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O NOX é uma unidade de medida sobre uma carga que um determinado elemento químico
assume. Quando falamos sobre ligações iônicas, em que há uma transferência de elétrons, essa
carga é real, enquanto quando falamos de ligações covalentes, em que há compartilhamento de
elétrons, falamos de um deslocamento de cargas (ou carga aparente). Para fins práticos, não
vamos diferenciar o tipo de ligação, mas vamos analisar a carga assumida por um determinado
composto como seu NOX, seja ela aparente ou real. De modo geral, em cada ligação há o
envolvimento de pelo menos um elétron e as espécies químicas assumem uma carga de acordo
com ele, o elemento mais eletronegativo tem uma tendência a ficar negativo, enquanto o mais
eletropositivo tem uma tendência a ficar positivo. A partir dessas informações podemos criar
algumas regras para analisar as cargas dos átomos, seja ele sozinho ou em uma ligação química:
b) No OF2 (fluoreto de oxigênio), o oxigênio tem NOX = +2 e o flúor, NOX = -1, porque o flúor é mais
eletronegativo que o oxigênio.
REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO
Essas reações caracterizam-se pela mudança de NOX de pelo menos dois átomos. Átomos
que têm um aumento do seu NOX sofrem o processo de oxidação, enquanto átomos que têm uma
diminuição do seu NOX sofrem o processo de redução. Na realidade o que ocorre é uma
transferência de cargas, ou seja, para um átomo diminuir o seu NOX, ele precisa receber
elétrons, enquanto para um átomo aumentar o seu NOX, ele precisa ceder elétrons.
No exemplo abaixo, vamos discutir a reação entre magnésio metálico (Mg) e ácido clorídrico
sob a perspectiva do NOX:
E podemos reescrever evidenciando apenas as substâncias que tiveram uma variação de NOX:
Este tipo de reação química teve uma transferência de elétrons, como pode ser percebido
pela variação de cargas do magnésio e do hidrogênio. Nos estudos sobre essas reações vamos
afirmar que quando um átomo tem um aumento de NOX, ou seja, perde elétrons, ocorre a
oxidação dele (isso pode ser observado no magnésio) e que quando ocorre uma diminuição
no NOX de um átomo, ou seja, recebe elétrons, ocorre a redução dele (isso pode ser
observado no hidrogênio).
Essas reações podem ser classificadas como reações de oxirredução e ela analisa a
dependência entre a espécie que sofre oxidação com a que sofre redução, pois um não tem como
existir sem o outro. Por conta desta última afirmação, caracterizamos o átomo que sofreu a
oxidação como o agente redutor, justamente por causa a redução do outro átomo e, de modo
análogo, o átomo que sofreu redução será chamado de agente oxidante, pois sua redução
causa a oxidação de outro átomo.
PILHAS E BATERIAS
Atualmente, a maioria dos seres humanos depende da energia elétrica para as mais diversas
atividades diárias. Essa energia pode ser produzida de diferentes formas. São denominados
geradores quaisquer dispositivos que transformam energia não elétrica em energia elétrica.
Muitas vezes necessitamos de uma fonte portátil de energia elétrica. Um celular, um
notebook, um carro, um controle remoto, um relógio e até mesmo um marca-passo, que regula as
batidas do coração, utilizam pilhas e baterias, dispositivos que podem assumir formas e tamanhos
variados.
Então, a função principal de uma pilha ou bateria é armazenar e fornecer energia elétrica para
os mais diversos tipos de aparelhos. Essa energia vem de uma reação de oxirredução, que ocorre
dentro desses dispositivos. Como as reações de oxirredução são processos que envolvem
transferência de elétrons, eles serão aproveitados para gerar energia elétrica em uma pilha.
Nesse contexto, a pilha é um gerador, já que transforma a energia de uma reação de
oxirredução em energia elétrica. Por isso, muitas vezes é possível denominar as pilhas de geradores
químicos.
Pilhas são dispositivos que geram energia elétrica a partir de reações de oxirredução
espontâneas. Baterias são pilhas associadas em série.
O químico inglês John Frederic Daniell (1790-1845) construiu um dispositivo que fornecia
eletricidade por meio de lâminas de zinco e de cobre separadas e imersas em soluções aquosas de
seus íons. Em homenagem a Daniell, pilhas constituídas apenas pelos metais cobre e zinco e
soluções aquosas de seus cátions são chamadas pilhas de Daniell.
As pilhas de Daniell constituíram a base para a construção das pilhas utilizadas atualmente.
Para constituir a pilha de Daniell, as duas semicelas devem ser unidas por uma ponte salina (que
pode ser um tubo em forma de U preenchido com um material gelatinoso, ou algodão, embebido em
solução aquosa concentrada de um sal, como KCl, por exemplo). Na próxima página segue uma
representação de uma pilha de Daniell:
Ligando a lâmina de Zn0 à lâmina de Cu0 por um fio condutor e intercalando nesse fio uma
lâmpada, verifica-se que há passagem de corrente elétrica (fluxo de elétrons) da lâmina de Zn0 para
a de Cu0 através desse fio, evidenciada pelo acendimento da lâmpada.
