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Hidrogênio Verde:

Disseminando a

Cadeia de Valor
Sumário

Introduçã
Ciclo de Produção do
Hidrogênio Verd
Fase de distribuição do
Hidrogênio Verd
Uso, aplicação e consumo
do Hidrogênio Verd
Mercado de Hidrogênio
Verd
FAQ - Perguntas
Frequentes
Introdução

O Hidrogênio Verde é uma das principais apostas da atualidade para a


transição energética e descarbonização da economia. Pensando nisso, a
Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro, no âmbito
do projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o
Desenvolvimento Sustentável, promoveu a Masterclass “Hidrogênio Verde:
Disseminando a Cadeia de Valor”, no dia 03 de maio de 2023.

A Masterclass reuniu especialistas e coordenação acadêmica referência


na área com o objetivo de permitir ao público técnico e executivo de empresas,
governo e instituições de P&D lidarem de maneira mais assertiva com projetos
ligados ao Hidrogênio Verde.

O projeto H2Brasil integra a Cooperação Brasil-Alemanha para


o Desenvolvimento Sustentável e é implementado pela
Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ)
GmbH e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e financiado
pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e
Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.

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Ciclo de Produção do
Hidrogênio Verde

Estrutura do Mercado de Hidrogênio

- De acordo com a IEA, a demanda mundial anual de H2 foi de 94 milhões


de toneladas em 2021. Porém, o hidrogênio não se encontra na natureza em
volume suficiente.

- Assim, ele precisa ser produzido a partir de outra matéria prima. As


principais rotas de produção envolvem recursos fosseis (principalmente por
reforma a vapor de gás natural) e somente 0,06% do mesmo é obtido por
eletrólise da água.

- Em função da matéria prima, do processo de conversão e do uso de


tecnologias de sequestro e armazenamento de CO2, uma nomenclatura é
comumente usada e forma um arco-íris. Porém, não há unanimidade e uma
nova baseada nos impactos ambientais está discutida.

- A produção de hidrogênio pode ser centralizada em grande planta e


precisa ser seguida de uma rede de transporte e distribuição do hidrogênio
até o consumidor final. Essa escala permite viabilizar rota como a
gaseificação da biomassa.

- Alternativamente, a produção pode ser localizada e envolve o


transporte de eletricidade (eletrólise da água) e de gás natural (reforma),
envolvendo uma cadeia existente e já madura

Rotas de produção

- Existem muitas rotas de produção de hidrogênio que envolvem recursos


fosseis e renováveis. Elas podem ser separadas em 4 grandes categorias:
processos termoquímicos; eletrolíticos; fotolíticos e bioquímicos.

- O processo de eletrólise da água consiste na separação de duas


moléculas de água em duas moléculas de H2 e uma molécula de O2 quando
um fluxo de corrente contínua entre 2 eletrodos (anodo e catodo) separados
por um eletrólito. Existem 3 tecnologias de eletrolisador:

* Alcalina: tecnologia madura e a mais competitiva economicamente;

* PEM (Proton Exchange Membrane): tecnologia comercial com alta


eficiência (tecnologia usada nos projetos mais recentes);

* SOEC (Solid Oxide Electrolysis Cell): tecnologia em demonstração que


apresenta o equipamento mais compacto.

Ciclo de Produção do
- É chamado de hidrogênio verde o produto gerado por eletrólise da
Hidrogênio Verde
água a partir de eletricidade renovável (principalmente solar, eólica e
hídrica).

- Os principais desafios para reduzir o custo de produção por eletrolise é


o barateamento da energia elétrica (50% do custo de operação que
representa 55% do custo total da planta) e o aumento da eficiência do
processo de eletrólise (entre 40 e 65%; a comparar com a eficiência de 74 a
85% no processo de reforma a vapor do metano).

- É também chamado de hidrogênio verde (ou hidrogênio musgo na


nomenclatura da EPE) o produto da reforma de biogás, bioetanol ou
biomassa, em particular por reforma de vapor.

- Os principais desafios dessa rota visam aumentar a eficiência e a


tolerância a contaminantes da matéria prima na atividade dos catalisadores
e reduzir a demanda energética.

- A gaseificação da biomassa (decomposição térmica sem combustão


na presença controlada de oxigênio e vapor) está madura para produção
centralizada e apresenta eficiência de 25 a 52%.

