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Universidade Federal de Sergipe – UFS

Departamento de Química - DQI

Disciplina: QUÍMICA I Prof. Dr. Luiz Pereira da Costa


Aluno (a):______________________________________ Data: __/___/_____

ELETROQUÍMICA

01- INTRODUÇÃO
As reações de oxirredução (redox) estão entre as reações químicas mais comuns e importantes. Elas estão envolvidas
em uma grande variedade de processos importantes incluindo a ferrugem do ferro, fabricação e ação de alvejantes e
a respiração dos animais. A oxidação refere-se à perda de elétrons. Contrariamente, a redução refere-se ao ganho de
elétrons. Portanto, as reações de oxirredução ocorrem quando os elétrons são transferidos do átomo oxidado para o
átomo reduzido.
A transferência de elétrons que ocorre durante as reações de oxirredução pode ser usada para produzir energia na
forma de eletricidade. Em outras instâncias usamos a energia para fazer determinados processos não espontâneos
ocorrerem. A eletro química é o estudo das relações entre a eletricidade e as reações químicas. A abordagem de
eletroquímica fornecerá uma visão de tópicos diversos como a fabricação de baterias, a espontaneidade de reações,
a corrosão de metais e a galvanização elétrica. Iniciaremos revisando como os números de oxidação são usados para
identificar as reações redox.

02- Reações de oxirredução


Como determinamos se uma reação é de oxirredução? Podemos fazer isso mantendo-nos informados sobre os
números de oxidação de todos os elementos envolvidos na reação. Esse procedimento nos diz quais elementos (se
houver algum) variam o estado de oxidação. Por exemplo, a reação a seguir pode ser escrita:

Escrevendo o número de oxidação de cada elemento acima ou abaixo da equação, podemos ver as variações de
estados de oxidação que ocorrem: o estado de oxidação de Zn varia de 0 para +2, e o estado de oxidação de H varia
de +1 para 0.
Em reações como essa ocorre uma evidente transferência de elétrons. O zinco perde elétrons à medida que Zn(s) é
convertido em Zn2+(aq), e o Hidrogênio ganha elétrons à proporção que H+(aq) se transforma em H2(g).
Usar os números de oxidação, portanto, é uma forma conveniente de 'fazer uma contabilidade', mas você geralmente
não deve igualar o estado de oxidação de um átomo na sua carga real em um composto químico.
Em qualquer reação redox, tanto a oxidação quanto a redução devem ocorrer. Em outras palavras, se uma substância
for oxidada, a outra deverá ser reduzida. A substância que torna possível que uma outra seja oxidada é chamada
agente oxidante ou oxidante. O agente oxidante remove elétrons de outra substância, adquirindo-os para si mesmo;
portanto, o agente oxidante é reduzido. Analogamente, um agente redutor ou um redutor é uma substância que
fornece elétrons, fazendo assim com que outra substância seja reduzida. O agente redutor é oxidado no processo.
Na reação acima, H+(aq) é o agente oxidante, e Zn(s), o agente redutor.

2.1- Balanceamento de equações de oxirredução


Quando balanceamos uma equação química, devemos obedecer à Lei da conservação da massa: a quantidade de cada
elemento deve ser a mesma em ambos os lados da equação. À medida que balanceamos as reações de oxirredução,
existe uma exigência adicional: os elétrons recebidos e doados devem estar balanceados. Em outras palavras, se uma
substância perde determinado número de elétrons durante uma reação, a outra tem de ganhar o mesmo número de
elétrons. Em muitas reações químicas simples, o balanceamento dos elétrons é manipulado 'automaticamente';
podemos balancear a equação sem considerar explicitamente a transferência de elétrons. Entretanto, muitas reações
redox são mais complexas que a da equação citada e não podem ser balanceadas facilmente sem se levar em conta o
número de elétrons doados e recebidos no curso da reação.
Semi-reações:
Apesar de a oxidação e a redução terem de ocorrer simultaneamente, em geral é conveniente considerá-las
processos separados. Por exemplo, a oxidação de Sn 2+ por Fe3+

pode ser considerada como consistindo em dois processos: (1) a oxidação de Sn 2+ e (2) a redução de Fe3+:

