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CENTRO UNIVERSITÁRIO 7 DE SETEMBRO

GERSON COSTA SERRA (2210761) – ENGENHARIA MECÂNICA (NOITE)


NICKOLAS DE FREITAS PEREIRA E SOUSA (2110342) – ENGENHARIA
ELÉTRICA (NOITE)

A OTIMIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO VERDE COM O USO DE


ONDAS SONORAS DE ALTA FREQUÊNCIA

FORTALEZA/CE
2023
RESUMO
Atualmente, o hidrogênio verde é visto como um promissor substituto aos
combustíveis fósseis, sendo considerado por muitos especialistas a matriz
energética do futuro.
Por esse motivo, este trabalho visa apresentar o hidrogênio de forma geral, os
seus tipos e suas respectivas formas de obtenção, com foco na eletrólise e seus
componentes.
Além disso, conta com definições sobre ondas, com enfoque nas sonoras. Toda
essa apresentação serve de base para a contextualização do tema principal
descoberto pelos cientistas da RMIT University: a utilização de ondas sonoras
de alta frequência na produção de H2 Verde.
Por fim, tem-se a correlação entre as engenharias mecânica e elétrica,
mostrando as suas respectivas importâncias em todo o processo.

PALAVRAS-CHAVE: Hidrogênio Verde, eletrólise, ondas sonoras, mecânica,


elétrica.

INTRODUÇÃO
A produção de hidrogênio verde e sua utilização como combustível é vista como
a medida mais eficiente no processo de descarbonização global, promovendo
uma nova concepção de matriz energética para o mercado.
No entanto, o atual processo de eletrólise, a nível de larga escala, possui um alto
custo e uma eficiência reduzida do H2 produzido. Em cima disso, pesquisadores
da RMIT University descobriram que a utilização de ondas sonoras de alta
frequência direcionadas aos eletrodos aumentava em até 14 vezes a eficiência
da produção, gerando mais de 20% de economia líquida em todo o processo.
1.0 HIDROGÊNIO

https://anafisco.org.br/geracao-de-hidrogenio-pode-se-tornar-um-mercado-de-us-1-trilhao-por-
ano-diz-goldman-sachs/

A ligação de duas moléculas de hidrogênio forma o gás hidrogênio (H 2),


substância gasosa, inflamável, incolor, inodora, não metálica e insolúvel em
água.
Elemento muito abundante na superfície da Terra, na forma de hidrocarbonetos
(H–C), como os componentes do petróleo e da água. Sendo assim, o 4º elemento
mais abundante no planeta, ficando atrás apenas do oxigênio, silício e alumínio.
Além disso, devido as suas características, principalmente a de armazenar
energia, essa substância é utilizada como combustível.

1.1 HIDROGÊNIO COMBUSTÍVEL

https://blog.oxigenioaceleradora.com.br/hidrogenio-verde/

O hidrogênio produzido como combustível pode ser obtido de duas formas: por
um processo térmico ou a partir da eletrólise.
No caso do processo térmico, geralmente, o vapor reage com um combustível
do tipo hidrocarboneto, produzindo hidrogênio. Os combustíveis que podem ser
usados são vários, e vão do diesel a gás natural e biogás, por exemplo. Neste
tipo de geração, há emissões de carbono. Segundo o Escritório de Eficiência
Energética e Energia Renovável, 95% de todo o hidrogênio produzido vêm do
gás natural.
Já na produção através da eletrólise, dois eletrodos (um tipo de barra de metal)
ligados a uma fonte de energia são inseridos em um recipiente com água. As
barras têm polaridades diferentes, e a energia que passa por elas separa o
hidrogênio que está na água.
Este processo demanda bastante energia, porque sua eficiência energética é de
cerca de 80%. O que quer dizer que, para gerar 80 quilowatts/quilo, seriam
necessários 100 kWh de eletricidade. Neste tipo de produção, é possível que a
emissão de carbono seja zero. Porém isso depende da fonte da eletricidade
usada.
Em vista disso, para que o hidrogênio seja utilizado para impulsionar motores,
ele precisa passar por uma célula de combustível. Na célula, o processo é o
inverso do que acontece na eletrólise.
Assim como na eletrólise, há dois eletrodos, um positivo e um negativo. Este é
alimentado pelo hidrogênio, enquanto o positivo recebe ar. No negativo, uma
substância separa as moléculas de hidrogênio em prótons e elétrons. Enquanto
os elétrons saem do eletrodo e geram um fluxo de eletricidade, os prótons vão
em direção ao eletrodo com ar. Lá, esses prótons se misturam com o oxigênio e,
no caminho contrário ao da eletrólise, geram água e calor. É assim que este tipo
de combustível gera energia sem combustão e produzindo apenas vapor de
água.
A células de combustível podem ter vários usos, de transporte a sistema de
backup de fornecimento de energia. Entre seus usos estão ainda alimentar
prédios e até um submarino.
1.1.1 ELETRÓLISE

