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CIÊNCIAS QUÍMICAS E DAS BIOMOLÉCULAS

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CIÊNCIAS QUÍMICAS E DAS BIOMOLÉCULAS

2 Preparação e padronização de uma solução de HCl e de uma solução de


NaOH
Autores Turno ABC Grupo 3 Contacto
1. Ana Abreu (10230336) 4. Andreia Sá (10230647)
2. Ana Torres (10200874) 5. Bruna Vilela (10230339)
3. Ana Martins (10230337) Data da aula: 30 10 2023
7 11 2023
RESULTADOS

1 – Preparação e padronização da solução de HCl 0,1M:

Volume final de solução: 500,00 ± 0,38 mL

Volume de HCl a utilizar: 50,000± 0,053 mL

Ensaio Massa de BóraX usado/g Volume de HCl gasto/mL Molaridade da solução de HCl/mol∙dm-3
(±0,0001) (±0,05)
1 0,2004 12,50 8,408×10−2
2 0,2000 12,30 8,520×10−2
3 0,2000 12,80 8,188×10−2
4 0,2001 12,50 8,395×10−2
5 0,2000 12,40 8,452×10−2
Média 0,2001 12,50 8,393×10−2

Concentração da solução de HCl: 8,393×10−2 ±1,121×10−3 M


(apresente o desvio padrão da amostra e a incerteza do valor médio com um grau de confiança de 95%)
2 – Preparação e padronização da solução de NaOH 0,1M:

Volume final de solução: 1000±0,38 mL

Massa de NaOH: 4, 00±0,01 g


Concentração da solução padrão (HCl): 8,393×10−2 ±1,121×10−3M
Volume da solução padrão a utilizar: 10,000 ± 0,053 mL
Ensaio Volume de NaOH gasto/mL
(±0,02)
1 8,90
2 8,90
3 8,90
Média dos ensaios concordantes 8,90

Concentração da solução de NaOH:9,430×10−3±1,446×10−3M


(erro calculado através do método da equação de propagação da incerteza)

3 – Cálculos (deve apresentar todos os cálculos efetuados)

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4 – Discussão/Conclusão
Esta atividade foi conduzida com o propósito de preparar e padronizar uma solução de ácido clorídrico (HCl) e uma solução de
hidróxido de sódio (NaOH). Para tal, foram utilizadas concentrações rigorosas e aproximadas, bem como a aplicação da
técnica de titulação ácido-base, recorrendo a uma bureta para a medição do volume e a um indicador colorimétrico para a
identificação do ponto final da titulação.
Na primeira parte desta atividade, é necessário padronizar o HCl concentrado (37% em massa), uma vez que se trata de um
padrão secundário, logo, é pouco estável. Para isso, recorremos a uma solução de bórax (Na₂B₄O₇·10H₂O), que é um padrão
primário, com concentração definida.
Para a padronização, colocou-se em cada matraz cerca de 0,2000 g de bórax (titulado), juntamente com 25 mL de água
destilada e 2 gotas de vermelho de metilo com azul de metileno (indicadores colorimétricos). Na presença de uma solução
básica, este indicador apresentará uma coloração verde, enquanto, numa solução ácida, apresentará coloração rosa.
Posteriormente, a solução de HCl (titulante) foi depositada na bureta e procedeu-se à titulação (verteu-se gradualmente a
solução de HCl para a solução de bórax). Assim, o anião tetreaidroxiborato (resultante da hidratação do bórax) reage com a
solução de HCl, conferindo uma tonalidade rosa à solução de bórax.
Com os valores obtidos nesta primeira parte da atividade experimental, foi possível calcular a concentração de HCl.
Na segunda parte desta atividade, procedeu-se à padronização de NaOH. Para tal, colocou-se num matraz 10 mL de HCl
(titulado) juntamente com 30 mL de água e 1 gota de fenoftaleína. Este indicador apresenta coloração rosa em meio básico e
fica incolor em meio ácido.
Seguidamente, colocou-se na bureta uma solução de NaOH (M=0,1 mol/𝑑𝑚3), que neste caso será o titulante, e iniciou-se a
titulação. Verteu-se gradualmente a solução de NaOH para a solução de HCl até ao momento da mudança de cor do
indicador.
Neste momento, atingimos ao ponto de equivalência, em que a base neutralizou o ácido. Tratando-se de uma titulação entre
um ácido forte (HCl) e uma base forte (NaOH), podemos concluir que o pH no ponto de viragem é 7.
Por fim, tendo em conta os valores obtidos na atividade experimental foi possível proceder aos cálculos para a determinação
da concentração de NaOH.
Analisando os resultados obtidos, podemos concluir que os objetivos foram conseguidos uma vez que as concentrações de
NaOH e HCl calculadas se encontram muito próximas dos valores esperados para as mesmas. Será também possível afirmar
que os resultados desta atividade foram exatos e precisos atendendo aos baixos valores do desvio padrão e do erro calculado
através da equação da propagação da incerteza.
Não será de descartar, ainda, a possibilidade de terem ocorrido erros sistemáticos, como a má calibração da balança na
medição da massa do bórax e, erros aleatórios, nomeadamente na leitura do volume da pipeta e da bureta, do fecho da
torneira no momento indevido aquando da mudança de cor e a perda de reagente na transferência entre materiais. Apesar da
eventualidade de ocorrência destes erros, foram tomadas medidas para tentar minimizá-los, como por exemplo, a leitura do
volume inicial e final, bem como a agitação do matraz e o fecho da torneira no momento da titulação, terem sido realizados
pela mesma pessoa. É também de realçar o facto de, pelo menos, 3 valores obtidos nos ensaios anteriores serem
concordantes.