Observe que no processo de oxidação os elétrons são mostrados como produtos, enquanto no processo de redução
são mostrados como reagentes.
As equações que mostram oxidação ou redução sozinhas, como nas equações acima são chamadas semi-reações. Na
reação redox como um todo o número de elétrons perdidos na semi-reação de oxidação deve ser igual ao número de
elétrons ganhos na semi-reação de redução. Quando essas condições são satisfeitas e cada semi-reação estiver
balanceada, os elétrons em cada lado cancelam-se quando as duas semi-reações forem somadas para fornecer a
equação de oxirredução total balanceada.
Podemos resumir o procedimento para balar\cear uma reação redox que ocorre em meio ácido como segue:
1. Divida a equação em duas semi-reações incompletas, uma para a oxidação e outra para a redução.
2. Faça o balanceamento de cada semi-reação.
(a) Primeiro, faça o balanceamento dos outros elementos que não sejam H e O.
(b) Em seguida, faça o balanceamento dos átomos de O adicionando H20.
(c) Depois faça o balanceamento dos átomos de H adicionando H +.
(d) Finalmente, faça o balanceamento da carga adicionando e- ao lado com a maior carga positiva total.
3. Multiplique cada semi-reação por um número inteiro de tal forma que o número de elétrons dispendidos
em uma semi-reação se iguale ao número de elétrons ganhos na outra.
4. Some as duas semi-reações e simplifique quando possível cancelando as espécies iguais que aparecem em
ambos os membros da equação.
5. Confira a equação tendo certeza de que existe o mesmo número de átomos de cada tipo e a mesma carga
total em ambos os lados.

03- Células voltaicas (Pilhas)


A energia liberada em uma reação redox espontânea pode ser usada para realizar trabalho elétrico. Essa tarefa é
efetuada por uma célula voltaica (ou galvâníca), dispositivo no qual a transferência de elétrons ocorre pelo caminho
externo em vez de diretamente entre os reagentes.
Uma reação espontânea dessa ocorre quando uma tira de zinco é colocada em contato com uma solução contendo
Cu2+. À medida que a reação prossegue, a cor azul dos íons Cu2+(aq) desaparece e o cobre metálico deposita-se no zinco.

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Ao mesmo tempo, o zinco começa a se dissolver. Essas transformações são mostradas na Figura 1 e resumidas pela
Equação a seguir:

Figura 01. (a) Uma lâmina de zinco é colocada em uma de sulfato de cobre (II). (b) os elétrons são transferidos do zinco para o íon
Cu2+, formando íons Zn2+ e Cu(s). à medida que a reação prossegue, o zinco se dissolve, a cor azul de Cu 2+(aq) descolore e o cobre
metálico (material escuro na lâmina de zinco e no fundo do béquer) deposita-se

Os dois metais sólidos conectados por um circuito externo são chamados eletrodos. Por definição, o eletrodo onde
ocorre a oxidação é chamado anodo; o eletrodo onde ocorre a redução é chamado catodo. Cada um dos dois
compartimentos da célula voltaica é chamado semicélula. Uma semicélula é o local da semi-reação de oxidação e a
outra é o local da semi-reação de redução. No presente exemplo Zn é oxidado e Cu2+ reduzido:

Os elétrons tornam-se disponíveis à medida que o zinco metálico é oxidado no anodo. Eles fluem gelo circuito externo
do catodo, onde eles são consumidos à proporção que Cu 2+(aq) é reduzido. Como Zn(s) é oxidado na célula, o eletrodo
de zinco perde massa e a concentração da solução de Zn2+ aumenta conforme a pilha funciona. De forma semelhante,
o eletrodo de Cu ganha massa, tomando a solução de Cu2+ menos concentrada à medida que Cu2+ é reduzido a Cu(s).
Para uma célula voltaica funcionar, as soluções nas duas semicélulas devem permanecer eletricamente neutras.
Devido a Zn ser oxidado no compartimento do anodo, os íons Zn2+ entram na solução (Figura 2). Portanto, deve existir
algum meio de os íons positivos migrarem para fora do compartimento do anodo ou para os íons negativos migrarem
para dentro, a fim de se manter a solução eletricamente neutra. Igualmente, a redução de Cu2+ no catodo remove
carga positiva da solução, deixando um excesso de carga negativa na semicélula. Assim, os íons positivos devem migrar
para dentro do compartimento ou os íons negativos devem migrar para fora.

