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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

Preparo de Soluções

Carlos Vinicius Lopes de Souza1


Kelton Luis Belém dos Santos – kelton.belem@unifap.br

Resumo

1
Acadêmico de Licenciatura em Química, 2º semestre, Química geral experimental, Universidade Federal do
Amapá (UNIFAP).
Carlossvinicius987@gmail.com

Macapá/AP
O preparo de soluções é essencial para profissionais laboratoristas e acadêmicos, que utilizam as
soluções em experimentos científicos. Este relatório aborda os fundamentos, incluindo concentração,
solubilidade e estequiometria. Foram preparadas soluções de hidróxido de sódio (NaOH) e ácido
clorídrico (HCl), considerando suas concentrações e purezas. A discussão aborda o equilíbrio iônico
na água e em soluções aquosas, influenciado pela dissociação de ácidos e bases, destacando a
importância do controle preciso do pH em diversas aplicações industriais e laboratoriais.

PALAVRAS-CHAVE: Preparo de soluções, Concentração, Equilíbrio iônico,


Dissociação.

1 INTRODUÇÃO:

O preparo de soluções é fundamental para todos os profissionais laboristas


que atuam na área há muito tempo e acadêmicos(a), que estão iniciando os estudos
científicos em laboratório, na qual desempenha um papel crucial na realização de
inúmeros experimentos para diversas áreas da ciência e indústria. A compreensão e
análises são fundamentais para o preparo de soluções, pois permite que os
experimentos sejam mais precisos possíveis.

A maioria das análises é realizada com soluções da amostra


preparadas em um solvente adequado. Idealmente, o solvente deve
dissolver toda a amostra, incluindo o analito, de forma rápida e
completa. As condições da dissolução devem ser suficientemente
brandas de forma que perdas do analito não venham a ocorrer.
(SKOOG, et al. 2015, p. 7).

Nesse sentido a concentração de uma solução é importante para determinar


suas propriedades físicas e química, portanto, este relatório irá abordar os principais
fundamentos no preparo de soluções químicas, tal como:

1. Concentração e molaridade: Os estudos quantitativos das reações em solução


requerem o conhecimento da concentração da solução, usualmente expressa em
molaridade (mol/L).

2. Dissoluções e solubilidade:
Quando uma substância (o soluto) se dissolve em outra (o solvente),
as partículas do soluto dispersam-se inteiramente no solvente. As
partículas do soluto vão ocupar posições que são normalmente das
moléculas do solvente. A facilidade com que uma partícula de soluto
substitui uma molécula de solvente depende das intensidades
relativas de três tipos de interações:

• interação solvente - solvente.

• interação soluto - soluto.

• interação solvente - soluto. (CHANG, 2006, p. 411).

3. Estequiometria: torna-se indispensável para todo e qualquer preparo de soluções,


com base nos cálculos e nas fórmulas específicas, tais como:
m1
Μ=
mm ×V

Para calcular a massa do soluto (NaOH).

m
d=
V

Para calcular o volume necessário de (HCl)

Portanto, no caso dessa experiência, serão usados os reagentes, hidróxido


de sódio (NaOH) 0,1 mol/L e ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L, ambos para análise
(P.A). Devido ao (HCl) não ser 100% puro, o mesmo vale para o NaOH pelo fato de
sua pureza 98%.

1 OBJETIVO: Conhecer e preparar uma solução com base nos reagentes


hidróxido de sódio (NaOH) e o ácido clorídrico (HCl). Se familiarizar com os cálculos
estequiométricos, concentração da molaridade em mol/L (mol por litro).

2 METODOLOGIA

2.1 MATERIAS E REAGENTES

 1 balança analítica
 1 Balão volumétrico de 250 ml com tampa
 1 Balão volumétrico de 50 ml com tampa
 1 espátula
 1 béquer de 50 ml
 1 béquer de 100ml
 1 Pêra de borracha
 1 pipeta graduada de 10 ml
 1 pisseta com água destilada
 Hidróxido de sódio (NaOH) 01 mol/L para análise (P.A)
 Ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L para análise (P.A)

2.2 PROCEDIMENTOS
Procedimento 1: primeiramente foi calculado a massa do soluto necessária
de hidróxido de sódio (NaOH), para preparar 250 ml de 0,1 mol/L, aplicando a
m1
fórmula da concentração molar: Μ =
mm ×V

m 1: ?

mm :N a = 26 g/mol; O = 16 g/mol; H = 1 g/mol; = 40 g/mol

Μ : 0,1 mol/L

V :250 ml – usando a conversão de mililitros para Litros (250÷1000), temos: 0,25 L

m1
Ou seja, 0,1 = =1 g+2 %=1 , 02 g de NaOH
40 ×0 , 25

Obs.: pelo fato do soluto sólido (NaOH), não ser uma substância 100% pura e sim
98% foram acrescentados 2% no resultado final.

Posteriormente, com uso de um béquer de 100 ml foram pesados 1,02 g de


NaOH 0,1 mol/L na balança analítica, em seguida transferido para um balão
volumétrico de 250 ml, depois com auxílio de uma pisseta contendo água destilada o
recipiente foi preenchido até a linha de aferição.

