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INTRODUÇÃO
2 H2 + O2 → 2 H2O
As equações químicas representam a escrita usada pelos químicos. É uma linguagem universal,
isto é, não muda de uma língua para outra ou de um país para outro. Isso simplifica bastante a maneira
de expressar um fenômeno ou reação química. Nelas, temos:
• fórmulas (H2, O2, H2O), que indicam quais são as substâncias participantes da reação química e dão
sentido qualitativo. No primeiro membro, aparecem os reagentes, isto é, as substâncias que entram em
reação; no segundo membro, aparecem os produtos, isto é, as substâncias que são formadas pela
reação.
• coeficientes estequiométricos ou simplesmente coeficientes (2, 1, 2), que indicam a proporção de
moléculas que participam da reação (não é costume escrever o coeficiente 1, que fica, então,
subentendido) e dão sentido quantitativo; o objetivo dos coeficientes é igualar o número total de
átomos de cada elemento no primeiro e no segundo membros da equação.
Equações iônicas
Quando uma reação envolve substâncias iônicas ou ionizadas, podemos escrever apenas os
íons que nos interessam na explicação do fenômeno químico. Por exemplo, a equação a seguir indica
que um ácido forte (possuidor de H +)
reagiu com uma base forte (possuidora de
OH–), formando água.
No exemplo ao lado, inicialmente, temos uma equação escrita na forma comum. Note que ela
também pode ser escrita na forma iônica, com os índices sendo apresentados. Nesse segundo caso,
como o sulfato não reagiu (não se alterou), podemos “ignorá-lo” na representação
É importante ressaltar que uma equação química só está correta quando representa um
fenômeno químico que realmente ocorre, por meio de fórmulas corretas (aspecto qualitativo) e
coeficientes corretos (aspecto quantitativo). Lembrando que numa reação química os átomos
permanecem praticamente “intactos”, podemos enunciar o seguinte critério geral:
Acertar os coeficientes ou balancear uma equação química é igualar o número total de átomos de cada
elemento, no 1º e no 2º membro da equação
Existem vários métodos de balanceamento de uma equação química, porém o mais simples é o
chamado método por tentativas, que segue as regras abaixo.
EXEMPLO 1: Balancear a equação Al + O2 → Al2O3
As reações químicas podem ser classificadas segundo vários critérios. Por exemplo, quando
uma reação libera calor, nós a chamamos de exotérmica (do grego: exo, “para fora”; thermos, calor); é
o caso da queima do carvão: C + O2 → CO2 + calor; já quando uma reação consome calor para se
processar, nós a chamamos de endotérmica (do grego: endo, “para dentro”; thermos, calor); é o caso da
reação: N2 + O2 + calor → 2 NO. No momento, a classificação que mais nos interessa é a que agrupa as
reações em:
Síntese ou de adição
Ocorrem quando duas ou mais substâncias reagem, produzindo uma única substância mais
complexa. Por exemplo:
• síntese total: quando partimos apenas de substâncias simples (1º e 2º exemplos anteriores);
• síntese parcial: quando, entre os reagentes, houver no mínimo uma substância composta (3º exemplo
anterior).
Análise ou de decomposição
Ocorrem quando uma substância se divide em duas ou mais substâncias de estruturas mais
simples. Por exemplo:
Ocorrem quando uma substância simples reage com uma substância composta e “desloca”
desta última uma nova substância simples:
Ocorrem quando dois compostos reagem, permutando entre si dois elementos ou radicais e
dando origem a dois novos compostos:
Duas substâncias reagem quimicamente caso suas moléculas sejam postas em contato do modo
mais eficaz possível. É por isso que uma reação no estado gasoso é, em geral, mais fácil e rápida que
no estado líquido; e neste, em geral, mais fácil e rápida que no estado sólido. Entre sólidos a reação
é normalmente muito difícil, pois falta “contato” entre suas moléculas; daí, o costume de
“pulverizar” os reagentes sólidos, ou o que é, em geral, melhor: procurar dissolver os sólidos na
água ou em outro solvente apropriado;
Duas substâncias reagem quimicamente caso os reagentes tenham uma certa afinidade química, ou
seja, uma certa tendência a reagir. Embora seja fácil constatar que existem reagentes mais reativos
e outros menos reativos, devemos avisar que o estudo da reatividade e da afinidade química é
bastante complexo. Entretanto, para as reações comuns, podemos indicar certos critérios que
permitem prever quais serão os produtos formados, a partir de determinados reagentes. É o que
vamos explicar a seguir.
Reações de oxirredução
Para que uma reação de oxirredução ocorra, um dos reagentes deve apresentar a tendência de
ceder elétrons, e o outro, de receber elétrons. Em relação a essas tendências, é fundamental destacar o
comportamento dos metais e o dos não-metais.
Os metais têm sempre tendência para ceder elétrons; consequentemente, eles se oxidam e agem
como redutores. Os químicos, comparando vários metais, conseguiram determinar quais são os metais
que têm maior tendência e quais os que têm menor tendência para ceder elétrons. Daí surgiu a fila da
reatividade ou fila de tensões eletrolíticas, que é dada parcialmente a seguir:
Nessa fila, qualquer metal mais reativo irá deslocar o menos reativo. Em outras palavras,
qualquer metal pode deslocar (ceder elétrons) outro metal situado mais à direita na fila.
Um caso particular é o das reações de metais com ácidos (veja a posição do hidrogênio na fila).
Esse tipo de reação pode ser usado para obter
hidrogênio, no laboratório, com a aparelhagem
representada abaixo:
Qualquer não-metal desta fila pode deslocar (receber elétrons) de outro não-metal situado mais à
direita na fila.
As mais importantes, nesse caso, são as reações de dupla troca. Elas ocorrem nas três situações
descritas a seguir.