https://static.biologianet.com/conteudo/images/2014/11/eletrolise-da-salmoura.jpg

A eletrólise da água é um processo eletroquímico que ocorre em uma célula


eletrolítica. Essa célula é composta por dois eletrodos imersos em uma solução
aquosa de eletrólito, que é geralmente uma solução de hidróxido de potássio
(KOH) ou hidróxido de sódio (NaOH).
Quando uma corrente elétrica é aplicada à célula eletrolítica, ocorre a formação
de hidrogênio gasoso (H2) e íons de hidroxila (OH-) no cátodo (+). No ânodo (-),
os íons de hidroxila (OH-) são oxidados, liberando oxigênio gasoso (O2), água
(H2O) e elétrons, isso acontece para que haja o balanceamento de carga elétrica
da célula, já que os elétrons são retirados do ânodo durante a oxidação.
É importante ressaltar que a eletrólise da água requer uma fonte externa de
energia, para fornecer os elétrons necessários para as reações de redução
(cátodo) e oxidação (ânodo) nos eletrodos.
A separação das reações no cátodo e ânodo é fundamental para evitar que o
hidrogênio e o oxigênio reajam entre si e formem água novamente.
O H2 produzido no cátodo pode ser coletado como um produto final útil, enquanto
o O2 produzido no ânodo pode ser liberado para a atmosfera ou utilizado para
outros fins.

1.1.2 ELETROLISADORES
Um eletrolisador é um dispositivo que realiza a quebra das moléculas da água
em átomos de oxigênio e hidrogênio. As ligações entre os dois elementos são
muito estáveis e é preciso fornecer energia elétrica para que esta divisão ocorra
na eletrólise.
Um eletrolisador consiste em um empilhamento de elétrodos condutores
separados por uma membrana aos quais se aplica uma voltagem e uma
intensidade elevadas. Isso provoca uma corrente elétrica na água que faz com
que seus componentes se decomponham: hidrogênio e oxigênio. O sistema
completo também inclui bombas, eletrônica de potência, separador de gases e
outros componentes auxiliares, como os tanques de armazenamento.
O oxigênio gerado em paralelo é liberado na atmosfera ou pode ser armazenado
para ser usado posteriormente como gás medicinal ou industrial em alguns
casos. O hidrogênio, por sua vez, é armazenado como gás comprimido ou
liquefeito para ser usado na indústria ou em pilhas a combustível de
hidrogênio, podendo alimentar com eletricidade meios de transporte.
Um dos maiores eletrolisadores do mundo está localizado em Fukushima
(Japão), no mesmo lugar onde ocorreu o conhecido desastre
nuclear, simbolizando uma mudança de paradigma na produção de energia, uma
vez que é alimentado com painéis solares. Em janeiro de 2021, o eletrolisador
japonês foi superado significativamente pelo de Bécancour (Canadá), um
dispositivo de membrana polimérica com uma produção de 8,2 T/dia.