- Os principais desafios dessa rota visam desenvolver sistemas de baixo


custo para separação e purificação do gás de síntese, melhorar a tolerância
dos catalisadores às impurezas presentes na matéria-prima e propor
alternativas para captura e armazenamento do CO2.

- A pirólise da biomassa (decomposição térmica na ausência de oxigênio)


seguida de reforma a vapor apresenta eficiência entre 35 e 50%.

- A decomposição termoquímica da água é uma rota onde a conversão


da água se deve a altas temperaturas (entre 500 e 2000ºC). A eficiência dessa
rota varia entre 20 e 45%.

- A decomposição fotoeletrolítica (conversão da água devido a radiação


solar em presença de fotoeletrodos (semicondutores)) e a decomposição
fotobiológica (conversão do material orgânico por microorganismos
fotossensíveis (algas e bactérias) na presença de uma fonte luminosa)
apresentam baixíssimas eficiências (abaixo de 0,1%).

- Em conclusão, existe um leque de tecnologias com eficiência, nível de


maturidade e custo diferentes. Nesse sentido, um esforço precisa ser
realizado para dividir por 5 o custo de produção por eletrólise da água e
competir com as rotas fósseis.

Ciclo de Produção do
Impactos ambientais

Hidrogênio Verde
- Considerando os resultados de avaliação de ciclo de vida que
consideram os impactos diretos e indiretos da cadeia de produção de
hidrogênio, observa-se uma variação significativa dos impactos ambientais. A
rota de eletrólise da água por tecnologia PEM apresenta o menor impacto
ambiental em termos de emissões de CO2 equivalente.

-Na categoria de potencial de aquecimento global, a literatura mostra a


importância da fonte da eletricidade no processo de eletrólise (sem usar
eletricidade de fonte renovável, o impacto ambiental pode ser maior que na
reforma a vapor do metano) e o impacto da materia prima na reforma do
etanol (principalmente devido a demanda de água no cultivo).

- De acordo com a IRENA, existem 13 processos de certificação de H2


atualmente. O Brasil discute um processo especificamente para a eletrólise
da água.

- A Certificação Internacional de Energia Renovável (I-REC) da União


Europeia determina que o hidrogênio pode ser considerado como de baixo
carbono se as emissões foram menores a 40% das emissões da rota de
reforma do gás natural

Produção de derivados do H2

- A amônia pode ser produzida a partir de H2 verde no processo Haber –


Bosch sendo chamado de amônia verde, tanto como carreador quanto para
uso direto no setor energético.

- Os electrofuels (ou e-fuels) são hidrocarbonetos produzidos a partir de


hidrogênio verde obtido por eletrólise e CO2 sequestrado; enquanto os
combustíveis sintéticos são produzidos com um mistura de H2 e CO oriundo
principalmente de biomassa. São alternativas a eletrificação por serem
combustíveis drop in.

Conclusão - Brasil: um futuro produtor mundial de H2 verde?

- O Brasil apresenta um grande potencial de produção de hidrogênio


verde por eletrolise da água com eletricidade solar e eólica (em particular no
Nordeste) e a partir da reforma de bioetanol.

- Esse potencial é confirmado pela BloombergNEF que aponta o Brasil


como o país que terá o menor custo de produção de H2 verde em 2030, em
particular devido a energia eólica offshore.

Fase de Distribuição do
Hidrogênio Verde

A implantação de uma infraestrutura de hidrogênio constitui uma das


tarefas mais desafiadoras para o desenvolvimento da cadeia de suprimento
de hidrogênio. A distribuição desigual de recursos para geração de energia
renovável, industrialização e fabricação de eletrolisadores torna o transporte
do hidrogênio inevitável, ao passo que a economia global do hidrogênio de
baixo carbono for expandindo. Assim, projetos para a construção de
infraestruturas estão sendo desenvolvidos em todo o mundo para permitir a
distribuição do gás em larga escala. A forma de armazenamento e entrega
do hidrogênio irá depender fortemente das diversas atividades de usos finais,
muito embora a infraestrutura em si deva ser pensada anteriormente para
que esteja disponível antes da disseminação do mercado, garantindo um
pronto fornecimento.

