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Universidade Federal do Amazonas – UFAM

Instituto de Ciências Exatas – ICE


Departamento de Química - DQ

Brenda do Carmo Mendonça – 21753115

Relatório: célula combustível de eletrodo polimérico

Manaus/AM
2023
Brenda do carmo mendonça - 21753115

Relatório: célula combustível de eletrodo polimérico

Manaus
2023
Sumário
1. Introdução.......................................................................................................................4
2. Objetivos.........................................................................................................................7
3. Materiais e reagentes......................................................................................................8
4. Procedimento experimental...........................................................................................8
4.1. Montagem da célula eletroquímica com eletrodos à base de platina:........................8
5. Resultados e discussões..................................................................................................9
6. Conclusão......................................................................................................................11
7. Referências bibliográficas............................................................................................12
1. Introdução
A célula a combustível é capaz de gerar energia elétrica através das reações de
oxirredução baseando-se no mesmo princípio das pilhas e baterias. No entanto, o seu
fornecimento e o consumo de agentes redutores e oxidantes é contínuo, garantindo seu
funcionamento prolongado, uma vez que não haverá esgotamento de seus reagentes e
sua operação constante, sem a necessidade de “recarregar”. Células a combustível
aparecem como alternativa promissora para obtenção de energia limpa, podendo ser
aplicadas como fontes de energia elétrica tanto para sistemas estacionários e móveis
quanto para dispositivos portáteis. Trata-se de dispositivos que geram energia elétrica a
partir de reações eletroquímicas que ocorrem em seu interior (OLABI et. al., 2022).

Este processo de geração de energia tem alta eficiência, pois a conversão de


energia química para elétrica se dá diretamente, evitando perdas, diferente da queima
de combustíveis fósseis, onde a energia química é transformada em térmica, depois
cinética e só então elétrica. Uma de suas desvantagens seria o alto custo de produção e o
grau de pureza que o hidrogênio exige para que não haja contaminação do catalisador.

O princípio do funcionamento da célula a combustível de hidrogênio necessita


do hidrogênio e oxigênio para realização do seu trabalho. Seu funcionamento ocorre da
seguinte forma: o hidrogênio fica responsável pela liberação de elétrons, os quais
reagem diretamente com o oxigênio, durante essa reação ocorre a produção de
eletricidade, a qual deixa o vapor como subproduto da reação (RODRIGUES; et al,
2019). Esse sistema pode ser ilustrado, de forma geral, pela figura 1.

Figura 1: Funcionamento de uma célula a combustível de hidrogênio.

Fonte: Alves, 2012.


A estrutura básica seria uma célula unitária contendo dois eletrodos porosos,
cuja composição depende do tipo de célula, separados por um eletrólito e conectados
por meio de um circuito externo. O hidrogênio gasoso, que seria o combustível, penetra
através da estrutura porosa do ânodo, dissolve-se no eletrólito reagindo nos sítios ativos
da superfície do eletrodo, liberando elétrons e formando íons H +. Os elétrons liberados
na oxidação do H2, chegam ao cátodo por meio do circuito externo e ali participam da
reação de redução do O2, onde ocorrem as seguintes reações:

Equação 1

1
2 H 2(g )+ O ⇌ H 2 O(l)
2 2 (g)

Dentre os principais tipos de células a combustível, as células do tipo PEMFC


(Polymer Eletrolyte Membrane Fuel Cell ou Proton Exchange Membrane Fuel Cell) têm
características de aplicações mais versáteis. De modo geral, esse tipo de célula possui a
peculiaridade de exibir uma membrana de Nafion como condutora de prótons e camadas
de difusão de gás nas estruturas dos eletrodos (FERNANDES et al., 2012). O modelo
empregado, está disposto na Figura 2.

Figura 2: Ilustração do alinhamento dos componentes para montagem da célula


unitária.

Fonte: Oliveira, 2014.


O estudo da célula de hidrogênio vem sendo considerado como a energia do
futuro pelo simples fato do processo não poluirtanto o meio ambiente, e poder ser
utilizado em vários casos, como, por exemplo, emautomóveis e para a geração de
energia elétrica, a mesma já mostra uma economia de até 60% se comparado a outros
combustíveis (ANDRADE, 2021).
Suas aplicações são diversas como veículos espaciais, energia de backup,
geração de energia veicular, geração estacionária em indústrias e residências, geração
portátil como potência para celulares e notebooks.
2. Objetivos
 Compreender aspectos gerais sobre células a combustível, em especial,
células a combustível de eletrólito polimérico;
 Compreender aspectos da utilização de platina como o principal
catalisador em células a combustível de eletrólito polimérico;
 Realizar medidas eletroquímicas de eletrodos à base de platina com
auxílio de um potenciostato.
3. Materiais e reagentes
 Estação de medidas elétricas
 Célula unitária montada em funcionamento
 Célula unitária desmontada
 Potenciostato (Autolab – Methrom)
 Células eletroquímicas
 Eletrodos à base de platina
 KOH 1 M (eletrólito)
 Etanol

4. Procedimento experimental
4.1. Montagem da célula eletroquímica com eletrodos à base de platina:
I) Medir 60,0 ml de eletrólito e adicionar à célula eletroquímica;

II) Produzir o eletrodo reversível de hidrogênio;

III) Adicionar os eletrodos à base de platina;

IV) Realizar as medidas de voltametria cíclica:

 5 ciclos com velocidade de 50mV.s–1.