• TIPOS DE ELETROLISADORES
Devido as diversas pesquisas dirigidas na área, alguns diferentes tipos de
eletrolisadores já foram desenvolvidos, variando em seus tamanhos e funções
específicas.
- Eletrolisador Alcalino
Utilizam uma solução eletrolítica líquida, como hidróxido de potássio ou hidróxido
de sódio e água. O hidrogênio é produzido em uma célula constituída por um
ânodo, um cátodo e uma membrana. As células costumam ser montadas em
série para produzir mais hidrogênio e oxigênio ao mesmo tempo. Quando a
corrente é aplicada na pilha eletrolítica, os íons hidróxidos se movem através
do eletrólito do cátodo para o ânodo de cada célula, gerando bolhas de gás
hidrogênio no lado do cátodo do eletrolisador e gás oxigênio no ânodo. São
utilizados há mais de 100 anos e não exigem metais nobres como catalisador;
no entanto, são equipamentos volumosos que obtêm hidrogênio de pureza
média não sendo muito flexíveis em sua operação.
- Eletrolisador com Membrana de Troca de Prótons (PEM)
Os eletrolisadores PEM utilizam uma membrana de troca de prótons e um
eletrólito polimérico sólido. Quando a corrente é aplicada na pilha, a água se
divide em hidrogênio e oxigênio e os prótons do hidrogênio passam através
da membrana para formar gás hidrogênio no lado do cátodo. São os mais
populares porque produzem hidrogênio com alto grau de pureza e são fáceis de
refrigerar. São os mais adequados para se acoplarem à variabilidade das
energias renováveis, são compactos e obtêm um hidrogênio com alto grau de
pureza. Pelo contrário, são um pouco mais caros, pois utilizam metais preciosos
como catalisadores.
- Eletrolisador de Óxido Sólido (SOEC)
Os SOEC funcionam em temperaturas mais elevadas (entre 500 e 850 ºC) e têm
o potencial de ser muito mais eficientes que os PEM e os alcalinos. O processo
se denomina eletrólise de alta temperatura (HTE) ou eletrólise do vapor de água
e utiliza um material cerâmico sólido como eletrólito. Os elétrons do circuito
externo são combinados com a água no cátodo para formar o gás hidrogênio e
íons de carga negativa. O oxigênio então passa através da membrana cerâmica
deslizante e reage no ânodo para formar gás oxigênio e gerar elétrons para o
circuito externo. Tecnologicamente estão menos desenvolvidos que os
anteriores.
Existem outros tipos de eletrolisadores que ainda não são tão eficientes ou
rentáveis, mas têm muito potencial de desenvolvimento. Um exemplo seria
a fotoeletrólise, que utiliza unicamente luz solar para separar as moléculas de
água sem necessidade de eletricidade. No entanto, esse dispositivo precisa de
semicondutores que ainda não foram suficientemente desenvolvidos.

1.1.3 ELETRÓLITOS
A corrente elétrica é o fluxo ordenado de elétrons, ou seja, os elétrons se
movimentando de um ponto a outro. Para isso acontecer, duas coisas são
fundamentais: uma diferença de potencial, capaz de atrair os elétrons e um meio
de propagação que permita sua passagem.
Os eletrólitos são soluções que permitem a passagem dos elétrons, mas isso
não garante que eles possam trafegar livremente. Nos eletrólitos os elétrons
trafegam "presos" aos íons. Existem eletrólitos fortes, que praticamente não
impedem a passagem dos íons, eletrólitos médios, que apresentam alguma
resistência à corrente, eletrólitos fracos, que se opõem fortemente, mas
permitem, a passagem da corrente, e os não-eletrólitos, soluções que não
permitem que a corrente elétrica os atravesse.
São divididas entre:
- Eletrólitos sólidos: cerâmicas como óxidos, sulfetos e fosfato ou polímeros
- Eletrólitos líquidos: Cloreto de sódio, sulfato de sódio e hidróxido de potássio.