Assim, a estrutura da cadeia de abastecimento do hidrogênio deve levar


em consideração o planejamento espacial e o posicionamento geográfico
das instalações de produção em relação à demanda, o que acarreta em
menores custos e desafios logísticos. De forma geral, a produção
centralizada, demanda infraestrutura de entrega mais extensa, com custos
iniciais mais elevados e a produção descentralizada, tem custos de
distribuição mais baixos, mas custos de produção mais altos.

Dito isto, entendemos que as etapas de armazenamento, transporte e


distribuição estão intrinsicamente relacionadas às aplicações do vetor
energético. O armazenamento de hidrogênio com alta densidade é um
desafio para aplicações estacionárias e portáteis. Paralelamente, seu
transporte continua sendo um gargalo significativo.

O hidrogênio pode ser armazenado de três maneiras diferentes:

✓ Na forma gasosa, em tanques/cilindros sob altas pressões (350-700 bar),


ou via armazenamento geológico;

✓ Na forma líquida sob temperaturas criogênicas

✓ Integrado quimicamente em outros compostos: na superfície ou estrutura


(hidretos) de materiais sólidos ou em líquidos, os chamados carreadores
Cada uma dessas tecnologias tem seus requisitos e desafios particulares
que são transferidos também para a fase de distribuição. O maior desafio
consiste em encontrar maneiras para produzir hidrogênio com a pureza
necessária, transportá-lo e distribuí-lo com uma boa densidade de energia
volumétrica, com custos comercialmente realistas e desempenho em níveis
operacionais, evitando ônus adicionais para o meio ambiente. As opções de
armazenamento e transporte dependem do volume do reservatório, a energia
necessária para o processo, o tempo de armazenamento pretendido e a
disponibilidade do recurso. Devido ao avanço tecnológico na capacidade dos
tanques e nos meios de transporte para a portabilidade do hidrogênio, o
transporte de hidrogênio na forma gasosa comprimida ainda domina o
mercado. Da energia disponibilizada pelo hidrogênio produzido, 9-12%
precisa ser dispendida no processo de compressão (de 350 ou 700 bar),
enquanto que para liquefação, cerca de 30-33% de energia equivalente,
precisa ser gasto no processo. A agregação do hidrogênio a outras
substâncias líquidas com moléculas maiores, como amônia e os carreadores
orgânicos líquidos (LOHC - Liquid Organic Hydrogen Carriers) ou materiais
sólidos pode trazer mais densidade, mas os custos ainda são muito elevados
e as tecnologias necessitam de processo de amadurecimento tecnológico.
Em hidretos, por exemplo, a cinética de hidrogenação e desidrogenação é
lenta.

Para o transporte de grandes volumes, sendo o hidrogênio gasoso


comprimido a opção menos dispendiosa, considera-se usualmente duas
opções: os dutos e os caminhões. Os dutos e caminhões de hidrogênio são as
melhores soluções para o transporte em certas distâncias porque o
transporte por navio é três a cinco vezes mais caro em comparação com o
transporte por gasoduto. Contudo, esses valores dependem do diâmetro do
duto ou ainda se o transporte ocorrerá em dutos novos (dedicados),
adaptados(misturado ao gás natural) ou reaproveitados. Nos dutos novos
com 100% de capacidade, o CAPEX representa maior contribuição e nos
adaptados, os compressores tomam esse papel.

O emprego de substâncias ou materiais que armazenam o H2 e o


liberam no local do uso final pode ser uma opção interessante em longas
distâncias (principalmente acima de 10.000 km), sendo o LCOH o de maior
destaque. Mas, deve-se levar em conta que os processos de conversão e
reconversão são expressivos.

Logo, existem diferentes opções disponíveis para transporte e


distribuição de hidrogênio dependendo dos volumes, da distância de entrega
e de circunstâncias locais. Todos esses métodos, amônia, metanol, LCOH e
LH2, estão atualmente sob extensa investigação e têm prós e contras.
Comparando o transporte de hidrogênio usando amônia e
metanol

