, pode ser utilizado
um evaporador de simples efeito para que seja concentrado sob vácuo.
8
De acordo com Machado (2012) a separação da sacarose das impurezas
associadas nas soluções sacarinas é o objetivo fundamental na fabricação de
açúcar. Este objetivo é alcançado através da cristalização da sacarose, que é
subsequente à separação dos cristais por meio de força centrífuga, pois outras
impurezas já foram eliminadas na fase de clarificação.
A massa cozida é uma mistura de cristais e licor-mãe que é descarregado
nos tanques de cristalização e é mantida sob refrigeração e agitação lenta. Dessa
forma o processo visa o aumento do tamanho de cristais formados e a exaustão
máxima da sacarose presente, obtendo-se um progressivo decréscimo da
solubilidade da sacarose. A velocidade de resfriamento nos cristalizadores influencia
de forma direta o tempo necessário para que o processo ocorra, porém depende de
fatores, como por exemplo, potência e formato de equipamentos, sistema de
agitação e propriedades da massa cozida.
3.3. CENTRIFUGAÇÃO
Na etapa de centrifugação ocorre a separação do licor mãe dos cristais de
açúcar através da força centrífuga realizada a partir do eixo do equipamento. Dessa
forma os cristais de sacarose são retidos no interior da tela enquanto o licor-mãe
drena pelos orifícios da tela.
3.4. SECAGEM
Os cristais de sacarose são introduzidos no secador que possui sistemas de
circulação de ar aquecido, com temperatura controlada, até que sua umidade seja
reduzida a níveis entre 0,1 - 0,2%. A velocidade do ar de aquecimento também deve
ser controlada para que não haja eventuais arrastes de cristais finos de açúcar.
3.5. ARMAZENAMENTO
O armazenamento pode ser realizado em embalagens impermeáveis, em
sacas de 50 a 1.500 kg, a granel, ou em embalagens menores para o consumidor
final. Devem armazenados e transportados de maneira segura, em local seco,
limpo e arejado.
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4. RESULTADOS
Fonte: As autoras.
10
Corrente de alimentação F 325800 Kg/h
11
4.1.2. Consumo de vapor
O valor calculado foi de 73208,1 kg/h. Observando-se a grande vazão de
entrada da corrente F, espera-se grande consumo de vapor para atingir a
concentração desejada no processo. Este valor elevado evidencia a necessidade da
utilização de evaporadores de múltiplos efeitos, uma vez que a utilização de
evaporadores de um único efeito mostra-se inviável economicamente. Neste caso, a
utilização de evaporador de múltiplos efeitos é crucial pois eles permitem o
reaproveitamento energético do processo ao invés de utilizar uma nova fonte
energética.
4.1.3. Economia
A economia relaciona a capacidade do evaporador de gerar vapor que pode
ser reutilizado como aquecimento nos efeitos dois e três, com o consumo de vapor
Vs. A economia obtida para o processo utilizado foi de 3,6.
4.1.4. Capacidade
A capacidade de vapor está relacionada com os vapores que são gerados em
cada efeito e que serão utilizados como vapor de aquecimento no efeito seguinte,
gerando um melhor aproveitamento de energia, aumentado a economia do
processo. O valor encontrado para a capacidade dos evaporadores foi de
265652,31 kg/h.
5. CONCLUSÃO
12
A partir do método de cálculo utilizado, observa-se que não obteve-se
valores das correntes de vapor iguais, como proposto. No entanto, a partir dos
cálculos tem-se que o sistema pode atinge a concentração de sólidos encontrada na
corrente L3 foi de xsL2 =0,64, ou seja, a concentração desejada foi alcançada e,
assim a solução concentrada obtida pode gerar uma grande eficiência no
cristalizador na obtenção de cristais.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ASADI, M.; Beet-Sugar Handbook, Wiley-interscience, A John Wiley & Sons,
Inc., Publication, USA, 2007.
2. HUGOT, E.; Manual da Engenharia Açucareira, Volume II, Editora Mestre
Jou, São Paulo, 1969.
3. JESUS, C. D. F., Validação da simulação evaporação e cristalização da
produção de açúcar e cristalização da produção de açúcar com dados
obtidos em plantas industriais, 2004, São Carlos - São Paulo.
4. LEHNBERGER, A.; BRAHIM, F.; MALIIKARJUM, S. S. Falling-film
evaporator plant for cane sugar factory presentation of the concept and
operating results, International Sugar Journal, 2014;
5. MACHADO, S. S.; Tecnologia da fabricação do açúcar. Inhumas: IFG;
Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012.
