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A produção de açúcar começa com o transporte da cana-de-açúcar da lavoura até a indústria,

que no Brasil é feita predominantemente pelo tipo rodoviário ou seja por caminhões.

Os carregamentos são pesados para possibilitar o controle agrícola, o pagamento do


transporte de cana, o controle da operação de moagem, a obtenção de um parâmetro para o
balanço de massa e cálculo de rendimento industrial.

A cana é levada então para a denominada mesa alimentadora, que é constituída por uma
plataforma retangular, construída em chapa metálica e de dimensões variáveis. Onde é lavada.
A cana é lavada para remover impurezas como terra, pedras e resíduos vegetais. Em seguida, é
picada em pequenos pedaços para facilitar a extração do caldo.

Depois ela passa para o processo de de desfibrilamento do caule por facas e martelos
giratórios posicionadas sobre a esteira de cana.

A extração do caldo da cana-de-açúcar é uma das primeiras etapas no processo de produção


de açúcar. Esse caldo é a matéria-prima essencial para a produção de vários produtos, como
açúcar branco, melaço, etanol e outros subprodutos

Extração do Caldo:

Moendas ou Difusores:

Moendas: Esse é o método mais comum de extração do caldo. A cana picada é alimentada em
uma série de rolos ou moendas, que esmagam e quebram as fibras da cana para liberar o
caldo.

Conjunto de moagem

Um conjunto de moagem ou “tandem” de moagem é constituído geralmente

por 4 a 6 ternos de moenda em série, ligados por esteiras rolantes denominadas

condutores intermediários. Após a passagem por todos os ternos de moenda,


pode-se considerar que a sacarose contida na cana foi extraída até seu limite

econômico.

embebição:

O bagaço da cana, agora saturado de caldo após a primeira extração, é reintroduzido no


processo.

O bagaço é lavado com água quente ou água fria para extrair mais caldo da cana
remanescente.

Essa água que é utilizada para lavar o bagaço é conhecida como "água de embebição".

Difusores: Em algumas usinas modernas, o caldo pode ser extraído por difusão. Neste método,
a cana é cortada em pedaços maiores e colocada em um difusor, onde é tratada com água
quente para extrair o caldo lentamente.

Picagem da Cana:

A cana é então picada em pedaços menores para facilitar a extração do caldo. Esses pedaços
picados são chamados de "picado de cana".

Alimentação no Difusor:

O picado de cana é então alimentado em um equipamento chamado difusor.

O difusor é um grande tanque ou vaso de pressão, geralmente em forma de tambor horizontal,


onde o picado de cana é colocado para o processo de extração.

Extração por Difusão:


O picado de cana é tratado com água quente em temperatura controlada dentro do difusor.

A água quente é utilizada para extrair os açúcares solúveis e outras substâncias presentes na
cana, formando uma solução conhecida como "difusato".

O difusato é uma mistura de água, caldo de cana e outras substâncias solúveis presentes na
cana.

Tempo de Permanência no Difusor:

O picado de cana permanece no difusor por um período de tempo específico, geralmente de


várias horas, para permitir uma extração eficiente dos açúcares e outros compostos solúveis.

Durante esse tempo, a água quente é constantemente recirculada através do picado de cana
para maximizar a extração.

Drenagem do Difusato:

Após o tempo de difusão adequado, o difusato, agora rico em açúcares, é drenado do difusor.

Esse difusato contém a maior parte do caldo extraído da cana-de-açúcar, pronto para ser
processado nas etapas seguintes da produção de açúcar e álcool.

Tratamento e Processamento do Difusato:

O difusato drenado passa por processos de clarificação e concentração para remover


impurezas e concentrar os açúcares.

Em seguida, o caldo concentrado é transferido para a etapa de evaporação e cristalização,


onde o açúcar é separado e refinado.

Cozimento

O processo de cozimento é uma etapa crucial na produção de açúcar a partir do caldo de cana.
O caldo de cana, obtido após a extração por moagem ou difusão, é rico em açúcares, mas
também contém uma série de impurezas que precisam ser removidas para produzir açúcar
refinado de alta qualidade.

Objetivos do Cozimento:

Evaporar a Água: O principal objetivo do cozimento é evaporar a maior parte da água presente
no caldo de cana, concentrando assim a solução de açúcar.

Promover a Cristalização: O cozimento é essencial para induzir a cristalização do açúcar


presente no caldo, formando cristais de sacarose.

Remover Impurezas: Durante o processo de cozimento, impurezas como compostos


nitrogenados, sais minerais e outras substâncias indesejáveis são removidas.

Etapas do Processo de Cozimento:

Aquecimento do Caldo:

O caldo de cana é transferido para uma série de evaporadores a vácuo, onde é aquecido.
O aquecimento é feito sob vácuo para reduzir a temperatura de ebulição do caldo e evitar a
caramelização excessiva dos açúcares.

Formação do Xarope:

Conforme o caldo é aquecido, a água presente começa a evaporar, formando um xarope mais
concentrado.

Nesta etapa, o xarope ainda está líquido e não cristalizado.

No cozimento é formada uma suspensão de cristais de sacarose no mel e, ao


término da operação, essa massa é descarregada em reservatório intermediário
denominado cristalizadores, onde aguarda a sua centrifugação para que os cristais
sejam separados da fase líquida. Na Figura 8.6 é apresentado o fluxograma
de um típico sistema de cozimento em duas massas, podendo se notar que durante
a centrifugação, o mel resultante, denominado mel pobre é enviado para
o segundo cozimento. Os cristais de sacarose são então lavados na centrífuga,
gerando um mel rico pela dissolução de uma pequena parte da sacarose, sendo
que esse mel retorna ao primeiro cozimento.

Adição de Substâncias Químicas:

Durante o processo de cozimento, são adicionadas substâncias químicas para auxiliar na


remoção de impurezas e no controle da cristalização.

Por exemplo, cal (hidróxido de cálcio) é frequentemente adicionado para ajudar a remover
ácidos graxos e outras impurezas.

Também podem ser utilizados outros produtos químicos, como fosfatos, para controlar o pH e
a cristalização.

Fervura e Concentração:

O xarope de caldo de cana é fervido e concentrado em evaporadores sucessivos.


A fervura contínua faz com que a água evapore gradualmente, resultando em um xarope cada
vez mais espesso e concentrado em açúcares.

Controle de Temperatura e Tempo:

Durante o processo de cozimento, a temperatura é cuidadosamente controlada para evitar


que o açúcar queime ou caramelize em excesso.

O tempo de cozimento também é monitorado, pois influencia a formação e o tamanho dos


cristais de açúcar.

Cristalização do Açúcar:

Após a concentração adequada, o xarope de caldo de cana é resfriado em tanques de


cristalização.

Nesses tanques, o xarope é agitado lentamente para promover a formação de cristais de


açúcar.

A presença de "sementes" de açúcar ou cristais iniciais ajuda a iniciar e controlar o processo de


cristalização.

Centrifugação dos Cristais:

Os cristais de açúcar formados são então separados do líquido restante, que é conhecido como
"melado" ou "melaço".

Isso é feito em centrífugas, que giram rapidamente para separar os cristais dos líquidos.

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