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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO EDUCAÇÃO SUPERIOR DO OESTE – CEO


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

ARNALDO DALL’AGNOL FILHO


JORDANA BUFFON PAGLIARINI
RAFAELA FÁTIMA COSSUL

CINÉTICA QUÍMICA

PINHALZINHO – SC
2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4
2.1 Cinética química 4
2.2 As velocidades das reações 4
2.3 Velocidade instantânea 5
2.4 Catálise 6

DISCUSSÃO DOS RESULTADO 6

CONCLUSÃO 9

REFERÊNCIAS 10
RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo a explicação e construção da lei da


velocidade e suas variações baseando-se em um experimento assistido.
Inicialmente, há uma revisão bibliográfica acerca do tema, seguido pela apresentação
dos dados dos experimentos assistidos. No primeira parte do experimento é identificado
alterações na taxa de reação dado pelas diferenças de concentrações dos reagentes presentes.
Já na segunda parte, evidenciamos como a temperatura causa variações na energia de
ativação das reações.
1. INTRODUÇÃO

A cinética química é a ciência que estuda a velocidade das reações químicas e os


fatores que influenciam as condições do aumento da velocidade e os mecanismos envolvidos
nas reações químicas.
O modelo da colisão é baseado na teoria molecular que explica os mais variados
efeitos em nível de molécula. Logo que para que ocorra uma reação, segundo este modelo as
moléculas precisam se chocar/ agitar e quanto mais colisões ocorreram maior será a
velocidade desta reação, ou seja as moléculas devem possuir uma energia mínima para reagir
Segundo Arrhenius a energia mínima necessária para iniciar uma reação é chamada
energia de ativação, para que as colisões sejam efetivas na formação do produto. (Uma
colisão suave, de "raspão", não distorce a nuvem eletrônica das moléculas a ponto de quebrar
as suas ligações).
O objetivo deste trabalho é aprender e entender como a temperatura e a concentração
dos reagentes influenciam na velocidade de reação.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1​ ​Cinética química

Neste ramo da físico-química estuda-se as velocidades das reações químicas,


abordando a rapidez com que os reagentes são consumidos e os produtos são formados, como
as velocidades da reação respondem a mudanças de condições ou de adição de catalisadores,
e também a identificação das etapas pelas quais a reação ocorre. Com o estudo da cinética
podemos de uma forma prática predizer a rapidez com que a mistura se aproxima do
equilíbrio ​(ATKINS; PAULA, 2011).

2.2​ ​As velocidades das reações


Podemos mudar a velocidade de uma reação, alterando as variáveis de pressão,
temperatura e a presença de um catalisador, com essas mudanças o estudo das velocidades
nos leva a compreender o mecanismo de uma reação, sua análise em uma sequência de etapas
elementares ​(ATKINS; PAULA, 2011).
Para uma reação que ocorre em um recipiente de volume constante a velocidade é
definida como a variação da concentração molar da espécie J pelo intervalo de tempo que
ocorre:
|Δ[J ]|
v elocidade = Δt

2.3​ ​ Velocidade instantânea

Consideramos a velocidade instantânea pois as velocidades com que os reagentes são


consumidos e os produtos são formados mudam no transcurso de uma reação, podemos
definir com a velocidade em um instante específico. A velocidade instantânea de consumo de
um reagente e da formação de produtos é dada pelo coeficiente angular de sua concentração
molar em função do tempo. Quanto maior o coeficiente angular maior a velocidade da reação
(ATKINS; PAULA, 2011)​.
2.4​ ​Catálise

Definimos um catalisador como uma substância que aumenta a velocidade da


reação sem alterar suas propriedades químicas, ele diminui a energia de ativação da reação
fornecendo uma espécie de caminho alternativo que evita a etapa lenta. Os catalisadores
podem ser classificados como homogêneos que são aqueles que são da mesma fase da
mistura, ou ainda como heterogêneos que estão em uma fase diferente da mistura
reacional. ​(ATKINS; PAULA, 2011)

3. DISCUSSÃO DOS RESULTADO

Neste trabalho foi realizado dois diferentes experimentos. O primeiro, Kinects


Experiment Rate Law, envolve a Lei da Velocidade de reação, onde se observa as diferenças
de velocidade de reação devido a uma variação de concentração. Já o segundo, Activation
Energy, discute sobre a Energia de Ativação e como a temperatura afeta a constante cinética.
Inicialmente, será discutido os métodos de cada um dos experimentos separadamente,
posteriormente, analisados os resultados de forma conjunta.