6. MATHLOUTHI, M.; REISER, P. Sucrose - Properties and Applications.
Ed. Blackie Academic & Professional, an imprint of Champman & Hall, UK,
1995, pg 208;
7. MAYER, F.; D. Material Didático. UFSM, 1º semestre 2018;
8. THE SUGAR ENGINEERS
<http://www.sugartech.co.za/evaporator/ohtc.php> Acessado dia 15/06/2018,
às 18:52;
9. UNICA, Produção de açúcar no Brasil na safra de 2016/2017.
http://www.unicadata.com.br/historico-de-producao-e-moagem.php?idMn=31
&tipoHistorico=2. Acesso em 18 de junho de 2018, às 11:59.
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7. ANEXO A - MEMORIAL DE CÁLCULO
Para a realização dos cálculos dos evaporadores foram consideradas as
seguintes hipóteses:
Assumiu-se que as vazões V1, V2 e V3 são iguais, para fins de cálculo:
14
O balanço global fica:
F = 3 * V3 + L3 (3)
(4)
A corrente V3 é zero, porque nesta corrente não há sólido, existe apenas
vapor d’ água. Substituindo os valores da Tabela 1 na equação e obtém a vazão da
corrente L3:
F =V1+L1 (8)
15
A partir dessa equação, obteve-se o valor da fração mássica de sólidos na
corrente de saída do primeiro efeito xsL1 =0,16.
L1 =V2+L2 (10)
L2 =V3+L3 (12)
16
Efeito U (W/m2K)
2º Efeito 2200
3º Efeito 1700
Fonte: SUGAR ENGINEERS (2018).
17
Fonte: MAYER, 2018.
18
2º Efeito 18º 1,3*
3º Efeito 65º 2
*Valores obtidos em HUGOT (1969, p.6240).
U1 U2 U3
ΔT 1 = T s − (T L1 + EP E 1 ) (16)
ΔT 2 = T V 1 − (T V 2 + EP E 2 ) (17)
ΔT 3 = T V 2 − (T V 3 + EP E 3 ) (18)
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Tabela 4: Variação da temperatura e a temperatura de operação para cada efeito.
Efeito ΔT (°C) T op (°C)
1° 17,49 101,71
2° 19,87 80,58
3° 25,71 52,84
Fonte: As autoras.
λS = H S − hc (20)
20
1º Efeito ( λs ) 2202,59
2º Efeito ( λ1 ) 2252,47
3º Efeito ( λ2 ) 2307,30
Fonte: As autoras.
h = C p * ΔT (21)
21
Substituindo os valores de entalpia de vapor superaquecido H V 1 , na Tabela
5, e os valores de entalpia de vaporização λs da Tabela 6, assim como, os valores
das correntes obtidos no balanço de massa anteriormente. Portanto a equação 23
vai ficar igual a:
Pelo balanço de energia obteve-se três equações 24, 27 e 29. Sendo três
equações para três variáveis (L1, L2, Vs). Portanto é possível resolver esse sistema
linear, sendo assim os valores calculados estão presentes na Tabela 8:
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L1 185014,24
L2 129550,89
Vs 73208,1
V1 140785,76
V2 55463,35
V3 69403,2
Fonte: As autoras.
O calor trocado para o primeiro efeito foi obtido pela equação 30:
q 1 = λS S (30)
O valor de q1 encontrado foi transformado para kW, sendo encontrado o valor
de 44790,95 kW, esse valor foi substituindo na equação 32 abaixo, para determinar
a área do primeiro efeito:
q = U * A * ΔT (32)
A = 979, 57 m2
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Substituindo os valores de λ1 da Tabela 6, e a vazão da corrente V 1 na
equação 30, obtém um calor q1 de:
q 2 = 88087, 7 kW (34)
q = U * A * ΔT (32)
A = 1894, 93 m2
O calor trocado pelo terceiro efeito, pode ser calculado pela equação 33.
q 3 = λ2 .V 2 (33)
q = U * A * ΔT (32)
A = 756, 79 m2
(33)
Substituindo os valores das áreas na equação 33 obtemos:
Am= 1210,43 m2.
(34)
24
ΔT 1′ = 14,15 m²
ΔT 2′ = 111,98 m²
ΔT 3′ = 72,125 m²
(35)
Economia: 3,6.
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