5 – Questionário
5.1 - EXplique como funcionam os indicadores colorimétricos e como se deve fazer a escolha de um indicador
deste tipo para uma dada volumetria. Cite exemplos.
Os indicadores colorimétricos podem ser substâncias naturais ou sintéticas. Possuem propriedades físico químicas que em
função do pH do meio, provocam mudança de cor na solução. Fornecendo assim, indicações ao observador sobre as espécies
químicas que existem ou predominam num sistema.
Conforme explica o princípio de Le Chatelier, quando esse indicador entra em contato com um meio ácido, o equilibro é
deslocado no sentido de formação do ácido fraco, ou seja, no sentido inverso, ficando com a cor predominante da forma acida. Por
outro lado, se, o indicador entrar em contato com o meio alcalino, o equilíbrio será deslocado no sentido de formação da base
conjugada, ou seja, no sentido direto, e adquire a cor da forma alcalina.
Na escolha de um indicador, deve-se escolher o que exiba uma alteração de cor percetível num pH próximo ao
correspondente ao ponto de equivalência. Para ser útil como indicador, o valor médio de pH da zona de viragem do indicador
selecionado deve coincidir o mais possível com o pH do ponto de equivalência, minimizando o erro da titulação. [1]

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Exemplos de indicadores:
• Timolftaléina tem um intervalo de viragem entre 9,4 e 10,6 em que antes da viragem é incolor e após é azul.
• Vermelho de fenol tem um intervalo de viragem entre 6,6 a 8 em que antes da viragem é amarelo e após é vermelho.
1. (Petrucci et al, 2011; Skoog et al, 2006; Vogel,1992)
5.2 - Qual o pH da solução 1 gota (0,050 mL) antes e 1 gota depois do ponto de equivalência, nos três casos
(NaOH, HCl)?

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3 Preparação de soluções tampão simples e complexas


I. Objectivos:
Compreensão da equação de Handerson-Hasselbach
Preparação de soluções tampão simples, a partir de um ácido fraco e da respectiva base conjugada
Compreender o que são soluções tampão complexas
Preparação de soluções tampão complexas.

II. Introdução teórica

Uma solução-tampão consiste, basicamente, num par ácido fraco – base conjugada, que resiste a
variações de pH quando pequenas quantidades de ácidos ou bases lhes são adicionadas ou quando ocorre
diluição.
Os Químicos utilizam tampões sempre que é necessário manter o pH de uma solução num valor
constante e pré-determinado. Os Bioquímicos, por sua vez, interessam-se particularmente em tampões, uma vez
que os sistemas biológicos e o seu funcionamento são criticamente dependentes do pH.
A equação central para o estudo e compreensão das soluções tampão é a equação de Handerson-
Hasselbach, que consiste num rearranjo da expressão da constante de equilíbrio, K a , para a dissociação de um
ácido fraco.
HA H+ + A-
H+ A
Ka =
HA
Colocando H + em evidência, obtém-se o logaritmo da expressão resultante da seguinte forma:

A
– log H + = log K a + log
HA

Usando a notação p, a partir desta expressão obtém-se:


A
pH = pK a + log
HA

Esta última expressão corresponde, então, à expressão de Handerson-Hasselbach.


Quando uma solução-tampão é preparada a partir de uma base fraca, B, e do seu ácido conjugado, BH+, a
equação de Handerson-Hasselbach toma a forma:
AB
pH = pK a + log BH +

A partir da equação de Handerson-Hasselbach é possível calcular o pH de uma solução composta por um


par ácido fraco/base conjugada, desde que se conheça o valor de pKa da forma ácida e a razão entre as
concentrações da base conjugada e do ácido. Note-se que o pKa é aplicado às formas ácidas HA e BH+ .