1.2 TIPOS DE HIDROGÊNIO COMBUSTÍVEL


O hidrogênio combustível é classificado em diferentes cores, que variam
conforme a fonte de energia usada para produzi-lo.
- Hidrogênio Cinza: Sua produção ocorre a partir da queima de combustíveis
fósseis, geralmente gás natural, emitindo elevadas quantias de dióxido de
carbono, assim indo no sentido contrário da descarbonização, devido a sua
emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Contudo, apesar de não
renovável, esse tipo de fonte energética ainda é a mais utilizada no mercado
mundial.
- Hidrogênio Azul: A sua produção se assemelha a do hidrogênio cinza, no qual
o hidrogênio é obtido a partir da queima de combustíveis fósseis, como gás
natural e carvão mineral. Entretanto, diferenciam-se em que no hidrogênio azul
ocorre a captura e o armazenamento do dióxido carbono emitido no processo.
Apesar de ser considerada por muitos uma fonte limpa, muito se tem discutido a
respeito da geração e o vazamento de metano, que pode intensificar as
mudanças climáticas muito mais que o gás carbônico, que ocorre nesse
processo. Além disso, o carbono capturado também deve ser armazenado sem
que haja vazamentos. Portanto, não se conhece a viabilidade de se conseguir
armazenar esse gás indefinidamente.
Dessa forma, ainda há muitas controvérsias a respeito de sua classificação como
fonte de energia limpa, o que torna sua implementação pouco viável.
- Hidrogênio Rosa e Turquesa: Existe outros tipos de hidrogênio menos
difundidos, sendo eles o hidrogênio rosa, que é obtido a partir da eletrólise de
fontes de energias nucleares. Ainda temos o hidrogênio turquesa, que ocorre a
partir da pirólise (processo de decomposição térmica da biomassa na presença
controlada de oxigênio) do metano, produzindo hidrogênio e carbono sólido,
porém ainda é necessário que haja a comprovação da sua produção em escala.
- Hidrogênio Marrom e Preto: Produzido por gaseificação do carvão mineral
(hulha e antracito).
- Hidrogênio Musgo: Produzido por reforma catalíticas, gaseificação de
plásticos residuais ou biodigestão anaeróbica de biomassa.
- Hidrogênio Verde: Por fim, o hidrogênio tido como principal aliado no processo
de descarbonização global: o Hidrogênio Verde. Sua produção é obtida por meio
da eletrólise da água sem emissão de carbono na atmosfera. O seu diferencial
se dá na fonte energética de origem renovável para a realização da eletrólise,
como solar, eólica e hídrica, visto que são utilizadas grandes quantidades de
energia elétrica no processo.

https://umsoplaneta.globo.com/energia/noticia/2022/05/01/brasil-prepara-se-para-iniciar-
producao-de-hidrogenio-verde.ghtml

Sendo considerado uma peça-chave para a descarbonização da economia


internacional, contudo, a produção e o uso do combustível possuem benefícios
e desafios.
Como benefícios, destacam-se a sua sustentabilidade, zero emissões de gases
poluentes, a sua armazenagem, o que permite a sua utilização posterior,
produção silenciosa e o fato de ser um dos elementos mais abundantes do
universo.
Nos desafios, evidenciam-se o preço elevado, seja dos componentes
necessários como na produção em si, a armazenagem, devido a sua alta
volatilidade e inflamabilidade, e o transporte, visto que o setor é responsável por
cerca de 24% das emissões de CO2 por causa da queima de combustíveis
fósseis.
Embora pareça que tais desafios inviabilizem a implementação da produção do
hidrogênio verde em escala, medidas já estão sendo tomadas a fim de superar
tais desafios para possibilitar a plena instauração do H2 verde como matriz
energética competitiva com as demais.
2.0 ONDAS

https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2018/09/elementos-da-onda(1).jpg

Uma onda é uma perturbação que se propaga através do espaço, desde o ponto
que é produzida, transportando energia, momento linear, mas não transporta
matéria. As ondas podem ou não necessitar de um meio de propagação.
Quanto à natureza, há dois tipos de ondas:
- Ondas Mecânicas: Para que haja propagação, necessitam de um meio
material, por exemplo, as ondas sonoras e as ondas em uma corda.
- Ondas Eletromagnéticas: Não é necessário que haja um meio material para
que a onda se propague, por exemplo, as ondas de rádio e a luz.

