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https://dx.doi.org/10.21577/0103-5053.20220026

J. Braz. Chem. Soc., Vol. 33, No. 8, 824-843, 2022

©2022 Sociedade Brasileira de Química Análise

O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável? Uma revisão das aplicações

e perspectivas do H2 para os próximos anos

Theodora W. Von Zuben, Daniel EB Moreira, Rafael L. Germscheidt,

Rafael G. Yoshimura, Daniel S. Dorretto, Ana BS de Araujo,
Airton G.Halls Jr. *,a e Julian A. Bonacin *,a

a Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, 13083-970 Campinas-SP, Brazil

O hidrogênio (H2) foi uma das primeiras moléculas descobertas pela nossa sociedade, sendo o elemento
mais abundante em todo o universo. Assim, o H2 tem ganhado muita atenção ao longo dos anos e tem muitas
aplicações em diferentes áreas, especialmente porque oferece formas de descarbonizar muitos setores,
principalmente aqueles onde se provou ser muito difícil reduzir significativamente essas emissões de carbono.
Aqui são descritos os principais aspectos da economia do hidrogênio e suas principais aplicações em energia,
transporte e indústrias. Estas áreas principais descrevem a importância do H2
para a nossa sociedade, destacando como o H2 pode tornar esses processos bem conhecidos mais sustentáveis
e mais ecológicos. Ao final, é apresentada uma breve discussão sobre essas aplicações com perspectivas futuras.

Palavras-chave: hidrogênio, aplicações de hidrogênio, sustentabilidade, química verde

1. Introdução

Não foi por acaso que o hidrogénio foi uma das primeiras moléculas
descobertas pela nossa sociedade.1 Afinal, é o elemento mais abundante
em todo o universo. O hidrogênio está presente em nossa atmosfera, na
água, em diversos compostos químicos e em quase todas as moléculas
orgânicas.
A humanidade aprendeu progressivamente como produzir hidrogénio
e utilizá-lo. Hoje em dia, o hidrogénio é um símbolo de sustentabilidade e
percorre toda a cadeia produtiva incluindo diversas aplicações,2-4
conforme apresentado na Figura 1.
O hidrogênio está envolvido nos setores petroquímico, de fertilizantes,
de processos limpos e de energia. Assim, o hidrogénio está a atrair o
interesse vigoroso de vários grupos, desde governos a empresas, uma Figura 1. Uma visão geral das aplicações do hidrogênio.

vez que oferece formas de descarbonizar muitos sectores, especialmente

aqueles que se revelaram difíceis de reduzir significativamente as
emissões.5
Além disso, na indústria, o hidrogénio tem tido um papel cada vez mais
importante ao longo da cadeia de produção nos últimos anos.
Os investimentos na ciência do hidrogénio podem ajudar tecnologias
emergentes e novos processos industriais sustentáveis em todo o mundo.
Afinal, o hidrogênio é parte integrante de muitos produtos químicos, sendo
Assim, o hidrogénio revela-se um composto essencial para a química
verde, não apenas como fonte de energia, mas como matéria-prima
importante para muitos processos. Existem muitos exemplos que mostram
como o hidrogénio pode ser aplicado para tornar os processos industriais
mais ecológicos, principalmente como matéria-prima para a produção de
produtos farmacêuticos,6,7
cosméticos8,9 e alimentos.10,11

reagente, parte dos produtos, ou participando de processos para atingir o Nesta revisão será apresentada a forma como o hidrogénio é uma
produto desejado, como hidrogenação catalítica e hidrogenólise. solução importante para alcançar uma produção industrial mais sustentável,
além de destacarmos as principais aplicações na área energética. Em
primeiro lugar estará presente o que é a economia do hidrogénio. Em