Os elétrons que saem da lâmina de Zn0 provêm da semirreação de oxidação representada
por: Zn0(s) → Zn+2(aq) + 2 e-. Os que chegam à lâmina de Cu0 participam da semirreação de redução
representada por: Cu+2(aq) + 2 e- → Cu0(s).
Assim, a ponte salina tem como função manter a neutralidade elétrica das soluções e fechar o
circuito pela passagem de íons por meio dela. Caso a ponte salina fosse retirada, a lâmpada se
apagaria, pois o acúmulo de cargas elétricas (cátions e ânions) nas semicelas impediria o fluxo de
elétrons pelo fio. Uma ponte salina pode ser substituída por uma parede porosa ou por uma
membrana permeável entre as soluções, o que também vai permitir o fluxo de íons entre as
semicelas. Isso geralmente é feito nas pilhas comerciais.
As lâminas de Zn0 e Cu0 são chamadas eletrodos da pilha. Ânodo e cátodo são os eletrodos
em que ocorrem as semirreações de oxidação e de redução, respectivamente. Na pilha de Daniell, o
ânodo é o eletrodo de Zn0, e o cátodo, o eletrodo de Cu0. Os recipientes que contêm os eletrodos
são as semicelas.
Como elétrons são partículas carregadas negativamente, convencionou-se que os elétrons
saem do polo negativo da pilha e chegam ao polo positivo dessa pilha (lembre-se de que carga
positiva atrai carga negativa). A carga positiva e negativa nos eletrodos é apenas uma convenção
estabelecida para determinar o sentido do fluxo de elétrons, não é uma carga real, já que a ponte
salina mantém as soluções eletricamente neutras. Na pilha de Daniell, o polo negativo é a lâmina de
Zn0, e o positivo, a lâmina de Cu0.
O fluxo de elétrons evidencia, então, que existe uma diferença de potencial (cuja sigla é ddp
e tem símbolo ΔE) entre essas lâminas. O voltímetro intercalado no circuito pode medir essa
diferença, representada por: ΔE = Emaior - Emenor
A diferença de potencial entre os eletrodos pode ser chamada de voltagem da pilha,
justamente porque essa diferença é calculada na unidade volt. Para realizar esse cálculo conforme a
equação mostrada, você deve utilizar sempre o mesmo tipo de potencial para os dois eletrodos: ou
de redução ou de oxidação. Como quem apresenta o maior potencial de redução reduz, e a redução
ocorre no cátodo, pode-se escrever que: ΔE = Ecátodo - EÂnodo
ELETRÓLISE
1) Ígnea: Em uma eletrólise ígnea, o eletrólito está fundido (estado líquido) e não existe água no
sistema. Vamos analisar inicialmente a eletrólise ígnea do NaCl.
Dentro da cuba eletrolítica existem íons Na+ e Cl-, que serão atraídos para os polos negativo
e positivo, respectivamente (lembre-se: carga positiva atrai carga negativa). As semirreações que
ocorrem em cada eletrodo estão equacionadas a seguir:
Assim, na eletrólise ígnea do cloreto de sódio se obtém gás cloro e sódio metálico,
dificilmente encontrados livres na natureza por causa das suas altas reatividades.
2) Aquosa: Realizar eletrólise ígnea de uma substância é extremamente difícil, pois
compostos iônicos apresentam altos pontos de fusão. Logo, se gasta muita energia para atingir altas
temperaturas. Por isso, sempre que possível, se realiza eletrólise de uma substância dissolvida em
água, o que diminui consideravelmente os custos do processo. O esquema simplificado de uma
eletrólise aquosa pode ser representado da seguinte forma:
Porém, em uma eletrólise aquosa, além do eletrólito dissolvido, devemos avaliar se a água
participa ou não do processo de oxirredução. Para isso, considera-se que na solução aquosa
existem íons H+ e OH-, embora em pequena quantidade, provenientes da autoionização da água:
H2O(l) ⇌ H+(aq) + OH-(aq)
Vamos analisar então o processo de eletrólise de uma solução aquosa de NaCl. Dentro da
cuba eletrolítica estão presentes os seguintes íons:
NaCl(s) → Na+(aq) + Cl-(aq) H2O(l) → H+(aq) + OH-(aq)
Para o cátodo (polo negativo) da eletrólise, migram os cátions Na+ e H+, onde podem sofrer
redução. Para o ânodo (polo positivo), migram os ânions Cl- e OH-, onde podem sofrer oxidação.
Experimentalmente, verifica-se que entre os íons existe uma tendência diferente a reagir na
eletrólise, ou seja, entre os cátions um apresenta maior facilidade de descarga que o outro e entre
os ânions ocorre o mesmo. Após a realização de várias eletrólises diferentes, os químicos
organizaram uma fila de facilidade de descarga nos eletrodos, que deve ser conhecida para
decidirmos quais íons reagem preferencialmente no cátodo e no ânodo. Observe:
Dessa forma, para descobrirmos os produtos de uma eletrólise em solução aquosa,
precisamos conhecer a prioridade de descarga dos cátions em relação ao H+ e a dos ânions em
relação ao OH-. Observando a fila, temos que:
Na natureza existe NaCl, mas não NaOH. A eletrólise do NaCl em solução aquosa é o
processo industrial de fabricação do NaOH. Obtêm-se também H2 e Cl2, que são muito importantes
na indústria.
