Prof.

Isaías Soares

OXIRREDUÇÃO

Muitas reações químicas que ocorrem no nosso cotidiano envolvem a

transferência de elétrons entre alguns dos átomos das substâncias que estão reagindo.
Um exemplo são as classes de reações que envolvem combustão, por exemplo:

CH4 + O2 → CO2 + 2H2O

Ou o que ocorre na formação da ferrugem:

2Fe + 2H2O + O2 → 2Fe(OH)2

Nessas reações o oxigênio e o carbono (e o ferro na segunda reação) têm seus elétrons
alterados. Essas reações onde há transferência de elétrons são denominadas reações de
Oxirredução.

A oxirredução está sempre presente nos processos de reações de pilhas e

baterias, bem como na eletrólise de substâncias para reverter reações químicas a nosso
favor. Um exemplo clássico é a obtenção de H2 e O2 a partir da eletrólise da água.
Todos esses processos serão discutidos durante essa disciplina.

Número de Oxidação (Nox)

Em termos práticos, é o número de “carga” do átomo no contexto da substância

da qual ele faz parte. É como se fosse a valência daquele átomo na estrutura da
substância. Consideremos a molécula da água, por exemplo:

(Molécula de água, considerando os dipolos de

sua estrutura)

Como o oxigênio pertence à Família 6A da Tabela Periódica, o mesmo é mais

eletronegativo que o hidrogênio e ele acaba “tomando” para si um elétron de cada
hidrogênio (nuvem eletrônica mais próxima do átomo de oxigênio). Consequentemente,
seu estado de oxidação (ou Nox) na molécula da água é -2 (ou seja, sua “carga” nessa
substância), uma vez que os dois elétrons do hidrogênio ficam mais próximos desse
átomo. Dessa forma, cada hidrogênio possui Nox = +1, uma vez que seu elétron está
mais próximo do átomo de oxigênio. Na prática, a determinação do Nox é essencial para
verificarmos quantos elétrons são transferidos (doados e recebidos) por cada átomo que
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faz parte de uma reação química e para fazermos os balanceamentos de equações

químicas pelo método da oxirredução (que será visto logo adiante).

Baseado nessas características de eletronegatividade entre os átomos, foram

estabelecidas algumas regras para se determinar o número de oxidação (Nox) dos
átomos de uma substância (simples ou composta) ou de íons (simples e compostos):

1) Quando a substância for simples, o NOX do elemento será sempre igual a

zero. Exemplo: No Fe, seu Nox = 0.
2) Se a substância for composta, o somatório dos NOX de todos os elementos
participantes será igual a zero.
3) Nos íons simples (como Na+, Ca2+ ou Cl-), o NOX do elemento será igual á
sua carga.
4) Para íons compostos, o somatório dos NOX de cada elemento é igual á carga
do íon.
5) Nos metais alcalinos (Família 1A): NOX = +1.
6) Nos metais alcalinos terrosos (Família 2A): NOX = +2.
7) No hidrogênio: NOX = +1 (exceto se for em hidretos metálicos, tais como
NaH. Nesse caso, NOX = -1).
8) No flúor: NOX = -1 (sempre).
9) No oxigênio: NOX = -2 (exceto nos peróxidos, tal como no H2O2. Nesse
caso, NOX = -1. E se estiver combinado com o flúor, caso do OF2, seu NOX é
determinado depois do NOX do flúor, que é sempre -1, como visto na regra
anterior).
10) No cloro: NOX = -1 (exceto se estiver combinado com flúor ou oxigênio).

Exemplo de determinação do Nox:

Determinar o Nox do nitrogênio no HNO3.

Solução: Pelas regras 7 e 9, sabemos que Nox do oxigênio é -2 e o do hidrogênio

é +1. Chamemos o Nox do nitrogênio de y. Pela regra 2, o somatório dos Nox deve ser
zero, logo:

(+1) + y + 3 (-2) = 0 → y +1 – 6 = 0 → y = 5. Portanto, o Nox do nitrogênio na

substância é +5.

Aplicação 1

Determinar o Nox do cloro nas seguintes substâncias:

a) Cl2;

b) HCl;

c) ClO2;
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d) HClO;

e) HClO4;

f) AuCl3;

g) KCl.MgCl2.6H2O (carnalita).