A amônia é uma substância química que pode ser utilizada para


armazenar e transportar hidrogênio, além de ser utilizada como matéria-
prima para fertilizantes. Uma série de estudos tem sido realizados para utilizar
a amônia como combustível em navios. O processo de síntese de amônia é
bastante maduro, no qual o hidrogênio e o nitrogênio reajem, criando a
amônia líquida com Capacidade Gravimétrica de 17,7% e volumétrica de 123
kg/m3 (10 bar). O transporte de hidrogênio usando amônia tem como uma
das principais vantagens a temperatura levemente refrigerada a -33 °C ou em
temperatura ambiente sob uma pressão de 8-10 bar. Todavia, além dosriscos
devido sua toxicidade, o processo de craqueamento ainda é relativamente
novo e pouco eficiente energeticamente. A desidrogenação ocorre sob alta
temperatura, que podem ser diminuídas na presença de catalisadores
sólidos, mas que junto às etapas adicionais para purificar o hidrogênio para
uso, elevam os custos.

Comparando-a ao metanol, o mais simples dos álcoois, que possuindo


menor densidade de armazenamento de H2 que a amônia (Capacidade
Gravimétrica de 12,5% e volumétrica de 99 kg/m3), esse segundo pode ser
mais estratégico. Os processos de produção podem ser uma solução para
CO2 capturado via CCS. A hidrogenação do CO2 em presença de
catalisadores sólidos ocorre em temperaturas bem menores na presença de
catalisadores menos nobres

Transporte de hidrogênio usando LOHC

Os chamados carreadores líquidos orgânicos (LOHC) são capazes de


absorver e liberar grandes quantidades de hidrogênio, através de reações
químicas simples e podem ser armazenados ou transportados em condições
atmosféricas, em veículos semelhantes aos que transportam gasolina ou
diesel. A desidrogenação também requer um aumento de temperatura e um
catalisador. No uso em larga escala, os custos podem aumentar
consideravelmente. Vale salientar que muitos líquidos orgânicos possuem
Compostos Orgânicos Voláteis (VOC), que são cancerígenos

Transporte na forma de hidrogênio liquefeito

Transportar o hidrogênio na forma líquida é algo que já possui


amadurecimento tecnológico, mas o processo é tecnicamente complexo e,
como tal, tem sido historicamente muito caro. A densidade de energia do
hidrogênio líquido é significativamente maior que a do hidrogênio gasoso,
mas ele deve ser resfriado e armazenado a -253°C (20 K), em tanques
isolados para manter essa temperatura baixa e minimizar a evaporação.
Atualmente é usado em aplicações que exigem altos níveis de pureza, na
indústria de chips semicondutores e em viagens espaciais.
O processo de liquefação é 3x mais caro que a compressão do gás,
embora a reversibilidade mantenha sua qualidade inicial. O processo de
refrigeração mecânico é similar a refrigeradores, o gás refrigerante é
comprimido, resfriado, expandido por uma válvula de expansão (processo
Linde) ou por uma turbina (processo Claude), parte do gás é liquefeito e o gás
é reciclado no processos. Após o transporte ou armazenamento temporário, o
LH2 retoma a forma gasosa novamente com uso de um evaporador. Apesar
dos avanços, a perda de H2 por evaporação é inevitável (boil-off) levando a
desafios financeiros para a manutenção do LH2 termicamente resistente e de
baixa permeação e o desenvolvimento de sistemas isolantes para os tanques,
que devem seguir critérios rígidos

Transporte em dutos

O transporte de hidrogênio por gasoduto é interessante porque é possível


aumentar a densidade volumétrica do hidrogênio que é baixa. Em uma rede
já existente, transportar grandes volumes de gases é uma tecnologia
interessante, pois pode-se aproveitar a experiência com instalações de
armazenamento de gás natural, o que é muito semelhante. Os custos
reduzem exponencialmente com o aumento do volume de gás transportado e
o diâmetro dos dutos. Os gasodutos podem transportar grandes quantidades
de energia a um custo menor do que a transmissão de eletricidade em linhas
de transmissão de energia. Mesmo assim, o processo de compressão é uma
operação que consome muita energia e possui custos elevados que se
somam na compressão da produção e a compressão da distribuição. Há
perdas na compressão quanto maior for a distância transportada, por isso, a
produção descentralizada pode ser uma alternativa mais interessante.
Qualquer aquecimento, fricção no compressor ou ineficiência do motor
elétrico aumentará o gasto de energia. Além disso, os custos com
manutenção dependem da integridade dos componentes da tubulação,
como conexões e tubos.