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A adição de ácido ou base a uma solução tampão composta por um ácido fraco e pela sua base
conjugada interfere com os equilíbrios exemplificados a seguir:
HA +H2O H3O+ + A-
A- + H2O HA + OH-
Na prática, quando se misturam quantidades calculadas de um ácido fraco e da sua base conjugada, para
preparar um tampão, o pH da solução resultante não é exactamente o esperado. A principal razão desta
discrepância prende-se com o facto de o pH ser dependente das actividades do ácido e da base conjugada e não
propriamente da sua concentração. Por este motivo, após a preparação de uma solução tampão é necessário
ajustar o pH, até ao valor pretendido, pela adição de pequenas quantidades de ácido ou de base.
Neste trabalho experimental serão preparadas soluções tampão acetato. Estas soluções consistem no par
conjugado CH3 COOH e CH3 COONa.
As soluções tampão podem ser simples, mas também podem ser constituídos por misturas complexas de
solutos, como acontece com o soro sanguíneo humano ou a fase líquida do interior das células, em que se verifica
a existência de múltiplos pares de ácido-base, conjugados, fracos.
Nos espaços intracelulares o sistema ácido/base principal é o dos H 2PO4-/ HPO42- (com pKa = 7,2). Aqui os
fosfatos orgânicos como o ATP, o ADP, o AMP, o fosfato-6-glicose, etc. também participam no efeito tampão do
pH.
No plasma e nos líquidos intersticiais, o principal sistema tamponante é o H 2 CO3/ HCO3 - (com pKa = 3,8).
Este sistema é compatível com o efeito tamponante nesses líquidos (na realização do pH=7), porque, por um lado,
o H2CO3 se encontra em equilíbrio com o CO2 dissolvido e este com o CO2 no espaço gasoso dos pulmões e, por
outro, sendo o pH desse meio de apro Ximadamente 7,4, se estabelece o equilíbrio com o sal (o catião mais
abundante é o Na+).
No dinamismo fisiológico o sistema está racionalizado na seguinte forma:
CO2(g) CO2(aq) + H2 O H2CO3(aq) H+ + HCO3 -(aq)
Portanto na fase líquida, teremos:

Compreende-se, a partir daqui, que o CO2 dissolvido e o seu produto hidratado (H 2 CO3) funcionem como
um conjunto, um compartimento . Por isso, poderemos escrever:

Ora, o pK do sistema completo do CO2 é 6,1. Como para determinadas condições, a concentração pode
ser substituída pelo respectivo valor de pressão, afectado por um factor adequado, iremos utilizar aqui o valor de
pCO2.
Considerando o HCO3- expresso em mmol/dm3 (e não em mol/dm3) nas condições de temperatura 38º C
e de força iónica 0,15, o factor será 0,03. Então:

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Em termos médios, teremos para o valor de pH 7,40 e de pCO 2 40mmHg. O valor de [HCO3 -] pode então
ser calculado, obtendo-se, nessas condições 24mmol/dm3.

Tampões complexos usados nas Ciências da Saúde


Dos tampões complexos mais usados nos laboratórios vamos dar o exemplo de 4 (TAE, TBE, PBS e SSC),
todos eles com funções diferentes e sabendo que existem mais.
Tampões complexos porquê? Como já foi referido, para além de possuírem o par ácido/base conjugados
fracos, possuem outros elementos. A sigla destes tampões indica os seus constituintes
Tampão TAE (pH=8,0) – Tampão Tris-Acetato-EDTA é o tampão mais comum usado em electroforese de
gel de agarose para a análise do DNA obtido nas mais diversas técnicas, PCR (amplificação), purificação ou
clonagem. Este tampão tem uma baiXa força iónica e baiXa capacidade tamponante (existe um rápido consumo
dos iões disponíveis), no entanto é muito fácil de preparar. É mais indicado para electroforese de partículas de
DNA com tamanho superior a 20kb.
É constituído por Tris, Ácido acético e EDTA. O Tris é a abreviatura usada para denominar o
Tris(hidroXimetil)aminometano ((HOCH2)3CNH2 , um composto com um grupo amino (base) e utilizado
especialmente para soluções de ácidos nucleicos. O ácido acético é um composto orgânico com um grupo
carboXilíco (ácido fraco) e é utilizado em muitos tampões. O EDTA é a abreviatura para o ácido etilenodiamino
tetra-acético (Ethylenediaminetetraacetic acid) é um composto orgânico que funciona como agente quelante 1
forma um complexo um o ião metálico (complexo metal ligando).
O EDTA liga-se a catiões divalentes especialmente de Magnésio (Mg2+). Qual é a importância do EDTA?
Os catiões divalentes são cofactores importantes em muitas enzimas, entre as quais as nucleases (enzimas
contaminantes). O papel de EDTA é proteger os ácidos nucleicos da acção das enzimas de degradação.
Tampão TBE (pH=8,0) – Tampão Tris-Borato-EDTA é um tampão muito semelhante ao tampão TAE,
utilizando o borato em vez de ácido acético. Este tampão é muito usado por duas razões. Permite que as
amostras de DNA que sejam sujeitas a electroforese mantenham a sua integridade e permite obter uma excelente
e resolução e definição de fragmentos de DNA separados por electroforese em gel de agarose. No entanto o
tampão TAE é preferível nas manipulações de gel e em recuperação das bandas, quando se pretende continuar a
trabalhar com o DNA.
Tampão PBS (pH=7,4) – Solução salina de tampão fosfato (Phosphat Buffered Solution). Os sais
utilizados são principalmente o cloreto de sódio e fosfato de sódio, mas também se usa cloreto de potássio e
fosfato de potássio. A concentração destes sais procura ser próXima das concentrações encontradas para o
organismo, daí ser uma solução isotónica. Esta propriedade (isotónica) em conjunto com a sua não to Xicidade
para as células dá-lhe diversas aplicações: como solução de limpeza de células; solução de armazenamento de
biomoléculas.