Figura 02. Uma célula voltaica. O compartimento da esquerda contém 1 mol.L-1 de CuS04 e um eletrodo de cobre. O compartimento
da direita contém 1 mol.L-1 de ZnSO4 de um eletrodo de zinco. As soluções estão conectadas por um disco de vidro poroso, que
permite o contato das duas soluções. Os eletrodos metálicos estão conectados por um voltímetro, que lê o potencial da célula,
1,10 V.

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Na Figura 2, um disco de vidro poroso separando os dois compartimentos permite uma migração de íons que mantém
a neutralidade elétrica das soluções. Na Figura 3, uma ponte salina serve a esse propósito. Uma ponte salina consiste
em um tubo em forma de U que contém uma solução de eletrólito, como NaN03(aq), cujos íons não reagem com outros
íons na célula ou com os materiais dos eletrodos. O eletrólito geralmente é incorporado em um gel para que sua
solução não escorra quando o tubo em U for invertido. Conforme a oxidação e a redução ocorrem nos eletrodos, os
íons da ponte salina migram para neutralizar a carga nos compartimentos da célula. Qualquer que seja o meio usado
para permitir que os íons migrem entre as semicélulas, os ânions sempre migram no sentido do anodo e os cátions no
sentido do catodo. Não ocorrerá nenhum fluxo mensurável de elétrons entre os eletrodos a menos que um meio seja
fornecido para os íons migrarem pela solução de um compartimento para outro, consequentemente completando o
circuito.

Figura 03. Célula voltaica que usa uma ponte salina para completar o circuito elétrico.

A Figura 4 resume as relações entre o anodo, o catodo, o processo químico que ocorre em uma célula voltaica, o
sentido de migração de íons em solução e o movimento de elétrons entre os eletrodos no circuito externo. Observe
em particular que em qualquer célula voltaica os elétrons fluem do anodo pelo circuito externo poro o catodo. Uma
vez que os elétrons carregados negativamente fluem do anodo para o catodo, o anodo em uma célula voltaica é
rotulado com um sinal negativo e o catodo com um sinal positivo; podemos visualizar os elétrons sendo atraídos do
anodo negativo para o catodo positivo por um circuito externo.

Figura 04. Resumo da terminologia usada para descrever as células voltaicas. A oxidação ocorre no anodo; a redução ocorre no
catodo. Os elétrons fluem espontaneamente do anodo negativo para o catodo positivo. O circuito elétrico é completado pelo
movimento de íons na solução. Os ânions movimentam-se no sentido do anodo, enquanto os cátions movimentam-se no sentido
do catodo. Os compartimentos da célula podem ser separados por uma barreira de vidro poroso (como na Figura 2) ou por uma
ponte salina (como na Figura 3).

3.1- Força eletromotriz (Fem) de pilhas - os elétrons fluem do anodo de uma célula voltaica para o catodo devido à
diferença na energia potencial. A energia potencial dos elétrons é mais alta no anodo que no catodo, e eles fluem
espontaneamente por um circuito externo do anodo para o catodo. A diferença na energia potencial por carga elétrica
(diferença de potencial) entre dois eletrodos é medida em unidades de volts. Um volt (V) é a diferença potencial
necessária para fornecer 1 J de energia para uma carga de 1 coulomb (C).

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A diferença de potencial entre dois eletrodos em uma célula voltaica fornece a força diretora que empurra os elétrons
por um circuito externo. Consequentemente, chamamos essa diferença de potencial de força eletromotriz (provoca
o movimento dos elétrons) ou fem. A fem de uma pilha, denominada Ecel é também chamada potencial da célula.
Como Ecel é medido em volts, geralmente nos referimos a ele como voltagem da célula. Para qualquer reação de célula
que prossegue espontaneamente, como a da célula voltaica, o potencial da célula será positivo. A fem de uma célula
voltaica em particular depende das reações específicas que ocorrem no catodo e no anodo, das concentrações dos
reagentes e produtos e da temperatura, que suporemos ser 25 oC. Nesta seção focaremos as células que funcionam a
25 oC sob condições-padrão. Lembre-se que as condições-padrão incluem concentrações de 1 mol.L-1 para os
reagentes e produtos na solução e 1 atm de pressão para os que são gases (Tabela 19.3). Sob condições-padrão a fem
é chamada fem-padrão ou potencial-padrão da célula, sendo representado por E0cel. Para a célula voltaica Zn-Cu da
Figura 03, por exemplo, o potencial da célula a 25 oC é 1,10 V.