Oxidação e redução

Todas as vezes em que um determinado átomo muda seu número de oxidação ao

se incorporar a outra susbtância, está ocorrendo oxidação ou redução. O primeiro caso
ocorre quando o Nox do elemento aumenta após a reação e ocorre redução quando o
mesmo tem seu Nox reduzido. Seja a reação de combustão do magnésio, por exemplo:

Mg(s) + ½ O2(g) → MgO(s)

Podemos dividir esse processo em duas semirreações (ou duas meias-reação):

Mg → Mg2+ + 2é (oxidação)

½ O2 + 2é → O2- (redução)

Mg2+ + O2- → MgO

O magnésio perdeu dois elétrons (passou do estado de Nox = 0 para Nox = +2),
sofrendo, portanto, oxidação. O oxigênio, por sua vez, recebeu os dois elétrons do
magnésio, passando seu Nox de 0 para -2, sofrendo, dessa forma, redução.

Na reação da formação da ferrugem, por exemplo, ocorrem as seguintes

mudanças no estado de oxidação do Fe e do O:
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Nessa reação, o ferro se oxida passando do estado 0 para o 2+, doando, portanto,
4 elétrons (pois temos 2 átomos de ferro, cada qual passando de 0 para 2+). Esses 4
elétrons são recebidos pelo gás O2 que passa ao estado -2, sofrendo, portanto, redução.
Note que são dois oxigênios, cada um passando de 0 para -2, o que totalizam os 4
elétrons doados. Perceba também que o Nox do hidrogênio permanece, de forma que ele
não sofre oxidação ou redução.

Assim, a quantidade de elétrons doada por um ou mais elementos deve ser

igual á quantidade de elétrons recebida por um ou mais elementos.

Resumindo: Oxidação: perda de elétrons, aumento do Nox.

Redução: ganho de elétrons, diminuição do Nox.

Agente Oxidante e Agente Redutor

O agente oxidante é a substância que provoca a oxidação de átomos de outra

substância. Portanto, nesse agente, há átomos que sofrem redução. Da mesma forma, o
agente redutor é aquela substância que provoca a redução de átomos de outra
substância, e, portanto, nele há átomos que sofrem oxidação.

Seja a reação abaixo:

Nesse exemplo, o H2O2 é o agente oxidante, pois provoca a oxidação do estanho no

SnCl2. Da mesma forma, o SnCl2 é o agente redutor, uma vez que age reduzindo o
oxigênio da água oxigenada de -1 para -2.

Aplicação 2

Determine os agentes oxidante e redutor nas reações abaixo:

a) Au + HCl + HNO3 → AuCl3 + NO + H2O

b) Ag + H2S + O2 → Ag2S + H2O

c) H2S + I2 → S + HI
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d) I2O5 + CO → CO2 + I2

e) KMnO4 + HF → KF + MnF2 + H2O + F2

f) P4 + LiOH + H2O → LiH2PO2 + PH3

Balanceamento de reações químicas pelo método da oxirredução

Considerações gerais

Realizar o ajuste dos coeficientes numa reação em que há transferência de elétrons,

na maioria das vezes, não pode ser feito pelos métodos convencionais de tentativa. Para
realizar o balanceamento de reações de oxirredução é necessário verificar os agentes
oxidantes e redutores na reação e verificar quantos elétrons são transferidos por
elemento. O ajuste dos coeficientes dos agentes oxidantes e redutores são realizados
primeiro, baseando-se nessa quantidade de elétrons transferidos. Após isso, os
coeficientes das demais substâncias são ajustados por tentativa. No geral, podemos
estabelecer as seguintes regras:

1) Determina-se o Nox de cada elemento em todas as substâncias;

2) Identifica-se os agentes oxidantes e redutores pelos elementos que tiveram seu

Nox variado;

3) Ajusta-se os coeficientes dos agentes oxidantes e redutores na reação através da

variação do número de oxidação dos elementos participantes da oxirredução; O
ajuste é feito da seguinte maneira: coloca-se a quantidade de elétrons recebida
pelo agente oxidante como sendo o coeficiente do agente redutor e vice-versa,
de tal forma a se equilibrarem o número de elétrons transferidos. Escolhe-se o
elemento de maior atomicidade para se ajustar o coeficiente, sendo essa
atomicidade multiplicada pela quantidade de elétrons transferida por átomo
antes do ajuste.

