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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA III


PROFESSOR: VINICIUS VESCOVI

EXPERIMENTO

CINÉTICA QUÍMICA

MARABÁ - PA
MAIO – 2023
1. OBJETIVOS
Estudar o comportamento cinético de uma reação através da medida
experimental da variação da concentração de um dos reagentes ao longo do tempo em
um reator em batelada, determinando a ordem da reação, a constante de velocidade e
energia de ativação.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Cinética química é o estudo da velocidade das reações químicas e dos


mecanismos de desenvolvimento da reação (SCHMAL, 2010). A velocidade de uma
reação química é o aumento da concentração molar do produto ou o decréscimo da
concentração dos reagentes no tempo (LEVENSPIEL, 2000). Ela depende das condições
nas quais a reação está ocorrendo, como a concentração dos reagentes, a
temperatura, a energia de ativação, o estado físico dos reagentes, a presença de um
catalisador ou inibidor, a luz e a pressão (LEVENSPIEL, 2000)..
A velocidade de um a reação é obtida através de uma expressão matemática
conhecida como Lei da ação das massas ou Lei cinética. Para uma reação genérica
(SCHMAL, 2010):
aA + bB → cC + dD (1),
em que a, b, c, d são coeficientes estequiométricos, A e B os reagentes e C e D os
produtos, tem-se então a seguinte lei da velocidade (SCHMAL, 2010):
- rA = k CAα CB β (2),
em que - rA é a velocidade de reação ou taxa de reação, CA é a concentração de
A, CB é a concentração de B, α e β são os expoentes dos reagentes e k é a velocidade
específica da reação ou constante de velocidade.
As potências, α e β são chamadas de ordem da reação, assim, a reação é de
ordem α em relação a A, de ordem β em relação a B e de ordem n em relação a global,
em que n é a soma dos expoentes α e β (LEVENSPIEL, 2000). Reações em que a
equação da velocidade corresponde à equação estequiométrica são denominadas
reações elementares e, quando não há correspondência direta são chamadas reações
não elementares (LEVENSPIEL, 2000).
De acordo com a lei da velocidade, o que pode afetar a velocidade de uma
reação são as concentrações dos reagentes e a própria constante de velocidade
(FOGLER, 2002). A dependência da constante de velocidade k com a temperatura pode
ser determinada através da linearização da equação de Arrhenius (FOGLER, 2002):
𝐸𝑎
ln 𝑘 = ln 𝑘0 − (1)
𝑅𝑇
Assim, ao plotar um gráfico de ln 𝑘 em função do inverso da temperatura obtém-
se a Energia de Ativação da reação (Ea) através da inclinação da reta (FOGLER, 2002).
Agora se a taxa for encontrada na mesma concentração, porém a duas temperaturas
diferentes, a lei de Arrhenius indica que (FOGLER, 2002):
𝑘2 1 1
𝑙𝑛 ⁄𝑘 = 𝐸𝑎⁄𝑅 ( − )
1 𝑇1 𝑇2

3. ENSAIO REACIONAL
Uma reação muito utilizada na indústria, principalmente na produção de sabão e
na indústria alimentícia é a reação de saponificação, na qual um éster reage com uma
base forte em meio aquoso formando sal orgânico e álcool (LEVENSPIEL, 2000). Um
exemplo da reação de saponificação é a reação entre o acetato de etila e o hidróxido
de sódio que é representada a seguir (LEVENSPIEL, 2000).

Essa reação apresenta uma série de etapas intermediárias de reações


elementares (SCHMAL, 2010). Para testar o modelo da equação da taxa e determinar
os parâmetros cinéticos, pode-se utilizar um reator de tanque descontínuo (reator
batelada), operando isotermicamente e a volume constante (SCHMAL, 2010).
Uma maneira de acompanhar o progresso da reação é retirar alíquotas da
mistura reacional de volume conhecido a determinados intervalos de tempo e
determinar a concentração de uma das espécies envolvidas (reagentes e produtos)
(FOGLER, 2002). No caso em particular, pode-se acompanhar a reação, pelo
monitoramento da concentração de íons OH-, através da titulação volumétrica com
solução ácida de concentração conhecida, utilizando um indicador para detectar o
produto de neutralização (SCHMAL, 2010). Neste caso, o volume da mistura reacional
não permanece constante e sua variação deve ser levada em conta no estudo cinético.
Uma vez retirada alíquota do reator, com finalidade de se determinar a
concentração da espécie A, a reação deve ser interrompida, de modo que a
concentração determinada corresponda ao tempo exato da retirada. Isto é
conseguido, pipetando a alíquota em um erlenmeyer no qual foi previamente
adicionada uma quantidade e concentração conhecida de ácido, suficiente para
neutralizar o hidróxido remanescente (LEVENSPIEL, 2000). Em seguida, titula-se
novamente com hidróxido, de tal modo que o ácido não reagido seja determinado.
Com esse procedimento, evita-se que a reação prossiga após a retirada da amostra, no
intervalo de tempo que antecede a titulação com a base (LEVENSPIEL, 2000).

4. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS


● 1 bureta de 50 ml;
● 2 Beckers de 250 ml;
● 7 erlenmeyer de 125 ml;
● 1 pipetas graduadas de 5 ml;
● 1 termômetro;
● 1 cronômetro;
● Aquecedor Banho Maria;
● Agitador magnético com aquecimento;
● Solução de NaOH 0,1M;
● Solução de NaOH 0,05M;
● Solução de acetato de etila 0,1M;
● Solução de ácido clorídrico 0,05M;
● Indicador fenolftaleína.

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1. Aquecer até a temperatura de reação 150 ml das soluções de hidróxido de sódio
(NaOH) 0,1 M e acetato de etila. Verificar a temperatura e aguardar que ambos os
reagentes estejam à mesma temperatura desejada.
2. Ligar o agitador magnético e ajustar a temperatura do equipamento para a
temperatura de reação;
3. Colocar em cada um dos setes erlenmeyers de 125 ml, 40 ml da solução de ácido
clorídrico de 0,05 M e 3 gotas de fenolftaleína. No intuito de determinar a
concentração do acetato em um instante de tempo qualquer, será empregado
método da titulação indireta com a solução titulante de NaOH (0,05 M).
[(𝑉𝐻𝐶𝑙 𝐶𝐻𝐶𝑙 ) − (𝑉𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝐶𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 )]
𝐶𝐴𝑐𝑒𝑡𝑎𝑡𝑜 =
𝑉𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
4. Para iniciar a reação, com cuidado adicione simultaneamente os 150 ml das
soluções de acetato de etila (0,1 M) e hidróxido de sódio (0,1 M) no reator (Beckers
de 500 ml). Observação: assim que os dois reagentes forem colocados no reator,
inicie a contagem do tempo pelo cronômetro.
5. Nos tempos 2, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 retirar uma alíquota de 4 ml do meio reacional,
utilizando uma pipeta volumétrica e pera de sucção, ou seringas de injeção
adequadas e calibradas, e transferir rapidamente este conteúdo da pipeta ou da
seringa para um respectivo Erlenmeyer que contém a solução de espera já
preparada. Agitar bem a mistura e deixar em repouso para titulação posterior.
6. Titular o ácido clorídrico de excesso de cada um dos Erlenmeyers utilizando uma
bureta contendo solução de NaOH a 0,05M, padronizado.

Observação:
✓ Não esquecer da diluição inicial na concentração de NaOH, devido à mistura
com a solução de acetato;
✓ Após a realização dos ensaios, limpar todas as vidrarias.

6. RESULTADO E DISCUSSÃO
1. Expressar a concentração de NaOH e de acetato no reator em função do volume de
NaOH gasto na titulação da amostra para cada temperatura.
2. Determinar a conversão de éster em álcool ao longo da reação.
3. Determinar a ordem da reação pelo método da integral.
4. Construir gráficos mostrando o comportamento linear ou não linear das equações
utilizadas.
5. Calcular a constante de velocidade (k).
6. Usando os dados de outro grupo (temperatura diferente), calcular k2 pelo método
da integral.
7. Determinar a energia de ativação da reação.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. FOGLER, H. S., Elementos de engenharia das reações químicas, 3ª ed., Rio de
Janeiro: LTC, 2002.
2. LEVENSPIEL, O. Engenharia das reações químicas, 3ª ed., São Paulo: Edgard Blücher,
2000.
3. SCHMAL, M.; Cinética e reatores: Aplicação na Engenharia Química, 1ª ed., Rio de
Janeiro: Synergia Editora, 2010.

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