1
Agente quelante – designação dada a ligandos como o EDTA

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Tampão SSC (pH=7,0) – Solução salina de tampão citrato de sódio (Saline Sódios Citrate buffer). Esta
solução tampão é constituída por cloreto de sódio e citrato de sódio. É especialmente usado em hibridizações e
blotting de ácidos nucleicos

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3 Preparação de soluções tampão simples e complexas


Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Preparação de soluções tampão:


Volume de CH3 COOH :_ mL
Massa de CH3 COONa: g
pH da solução preparada:

2 – Determinação da capacidade tamponante das soluções tampão:


Volume de solução: mL
Volume de HCl: mL

CH3COO- H+ CH3COOH
Moles iniciais
Moles finais

Variação de pH para a solução tampão, após a adição do ácido: ΔpH = pHfinal – pHinicial =

Volume de solução: mL
Volume de NaOH: mL

CH3COOH OH- CH3COO-


Moles iniciais
Moles finais

Variação de pH para a solução tampão, após a adição da base: ΔpH = pHfinal – pHinicial =

3 – Efeito da diluição sobre a capacidade tamponante:


Solução 1: Diluição 1:2:
Volume de solução tampão: mL
Volume de água: mL

Solução 2: Diluição 1:10:


Volume de solução tampão: mL
Volume de água: mL

Solução Diluição 1:10


Diluição 1:2
tampão
pH pH inicial pH final ΔpH pH inicial pH final ΔpH

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4 – Cálculos (deve apresentar todos os cálculos efectuados)

5 – Discussão/Conclusão

6 – Questionário

6.1 – EXplique como se pode determinar, experimentalmente, o pKa de uma solução tampão.

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6.2 - Se volumes iguais de NaH2PO4 0,05 M e H3PO4 0,05 M forem misturados, qual das seguintes alternativas
melhor descreve a solução resultante? (os valores de pK a do ácido fosfórico são 2,0, 6,8 e 12,0). Justifique a sua
opção.
A. pH 2 – solução tampão
B. pH 2 – não é uma solução tampão
C. pH 6,8 – solução tampão
D. pH 12 – não é uma solução tampão
E. pH 6,8 – não é uma solução tampão

6.3 – Na preparação da solução TAE está entre parênteses 5X, o que significa?

6.3.1 - EXplique o conceito de solução de stock e solução de trabalho.

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4 Volumetria de complexação: EDTA como agente quelante


I. Objectivos
• Compreender o conceito de dureza de uma água;
• EXplicar o conceito de quelatação;
• Perceber a aplicação do EDTA devido às suas características;
• Determinar a dureza total de uma água de abastecimento público.

II. Introdução teórica

A água dura corresponde a uma água com um elevado conteúdo mineral, que corresponde,
normalmente, a níveis elevados de sais alcalino-terrosos de catiões metálicos, principalmente cálcio (Ca) e
magnésio (Mg), sob a forma de carbonatos. Pode, no entanto, conter outros tipos de metais e também
bicarbonatos, sulfatos e fosfatos.
A dureza é um parâmetro característico das águas de abastecimento industrial e doméstico, mas, do
ponto de vista da potabilidade, são admitidos valores má Ximos de dureza relativamente elevados, típicos de
águas duras ou muito duras. Além do sabor desagradável que este tipo de águas apresenta, não causam qualquer
tipo de problema a nível fisiológico.
Normalmente, consideram-se águas macias aquelas que apresentam uma dureza (expressa em mg de
carbonato de cálcio por litro) inferior a 75 mg CaCO3/L e águas duras aquelas que apresentam durezas superiores
àquele valor.

A dureza total de uma amostra de água é definida como a concentração total de catiões bivalentes,
principalmente cálcio e magnésio. Esta dureza total pode ser dividida em dois tipos: dureza temporária , ou
dureza de carbonatos, causada pela presença de sais carbonato e bicarbonato; e dureza permanente , ou dureza
de não-carbonatos, causada pela presença de outros tipos de sais, como os sulfatos e os fosfatos. A dureza
temporária pode ser quase totalmente eliminada por fervura.

Para muitos fins, é indiferente se uma água é dura ou macia. Por exemplo, para apagar fogos, regar
jardins, lavar ruas ou manter um barco a flutuar, a água teria que ser muito dura antes de causar qualquer tipo de
problema.
A água dura é considerada ideal para levedar determinados tipos de cerveja e o típico bourbon whiskey
do Kentucky devem, em parte, o seu sabor à elevada concentração de cálcio na água existente no subsolo da
região. Alguns produtos químicos presentes na composição de águas duras, como os silicatos e o carbonato de
cálcio, são bons inibidores de corrosão e podem prevenir danos nas canalizações ou contaminações por produtos
de corrosão potencialmente tóXicos.
No entanto, para operações que impliquem o uso de sabões, a água macia é a mais indicada. Operações
simples, como tomar banho, lavar a louça e a roupa, fazer a barba, etc, tornam-se mais complicadas com uma
água dura. As águas duras exigem quantidades consideráveis de sabão para se conseguir produzir espuma, tanto
que, no passado, a dureza da água era considerada uma medida da sua capacidade de precipitar sabão.
Um grande inconveniente das águas duras é a deposição de iões carbonato e bicarbonato nas
canalizações e aparelhos, o que pode levar a graves problemas, quer a nível industrial, quer a nível doméstico.
Assim, foi necessário desenvolver métodos para controlar a dureza da água. O método mais utilizado, a nível
industrial, é o da adição de cal, que é o método mais económico. Outra forma de controlar a dureza da água é
através do uso de resinas permutadoras de iões, que prendem os carbonatos e bicarbonatos, impedindo que
estes se depositem.
A nível doméstico, é vulgar o uso de Calgon, que é composto, essencialmente, por EDTA (ácido
etilenodiaminatetracético, C10H16 O8N2), que é o agente quelante mais utilizado na atualidade. O EDTA é também

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utilizado como antídoto para o envenenamento por metais, como anticoagulante e como ingrediente numa larga
variedade de reagentes da indústria.