2.1 ONDAS SONORAS


Ondas Sonoras são ondas mecânicas que vibram em uma frequência
normalmente perceptíveis pelo ouvido humano. O som é a sensação que
sentimos, através da audição pela ação desse tipo de onda. Outra característica
importante é que a onda sonora necessita de um meio para se propagar, seja
gás, líquido ou sólido. Logo não é possível existir som no vácuo.
A onda menor que 20 Hz é denominada de infrassom e a maior que 20.000 Hz,
ultrassom. Essas ondas até chegam aos nossos ouvidos, mas não são capazes
de estimular o nosso sentido da audição. Alguns animais, como o cachorro e o
morcego, conseguem captar altas frequências de até 100.000Hz, outros como o
elefante e o pombo, são capazes de perceber infrassons.
As ondas sonoras podem apresentar frequências específicas, como um som
grave, aquele que é emitido por uma fonte sonora que vibra com baixa frequência
e som agudo, o que vibra com uma alta frequência.
https://www.if.ufrgs.br/cref/ntef/som/fig/onda1.gif

Quando um som possui uma grande quantidade de energia por unidade de


tempo e a onda sonora possui uma grande amplitude, diz-se que o som possui
uma grande intensidade. Logo, a intensidade está relacionada ao volume do
som. Essa intensidade é medida em decibéis (dB), onde se estabeleceu que ao
som de menor intensidade que o ser humanos fosse capaz de escutar seria
atribuído o valor de 0 dB e o de maior intensidade, de 120 dB.
• QUALIDADES FISIOLÓGICAS
As qualidades fisiológicas das ondas sonoras estão relacionadas à nossa
capacidade de percepção dos sons recebidos.
- Altura: Qualidade relacionada à frequência das ondas sonoras. A altura não
tem relação com o volume.
Som alto = Som de alta frequência = Som agudo
Som baixo = Som de baixa frequência = Som grave
- Timbre: Qualidade relacionada ao formato das ondas sonoras produzidas por
uma fonte. Mesmo que duas fontes distintas emitam sons com as mesmas
características, cada fonte emite ondas com formatos diferentes e, assim, são
percebidas de forma distinta. Diz-se, então, que cada fonte sonora possui
um timbre característico.
- Intensidade: Qualidade relacionada à energia emitida por uma fonte sonora
que atravessa determinada superfície dentro de certo intervalo de tempo.
A intensidade tem relação com o volume do som emitido por uma fonte.
I=P/A
A intensidade é definida como a razão da potência da fonte sonora pela área
atingida pelas ondas. De acordo com o Sistema Internacional de Unidades, a
unidade de medida para intensidade deve ser w/m2.
3.0 UTILIZAÇÃO DE ONDAS SONORAS NA PRODUÇÃO DE H2
VERDE
Pesquisadores da RMIT University, oficialmente Royal Melbourne Institute of
Technology, em Melbourne, na Austrália, apresentaram uma nova estratégia
durante a produção do hidrogênio: a utilização de ondas sonoras de alta
frequência (10MHz) que promovem um aumento considerável das Reações de
Evolução do Hidrogênio (HER). Decorrente da excitação acústica, não houve
acúmulo de bolhas nos eletrodos, gerando um aumento de 14 vezes, juntamente
com uma economia líquida positiva de 27,3% em todo o processo produtivo.
Atualmente, a produção de H2 se baseia basicamente por meio da eletrólise
utilizando eletrólitos corrosivos e eletrodos de alto custo, como platina e irídio.
Nesse processo a oxidação do metal dos eletrodos é elevada, fazendo com que
não alcancem o seu potencial máximo. Porém, somente a utilização de eletrólitos
neutros não é a solução do problema, pois faz com as HER sejam conduzidas
no potencial de início mais baixo.
O experimento com conduzido pelos pesquisadores da RMIT University consistiu
em demonstrar um desempenho das HER em um eletrólito neutro (fosfato de
sódio 0,1 M (Na 2 HPO/NaH 2 PO 4); pH 7,2) em eletrodos de ouro policristalino
(Au) por meio da incorporação de oscilações eletromecânicas da ordem de MHz
em nanoescala na forma de superfície híbrida única e ondas acústicas em massa
conhecidas como Ondas em Massa Refletidas na Superfície (SRBWs). O Au foi
intencionalmente escolhido como o material do eletrodo, pois é um catalisador
HER bem estudado, estável, mas ainda com desempenho relativamente ruim,
permitindo-nos destacar o potencial simples dos SRBWs em melhorar um
catalisador genérico.