É muito provável que a fragilização por hidrogênio acelere a formação de


trincas, principalmente em gasodutos de transmissão de alta resistência,
reduzindo significativamente a vida útil da tubulação. Fatores de estresse
dinâmico e fraturas existentes, também precisam ser considerados.

Misturar o hidrogênio na rede de gás natural para mitigar esses riscos e


diminuir as adaptações necessárias ao gasoduto tem sido uma opção
avaliada pela Europa. Como conclusão parcial, se a parcela de hidrogênio
exceder 40%, peças como compressores e turbinas provavelmente
precisarão ser trocadas para lidar com o fluxo de hidrogênio. Além disso,
procedimentos regulatórios precisam ser revisados, uma vez que a maioria
dos países permitem pequenas quantidades da mistura devido a questões de
segurança, integridade e vazamento de gasodutos.
O consórcio European Hydrogen Backbone (EHB) relata que corredores
de dutos servirão como solução econômica para transportar grandes
volumes de hidrogênio no continente europeu, com custo baixo, para os
centros de demanda. A demanda por gás para aquecimento e uso em
edificações, já exibida nesses países tem exigido soluções para melhorar os
custos. Embora o poder calorífico volumétrico do hidrogênio seja muito
inferior ao do gás natural, eles possuem Índice de Wobbe semelhante, o que
se apresenta como grande vantagem, exibindo boa eficiência em termos de
tempo e temperatura de cozimento. Os queimadores de fogão a gás natural
podem operar com segurança e eficiência com até 20% de hidrogênio
adicionado ao combustível. Além disso, a adição de hidrogênio resulta na
redução das emissões de poluentes.

Dessa forma, várias configurações de projetos estão sendo


desenvolvidas no mundo para ampliação do conhecimento dos limites da
concentração tolerável de H2 hidrogênio na rede de gás natural. Dentre eles,
citamos o HIGOS, que analisa os impactos da mistura na rede de gás natural;
o projeto britânico Hydeploy que visa alcançar pelo menos 20% de H2 na
rede, aplicado a 1500 residências, e um sistema descentralizado na
Universidade de Keele; o HyBlend, que estuda fragilização de materiais nos
EUA; os projetos australianos HyP e suas variações para uso doméstico e
industrial; o Hybrids, o projeto italiano de inserção de H2 na rede local; e o
projeto alemão de armazenamento WindGas Falkenhagen, que faz parte do
projeto Horizonte 2020 STORE&GO.

Consideramos que o transporte e distribuição do H2 gasoso comprimido


pode ser realizado via marítima, rodoviária e gasodutos de forma segura e
madura. Outras formas devem ser avaliadas, de acordo com os diferentes
usos específicos
Uso, aplicação e consumo de
Hidrogênio verde

A Imensa Cadeia de Valor do H2 Verde

Tipos de empresas que podem participar do setor do H2 Verde/


Renovável:

A Cadeia de valor do hidrogênio verde/renovável é imensa e


compreende todos os setores da economia. Ela tem início no setor de
geração de energia renovável, passa pelo setor de suprimento de água,
produção de hidrogênio verde e seus derivados, armazenamento e
distribuição, logística, e vai até o consumo final pela indústria, transporte e
geração de calor e eletricidade distribuída, incluindo fabricantes de
equipamentos, componentes e prestadores de serviços.

Os elos dessa cadeia incluem os seguintes tipos de empresas e


instituições:

Setor de Geração de Energia Renovável

Setor de Fornecimento de Água

Setor de Produção de H2 Verde/Renovável

Armazenamento de Distribuição de H2

Logística de H2

Indústrias Consumidoras de H2

Indústrias de Geração de Eletricidade Distribuída

Empresas de Transporte Consumidoras de H2

Bancos, Financiadores de Plantas e Investidores

Associações de Hidrogênio e Instituições relacionadas

Regulação de H2

Academia e Centros de Pesquisa de H

O Fertilizante Verde Amônia 100% Nacional:

O Brasil tem um grande potencial de energias renováveis e HOJE já


possui todas as condições para produzir, utilizar e exportar amônia verde, ao
invés de importar. A produção nacional de amônia verde torna o setor de
fertilizantes nitrogenados independentes do mercado internacional e
promove a geração de empregos no país.
O Aço Verde: Como a indústria do aço pode usar H2:

➢ Para Alto Forno: Substituição do carvão parcialmente no PCI.