V) Adicionar à célula eletroquímica solução eletrolítica contendo álcool;

VI) Realizar as medidas de voltametria cíclica:

 5 ciclos com velocidade de 50mV.s–1.


5. Resultados e discussões
Através da cronoamperometria foi produzido o eletrodo reversível de
hidrogênio como padrão para referência, utilizando-se um eletrodo de platina
pois é um material inerte. Por eletrólise, o gás H 2 é borbulhado em torno do
eletrodo da platina que está mergulhado numa solução que contém íons H +,
proveniente do eletrólito de KOH 1 M, fazendo com que o hidrogênio fique
detido na superfície da platina.
Desse modo, obteve-se um eletrodo de referência que foi acoplado a um
sistema com um eletrodo de trabalho e um contra eletrodo em conjunto com um
potenciostato galvanostato. Os parâmetros de varredura foram utilizados para
plotar um gráfico de voltametria cíclica, de acordo com o gráfico 1.

Gráfico 1: Voltamograma cíclico da platina.

Fonte: O autor, 2023.


De acordo com Fernandes et al. (2015), a influência mais acentuada
apresenta-se na região de adsorção de hidrogênio (0,06 V < E < 0,4V), com
reflexos também no intervalo de potenciais de formação de óxidos superficiais
(PtOH e/ou PtOx – E > 0,8 V). Entre 0,35 e 0,8 V, na região anódica, há apenas
a presença de corrente capacitiva referente à acomodação dos íons e dipolos na
superfície. De 0,8 a 1,5 V ocorre a adsorção de espécies contendo oxigênio
(PtOH e PtO), sendo que sua dessorção só acontece na varredura catódica em
potencial de 0,75 V (EMILIANO E LOPES, 2021).
Com a adição do etanol no eletrólito (gráfico 2), foram utilizadas as
mesmas condições de varredura. Pode-se observar que a região onde ocorre a
adsorção/dessorção do H+ não é identificada pois o álcool impede que isso
ocorra ocupando os sítios catalíticos da platina e formando grandes picos de
oxidação do álcool. Esse fenômeno é chamado de envenenamento da superfície
devido aos subprodutos provenientes do estado de oxidação do etanol.

Gráfico 2: voltamograma cíclico da platina + etanol.

fonte: O autor, 2023.


6. Conclusão
Sendo assim, a proposta desse trabalho foi alcançada com êxito uma vez
que se pode observar o funcionamento de uma célula a combustível com a
platina como catalisador. Os resultados obtidos para a construção dos gráficos
foram bem próximos ao da literatura, permitindo um maior conhecimento sobre
reações de oxirredução com catalisador de platina e sua influência nas espécies
químicas.
7. Referências bibliográficas

1. ANDRADE, P. M. B. Análise e Controlo do Funcionamento de uma Célula


de Hidrogénio de Membrana Protónica. 2021. Tese de Doutorado.
2. EMILIANO, C. B.; LOPES, M. C. Pré-Tratamento Químico e Eletroquímico
para Eletrodos de Platina Policristalina e Análise de Substâncias
Interferentes. Revista virtual de química, vol. 13, p. 283-293, 2020.
Disponicel em > https://rvq.sbq.org.br <.
3. FERNANDES, K. H. A. A.; SANTOS, J. P. T. S.; COLLE, V. D.; GARCIA,
J. S.; ANGELUCCI, C. A. Considerações tecinicas quanto aos usos da
voltametria de varredura escalonada em processos adsortivos. Revista Quím.
Nova 38 (03), 2015. Disponível em > https://www.scielo.br <.
4. FERNANDES, V. C.; DA CUNHA, E. F.; BONIFÁCIO, R. N.; DRESCH,
M. A.; DOUBEK, G.; SANTIAGO, E. I.; LINARDI, M. Desenvolvimento
de Tecnologia para Confecção de Eletrodos e Conjuntos Eletrodo-
Membrana-Eletrodo (MEA) por Impressão à Tela para Aplicação em
Módulos de Potência de Células PEMFC. Química Nova, 35 (2012), 775-
779.
5. JUNIOR, J. F. S.; GRISI, E. T. S.; FILHO V. V. C. Células de hidrogênio e
suas utilizações como combustível. Faculdade Internacional da Paraíba FPB,
2023. Disponível em >
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/35902/4/ARTI
GO%20-%20JOSÉ%20FÁBIO..pdf <.
6. RODRIGUES, R. P.; SOUZA, J. E. S.; TAMBOR, J. H. M. AS CÉLULAS
DE COMBUSTÍVEL DE HIDROGÊNIO: SUAS APLICAÇÕES NO
SISTEMA ENERGÉTICO GLOBAL EM EQUILÍBRIO COM O MEIO
AMBIENTE. Brasil Para Todos-Revista Internacional, v. 7, n. 1, p. 21-34,
2019.
7. OLABI, A.G.; WILBERFORCE, Tabbi; ABDELKAREEM, Mohammad Ali.
Fuel cell application in the automotive industry and future perspective.
Energy, 214 (2021), 118955.
8. http://www.usp.br/portalbiossistemas/?p=4316
9. https://www.cemig.com.br/usina-do-conhecimento/veja-como-funciona-e-
quais-aplicacoes-da-celula-a-combustivel-de-hidrogenio/

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