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/aenm.202203164
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/aenm.202203164

4.0 APLICAÇÃO NAS ENGENHARIAS


A engenharia se faz presente e desempenha um importante papel em todo o
processo produtivo do hidrogênio verde, participando ativamente desde a
utilização de fontes de energias renováveis na eletrólise da água até a sua
distribuição para a o consumo final, nas mais variadas atividades. Pode-se dar
destaque para duas engenharias muito atuantes em todo o processo: Mecânica
e Elétrica.
Têm-se como modelo da importância de ambas as engenharias quanto se trata
da integração de sistemas, por exemplo, desempenhando um papel crucial na
integração eficiente e no projeto de sistemas de controle, a fim de que esses
sistemas funcionem em harmonia, maximizando a eficiência energética e a
confiabilidade do processo otimizando a produção de hidrogênio verde e garantir
a estabilidade e a segurança do sistema.

4.1 ENGENHARIA MECÂNICA


As principais áreas da engenharia mecânica envolvidas na produção de
hidrogênio verde:
- Eletrólise: A engenharia mecânica desempenha um papel fundamental no
design e desenvolvimento de eletrolisadores, dispositivos utilizados para realizar
a eletrólise da água. Isso inclui o projeto dos componentes eletroquímicos, a
seleção dos materiais apropriados para resistir à corrosão, o dimensionamento
do sistema e a otimização da eficiência energética.
- Armazenamento: O hidrogênio verde precisa ser armazenado para uso
posterior, especialmente quando a demanda por energia é menor do que a
produção. A engenharia mecânica está envolvida no projeto e construção de
tanques de armazenamento de hidrogênio, bem como no desenvolvimento de
tecnologias de compressão e liquefação para maximizar a densidade energética
e a eficiência do armazenamento.
- Distribuição: A engenharia mecânica também está relacionada à infraestrutura
de distribuição do hidrogênio verde. Isso inclui o projeto de sistemas de
transporte, como gasodutos e caminhões-tanque, bem como a concepção de
estações de abastecimento de hidrogênio para veículos movidos a esse
combustível.
Além dessas áreas, a engenharia mecânica também está envolvida na
manutenção e na melhoria contínua dos sistemas de produção de hidrogênio
verde, visando aumentar a eficiência, reduzir os custos e aprimorar a
sustentabilidade ambiental desse processo.