4) Ajusta-se os demais coeficientes por tentativa, de forma a deixar a contar a

quantidade de hidrogênio por penúltimo e, por último, a quantidade de oxigênio
(quando a quantidade de oxigênio de reagentes e produtos forem iguais, há uma
chance muito grande do balanceamento estar correto).

Exemplo: Realizar o balanceamento da equação química abaixo pelo método da

oxirredução:

K2Cr2O7 + HCl → KCl + CrCl2 + Cl2 + H2O

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Após realizar a regra 1, temos:

Observe que apenas o cromo e o cloro tiveram seus Nox variados após a reação.
Vamos identificar quem se oxidou e quem se reduziu, assim:

Portanto o dicromato de potássio é o agente oxidante (pois o cromo se reduziu de +6

para +2), enquanto o HCl é o agente redutor (pois o cloro se oxidou de -1 a 0).

Aplicando a regra 3:

Note que a proporção de elétrons são 8 elétrons recebidos pelo cromo para cada 2
elétrons perdidos do cloro. Ou seja, 4 elétrons recebidos pelo cromo para cada elétron
perdido do cloro. Como a quantidade de elétrons transferida na oxidação deve ser a
mesma recebida na redução, então são necessários 4 átomos de cloro para cada átomo
de cromo. Dessa forma, coloca-se o coeficiente 4 na frente do Cl2 e o coeficiente 1 na
frente do K2Cr2O7, uma vez que eles são os compostos de cloro e cromo que têm maior
atomicidade na equação, respectivamente. Assim:
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Uma vez ajustados esses coeficientes, eles jamais devem ser alterados. Baseados
nesses, usa-se a regra 4 para terminar o balanceamento. Finalmente:

Equação balanceada

Após a equação balanceada com seus mínimos coeficientes inteiros, podemos

determinar a quantidade de elétrons transferida na reação. Foram 2 átomos de cromo,
cada qual passando de +6 para +2, portanto, foram 8 elétrons recebidos. Para tirar a
prova, pode-se observar a quantidade de elétrons doada pelo cloro: dos 14 átomos de
cloro que estavam nos reagentes, 6 deles permaneceram com o mesmo estado de
oxidação (os do CrCl2 e do KCl) e os 8 restantes passaram de -1 para 0 (os que se
tornaram Cl2), o que totaliza os 8 elétrons recebidos pelo cromo. Logo foram 8 elétrons
transferidos na reação.

Aplicação 3

Realize o balanceamento das reações químicas apresentadas na Aplicação 2 (pelo

método da oxirredução) e determine a quantidade de elétrons transferidas em cada uma
(o item f é um caso especial, mas dá pra ser feito se pensar um pouco!).

Respostas: a) Coeficientes inteiros: 1,3,1,1,2,1. São 3 elétrons transferidos.

b) Coeficientes inteiros: 4,2,1,2,2 . São 4 elétrons transferidos.

c) Coeficientes inteiros: 1,1,1,2. São 2 elétrons transferidos.

d) Coeficientes inteiros: 1,5,5,1 . São 10 elétrons transferidos.

e) Coeficientes inteiros: 2,16,2,2,8,5. São 10 elétrons transferidos.

f) Coeficientes inteiros: 1,3,3,3,1 . São 3 elétrons transferidos.

Casos especiais de balanceamento

São 3 casos principais:

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Autooxirredução: Ocorre quando há um elemento, onde parte dele se oxida e

parte dele se reduz na mesma reação. Exemplo:

HI + HIO3 → I2 + H2O

Tirando os números de oxidação:

Perceba que uma parte do iodo se reduz e outra parte se oxida (estado final 0 a
partir de -1 ou a partir de +5). Para fazer o balanceamento dessa reação, procede-se
normalmente como anteriormente. A diferença é que a substância que é gerada a partir
de substâncias do mesmo elemento (nesse caso, o I2), não deve ser considerada no
balanço de elétrons, mesmo ela sendo o elemento de maior atomicidade. Da mesma
forma, se houver um composto com um elemento em certo estado de oxidação que gere
dois compostos com estados oxidado e reduzido desse elemento, ele não entra no
balanço de elétrons (é o caso, por exemplo, do item f da aplicação anterior). Dessa
forma, a substância que tem um elemento que sofre autooxirredução ou a que é gerada a
partir de uma autooxirredução (que é o caso), não entram no balanço de elétrons.
Continuando:

Vemos aí que são 5 elétrons recebidos por uma parte do iodo para cada elétron
doado pela outra parte do iodo. Invertendo os coeficientes do oxidante e do redutor,
vem:

Ajustando os outros coeficientes, finalmente:

5 HI +1 HIO3 → 3I2 + 3H2O

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Aqui, 5 átomos de iodo no estado -1 (em HI) se oxidaram até o estado 0. Portanto,
foram 5 elétrons transferidos. Apenas um único átomo de iodo (em HIO3) recebeu esses
5 elétrons para passar de 5+ para 0, o que fecha o balanço de elétrons. Portanto, temos 5
elétrons transferidos na reação acima.

Reações com dupla redução ou dupla oxidação: Ocorre quando mais de um elemento
sofre oxidação ou mais de um elemento sofre redução. Temos o seguinte exemplo:

P4O6 + I2 → P2I4 + P4O10

Determinando os Nox de cada um:

Perceba que o iodo se reduz de 0 para -1 e que também parte do fósforo passa de +3
para +2 (redução). Temos então um caso de dupla redução. E quem se oxida? Quem se
oxida é a parte do fósforo que passa de +3 para +5. Vamos então montar o esquema
normalmente:

Temos então: Oxidação (P4O10): ΔNox = 4 x 2 = 8

Redução (P2I4): ΔNox I + ΔNox P = 4 x 1 + 2 x 1 = 6

O P2I4 é obrigatoriamente a substância que entrará no balanço de elétrons na parte da

redução, uma vez que ele é gerado de uma dupla redução (iodo e fósforo), o mesmo
ocorrendo se for um caso de dupla oxidação. Por sua vez, o P4O10 foi escolhido para a
oxidação porque o P4O6 tem um elemento que sofre autooxirredução e, como já vimos,
substâncias com essa característica não entram no balanço.
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Então, no balanço acima, a proporção é de 8 elétrons doados para 6 elétrons recebidos,

ou seja, 4 doados para 3 recebidos. Então, colocaremos o 4 como sendo o coeficiente do
P2I4 e 3 como sendo o coeficiente do P4O10. Assim:

P4O6 + I2 →4P2I4 + 3P4O10

Finalmente, ajustando os demais coeficientes:

5P4O6 + 8I2 →4P2I4 + 3P4O10

Deixo pra você o desafio de contar a quantidade de elétrons transferidos na reação.

Reações com água oxigenada (H2O2): O peróxido de hidrogênio, ou água oxigenada,

dependendo da reação em que ela esteja, pode funcionar como agente oxidante ou como
agente redutor. Dessa forma, temos os seguintes produtos dependendo de cada caso:

Quando age como oxidante (ou seja, se reduz):

Quando age como redutor (ou seja, se oxida):

Dessa forma, quando o peróxido reage como oxidante, produz água e quando age como
redutor produz O2. Então, nos casos em que há reação com o H2O2, necessita-se
verificar o que acontece com outras substâncias que interagem com ele. Se há
diminuição do Nox de outro elemento e formação de O2, então a água oxigenada estará
agindo como redutor. Do contrário, como oxidante.