2.1 – Determinação da dureza total

Para a determinação da dureza total de uma amostra de água, utiliza-se o método volumétrico, usando,
como titulante, uma solução de um sal sódico de EDTA, o EDTA-Na (Na2C10 H12 O8N2·2H2 O), previamente
padronizada, e, como indicador, o negro de ericromo-T, que apresenta cor azul intensa.
Um indicador é um composto com uma propriedade física (normalmente a cor) que muda bruscamente
perto do ponto de equivalência, devido ao desaparecimento do analito ou ao aparecimento de excesso de
titulante. Os indicadores são escolhidos de modo que a viragem de cor se dê o mais próXimo possível do ponto de
equivalência. Assim compreende-se que o ponto em que a titulação é interrompida corresponda ao ponto final
da titulação. Quanto mais afastado este estiver do ponto de equivalência, maior será o erro associado ao método
volumétrico.
Os iões cálcio e magnésio formam um complexo com cor vermelho-vinho, com o indicador negro de
ericromo-T, a pH=10. Com a adição de uma solução de EDTA-Na, o cálcio e o magnésio formam, com este, um
complexo muito estável, desligando-se, portanto, do indicador. Quando for adicionada uma quantidade
suficiente de EDTA para complexar todo o cálcio e magnésio, a solução passará da cor vermelho-vinho para a cor
azul, sendo este aspeto que determina o fim da titulação.

2.2 – Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA)

O EDTA é um composto orgânico que forma complexos muito estáveis com catiões metálicos. Age como
um ligando hexadentado, ou seja, pode formar seis ligações ao átomo central (metal).

Figura 1- Representação esquemática do EDTA (ácido etilenodiaminotetracético)

2.3 – Aplicações terapêuticas do EDTA

Entre variadíssimas aplicações, como aquela que vai ser desenvolvida neste trabalho, o EDTA é usado
em terapias de quelatação. Este ácido aminoácido é introduzido no organismo lentamente, por via intravenosa.
Este procedimento medicamente assistido é usado no tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares.
Quando devidamente administrado, o EDTA melhora a função metabólica e aumenta o fluxo sanguíneo. Os
estudos existentes até à data descrevem a utilização de alguns sais de EDTA, mas podem ainda ser estudadas
outras composições e derivados para aplicação terapêutica e outras. Este composto é também usado no
tratamento de envenenamentos por metais pesados (mercúrio e chumbo), dada a sua capacidade de formar
complexos estáveis com estes metais. Em combinação com o crómio, o EDTA é também usado na monitorização
da função renal.
A nível de laboratório bioquímico e de biologia molecular, o EDTA é usado para desativar enzimas
metalo-dependentes que podem danificar o DNA; é também usado como anticoagulante em laboratórios de
análises clínicas, sendo adicionado às amostras de sangue recolhidas.

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4 Volumetria de complexação: EDTA como agente quelante

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1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Padronização da solução de EDTA-Na 0,01 M:


Concentração da solução de CaCO3: ± M

Quantidade de Molaridade da solução de EDTA-


Ensaio Quantidade de CaCO3/mol
EDTA-Na/mol Na/mol∙dm-3
1
2
3
Média

Concentração da solução de EDTA-Na: ± M

2 – Determinação da dureza total de uma amostra de água:

Água de abastecimento:
Concentração da solução EDTA-Na: ± M

Volume de EDTA-Na gasto na titulação da Volume de EDTA-Na gasto na titulação do


Ensaio
amostra/mL branco/mL
1
2
3
Média dos ensaios concordantes
Dureza total da amostra:
A dureza total é expressa em:

mg CaCO / L =
(V a Vb ) EDTA Na
3 V
A
Va – Volume, em mL, de solução de EDTA-Na gasto na titulação da amostra;
Vb – Volume, em mL, de solução de EDTA-Na gasto na titulação do branco;
VA – Volume da amostra, em mL
Dureza total da amostra: _ mg CaCO3/L

3 – EXemplo de cálculos

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4 - Discussão/Conclusão

5- Questionário

5.1. EXplique como se formam os complexos metálicos e os tipos de ligações existentes neste tipo de compostos.
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5.2. EXplique porque se titulam os iões cálcio e magnésio em conjunto?

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Utilização do medidor de pH para efectuar potenciometrias:


5 determinação da massa molar e Ka de um ácido fraco e,
determinação da concentração de ácido acético no vinagre.
I. Objectivos:
Doseamento de um ácido fraco e a determinação da massa molar e da constante de ionização de um
ácido fraco monoprótico por potenciometria;
Comparação entre métodos de detecção do ponto final de uma volumetria (por utilização de indicador
ácido-base e por potenciometria).