4.2 ENGENHARIA ELÉTRICA


As principais áreas da engenharia elétrica envolvidas na produção de hidrogênio
verde:
- Geração de Energia Renovável: A engenharia elétrica está envolvida no
projeto, instalação e manutenção de sistemas de geração de energia renovável,
como painéis solares fotovoltaicos, turbinas eólicas ou usinas hidrelétricas.
Essas fontes de energia renovável são usadas para fornecer eletricidade para a
eletrólise da água durante a produção de hidrogênio verde.
- Controle e Automação: A engenharia elétrica desempenha um papel
importante no desenvolvimento de sistemas de controle e automação para a
produção de hidrogênio verde. Isso inclui o design e a implementação de
algoritmos de controle para otimizar a eficiência do processo de eletrólise,
monitorar as condições de operação, regular a pressão e a temperatura e
garantir a segurança do sistema.
- Transmissão e Distribuição de Energia: Visto que a eletricidade é gerada a
partir de fontes renováveis, a engenharia elétrica está envolvida na transmissão
e distribuição eficiente dessa energia para as unidades de eletrólise de
hidrogênio verde. Isso inclui o projeto de linhas de transmissão, transformadores
e sistemas de distribuição elétrica.
- Eficiência Energética: A engenharia elétrica desempenha um papel
fundamental na melhoria da eficiência energética dos sistemas de produção de
hidrogênio verde. Isso inclui o uso de técnicas avançadas de conversão de
energia, como eletrólise de alta eficiência, bem como a implementação de
sistemas de recuperação de calor e otimização do consumo de energia em todo
o processo.
CONCLUSÃO
Para uma plena compreensão do tema principal, fez-se necessário de toda a
contextualização dos assuntos que o permeiam.
Desse modo, foi possível observar as possibilidades existentes com a
implementação das ondas sonoras de alta frequência (10MHz) no processo da
eletrólise do hidrogênio verde, promovendo um aumento considerável em sua
produção, logo, podendo gerar mais energia.
Contudo, por se tratar de um método muito novo ainda se têm alguns desafios a
serem enfrentados, fazendo-se necessário mais estudos aprofundados na área,
com amplos estudos nas áreas da mecânica e elétrica, por exemplo.
REFERÊNCIAS
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https://www.alemdaenergia.engie.com.br/saiba-como-o-hidrogenio-se-
transforma-em-combustivel/

https://umsoplaneta.globo.com/patrocinado/engie/noticia/2021/06/25/entenda-
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https://blog.oxigenioaceleradora.com.br/hidrogenio-verde/

https://propeq.com/producao-de-hidrogenio/

https://agronews.tv.br/cientistas-produzem-hidrogenio-verde-a-partir-de-ondas-
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https://www.tecmundo.com.br/ciencia/257245-hidrogenio-verde-inovacao-usa-
ondas-sonoras-multiplicar-producao.htm

https://www.ecycle.com.br/hidrogenio-cinza-azul-e-verde/

https://www.h2verdebrasil.com.br/desafios-do-hidrogenio-verde/

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/aenm.202203164

https://abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_WIC_143_902_18877.pdf
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https://fuelcellsworks.com/news/sound-waves-could-boost-production-of-green-
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s,of%20hydrogen%20through%20water%20electrolysis

https://www.todamateria.com.br/ondas/

https://moodle.ufsc.br/mod/book/view.php?id=504285&chapterid=2650#:~:text=
Uma%20onda%20%C3%A9%20uma%20perturba%C3%A7%C3%A3o,de%20u
m%20meio%20de%20propaga%C3%A7%C3%A3o.

https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2015/11/11/noticia
-especial-enem,706844/ondas-sonoras-e-a-capacidade-do-homem-em-emitir-
sons.shtml#:~:text=Ondas%20Sonoras%20s%C3%A3o%20ondas%20mec%C
3%A2nicas,a%C3%A7%C3%A3o%20desse%20tipo%20de%20onda.

https://www.blog-vinisound.com.br/2019/03/28/voce-sabe-a-diferenca-entre-
decibeis-db-e-frequencia-hz-fique-por-dentro/

https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ondas-sonoras.htm

https://www.youtube.com/watch?v=Uqkrdp56dgQ

https://www.youtube.com/watch?v=IQ762VTxD2g&t=72s

https://www.youtube.com/watch?v=fNmkcr8FHYo

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/quimica/eletrolitos-solucoes-que-
permitem-a-passagem-de-corrente-eletrica.htm

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