3.2- Potenciais-padrão de redução (semicélula)- A fem ou potencial da pilha de uma célula voltaica depende das
semicélulas, em particular do catodo e do anodo, envolvidas. Poderíamos, em princípio, tabelar os potenciais-padrão
da célula para todas as combinações possíveis de catodo/anodo. Entretanto, não é necessário ocupar-se com esse
trabalho árduo. Em vez disso, podemos atribuir um potencial-padrão para cada semicélula individual e, depois, usar
esses potenciais de semicélulas para determinar E0cel. O potencial da célula é a diferença entre dois potenciais de
eletrodo, um associado ao catodo e o outro ao anodo. Por convenção, o potencial associado a cada eletrodo é
escolhido como o potencial para a redução que ocorre naquele eletrodo. Dessa forma, os potenciais-padrão do
eletrodo são tabelados para as reações de redução; eles são os potenciais-padrão de redução, denominados E0red.
O potencial da célula, E0cel é dado pelo potencial-padrão de redução da reação do catodo, E0red (catodo), menos o
potencial-padrão de redução da reação do anodo, E0red (anodo):

Como toda célula voltaica envolve duas semicélulas, não é possível medir o potencial-padrão de redução de uma
semi-reação diretamente. Entretanto, se atribuirmos um potencial-padrão de redução para determinada semi-reação
de referência, podemos então determinar os potenciais-padrão de redução de outras semi-reações em relação àquela
referência. A semi-reação de referência é a redução de H+(aq) a H2(g) sob condições-padrão, ao qual é atribuído um
potencial-padrão de redução de exatamente 0,0 V.

Um eletrodo desenvolvido para produzir essa semi-reação é chamado eletrodo-padrão de hidrogênio (EPH). Um EPH
consiste em um fio de platina conectado a um pedaço de lâmina de pia tina coberto com platina finamente dividida
que serve como uma superfície inerte para a reação. O eletrodo é encapsulado em um tubo de vidro de tal forma que
o gás hidrogênio sob condições-padrão (1 atm) possa ser borbulhado sobre a platina e a solução contendo H+(aq) sob
condições-padrão (1,0 mol. L-1).
A Figura 05 mostra uma célula voltaica usando EPH e um eletrodo-padrão de Zn2+/Zn. A reação espontânea é a
seguinte, ou seja, a oxidação de Zn e a redução de H+.

Observe que o eletrodo de Zn2+/Zn é o anodo e o EPH é o catodo, e que a voltagem da célula é + 0,76 V. Usando o
potencial-padrão de redução de H+(E0red = 0), podemos determinar o potencial-padrão de redução para a semi-reação
Zn2+/ Zn:

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Figura 05. O eletrodo-padrão de hidrogênio (EPH) é usado como eletrodo de referência. (a) Um EPH consiste em um eletrodo com
Pt finamente dividido em contato com H2(g) a 1 atm de pressão e solução ácida com [H+] = 1,0 mol.L-1. (b) Representação molecular
dos processos que ocorrem em EPH. Quando EPH é o catodo de uma célula, cada um dos dois íons H+ recebe um elétron do eletrodo
de Pt e são reduzidos a átomos de H. Os átomos de H se ligam para formar H 2. Quando EPH é o anodo de uma célula, o processo
inverso ocorre: uma molécula de H2 na superfície do eletrodo impede dois elétrons e é oxidada a H+. Os íons H+ em solução são
hidratados.

Os potenciais-padrão de redução para outras semi-reações podem ser estabelecidos a partir de outros potenciais de
células de maneira semelhante àquela usada para a semi-reação Zn2+/Zn. A Tabela 01 relaciona alguns potenciais-
padrão de redução. Uma lista mais completa é encontrada em Apêndices de livros da área. Esses potenciais-padrão
de redução, geralmente chamados potenciais de semi-reação, podem ser combinados para calcular as fems de grande
variedade de células voltaicas.

Tabela 01. Potenciais-padrão de redução em água a 25 oC.