3.1 Kinects Experiment Rate Law

Neste experimento são discorridas sobre as seguintes reações:


​6I​-​ + BrO​3​-​ + 6H​+​ → 3H​2​O + Br​-​ + 3I​2 ​ (1)
I​2​ + 2S​2​O​3​-2​ → 2I​-​ + S​4​O​6​-2​ (2)
Para a construção do experimento foram utilizados quatro diferentes concentrações
dentre os componentes:
-No primeiro (EXPT 1) a reação ocorreu adicionando 10mL de todos os componentes.
-No segundo (EXPT 2) dobrou-se a concentração do íon I​-​ e o restante mantiveram-se iguais.
-No terceiro (EXPT 3) dobrou-se a concentração do BrO​3​- ​ e retirou-se a água.
-No quarto (EXPT 4) dobrou-se a concentração de H​+​ e o retirou-se a água.
Estes reagentes estão inicialmente separados em dois diferentes béqueres, totalizando
oito béqueres necessários para a realização dos experimentos.
Um indicador foi colocado em cada um dos experimentos para posterior observação
da formação dos produtos. Então, a reação é iniciada unindo os conteúdos dos dois béqueres
de cada reação e a partir disso, observou-se as diferentes velocidades de formação dos
produtos.
A primeira reação que obteve diferença na coloração foi a do EXPT 4, seguido pelo
EXPT 2 e EXPT 3, que tiveram velocidades parecidas. Somente após algum tempo o EXPT 1
teve alteração na sua coloração, indicando que este se encontra em velocidade muito inferior
aos demais. A mudança de coloração foi-se de translúcido para azul claro, seguido de azul
escuro.

Com este experimento, foi possível observar que ao aumentar a concentração dos
reagentes, a velocidade da reação aumentou consideravelmente para os 3 casos. EXPT2,
EXPT3 e EXPT4. A velocidade do EXPT4 foi razoavelmente mais elevada que a de EXPT3
e EXPT2.

3.2 Activation Energy

Na segunda parte do experimento, em EXPT5 e EXPT6 têm-se diferentes


temperaturas para poder observar as diferentes energias de ativação.
A temperatura é medida quando se observa a mudança de coloração nos béqueres,
porém, pode-se afirmar que EXPT6 tem uma temperatura mais elevada do que EXPT5.
A mudança de coloração em EXPT6 acontece em uma velocidade superior à EXPT5,
a temperatura medida com o auxílio de um termômetro espeto é de 58°C.
Algum tempo depois, observa-se a viragem do EXPT5, a temperatura medida é de
20,5°C.

3.3 Análise de resultados


Com os tempos medidos em cada uma das etapas dos experimentos, as diferentes
concentrações dos componentes e a taxa de consumo de BrO​3​-​ têm-se a seguinte tabela:

Tabela 1: Análise de resultados

Tempo (s) EXPT [I​-​] [BrO​3​-​] [H​+​] Taxa M/s


(BrO​3​-​)

152.5 1 0,0020 0,0080 0,020 2,19x10​-7

64.5 2 0,0040 0,0080 0,020 5,17x10​-7

68.5 3 0,0020 0,0160 0,020 5,49x10​-7

34.5 4 0,0020 0,0080 0,040 1,09x10​-6

150 5 0,0020 0,0080 0,020 2,22x10​-7

9 6 0,0020 0,0080 0,020 3,70x10​-6

​6I​-​ + BrO​3​-​ + 6H​+​ → 3H​2​O + Br​-​ + 3I​2 ​ (1)