1) (Uerj) As regras utilizadas para nomenclatura de substâncias inorgânicas estão baseadas no
número de oxidação de seus elementos químicos. Observe o quadro abaixo, em que o cloro
apresenta diferentes números de oxidação:
2) (Ifsul-RS) O metal que apresenta número de oxidação (NOX) igual a +4 nas espécies abaixo é
a) Bi2O3
b) SO3-2
c) CO3-2
d) PbO2
3) (UFRGS-RS) Nos compostos H2SO4, KH, H2, H2O2, NaHCO3, o número de oxidação do elemento
hidrogênio é, respectivamente,
a) +1, -1, 0, +1, +1.
b) +1, +1, +1, 0, +1.
c) +1, -1, 0, +2, +1.
d) -1, -1, +1, +1, -1.
e) -1, +1, 0, +1, +2.
4) (Unesp-SP)
Na hematita (Fe2O3(s)), o íon ferro apresenta-se na forma de ________, com número de oxidação
_________. Dessa maneira, uma das formas de obtenção de ferro metálico, a partir da hematita,
consiste resumidamente em o íon ferro _________ elétrons, em um processo denominado
___________.
6) (Udesc) O bafômetro é um aparelho utilizado para medir a quantidade de álcool etílico na corrente
sanguínea de uma pessoa. A quantidade de álcool no ar expirado por uma pessoa é proporcional à
quantidade na corrente sanguínea. A reação de oxidação-redução (não balanceada) que ocorre é:
a) O ácido sulfúrico é o agente oxidante pois sofre redução no processo. A relação estequiométrica é
de 1 mol de ácido sulfúrico para 1 mol de ácido acético.
b) A transferência de elétrons ocorre entre o ácido sulfúrico e o álcool etílico, sendo que o número de
oxidação do carbono vizinho ao grupamento OH varia de +4 para +2.
c) O dicromato de potássio é o agente oxidante, sendo que o número de oxidação do carbono
vizinho ao grupamento OH varia de -2 para -1; nessa reação a relação estequiométrica, 1 mol de
dicromato de potássio resulta em 3 mols de ácido acético.
d) O dicromato de potássio é o agente oxidante, sendo que o número de oxidação -1 do carbono
ligado ao grupamento OH no etanol passa para +1 no carbono do grupamento aldeído no etanal.
e) O dicromato de potássio é o agente redutor, sendo que o número de oxidação do carbono vizinho
ao grupamento OH varia de -2 para -1; nessa reação a relação estequiométrica é de 3 mols de
dicromato de potássio para 1 mol de ácido acético.
7) Observe o esquema a seguir, que representa o funcionamento de uma pilha produzida a partir de
dois metais genéricos, X e Y:
10) (UFRGS) A tabela abaixo relaciona algumas semirreações e seus respectivos potenciais-padrão
de redução em solução aquosa.
14) Em uma eletrólise aquosa, além dos íons provenientes do eletrólito, estarão presentes na cuba
eletrolítica moléculas de água e os íons produzidos em sua autoionização. Com base nessas
informações, assinale a alternativa que contém apenas íons que não sofrem eletrólise em meio
aquoso:
a) Ca2+ e Cl-
b) Na2+ e Br-
c) Pb2+ e PO43-
d) Au+ e NO3-
e) Mg2+ e SO42-
15) Eletrólise de uma solução aquosa de NaCl é um processo industrial de grande relevância, pois
produz gás hidrogênio (que pode ser utilizado como combustível e na indústria alimentícia como
agente redutor de óleos vegetais) e gás cloro (que serve de matéria-prima para a produção de água
sanitária e de alguns polímeros, como o PVC). Além disso, esse processo produz:
a) ácido sulfúrico.
b) ácido muriático.
c) leite de magnésia.
d) soda cáustica.
e) amoníaco.
16) Em um laboratório, foram realizadas duas eletrólises aquosas em cubas eletrolíticas diferentes:
em uma das cubas havia solução aquosa 1 mol/L de CuCl2 e na outra, uma solução aquosa 1 mol/L
de Na2SO4. Passados alguns minutos do início das eletrólises, a concentração das soluções
aquosas:
a) aumentará.
b) diminuirá.
c) aumentará para a solução de CuCl2 e diminuirá para a solução de Na2SO4.
d) diminuirá para a solução de CuCl2 e aumentará para a solução de Na2SO4.
e) não sofrerá alteração.
Gabarito: 1-a; 2-d; 3-a; 4-b; 5-e; 6-d; 7-e; 8-b; 9-b; 10-e; 11-d; 12-b; 13-b; 14-e; 15-d; 16d