Como o potencial elétrico mede a energia potencial por carga elétrica, os potenciais-padrão de redução são
propriedades intensivas. Assim, a variação do coeficiente estequiométrico em uma semi-reação não afeta o valor do
potencial-padrão de redução. Por exemplo, E0red para a redução de 2,0 mols de Zn2+ é o mesmo que aquele para a
redução de 1,0 mol de Zn2+:

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04- Eletrólise
As células voltaicas são baseadas nas reações de oxirredução espontâneas. Contrariamente, é possível usar a energia
elétrica para fazer com que reações redox não espontâneas ocorram. Por exen1plo, a eletricidade pode ser usada para
decompor o cloreto de sódio fundido em seus elementos componentes:

Tais processos, produzidos por urna fonte externa de energia elétrica são chamados reações de eletrólise e ocorrem
em células eletrolíticas. Uma célula eletrolítica consiste em dois eletrodos em um sal fundido ou uma solução. Uma
bateria ou qualquer outra fonte de corrente elétrica direta age como bomba de elétrons dentro de um eletrodo e
puxando-os do outro eletrodo. Exatamente como e1n células voltaicas, o eletrodo onde ocorre redução é chamado
catodo e o eletrodo onde ocorre oxidação é chamado anodo. Na eletrólise de NaCl fundido, Figura 06, os íons Na+
pegam elétrons e são reduzidos a Na no catodo. À medida que os íons Na+ próximos do catodo são esgotados, íons
Na+ adicionais migram para ele. Analogamente, existe um movimento líquido de íons Cl para o anodo, onde eles são
oxidados. As reações do eletrodo para a eletrólise de NaCI fundido são resumidas como segue:

Observe a maneira na qual a fonte de voltagem está conectada aos eletrodos na Figura 06. Em uma célula voltaica (ou
qualquer outra fonte de corrente direta), os elétrons movem-se do terminal negativo. Portanto, o eletrodo da célula
eletrolítica conectado ao terminal negativo da fonte de voltagem é o catodo da célula; ele recebe elétrons usados
para reduzir a substância. Os elétrons removidos durante o processo de oxidação no anodo migram para o terminal
positivo da fonte de voltagem, assim completando o circuito da célula. A eletrólise de sais fundidos é um importante
processo industrial para a produção de metais ativos, como sódio e alumínio.

Figura 06. Eletrólise de cloreto de sódio fundido. Os íons Cl- são oxidados a Cl2(g) no anodo, e os íons Na+ são reduzidos a Na (no
catodo).

4.1- Eletrólise de soluções aquosas- Por causa dos altos pontos de fusão das substâncias iônicas, a eletrólise de sais
fundidos necessita de altas temperaturas. Temos os mesmos produtos se fizermos a eletrólise de solução aquosa de
um sal em vez de fazer do sal fundido? A eletrólise de uma solução aquosa é complicada pela presença da água,
porque temos de considerar se a água é oxidada (para formar O2) ou reduzida (para formar H2) em vez dos íons do sal.
Suponha que coloquemos uma solução aquosa de NaF em uma célula eletrolítica. Os possíveis reagentes na célula são
Na+, F- e H20. Tanto Na+ quanto H20 podem ser reduzidos, mas F- não pode ser reduzido porque o íon fluoreto não
pode ganhar elétrons adicionais. Assim, as reações possíveis no catodo são:

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Lembre-se de que quanto mais positivo (ou menos negativo) o valor de E 0red mais favorável é a redução. Portanto, a
redução de H2O em H2 é muito mais favorável que a redução de Na+ em Na. O gás hidrogênio (H2) é produzido no
catodo. F- ou H20 devem ser oxidados no anodo porque Na+ não pode perder mais elétrons.

Em virtude de a oxidação ser o inverso da redução, quanto mais negativo (ou menos positivo) o valor de E 0red, mais
favorável será a oxidação. Assim, é muito mais fácil oxidar H20 que F-. Na realidade, é mais fácil ainda oxidar OH-(aq)
produzido no catodo.

Portanto, a eletrólise de NaF(aq) funciona apenas para a redução de H20. NaF(aq) serve apenas como um eletrólito para
permitir que a corrente seja conduzida pela célula eletrolítica. Podemos usar a Equação para calcular a fem mínima
necessária para preceder a eletrólise.