*e-mail: hoffman@unicamp.br; jbonacin@unicamp.br

seguida, será discutido como o H2 é utilizado na indústria petroquímica em
Editor responsável pelo artigo: Luiz Ramos (Convidado)
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Voo. 33, não. 8, 2022
diferentes partes do processo de refino de petróleo. Além disso, serão
ilustrados e comentados alguns exemplos de aplicação do hidrogênio na
indústria química. Em seguida, serão mostradas as tecnologias de células
a combustível. Por fim, serão discutidos os benefícios ambientais do H2
e seus desafios e perspectivas.
2. Economia do Hidrogénio
A economia do hidrogénio tem sido associada a um novo paradigma
onde os combustíveis fósseis estão a ser substituídos por fontes de
energia sustentáveis com zero emissões de carbono, como o H2. No
entanto, o conceito de economia do hidrogénio pode ser mais amplo e
elaborado do que parece.
A economia do hidrogénio pode ser entendida como toda a cadeia
que o hidrogénio percorre, desde a sua produção até aos utilizadores
finais. Assim, a economia do hidrogénio engloba a produção de hidrogénio,
a sua purificação, armazenamento, distribuição, controlo de qualidade
para garantir a segurança aos utilizadores e, posteriormente, como será
aplicado pelos utilizadores finais. Um esquema ilustrativo para resumir
esse conceito é encontrado na Figura 2.
2.1. Da produção aos usuários finais
A economia do hidrogénio introduz processos mais sustentáveis na
indústria química e está intimamente ligada à produção de energia limpa
a partir do H2. Além disso, H2
é considerado o ponto de partida para os designs sustentáveis.
A limpeza dos processos que envolvem a síntese do H2 está associada
aos gases de efeito estufa produzidos durante sua produção. Além disso,
para que a cadeia energética ou química seja sustentável, depende
também do insumo energético, do tipo de matéria-prima, do desenho do
processo industrial e da quantidade de emissões de CO2.2
Hoje em dia, o hidrogénio é produzido principalmente a partir de
combustíveis fósseis12 em processos típicos de reforma, onde o gás natural é
Figura 2. A economia do hidrogénio é a ponte entre os produtores e os utilizadores finais do hidrogénio.
Von Zuben et al. 825
o reagente mais importante, e uma pequena fração de hidrogênio vem da
eletrólise da água (cerca de 5% é produzida a partir da eletrólise da água).
Felizmente, diferentes formas de produzir H2 foram estudadas nas últimas
décadas, como foi discutido em nossa revisão recente.2 Neste trabalho,
a produção de hidrogênio foi classificada usando um código de cores (ver
Figura 3) de acordo com a emissão de gases de efeito estufa, benefícios
ambientais e limpeza de todos os processos.2 O conjunto de cores tem
como objetivo ajudar consumidores e empresas a entenderem a
procedência do hidrogênio que podem adquirir.
Nessa classificação, as cores cinza, azul e verde são as mais
relevantes para o cenário global. O hidrogênio cinza, por exemplo, é
produzido a partir do processo de reforma a vapor e utiliza combustíveis
fósseis (gás natural) como matéria-prima; este é o processo industrial
mais importante para a produção de H2 .
Da mesma forma, o hidrogénio azul também tem como matéria-prima
combustíveis fósseis, no entanto, o carbono produzido é capturado e
armazenado, resultando numa menor emissão de CO2. Por fim, o
hidrogênio verde é proveniente de energia renovável por meio de processo
eletrolítico e tem emissão zero de carbono.2,4,13,14
Atualmente, quase todo o hidrogénio do mundo é produzido por uma
rota “cinzenta”, que utiliza combustíveis fósseis, como o gás natural, como
reagentes. Portanto, é importante que se realize o desenvolvimento
sustentado e melhorias na produção de hidrogénio, uma vez que se
pretende uma sociedade mais verde. Desta forma, os custos de produção
diminuirão ao longo do tempo e, como resultado, o hidrogénio verde
tornar-se-á mais económico. A diminuição dos custos do H2 verde
aumentará o potencial do hidrogénio.
Em última análise, se os custos da energia solar e eólica se tornarem
mais baratos, a energia primária será uma mistura de fontes renováveis.
O objectivo da União Europeia de reduzir as emissões em 80-95% até
2050, em comparação com os níveis de 1990, significa uma
descarbonização quase completa da produção de energia e elevados
níveis de energias renováveis variáveis.5
Após a produção, o hidrogênio precisa passar
algumas etapas aqui descritas:
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826 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável?
Figura 3. Classificação por cores dos processos de produção de hidrogénio segundo critérios ambientais (figura da referência 2 com atribuição CC-BY).
FFs: combustíveis fósseis e ER: energias renováveis.
Purificação
Após a produção, o processo de purificação do H2 final direcionará
seu uso nas indústrias. Isso significa que os preços dos processos
podem ser diferentes. Os processos de reforma, por exemplo, produzem
H2 com pureza entre 87 a 95%. Por outro lado, a eletrólise da água
fornece H2 com pureza superior a 99,9%.13 Veículos movidos a células
a combustível necessitam de H2 de alta pureza para evitar o
envenenamento do catalisador. Algumas formas de purificação de
hidrogênio são adsorção por oscilação de pressão,15 destilação
criogênica16 e separação por membrana.17
Armazenar