II. Introdução teórica

Um ácido fraco monoprótico (como é o caso do ácido acético) quando reage com a água não tem grande
tendência a dissociar-se, contrariamente aos ácidos fortes. A ionização (dissociação) pode ser representada pela
seguinte equação:
HA + H2O H3O+ + A-
onde HA representa o ácido e A representa a sua base conjugada.
-

H O+ A
3
A constante de equilíbrio é dada por: Ka =
HA
Por exemplo, na literatura encontramos para o ácido acético K a = 1,76 X 10-5M a 25º C (este valor é obtido
por extrapolação para a força iónica zero, numa solução real de ácido acético a força iónica é maior que zero e o
valor da constante é ligeiramente maior).
Uma forma de obtermos o valor da constante seria conseguirmos saber as quantidades envolvidas no 2º
membro da equação, mas há uma forma simples de o obter.

Determinação do K a pelo método da meia-neutralização

EXactamente a meio da neutralização teremos iguais


concentrações de HA e de A - em solução. Desta forma a equação da
constante reduz-se a Ka = [H3O+]. Aplicando logaritmos e fazendo pX =
-log[X] fica pKa = pH. Isto é, se seguirmos os valores de pH da solução
à medida que avança a titulação, o valor de pH a meio da titulação irá
permitir calcular o valor de Ka.

Determinação da massa molar de um ácido fraco monoprótico

Se soubermos qual a massa de ácido (ou o volume de solução


de ácido com a concentração expressa em g/L) que estivermos a usar
na titulação podemos calcular directamente pelo nº de moles
equivalentes da base a massa molar do ácido.

massa deácido
nº moles debase = nº moles de ácido =
massamolar deácido

Volume da soluçãodeácidousado
Massa molar de ácido =(Concentraçãodoácido (g / L))
nº moles equivalente dabase

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CIÊNCIAS QUÍMICAS E DAS BIOMOLÉCULAS

Utilização do medidor de pH

Todos os medidores de pH operam pela medição da diferença de potencial de uma célula


electroquímica. A célula é constituída por duas meias células: o eléctrodo de vidro que é sensível à concentração
de ião hidrogénio e o eléctrodo de referência. O eléctrodo de referência é muitas vezes um eléctrodo de
prata/cloreto de prata. Frequentemente os dois eléctrodos estão combinados no mesmo corpo sendo aquilo a
que dá o nome de elétrodo combinado.
Contudo, o princípio de operação é mesmo. O eléctrodo de referência fornece um potencial constante
(E0 = +0,20V em relação ao eléctrodo normal de hidrogénio). A concentração de H + na solução determina o
potencial do eléctrodo de vidro. A diferença de potencial medida pelo aparelho varia de forma apro Ximadamente
linear com o pH da solução. Calibrando-se o aparelho com soluções de pH conhecido podemos medir o pH de
forma simples e com muita precisão.

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CIÊNCIAS QUÍMICAS E DAS BIOMOLÉCULAS

Utilização do medidor de pH para efectuar potenciometrias:


5 determinação da massa molar e Ka de um ácido fraco e,
determinação da concentração de ácido acético no vinagre.
Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Determinação da massa molar do ácido acético


Concentração da solução de NaOH = ±_ M

Concentração mássica de ácido acético = _ ± g/L

Volume da solução de ácido acético = mL

Trace os gráficos de pH = f(VNaOH adicionado) e anexe-os a este relatório. Do gráfico calcule o volume de NaOH
gasto para chegar ao ponto de equivalência.

Volume equivale nte Moles de Moles de ácido Concentração molar de Massa molar
Ensaio
de NaOH NaoH acético ácido acético calculada
1
2
3

Valor médio da massa molar : g/mol


(apresente o desvio padrão da amostra e a incerteza do valor médio com um grau de confiança de 95%)

2 – Determinação da constante de ionização do ácido acético


Concentração da solução de NaOH = ±_ M
Volume de ácido acético Volume de NaOH a meio do ponto de pH a meio do ponto d e
Ensaio
(mL) equivalência equivalência
1
2
3

Valor médio do pH =
(apresente o desvio padrão da amostra e a incerteza do valor médio com um grau de confiança de 95%)

Valor médio de Ka = (mol/dm3)


(apresente o desvio padrão da amostra e a incerteza do valor médio com um grau de confiança de 95%)

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CIÊNCIAS QUÍMICAS E DAS BIOMOLÉCULAS

2 – Determinação do ácido acético em vinagre por potenciometria


Trace os graficos de pH = f(VNaOH adicionado) e anexe-os a este relatório. Do gráfico calcule o volume de NaOH
gasto para chegar ao ponto de equivalência.

Ensaio Volume NaOH no ponto de equivalência Concentração de ácido acético (M) Acidez (%)
1
2
3

Acidez média = _ %
(apresente o desvio padrão da amostra e a incerteza do valor médio com um grau de confiança de 95%)

Acidez do vinagre = massa de ácido acético por 100mL de vinagre

4 – EXemplo de cálculos

5 – Discussão/Conclusão

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CIÊNCIAS QUÍMICAS E DAS BIOMOLÉCULAS

Doseamento do PeróXido de Hi drogénio por volumetria de oXidação -


6 redução

I. Objectivos:
Compreender o conceito de oXidação-redução
Compreender o conceito do poder oXidante e redutor.
Realizar titulações de oXidação-redução.
Compreender o método iodométrico.
Determinar a concentração de uma água oXigenada comercial.