➢ Para Fornos Elétricos: Mistura de H2 no Gás Natural.

➢ Para Novas Plantas: H2 Verde/Renovável como 100% agente redutor

Mineração Verde:

O foco do uso do Hidrogênio Verde na mineração a nível mundial está na

redução de custos em relação ao consumo e transporte de diesel, o que pode

ser considerável em locais remotos. 


Um veículo de mineração tem em média

de 800 a 1000 kW de potência e, portanto, o consumo de diesel por esses

veículos representa uma das maiores despesas dessa indústria. Uma

mineradora pode produzir H2 verde/renovável em sua planta e se tornar

autossuficiente na geração de energia e produção de combustível limpo.

O Cimento Verde:

Cimenteira: uma das indústrias mais poluentes do mundo

Opções de uso de H2:

Produção local de hidrogênio verde/renovável com captura de CO2 na

indústria para produzir combustíveis sintéticos, plásticos ou outros produtos

químicos.

Hidrogênio verde/renovável como substituto parcial do gás natural no

sistema de combustão do forno

Veículos Emissão Zero

Mais
 de 50.000 Veículos movidos a Célula a Combustível rodando no

mundo. No Brasil estamos em um momento estratégico.


O hidrogênio pode

ser produzido através de diversas fontes, inclusive etanol, portanto não

compete com os biocombustíveis e sim abre novas oportunidades de

negócios para esse setor. Um veículo a célula a combustível não compete

com veículos elétricos porque ele é um veículo elétrico que gera sua própria

eletricidade através do hidrogênio. Quanto Maior o Porte do Veículo, Maior é a

Vantagem para os Veículos Movidos a Célula a Combustível em: Autonomia

(mesma que um veículo convencional), Tempo de abastecimento (de 3 a 5

minutos) e Custo.

Mistura de H2 nos gasodutos de Gás Natural

Até
 20% de Hidrogênio pode ser misturado nos dutos de gás natural

dependendo do uso final do gás. Mesmo uma porcentagem minima de 1%,

como na Austrália, já significa uma grande redução de CO2.

Empilhadeiras e veículos de logística portuária Zero Emissões

Descarbonização de Portos: operação silenciosa e sem emissão de


poluentes dentro dos armazéns. Mais de 35.000 empilhadeiras movidas a
célula a combustível em operação nos EUA e mais de 20 milhões de
abastecimentos em empresas como Amazon e Wall Market.
Substituição de Geradores a Diesel por Geradores Zero Emissões

Substituição de geradores a diesel back-up por geradores a célula a


combustível na indústria, edifícios, condomínios e hotéis.

- Geração de eletricidade em áreas isoladas.


Produção de Combustíveis Sintéticos com H2 Verde/Renovável

Grande oportunidade de novos negócios para as Bio-Refinarias no Brasil:


Gasolina Verde, HVO, Metanol e Querosene de Aviação.

Demanda gigante nos setores de aviação (equerosene) e marítimo (e-


metanol). M etanol e Gasolina Verde para exportação. Promove a
descarbonização de todos os modais de transporte a curto prazo no uso em
motores a combustão
O Papel do H2 na Descarbonização das Cidades: Combinação de
Energia Solar e Eletrolisadores no Setor Predial

Uso de eleltricidade surplus (sobra da eletricidade gerada pelas placas


solares fotovoltaicas instaladas no telhado dos edifícios) para: fornecimento
de H2 para a mobilidade, mistura na infraestrutura de gás natural, uso
industrial. O hidrogênio verde/renovável integrando a sociedade e a economia
sustentável nos centros urbanos.
Outros Setores consumidores de H2

Indústria alimentícia: o H2 é usado como agente hidrogenante,


principalmente para o aumento do nível de saturação de gorduras e óleos
insaturados.Indústria de Papel e Celulose: o H2 é usado para o
branqueamento do papel. Indústria de Vidros: o H2 é usado para eliminar
falhas e tornar as superfícies planas. Indústria Petroquímica: o H2 é usado nos
processos de hidrodesulfurização e hidrocraqueamento.

O H2 como meio de resfriamento em usinas de energia e plantas


industriais devido ao seu alto calor específico e condutividade térmica. 