Observe que E0cel = E0red (catodo) – E0red (anodo) é negativo, logo o processo não é espontâneo e deve ser dirigido por
uma fonte de energia externa. A eletrólise de NaCl(aq) leva a um resultado um tanto quanto inesperado. No catodo
H20 é reduzido a H2 como com NaF(aq). As reações possíveis no anodo são a oxidação de H2O(l) ou a oxidação de Cl-(aq).

Com base nos valores de E0red, esperaríamos que H20(l) fosse oxidado em vez de Cl-. Entretanto, os experimentos
mostram que Cl- é normalmente oxidado em vez de H20. Esse resultado contra-intuititvo ocorre por causa da cinética
do processo do eletrodo; em síntese: mesmo que a oxidação de H20 seja termodinamicamente favorecida, a energia
de ativação para a oxidação de Cl- é mais baixa, logo ela é cineticamente favorecida. As reações de célula observadas
para a eletrólise de NaCl(aq) são resumidas como segue:

4.2- Eletrólise com eletrodos ativos- várias aplicações práticas- várias aplicações práticas da eletroquímica são
baseadas nos eletrodos ativos - eletrodos que participam do processo de eletrólise. A galvanoplastia, por exemplo,
usa a eletrólise para depositar uma fina camada de metal em outro para melhorar o aspecto visual ou a resistência à
corrosão. Podemos ilustrar os princípios da eletrólise com eletrodos ativos descrevendo como galvanizar o níquel em
um pedaço de aço. para o experimento de galvanoplastia. O anodo da célula é uma lâmina a de níquel metálico, e o
catodo é a peça de aço que será galvanizada. Os eletrodos são imersos em uma solução de NiS04(aq). O que acontece
nos eletrodos quando uma fonte de voltagem externa é ligada? A redução ocorrerá no catodo. O potencial-padrão de
redução de Ni2+ (E0red = -0,28 V) é menos negativo que o de H20 (E0red = - 0,83 V), logo Ni2+ será preferencialmente
reduzido no catodo. No anodo precisamos considerar quais substâncias podem ser oxidadas. Para a solução de
NiS04(aq), apenas o solvente H20 é facilmente oxidado porque nem Ni2+ nem S042- podem ser oxidados (ambos já têm
seus elementos nos estados de oxidação mais altos possíveis). Entretanto, os átomos de Ni no anodo podem sofrer
oxidação. Portanto, os dois processos possíveis são:

Uma vez que ambas as semi-reações são de oxidação, a mais favorecida será aquela com menor valor de E0red.
Consequentemente, esperamos que Ni(s) seja oxidado no anodo. Podemos resumir as reações do eletrodo como
segue:

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Se observarmos a reação total, parece que nada aconteceu. Entretanto, durante a eletrólise transferimos os átomos
de Ni do anodo de Ni para o catodo de aço, galvanizando o eletrodo de aço com uma fina camada de átomos de
níquel. A fem padrão para a reação total é E0cel = E0red (catodo) – E0red (anodo) = 0,0 V. Apenas uma pequena fem é
necessária para fornecer o “empurrão” para transferir os átomos de níquel de um eletrodo para outro.

4.3- Aspectos quantitativos da eletrólise- a estequiometria de uma semi-reação mostra quantos elétrons são
necessários para atingir um processo eletrolítico. Por exemplo, a redução de Na+ em Na é um processo de um elétron:

Portanto, 1,0 mol de elétrons depositará 1,0 mol de Na metálico; 2 mols de elétrons depositarão 2 mols de Na
metálico, e assim por diante. Analogamente, 2 mols de elétrons são necessários para produzir 1,0 mol de cobre a
partir de Cu2+, e 3 mols de elétrons são necessários para produzir 1,0 mol de alumínio a partir de Al3+:

Para qualquer semi-reação, a quantidade de uma substância reduzida ou oxidada em uma célula eletrolítica é
diretamente proporcional ao número de elétrons transmitidos à célula. A quantidade de carga que passa pelo circuito
elétrico, como aquele em uma célula eletrolítica, é geralmente medida em coulombs. A carga em 1,0 mol de elétrons
é 96.500 C (1 Faraday).

Um coulomb é a quantidade de carga passando em um ponto em um circuito em 1 s quando a corrente for 1 ampere
(A). Consequentemente, o número de coulombs que passa através de uma célula pode ser obtido multiplicando-se a
amperagem pelo tempo em segundos: Coulombs = amperes x segundos.
Em resumo:

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