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1 - PROCESSO DA TRANSFORMAÇÃO DA CANA EM AÇÚCAR E ÁLCOOL

A – Processo
A cana vinda da lavoura em caminhões com carretas especialmente adaptadas para esse fim, é
pesada em duas balanças de 60 ton, passando pelo pagamento de cana por teor de sacarose, para ser
amostrada e posterior pagamento dos fornecedores, após o que será descarregada para inicio do
preparo e moagem nas moendas existente. A cana é descarregada nas mesas alimentadoras através
de dois guinchos hillo de 20 ton. de capacidade, a cana passa pelo processo de lavagem nas mesas e
nas esteiras de cana, não utilizamos mais os pátios para armazenagem de cana, que fica em carretas
estacionadas em local próprio dentro da usina, os caminhões chegam carregados com duas carretas,
desengatam e voltam a lavoura levando outras duas vazias, num sistema chamado bate e volta,
ficando por conta de caminhões rebocadores o descarregamento da cana para moagem.
A cana lavada passa por um processo de preparo ou seja picadores e desfibradores, acionados
por turbinas a vapor que se encarregam do esfarelamento dos calmos. Em esteiras tipo cusch-cusch
a água é peneirada para a retirada da palha e de toletes de cana retornando ao processo, e a água
encaminhada por canaletes aos tanque decantadores de terra posterior envio á lavoura, para a
irrigação.
A cana desfibrada é enviada as moenda através de esteiras de borracha, equipada com
donellis forçando a alimentação no primeiro terno, de onde é retirado 70% do caldo contido e
enviado para fabricação de açúcar por ser um caldo mais rico em sacarose, passando em mais cinco
ternos todos com donellis e press-roller, sendo esse bagaço lavado com água para extração de caldo
nos ternos seguintes, alcançando uma extração de até 97%, o bagaço e enviado as caldeiras através
de esteiras com umidade de 48% a 50%, para serem queimados e gerar vapor, que acionara as
turbinas e gerando energia gasta pela Usina, vendendo ainda o excedente de dois MW para a
Electro Distribuidora. Os caldos apurados seguem dois processos distintos um para produção de
álcool e produção de açúcar.

B - Produção de Açúcar
O caldo primário é enviado para receber o Anidrido Sulfuroso, proveniente da queima do
enxofre em fornos rotativos, para ajudar a clarificação do caldo dando maior brilho aos cristais,
sendo automaticamente corrigido o seu PH para 6,8 a 7,0 através de leite de cal, para que após
passar pelas baterias de aquecedores para açúcar e serem aquecidos a 105°C, com vapor vegetal é
adicionado polieletrolitos de alto peso molecular, na entrada dos decantadores depois de
flascheamento para acelerar a decantação e consequentemente, a remoção de toda terra, areia,
bagacilho, etc. O tempo deste caldo nos decantadores é de mais ou menos três horas, sendo o caldo
límpido e clarificado saindo através de canecas pela parte de cima passando ainda por uma peneira,
para retirada de algumas impuresas que por acaso tenha passado pelo caldo.
Do resultado da decantação na parte inferior do decantado e retirado continuamente o lodo
rico em sacarose, que adicionado bagacilho peneirado é enviado a quatro filtros rotativos a vácuo
recuperando com lavagem de água quente, a maior parte de açúcar nele contido retornando ao
processo para novamente decantar, a torta de filtro é retirada através de caminhões basculante
dirigindo para a lavoura, que é usada para adubação orgânica dos canaviais.
O caldo então clarificado esta pronto para começar o processo de concentração retirada de
água do meio, através de pré evaporadores alimentados por vapor de escape oriundo das turbinas
movidas a vapor direto chegando em até 25°C de brix. Através de bombeamento este caldo vai ser
concentrado em evaporadores de quadruplo efeito, até obter um xarope de 50 a 60° de Brix.
Quanto a fabricação do açúcar VHP para exportação não e necessitamos do processo de
flotação do xarope, mas quando estamos produzindo açúcar cristal branco utilizamos os flotadores
para retirada de sujeiras, que conseguiu passar pela primeira decantação, onde é adicionados
Polímeros, Ácido Fosfórico Leite de Cal sendo aquecido a 85°C , flotando estas impureza, sendo
retiradas por raspadores mecânicos, a borra é enviada novamente para o processo pois é rica em
sacarose e o xarope isento de impurezas saindo pela parte de baixo do flotador e enviado através de
bombeamento para a fabricação de açúcar cristal branco, com cores da ordem de 100 a 150 icunsa.
Nos vácuos 1 e 2, são cristalizados o mel pobre obtido da centrifugação da massa de primeira
obtendo a massa de Segunda, que através das centrifugas continuas Kont 6 e Kont 12, é obtido o
magma tendo como descarte o mel final, que será enviado à destilaria para produção de álcool.
O magma obtido é colocado nos vácuos de primeira, sendo adicionado continuamente xarope
e mel rico obtido da centrifuga de massa 1° e que iremos centrifugar em centrifugas automáticas
FZ1000 e TGB, obtendo o açúcar cristal branco ou VHP, que será encaminhados aos secadores
através de elevadores de canecas para secagem, armazenados em dois silos de 150 ton. cada,
podendo ser escoados em caminhões a granel ou adicionados em sacas de 50 kg, ou em big-bag de
1000 kg, através de esteiras e guinchos são armazenados nos armazéns de açúcar, para posterior
comercialização no mercado interno ou externo.