Uma reação de dupla troca pode acontecer desde que tenhamos reagentes solúveis e ao menos um
produto insolúvel, que irá formar um precipitado. (Lembre-se de que a maior parte das reações ocorre
em solução aquosa.)
No estudo das funções inorgânicas vimos informações que nos permitem prever um grande número
de reações de dupla troca que ocorrem em soluções aquosas, sendo elas:
Por esse motivo, em toda reação de dupla troca, em que deveria haver produção de H2CO3 ,
H2SO3 ou de NH4OH, teremos, na realidade, água e CO2 , água e SO2 ou água e NH3 ,
respectivamente:
Uma reação de dupla troca pode ocorrer se houver entre os produtos um eletrólito mais fraco
que os reagentes ou um composto molecular. Nesse caso, o exemplo mais comum é a reação de
salificação, em que forma um sal (composto iônico) e a água (composto molecular):
Outro caso que podemos mencionar é o de um ácido (ou base) mais forte deslocando, de um
sal, o ácido (ou base) mais fraco:
Exemplos:
Exemplos:
O oxigênio é um não-metal bastante reativo que consegue reagir com quase todos os demais
elementos químicos; a reação é, em geral, denominada queima ou combustão e produz óxidos de vários
tipos. Nos exemplos a seguir, no lugar do oxigênio podemos considerar o ar, que é uma mistura de
oxigênio e nitrogênio; como o nitrogênio normalmente não reage, a ação com o ar é bem “mais fraca”
que a do oxigênio puro
A reação com metais produz, em geral, óxidos básicos, mas às vezes pode produzir óxidos
anfóteros ou peróxidos:
A reação com não-metais produz óxidos ácidos (ou óxidos indiferentes):
Quando o sulfeto é de metal nobre, libera-se o próprio metal. Essas reações têm uma grande
importância prática nas indústrias metalúrgicas e são denominadas reações de ustulação dos sulfetos.
O hidrogênio reage com metais e com não-metais de alta reatividade, formando hidretos.
Reações com não-metais formam hidretos gasosos, moleculares, estáveis e de caráter ácido:
Obs.: A água (2 H2 + O2 → 2 H2O) é uma exceção, pois é líquida e não tem caráter ácido.
Reações com metais formam hidretos sólidos, cristalinos, iônicos, muito reativos e de caráter
básico:
Os hidretos metálicos hidrolisam (reagem com a água) facilmente, sendo por isso afetados até
pela umidade do ar:
Obs.: Nos hidretos metálicos o hidrogênio está na forma de ânion (H–) e, por isso, seu Nox. é –1.
Reações com a água
Os metais alcalinos e alcalino-terrosos reagem com a água em temperatura ambiente,
formando os hidróxidos correspondentes:
Obs.: Os metais nobres (Cu, Hg, Ag, Pt e Au) não reagem com a água.
Dentre os ácidos, os hidrácidos HF e HCl são bastante estáveis em relação ao calor. Os demais
se decompõem, em maior ou menor extensão, quando aquecidos:
Dentre os oxiácidos comuns, o H2SO4 é o mais estável; o HNO3 e o H3PO4 são relativamente
estáveis. Os demais se decompõem, dando normalmente água e o anidrido correspondente:
Obs.: Neste último caso, até o próprio anidrido se decompõe em óxidos mais simples. Como já
vimos, alguns oxiácidos são tão instáveis que se decompõem espontaneamente em
temperatura ambiente
Dentre as bases, os hidróxidos alcalinos são tão estáveis que podem ser fundidos sem
decomposição. Os demais se decompõem pelo calor, dando água e o óxido correspondente:
Obs.: O caso particular do hidróxido de amônio (NH4OH → NH3↗ + H2O) já foi mencionado
De modo geral, os sais são muito mais estáveis em relação ao calor do que os ácidos e as
bases correspondentes. Entretanto, quando o ácido e/ou a base forem instáveis ou muito
sensíveis ao calor, esse fato irá se refletir em seus sais:
Os óxidos, de modo geral, são muito estáveis em relação ao calor; esta é uma das razões da
existência de inúmeros óxidos metálicos na crosta terrestre. Entretanto, alguns sofrem
decomposição pelo calor, como os óxidos dos metais nobres ou certos óxidos de não-metais
Acredita-se que o vidro já era conhecido desde 2500 a.C., pelos egípcios. Uma lenda conta que,
em 1500 a.C., marinheiros fenícios já usavam “pedras” de Na 2CO3 natural para fazer fogueiras nas praias
e, com o fogo, pedaços de vidro eram produzidos (com o calor, o Na 2CO3 reage com a areia, produzindo
vidro). Atualmente, o vidro comum é produzido pela mistura de areia (SiO2), soda ou barrilha (Na2CO3) e
calcário (CaCO3), que é aquecida em fornos especiais, a cerca de 1.500 °C. Ocorrem então reações do
tipo:
Esse é o vidro “incolor”; os coloridos são fabricados adicionando-se, à mistura inicial, pequenas
quantidades de óxidos metálicos, como, por exemplo, Fe2O3 (que dá cor verde ao vidro), CoO (cor azul)
etc. O vidro fabricado com 10 a 15% de óxido de chumbo (Pb 3O4 — zarcão ou mínio) tem densidade e
brilho elevados, é conhecido como cristal e usado na fabricação de vasos e taças. O vidro não tem
composição química nem forma cristalina definidas; é considerado um “sólido amorfo”, ou, um “líquido
super-resfriado” que atingiu uma viscosidade tão alta que se comporta como um sólido
4) Quando uma reação química pode ser classificada como reação de síntese?
5) Quando uma reação química pode ser classificada como reação de análise?