II. Introdução teórica

Porque é que a maior parte dos fármacos bem embalados hermeticamente e em vácuo? Porque é que a
pele de recém-nascidos é muito mais lisa e suave que a dos adultos? Porque é que o vinho passado algum tempo
depois de aberto sabe a vinagre?
A resposta a estas questões está no o Xigénio do ar que provoca reacções de o Xidação-redução, podendo
degradar os fármacos, provoca a o Xidação da pele dando origem às rugas e transforma o álcool etílico (etanol –
CH3 CH2 OH) no ácido acético (CH3COOH).

Reacções de OXidação-Redução

O número de fármacos sensíveis à oXidação ou à redução é extenso. As reacções de oXidação são


prejudiciais e causam problemas de estabilidade ao medicamento. Quimicamente, a o Xidação envolve a
cedência de electrões de um átomo ou de uma molécula. Cada electrão é cedido a um outro átomo ou molécula,
de maneira a promover a redução do átomo ou molécula que recebe os electrões. Em química, a o Xidação é
acompanhada por aumento de valência de um elemento - por exemplo, o ião ferro II (Fe +2) oXida para ião ferro III
(Fe+3). Em química orgânica (portanto, para a maioria dos fármacos), considera-se geralmente que uma molécula
sofre oXidação quando há aumento do número de oXigénios ou diminuição do número de hidrogénios
(desidrogenação). O processo oXidativo é frequentemente acompanhado por radicais livres, moléculas ou
átomos contendo um ou mais electrões desemparelhados. Estes radicais tendem a formar ligações com outras
substâncias doando-lhes electrões, oXidando-as. O processo oXidativo tem sido descrito como um tipo de
reacção em cadeia, iniciando-se com a união do oXigénio com a molécula do fármaco e continuando como
radical livre oriundo da molécula oXidada, que, por sua vez, participa da destruição de outra molécula do
fármaco. Assim, o processo oXidativo se dá em cadeia.

Factores que afectam a velocidade de oXidação:

• Presença de oXigénio
• Luz
• Presença de iões de metais pesados
• Temperatura
• pH
• Presença de outras substâncias que podem actuar como agentes oXidantes

Estratégias possíveis para proteger as substâncias e/ou formulações sujeitas à deterioração por oXidação:

• Protecção do produto ou fármaco (matéria-prima) contra a acção do oXigénio, utilização de gás inerte de
azoto;

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• Limitação do efeito do oXigénio atmosférico pela utilização de embalagens menores e completamente


cheias, sem espaço para o ar;
• Protecção contra a luz, com a utilização de embalagens foto-resistentes, como frasco de vidro âmbar;
• Utilização de quelantes de metais pesados (catalisadores de reacções de oXidação), tais como os sais de
EDTA;
• Adição de antioXidantes;
• Controle da temperatura de armazenamento: Geralmente, a velocidade do processo o Xidativo é mais rápida
em temperaturas elevadas.
• Controle do pH: a oXidação geralmente é favorecida pelo pH alcalino. Deve-se tomar cuidado ao adicionar
alguma substância em uma formulação que contenha algum componente sujeito à oXidação, devendo-se
monitorar o pH no final da manipulação da fórmula e efectuar ajustes, se necessário.

Doseamento do PeróXido de Hidrogénio por oXidação-redução

O peróXido de hidrogénio, também conhecido por água oXigenada, é, normalmente, encontrado na


forma de uma solução aquosa, contendo cerca de 3, 6 ou 30% de peróXido de hidrogénio. Estas soluções são,
frequentemente, designadas de “10 volumes”, “20 volumes” e “100 volumes”, respectivamente. Esta terminologia
é baseada no volume de oXigénio que se liberta quando a solução é decomposta por aquecimento. Assim, 1 cm3
de peróXido de hidrogénio a 100 volumes produzirá 100 cm3 de oXigénio, medido nas condições normais de
pressão e temperatura.

H2O2 + calor H2 O + ½O2

A água oXigenada comercial pode ser titulada pelo método iodométrico ou pelo método
permanganimétrico. Sob aspectos práticos, a titulação com KMnO 4 é menos indicada, devido às interferências
causadas pelos produtos preservativos e estabilizantes presentes, tais como o ácido bórico, o ácido salicílico ou o
ácido benzóico e o glicerol. Desta forma, o método iodométrico é a melhor escolha.
Neste procedimento, o peró Xido de hidrogénio reage com os iões iodeto, em meio ácido, segundo a
equação:

H2O2 + 2I- + 2H+ I2 + 2H2O

Determinações iodométricas

Os métodos volumétricos que envolvem a o Xidação de iões iodeto (iodometria) ou a redução de iodo
(iodimetria) são baseados na seguinte semi-reacção:

I2 + 2e- 2I- Eº = 0,535 volt

A iodometria (método indirecto) refere-se à titulação do iodo libertado em reacções. A titulação directa
designa-se iodimetria e envolve a titulação com solução padrão de iodo. Utilizam-se substâncias com potenciais
de redução menores que o sistema I2/I-, que são oXidadas pelo iodo.
Nota: Duas importantes fontes de erro em titulações iodométricas e iodimétricas são a o Xidação de uma
solução de iodeto pelo ar e a perda de iodo por volatilização. Esta perda pode ser evitada pela adição de um
grande excesso de iões iodeto, que reagem com o iodo, para formar iões triiodeto, segundo a equação:

I- + I2 I3- K = 7,68 X 102

Em titulações à temperatura ambiente (T ~ 25º C), as perdas de iodo por volatilização são insignificantes
se a solução contiver cerca de 4% (m/v) de iodeto de potássio. A formação da espécie I3- não altera nem introduz

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erros mensuráveis no método iodométrico, porque os potenciais-padrão de eléctrodo das semi-reacções são
muito próXimas e, como consequência, a formação dos iões I3- pouco afecta o par I2/I-.

I2 + 2e- 2I- Eº = 0,535 volts


I3- + 2e- 3I- Eº = 0,536 volts

O peróXido de hidrogénio reage com o iodeto, em solução ácida, de acordo com a equação:
H2O2 + 2H+ + 2I- I2 +2H2O

Devido à formação de iodo é possível fazer o doseamento do peró Xido de hidrogénio de uma forma
indirecta quantificando o iodo por titulação com solução padrão de tiossulfato de sódio (Na 2 S2O3 ). A reacção
envolvida na titulação é:

I2 + 2S2O32- 2I- + S4 O 62-

O tiossulfato de sódio não é um padrão primário, portanto, é necessário preparar uma solução com
concentração aproXimada e, de seguida, padronizá-la. A padronização pode ser efectuada recorrendo a vários
padrões primários como, por exemplo, o dicromato de potássio, mas também por titulação com solução
padronizada de permanganato de potássio como padrão secundário. Na padronização com o dicromato é
utilizada uma iodometria. Em meio ácido, os iões dicromato reagem com o iodeto de acordo com a reacção:

Cr2O72- + 14H+ + 6I- 3I2 +2Cr3+ 7H2O

Com estes dados calcula-se a concentração da solução-padrão, sabendo que cada mole de K2 Cr2O7
(massa molar = 294,19g/mol) produz 3 moles de I2, que reagem com 6 moles de Na2 S2O3 . Deste modo, a
quantidade de matéria de Na2 S2 O3 é igual à quantidade de matéria de K2Cr2 O7 multiplicado por 6.
A detecção do ponto final da titulação do iodo com o tiossulfato é feita através de um indicador da
solução de amido. O amido reage com o iodo na presença de iodeto, formando um complexo de cor azul intenso,
que é visível quando a concentração de iodo é de 2X10-5M e a de iodeto maior do que 4X10-4M a 20 ºC. Se for
usada a solução solúvel, só se deverá adicionar o indicador pró Ximo do final da titulação, quando a cor começa a
desmaiar, porque o amido tem a desvantagem de poder formar com o iodo um complexo insolúvel na água. Uma
forma de contornar esta dificuldade seria usar um derivado do amido, como a solução de amidoglicolato de
sódio.

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Doseamento do PeróXido de Hidrogénio por volumetria de oXidação-


6 redução
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1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Padronização da solução de Na 2S2 O3 com K2 Cr2O7:


Massa de Na2 S2 O3 = ± g

Molaridade da solução de
Ensaio Massa de K2Cr2O7 usado / g Volume de Na2S2O3 ~ 0,1 M /mL
Na2S2O3 / M
1
2
3

Média dos valores


concordantes

Concentração da solução de Na2 S2O3 : _ ± M


(erro calculado através do método da propagação da incerteza)

2 – Doseamento de H 2O2 com a solução padronizada de Na 2 S2 O3:


Ensaio Volume de Na2 S2 O3 gasto / mL
1
2
3

Média dos valores concordantes

Concentração de H2 O2 na água oXigenada comercial: _ ± M


(erro calculado através do método da propagação da incerteza)

Concentração de H2 O2 na água oXigenada comercial: _ ± Volumes


(erro calculado através do método da propagação da incerteza)

Concentração de H2 O2 na água oXigenada comercial: _ ± %


(erro calculado através do método da propagação da incerteza)

3 – EXemplo de cálculos

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4 – Discussão/Conclusão

5 – Questionário

5.1 – Descreva o que entende por oXidação e redução de espécies químicas. Indique para cada reacção qual o
para oXidante/redutor.

5.2 – EXplique as diferenças que existem entre as titulações directas, indirectas e de retorno.

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Bibliografia
1. C. Hipólito-Reis, M. N. L. P. Alçada, I. Azevedo, Práticas de Bioquímica para as Ciências da Saúde, LIDEL –
Edições Técnicas, 2002
2. J. Cabral, M. F. Cabral, Química Analítica (Trabalhos Práticos), Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto, Porto, 1984
3. Standard Methods, 4500 – PE, 19ª Edição, 1995
4. Wikipedia (informação on-line)
5. Journal of Chemical Education

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