Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA
PHD 2552
TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS
IMDUSTRIAIS
BAGAÇO MELAÇO
CALDO
GERAÇÃO DE
VAPOR e
ELETRICIDADE
ÁLCOOL
PROCESSO
ÁLCOOL
VINHAÇA
3.1 - A sulfitação consiste na absorção de SO2 pelo caldo, que reduz seu pH para
valores entre 4,0 e 4,4. Esse processo visa: inibir reações que poderiam dar cor ao caldo;
causar a coagulação dos sólidos solúveis; formar um precipitado de CaSO3; reduzir a
viscosidade do caldo, facilitando operações de evaporação e cristalização.
3.2 - Adiciona-se cal hidratada (Ca(OH)2) ao caldo para aumentar seu pH entre
6,8 e 7,2, e esse tratamento: elimina colorantes no caldo; neutraliza ácidos orgânicos;
forma sulfato e fosfato de cálcio que, ao sedimentar, carreiam impurezas presentes no
líquido. Consome-se de 500 a 100 g/TC.
3.3 – Aquece-se o cálcio até 105ºC para acelerar a coagulação e floculação dos
colóides de proteína não açucarados e para emulsificar as gorduras, resinas e ceras, além
de remover os gases. A sedimentação é processada em um clarificador (tanque
cilíndrico vertical) no qual o caldo é deixado para decantação. Polímeros (cerca de
2g/tonelada de cana) aceleram a velocidade de decantação.
3.4 – O caldo decantado é enviado para evaporação, para que seja concentrado.
As impurezas sedimentadas formam o lodo, removido do clarificador, que é enviado
para filtragem, recuperando o açúcar presente em sua composição. O tempo de
residência no clarificador varia de 45 minutos a 4 horas e a quantidade de lodo
removida do caldo varia de 15 a 20 % do peso do caldo que entra no clarificador. Após
atingir concentração adequada, o caldo passa a se denominar xarope.
Figura 3 – Ensacamento
4 – Produção de etanol
Obtido pela fermentação do caldo de cana-de-açúcar ou da mistura de
melaço e caldo de cana, o álcool contempla tratamento para purificação do caldo, antes
do processo fermentativo.
4.1 – O caldo passa pela pasteurização: aquecimento e resfriamento
rápidos (o tratamento mais completo emprega adição de cal, aquecimento e decantação).
Livre de areia, bagacilho e outras impurezas, esse caldo esterilizado encontra-se pronto
para ser mandado à destilaria.
4.2 – Prepara-se o mosto, mistura de melaço e caldo. O processo de
fermentação mais utilizado é o Melle-Boinot, no qual recupera-se a levedura por meio
da centrifugação do “vinho”. A levedura recuperada é diluída na água e adiciona-se
ácido sulfúrico até que o pH chegue a 2,5 ou menor, para evitar infecção bacteriana.
4.3 – As reações de fermentação ocorrem em tanques onde o mosto e a
levedura acidificada são misturados em proporção 2 para 1. A sacarose é transformada
em álcool seguindo a reação:
C12H22O11 + H2O C6H12O6 + C6H12O6
C6H12O6 2CH3CH2OH + 2CO2 + 98,2Kj
TRH = V / Q
onde:
TRH =Tempo de retenção hidráulica, em dias
V = Volume do reator, m3
Q = Vazão hidráulica, m3/dia
Evidentemente, quanto menor o tempo de retenção hidráulica necessário pelo
sistema para tratar o efluente, mais interessante, pois isto significa a necessidade de
menores volumes de equipamento. Biodigestores convencionais levam de 15 a 30 dias
para desenvolver o processo, enquanto que em sistemas de alta performance o TRH
pode chegar em apenas algumas horas.
A carga orgânica e a remoção de matéria orgânica são, em conjunto, os
parâmetros mais dequados para se avaliar o desempenho de um sistema. A quantidade
de matéria orgânica de um substrato é normalmente quantificada pelo valor de sua
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ou sua demanda química de oxigênio (DQO),
que determinam o oxigênio necessário para a degradação biológica e química,
respectivamente, da matéria orgânica presente no substrato. Para efeito de legislação, os
órgãos de meio ambiente utilizam normalmente a determinação de DBO; para efeito de
acompanhamento de operação, por ser uma análise mais rápida, usa-se a DQO. Ambas
são expressas em kg DQO (ou DBO)/m3 dia. A remoção de matéria orgânica é a
diferença no nível de DQO ou DBO no substrato antes e depois de tratado. Desse modo,
quanto maior a carga orgânica aplicada a um biodigestor, mantido o nível de remoção,
mais eficiente o processo.
Em biodigestores convencionais, a carga orgânica aplicável, na melhor das
hipóteses, chega a 6 kg DQO/m3 dia. Em sistemas de alta performance, esse valor varia
de 12 a 20 kg DQO/m3 dia, podendo ser ainda superior.
Outro parâmetro de interesse é a produção de biogás, que varia geralmente entre
6 a 32,5 litros por litro de vinhaça em função de sua origem e da eficiência de produção.
5.2 - Biodigestor do tipo fluxo ascendente com leito de lodo
Uma representação esquemática do biodigestor mais comumente utilizado está
na Figura 1.
Deve-se ter em mente que, quando não for possível a aplicação do efluente do
biodigestor no campo e for necessário o seu lançamento em cursos d’água, impõe-se a
adoção de um sistema de pós-tratamento, pois o vinhoto resultante ainda terá uma carga
orgânica elevada.
Através de uma pesquisa foi encontrado apenas um estudo, o qual aponta a
utilização de lagoa anaeróbia em série com uma facultativa ou uma anaeróbia com uma
aerada como polimento do biodigestor. Este estudo aponta ainda a utilização de um
sistema de três lagoas em série, anaeróbia, facultativa e aerada como a forma mais
eficiente de tratamento da vinhaça.
Nós atribuímos essa análise devido a não utilização de biodigestores de alta
performance. É importante ressaltar que esse estudo não pôde ser analisado na integra
pois não estava disponível.
5 - Novos desenvolvimentos tecnológicos
Com o objetivo de desenvolver tecnologias mais eficientes de geração de energia
a partir de biogás, a Promon Engenharia e o CENBIO estão elaborando uma proposta de
estudo de viabilidade técnica e econômica para instalações de biodigestores no Brasil. A
iniciativa consiste em transferir tecnologia comprovada na Holanda da empresa Frese
Biogas, que é significativamente mais eficiente do que as tecnologias atualmente aqui
empregadas, além de fabricar os equipamentos em território nacional. Para que o
projeto obtenha financiamento é necessário que uma indústria nacional demonstre
interesse em adquirir nova tecnologia e forneça dados para o estudo e que outra
demonstre interesse em fabricar os equipamentos.
Bibliografia:
Uso da Biomassa para Produção de Energia na Indústria Brasileira, Editora
UNICAMP
http://www.usinaester.com.br/Produtos/produtos.html
- http://sbrt.ibict.br/upload/sbrt2375.pdf?
PHPSESSID=f33e69159aa535899d5868614059a586
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?
IsisScript=iah/iah.xis&nextAction=lnk&base=REPIDISCA&lang=p&format=detailed.p
ft&indexSearch=ID&exprSearch=30266