Produção de Álcool Anidro e Hidratado


O caldo misto obtido dos ternos das moendas é colocado em uma caixa e enviado para
filtragem em duas peneiras rotativa para retirada para retirada do bagacilho, que retorna para as
moendas e o caldo bombeado para as baterias de aquecedores de caldo para álcool, onde é aquecido
até 110°C, eliminando bactérias e juntamente com adição de polieletrolitos enviados ao Decantador
N° 2, para retirar as impurezas.
Este caldo decantado segue para um reservatório de 170 m3 situado nas imediações da destilaria,
onde o mel final vindo da fabrica de açúcar também é recebido em um tanque da mesma
capacidade, que através de bombeamento são enviados a um diluidor as vezes adicionado água
tratada para a obtenção do mosto, com o teor de açúcar desejado para inicio do processo
fermentativo.
O mosto uma vez pronto se encontra ainda quente necessitando de resfriamento, que é feito
através de trocadores de calor, a placas em contra corrente com a água fria, sendo inoculada nas
dornas de fermentação, onde o levedo já espera para o inicio do enchimento da dorna. O nosso
processo fermentativo é o de batelada ou Melle-Boinot, que depois de cheio, passa-se a alimentar
outra dornas sucessivamente em um regime continuo. A dorna termina o seu ciclo de fermentativo
com mais ou menos 8 a 10 horas, onde a levedura sintetiza a sacarose, excretando o álcool e
liberando CO2 (gás carbônico), juntamente com energia em forma de calor (reação exotermica),
necessitando nesta fase de refrigeração do vinho em trocadores de calor, a placa com água em conta
corrente para que a fermentação ocorra em uma temperatura ótima de aproveitamento máximo do
açúcar existente que é 33°C, não dando condições para que haja proliferações de bactérias
indesejáveis, ao processo com conseqüente queda na produção de álcool e abaixamento do
rendimento fermentativo ideal 90% a 92%.
O CO2 (gás carbônico) liberado é coletado através de tubulações, pois nossas dornas são
fechadas e o CO2 (gás carbônico), arrasta vapores alcóolicos que são direcionados a uma torre para
a lavagem e aproveitamento do álcool, que arrastado pode ser recuperado até 1,5% do álcool
produzido. Os gases incondensáveis saem pela chaminé e a água que desce através de Anéis Pall e
bombeada para diluição do fermento voltando ao processo, terminada a fase de fermentação damos
inicio a separação do levedo do vinho fermentado.
O vinho é bombeado para uma dorna pulmão e em alimentação continua as centrifugas de
levedo por diferença de densidade, o levedo sai na parte de baixo e o vinho de levedura na parte de
cima. O levedo em concentrações de até 80%, é encaminhado as cubas de tratamento para hidrata-lo
com água desintoxicando do álcool em que estava no meio, adicionando Ácido Sulfúreo ou
antibióticos para eliminação de bactérias, estando após duas horas apto a retornar para mais um
ciclo fermentativo.
O vinho de levedura é encaminhado para uma dorna volante é bombeado para as colunas “A”,
chamadas de apuração do vinho resultando em uma solução hidro-alcóolica chamada “Flegmassa”,
saindo na parte de cima da coluna “A” e entrando na parte de baixo das colunas “B” ou de
retificação saindo o álcool hidratado em forma de vapor no topo da coluna, indo se condensar em
condensadores verticais ou horizontais, saindo em forma liquida mais quente ainda, sendo resfriado
a temperatura ambiente para ser armazenados nos reservatório a 93° INPM.
Na continuação do processo para obtermos o álcool anidro, o álcool hidratado na forma
liquida e quente é enviado as colunas “C”, que através de decantação com ciclo hexano há o
seqüestro do restante de água nele contido saindo na base da coluna “C”, e enviado as resfriadoras
com uma graduação de 99,6 a 100% INPM, sendo armazenados em temperatura ambiente.
A mistura ternária Água, Álcool e Ciclo Hexano é enviado a colunas “P”, com seus
respectivos condensadores para recuperação do álcool e o ciclo hexano voltando novamente ao
processo de destilação e a água pura saindo na base desta coluna.
No processo de retificação é retirado um subproduto chamado “Óleo Fúsel contendo vários
álcoois superiores tais como: Acetona, Aldeídos, Esteres, Álcool Butilico e Iso Amilico, que tem
maior valor comercial, sendo apurado e vendido separadamente para empresas fabricante de
solventes e derivados em concentrações que chegam de 70 a 80%.
No processo de fabricação dos álcool anidro e hidratado é descartado na base da coluna “A”, a
vinhaça, na base da “B” a Flegmassa e na base da “P” água de lavagem de cana de fuligem e outros
descartes, para a fertirrigação de 8.500hectares de cana através de aspersão e infiltração.

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