I​2​ + 2S​2​O​3​-2​ → 2I​-​ + S​4​O​6​-2​ (2)

O que acontece nesse experimento é que a reação (1) ocorre instantaneamente no


momento que é misturado os componentes dos dois béqueres. Os produtos de (1) são
consequentemente formados e é o I​2​ que irá reagir com o 2S​2​O​3​-2​ .
O indicador é de amido e é incolor na ainda na primeira reação. Quando o Iodo
estiver em quantidades significativas, ele deverá reagir com o amido e ficar azul. Porém,
enquanto tiver a presença de S​2​O​3​-2 , haverá consumo do I​2 e a formação de I​-​, que não altera
a coloração. A mudança de coloração apenas acontece quando acaba todo S​2​O​3​-2 ​presente na
reação, nesse momento o iodo passa a reagir com o amido do indicador.
Para determinar as taxas de consumo de BrO​3​-​, inicialmente é possível afirmar que a
quantidade de BrO​3​- é ⅙ a quantidade de tiossulfato de acordo com a estequiometria das
reações, então como a concentração de S​2​O​3​-2 é de 10​-5 e o volume é de 50mL, através da
seguinte fórmula pode-se obter as taxas:

−5
10
6×0,05×t = Taxa em M/s (BrO​3​-​)

Sabendo que a lei das velocidades é :


− α − β + γ
V = k × [I ] × [BrO3 ] × [H ]

Partindo do primeiro experimento, onde temos os mesmos volumes para todos os


componentes, analisamos as diferenças causadas quando se dobra a concentração de I​-​, de
BrO​3​-​ e de H​+​.
Quando dobramos a concentração de I​-​, observamos que a taxa praticamente dobra
também, quando dobramos a concentração de BrO​3​-​, praticamente mantemos a taxa
constante, ou seja, para esses dois componentes, estamos lidando com uma primeira ordem.
Quando dobramos a concentração de H​+​, praticamente quadruplicamos a taxa, o que
resulta numa velocidade muito menor comparada aos outros, ou seja, estamos lidando com
uma segunda ordem.
Então, podemos definir a lei da velocidade como:

− 1 − 1 + 2
V = k × [I ] × [BrO3 ] × [H ]

Já na segunda parte do experimento, para determinar k, usa-se a equação da


velocidade com os índices já determinados para identificar as alterações de k de acordo com a
temperatura. Trocando cada um dos valores da tabela, temos que:

− 1 − 1 + 2
Para EXPT5 → V = k × [I ] × [BrO3 ] × [H ]

−7 1 1 2
2, 22x10 = k × [0, 002] × [0, 0080] × [0, 020]

k= 34,72 M​-3​s​-1

Para EXPT6 → 3, 70x10−6 = k × [0, 0020]1 × [0, 0080]1 × [0, 020]2

k=578,6 M​-3​s​-1

Assim, com os valores de K e T, foi realizado a construção do gráfico, e a partir do


gráfico foi obtido o valor da energia de ativação sendo de 60,05 KJ/mol.
4. CONCLUSÃO

A partir do experimento realizado, pode-se definir a velocidade de uma reação, como


a rapidez com que os reagentes são consumidos ou que os produtos são formados. A ordem
de uma reação é uma grandeza que podemos determinar a partir de dados experimentais. A
partir disso podemos determinar se a reação é de ordem zero, primeira ordem ou segunda
ordem, de acordo com a relação linear, sendo também possível a partir do gráfico encontra-se
o valor da energia de ativação

REFERÊNCIAS

ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. ​Físico-química​: fundamentos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ltc-
Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 2011. 600 p

MILAM, Scott. ​Kinetics Experiment Rate Law + Activation Energy​. 2016. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=64acHXJcUu8&t=9s. Acesso em: 05 out. 2020.

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