No armazenamento de energia a longo prazo para o aproveitamento da


energia surplus.

A década de 2020 pode se tornar a era de uma grande corrida


para liderança em tecnologia

-A década de 2020 pode se tornar a era de uma grande corrida pela


liderança em tecnologia, já que os custos provavelmente cairão
acentuadamente com a ampliação do conhecimento e da infraestrutura
necessária. 

-O hidrogênio verde/renovável se tornará competitivo mais cedo em


países como a China (graças aos seus eletrolisadores de baixo custo), ou
Brasil e Índia (com energias renováveis ​baratas e preços de gás relativamente
altos). 

-A fabricação de equipamentos para plantas de H2 renovável/verde


representa uma excelente oportunidade de mercado nos próximos anos e
décadas. 

-A cadeia de valor do hidrogênio é extensa e as estimativas apontam


para um potencial de mercado de US$ 50 a 60 bilhões para eletrolisadores e
um mercado de US$ 21 a 25 bilhões para células a combustível em meados
do século.
Perguntas
Frequentes
Ciclo de Produção do Hidrogênio Verde
Florian:
“Será falado o impacto ambiental do alto consumo
de água para a geração de hidrogênio verde?”
No global, um eletrolisador demanda entre 10 e 17 L por kg de
hidrogênio. Adicionalmente, as previsões de demanda para
produção de H2 representam 1,8% da demanda global por água.
Assim, a grande questão vai ser a disponibilidade local e a
competição com outras demandas. Olhando rota por rota, há no
slide 26 da apresentação uma tabela que apresentei sobre a parte
de impactos ambientais. Essa tabela trata também da questão da
água. Ela vem de um artigo em open access (acesso livre)
disponível no link onde há uma discussão um pouco mais
detalhada sobre essa questão:
Life Cycle Assessment and Water Footprint of Hydrogen Production
Methods: From Conventional to Emerging Technologies

Fase de Distribuição do Hidrogênio Verde

Sayonara:

“Qual é o custo energética para pressurizar


H2 a 700 BAR?”
Resposta

*Documento enviado pela Sayonara*


Sayonara:

“Qual a sua visão sobre a introdução do H2V no setor


de transporte? Seria viável no país?”

Resposta

*Documento enviado pela Sayonara*

Sayonara:

“Os custos mencionados no gráfico da direita, já


consideram a conversão?”

Resposta

*Documento enviado pela Sayonara*


Sayonara:

“A tecnologia de armazenamento de LH2 a 4K já é


bem conhecido e comercial. Ou seja, a maturidade
de armazenamento do H2V já está bem madura.”

Resposta

*Documento enviado pela Sayonara*

Uso, Aplicação e Consumo de Hidrogênio Verde

Mônica:

“Transformando todos os projetos em todas as


fasses da cadeia de H2V, qual seria a mão de obra
qualificada necessária (fase / segmento) para
suprir os próximos 10 anos? Por gentileza, além já fez
essa análise, especificamente para o Brasil
(processo de construção e O&M)?”

O programa do H2BRASIL fez um trabalho sobre isso recentemente:

Mercado de Hidrogênio Verde e Power to X: demanda por


capacitações profissionais

Além disso, o CNI fez essa análise em um projeto do H2 Brasil:

Estudo revela profissões do futuro com o hidrogênio verde


Mercado de Hidrogênio Verde

André Pina:
“As exigências da EU podem levar a dificuldade.
Parece que estão pouco preocupados com a
descarbonização e mais aspectos geopolíticos.

Muito provavelmente estão configurando essas


exigências pensando em produção local na Europa.

No caso do Brasil, com um setor elétrico de alta


participação de renováveis, não parece fazer

sentido essa questão da temporalidade e dos


investimentos novos.”

A preocupação é mesmo ambiental, pois o objetivo é evitar que a


produção de hidrogênio utilize renováveis que já estão a
descarbonizar o sistema elétrico. Apesar de não ter referido, o ato
delegado da EU também define que não seja preciso cumprir com
correlações temporais em sistemas elétricos onde existam >90%
de renováveis. O Brasil está já muito perto desse limite, pelo que
poderá beneficiar dessa opção desde que não deixe de investir em
renováveis com o aumento da demanda elétrica.

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