Procedimento 2: foi calculado a massa necessária para preparar 100 ml de solução


m1 m1
0,1 mol/L de ácido clorídrico (HCl), usando as fórmulas Μ = e d=
mm ×V V

Especificações do ácido clorídricod=m1/V

Concentração 37% de massa

Densidade 1,19 g/ml

mm : H = 1 g/mol; Cl = 35,5 g/mol = 36,5 g/mol

M : 0,1 mol/L

V : 50 ml para conversão em Litros (50÷1000) = 0,05 L

Ao aplicar as fórmulas, temos que:


m 1= 36,5 g/mol x 0,1 mol/L x 0,05 L = 0,1825 g de solução, desse modo usando a
fórmula da densidade temos que:

V = 0,1815 g ¿ 1,19 g/ml = 0,15 ml. Portanto, 0,15 ml ¿ 37% = 0.40 ml de HCl.

Após os cálculos serem feitos, com auxílio de uma pipeta graduada de 10 ml,
junto de uma pêra de borracha, foram medidos exatos 0,40 ml de (HCl) 0,1 mol/L, e
inseridos em um frasco balão volumétrico de 50 ml, em seguida com auxílio de uma
pisseta contendo água destilada, o recipiente foi preenchido até a linha de aferição.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Vogel (1981) Kohlrausch e Heidweiller, demonstraram, por meio de


experimentos meticulosos, que mesmo a água mais pura exibe uma condutividade
definida, embora pequena. Isso indica uma fraca ionização da água, conforme o
equilíbrio de dissociação:

Figura 1- equilíbrio de dissociação

Fonte: Vogel, 1981.

Aplicando essa dissociação a lei de ação das massas conforme as figuras 2:

Figura 2 – constante de equilíbrio

Fonte: Vogel, 1981.

De acordo com Russell (1994) K é uma expressão que representa a relação


entre as concentrações dos produtos e dos reagentes em uma reação química, onde
o numerador é o produto das concentrações dos produtos elevadas aos seus
coeficientes na equação balanceada, e o denominador é o produto das
concentrações dos reagentes também elevadas aos seus coeficientes
correspondentes. Portanto, o valor na nova constante K (constante do produto iônico
da água) pode ser expressa conforme a figura 3, porém sempre irá depender da
temperatura. Conforme a figura 3:
Figura 3 – variação de K, com a temperatura

Fonte: Skoog, 2015.

Ou seja, Skoog (2015) A constante do produto iônico da água simplifica o


cálculo das concentrações de íons hidrônio e hidróxido em soluções aquosas,
proporcionando uma abordagem eficiente para determinar o equilíbrio iônico nesses
sistemas.

O conceito fundamental do produto iônico da água reside na sua constância,


tanto em água pura quanto em soluções aquosas diluídas. Segundo Vogel (1981),
ao diluir um ácido em água, que gera íons hidrogênio, a concentração destes íons
pode aumentar à custa da diminuição da concentração de íons hidroxila. Por outro
lado, ao dissolver uma base, a concentração de íons hidroxila aumenta, enquanto a
concentração de íons hidrogênio diminui. Isso ilustra a interdependência entre as
concentrações desses íons na solução, mantendo o equilíbrio químico, de acordo
com a lei de Le Châtelier, que segundo Russell (1994) A Lei de Le Châtelier afirma
que quando um sistema em equilíbrio é submetido a uma perturbação externa, ele
se ajusta de maneira a minimizar o efeito dessa perturbação e restaurar o equilíbrio
inicial. Em outras palavras, se uma mudança é imposta a um sistema em equilíbrio,
o sistema se ajustará de modo a contrabalançar essa mudança, buscando atingir um
novo estado de equilíbrio.

Ao dissolver o ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L em uma solução aquosa, a


reação ocorre, embora não seja visível, resultando em uma elevada concentração
de íons hidrogênio (H⁺). Isso se deve à completa dissociação do ácido em seus íons
constituintes: H⁺ e Cl⁻. Por outro lado, ao dissolver o hidróxido de sódio (NaOH) 0,1
mol/L na mesma concentração, a concentração de íons hidroxila (OH⁻) aumenta,
enquanto a concentração de íons hidrogênio diminui, conforme a figura 1. Esse
fenômeno decorre da dissociação do NaOH em seus íons constituintes: Na⁺ e OH⁻.
Portanto, essas reações mostram como a natureza ácida ou básica de uma
substância afeta a concentração de íons H⁺ e OH⁻ em uma solução aquosa.

4 CONCLUSÃO:

Mediante ao que foi demonstrado, a importância do equilíbrio iônico na água e


em soluções aquosas, influenciado pela dissociação de ácidos e bases. A constância
do produto iônico da água, mesmo em diferentes temperaturas e concentrações,
evidencia a interdependência entre as concentrações de íons hidrogênio e hidróxido
para manter o equilíbrio químico. De H⁺ e OH⁻, íons hidrogênio e íons hidroxilos na
dissolução do ácido clorídrico e hidróxido de sódio. No cotidiano, o conhecimento
desses princípios é fundamental no preparo de soluções de diferentes pHs, seja
para uso em laboratórios, na indústria, na medicina ou em produtos de limpeza. Por
exemplo, ao preparar uma solução tampão para manter o pH constante em um
experimento bioquímico, ou ao ajustar o pH de uma piscina para garantir a
segurança dos banhistas. Esses conceitos também são aplicados em processos
industriais, como na produção de alimentos, bebidas e produtos químicos, onde o
controle preciso do pH é essencial para garantir a qualidade e a eficiência dos
produtos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHANG, R.; AL, E. Química geral : conceitos essenciais. São Paulo: McGraw Hill,
2006

RUSSELL, J. B. Quimica geral. São Paulo (Sp): Makron Books, 1994.

SKOOG, D. A. et al. Fundamentos da química analítica. Mexico, D.F.: Cengage


Learning, 2015.

VOGEL, A. I. Quimica analitica qualitativa. Editorial: São Paulo (Sp): Mestre Jou,
1981.

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