Balanceamento pelo método do íon-elétron

Esse tipo de balanceamento é mais seguro de usar quando as equações apresentam

espécies iônicas. Um exemplo é:
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MnO4- + IO3- + H2O → MnO2 + IO4- + OH-

O balanceamento consiste em igualarmos espécies semelhantes e balancear as

semirreações por vez. Pode-se adicionar H2O, H+ e elétrons para equilibrar os átomos e
as cargas. Após feita essa etapa, somam-se as semirreações. Se a soma resultar na
equação desejada, o balanceamento está correto. Caso contrário, adiciona-se a espécie
que falta nos dois lados até que resulte na equação desejada. No nosso caso, as reações
semelhantes são:

MnO4- → MnO2

IO3- → IO4-

Na 1ª semirreação, podemos adicionar água do lado direito para equilibrar a quantidade

de oxigênio:

MnO4- → MnO2 + 2H2O

Agora vamos adicionar H+ para equilibrar os hidrogênios no lado esquerdo:

MnO4- + 4H+ → MnO2 + 2H2O

Para equilibrar as cargas, devemos colocar 3 elétrons do lado esquerdo, assim:

MnO4- + 4H+ + 3é → MnO2 + 2H2O

Isso nos mostra que a semirreação acima é de redução, pois houve recebimento de
elétrons pelo íon permanganato.

Na 2ª semirreação, vamos começar adicionando água para equilibrar os átomos de

oxigênio.

IO3- + H2O → IO4-

Adicionando H+ do lado direito:

IO3- + H2O → IO4- + 2H+

Para equilibrar as cargas precisamos de elétrons do lado direito:

IO3- + H2O → IO4- + 2H+ + 2é

Essa é a semirreação de oxidação do processo, pois gera elétrons. Portanto, o íon

periodato é o agente redutor e o permanganato é o agente oxidante. Colocando agora as
semirreações para serem somadas:

IO3- + H2O → IO4- + 2H+ + 2é (oxidação)

MnO4- + 4H+ + 3é → MnO2 + 2H2O (redução)

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Perceba que a quantidade de elétrons é diferente em cada semirreação. Então devemos

multiplicar a equação da oxidação por 3 e a de redução por 2, afim de se equilibrarem os
elétrons:

3 IO3- +3 H2O →3 IO4- + 6 H+ + 6é (oxidação)

2 MnO4- + 8 H+ + 6é → 2 MnO2 + 4 H2O (redução)

Eliminando as moléculas de água em excesso (pois temos 3 nos reagentes e 4 nos

produtos) e os íons H+ em excesso (8 nos reagentes e 6 nos produtos), ficaremos com:

3 IO3- + 2 MnO4- + 2 H+ → 3 IO4- + 2 MnO2 + H2O

Como essa reação não é igual à reação proposta, pois deveríamos ter OH- nos produtos,
adicionaremos essa espécie em ambos os lados da equação. Note que precisamos de
2OH- para formar moléculas de água com o 2H+ que está no lado esquerdo, assim:

3 IO3- + 2 MnO4- + 2 H2O → 3 IO4- + 2 MnO2 + H2O + 2OH-

Eliminando agora a molécula de água restante da direita (pois temos 2 na esquerda e 1

na direita), chegamos na equação que queríamos:

3 IO3- + 2 MnO4- + H2O → 3 IO4- + 2 MnO2 + 2OH-

Note que os elétrons transferidos são 6, pois 3 átomos de iodo passaram de +5 para +7.
Isso já foi visto através das semirreações que somamos.

Aplicação 4

Realize o balanceamento das reações a seguir, indicando a quantidade de elétrons

transferida em cada uma delas.

a) Fe + NaClO → Fe2O3 + NaCl

b) KMnO4 + HCl → KCl + MnCl2 + H2O + Cl2

c) Fe2+ + Cr2O7-2 + H+ → Fe3+ + Cr3+ + H2O

d) As2S3 + HNO3 + H2O → H2SO4 + H3AsO4 + NO

e) SnS + HCl + HNO3 → SnCl4 + S + NO + H2O

f) FeCl2 + H2O2 + HCl → FeCl3 + H2O

Respostas: a) Coeficientes inteiros: 2,3,1,3. São 6 elétrons transferidos.

b) Coeficientes inteiros: 2,16,2,2,8,5. São 10 elétrons transferidos.

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c) Coeficientes inteiros: 6,1,14,6,2,7 . São 6 elétrons transferidos.

d) Coeficientes inteiros: 3,28,4,9,6,28. São 84 elétrons transferidos.

e) Coeficientes inteiros: 3,12,4,3,3,4,8 . São 6 elétrons transferidos.

f) Coeficientes inteiros: 2,1,2,2,2 . São 2 elétrons transferidos.