O armazenamento do hidrogénio é um passo importante, não só
para a sua segurança, mas também para o seu transporte. Normalmente,
o hidrogênio é armazenado em cilindros de gás líquido e de alta pressão.
No entanto, devido à sua baixa densidade energética, o armazenamento
torna-se um desafio.18 Cerca de 40% do seu conteúdo energético pode
ser perdido na liquefação19 quando o hidrogénio é armazenado como
H2 líquido. Além disso, o hidrogénio deve ser armazenado num
recipiente especial devido à sua reactividade com vários metais e ligas
metálicas.20
Transporte
O hidrogênio pode ser distribuído por gasoduto, o mesmo utilizado
para o gás natural,21 ou pode ser transportado por caminhões, trens,
aviões e navios, para outras partes do planeta. Para acomodar alta
eficiência volumétrica, o hidrogênio é armazenado em alta pressão (>
700 bar) e baixa temperatura
J. Braz. Química. Soc.
(20 K).22 O custo de armazenamento e transporte é uma parte muito
importante do custo do produto entregue.23
Seguro e leis
O hidrogênio possui propriedades especiais que exigem condições
específicas, como o armazenamento em alta pressão ou em temperaturas
extremamente baixas. Para uma utilização segura, é essencial
regulamentar a sua gestão.22 Consequentemente, foram criados
regulamentos, como o Regulamento Técnico Global (GTR) Número 13
da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa
(Regulamento Técnico Global sobre Veículos a Hidrogénio e Células de
Combustível) que regulamentou requisito de segurança em veículos a
hidrogénio. Este documento especifica os níveis de hidrogênio permitidos
em veículos durante condições de uso e pós-colisão. Além disso,
determina níveis aceitáveis de emissões de hidrogênio nos escapamentos
dos veículos.24
Em todas essas etapas, existem diversos processos que ainda
precisam de melhorias. Neste cenário, os estudos para desenvolver a
economia do hidrogénio devem avançar e o maior desafio é sempre
focar nas aplicações do hidrogénio.
O uso final do hidrogênio é o que determinará como deve ser sua
purificação, armazenamento, transporte e qualidade.
2.2. A economia do hidrogénio continuará a crescer
O hidrogénio tem atraído muito interesse internacional e a
quantidade de países que apoiam diretamente o investimento em
tecnologias de hidrogénio está a aumentar. Desde que os Objectivos de
Desenvolvimento Sustentável foram adoptados em 2015,
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Voo. 33, não. 8, 2022 Von Zuben et al.
os governos investiram para atingir as metas.5,25,26 Em 2019, o número
de metas, mandatos e incentivos políticos foi de cerca de 50 ações,
várias políticas que apoiam diretamente a aplicação do hidrogénio foram
feitas, por países do G20 e da União Europeia .5
Conforme apresentado na Figura 4, nas últimas décadas, a procura
de hidrogénio tem vindo a crescer e manterá o ritmo até 2050.2
Particularmente na América Latina, espera-se um aumento de 67% na
procura de hidrogénio até 2030, para aplicar no setor de produção, refino
e transporte de ferro, aço, amônia, cimento e metanol.27
Com a perspectiva de aumento da produção de hidrogénio, aliada a uma
via de produção mais sustentável, a perspectiva para as próximas
décadas é de diminuição do preço
2,4,28
de H2 verde.
Para além do interesse no hidrogénio com ambição em matéria de
alterações climáticas, existem outros objetivos políticos para os quais o
hidrogénio pode contribuir, como a segurança energética, a poluição
atmosférica local, o desenvolvimento económico e o acesso à energia.
Se o hidrogénio for implantado juntamente com a infra-estrutura eléctrica,
a electricidade pode ser convertida em hidrogénio e vice-versa, ou
também convertida noutros combustíveis, tornando os países menos
dependentes de recursos energéticos específicos e aumentando a
independência do fornecimento de energia como nação.5
Hidrogénio produzido a partir de combustíveis fósseis com captura,
utilização e armazenamento de carbono (CCUS) ou a partir de biomassa
Figura 4. O gráfico que descreve a demanda global por hidrogênio puro (1990-2018), o custo do H2 kg-1, a mudança na demanda de hidrogênio na América
Latina (2019-2030) e a produção global de hidrogênio (2020, 2030, 2040 , 2050)2,5,21,27 (adaptado de Germscheidt et al.).2
827
também pode aumentar a diversidade de fontes de energia.29
Dependendo de como a infra-estrutura for desenvolvida, no futuro, os
países poderão utilizá-la para diversificar as suas economias, através da
exportação de energia de baixo carbono sob a forma de hidrogénio e
combustíveis à base de hidrogénio. Além disso, numa perspectiva
optimista, num contexto de baixo carbono, o comércio de hidrogénio
permitiria o comércio e o armazenamento de energia eólica e solar entre
diferentes regiões para resolver diferenças sazonais.5
Atualmente, existem muitos grupos privados a favor do hidrogénio.
Entre eles estão os fornecedores de electricidade renovável, os
produtores de gás industrial, as concessionárias de electricidade e gás,
os fabricantes de automóveis, as empresas de petróleo e gás, as
grandes empresas de engenharia e os governos da maioria das maiores
economias do mundo e aqueles que utilizam, ou poderiam utilizar,
hidrogénio como matéria-prima. para a produção industrial, não apenas
para a energia.5
Com o crescimento da preocupação com a sustentabilidade da
produção por parte da sociedade, as vantagens para as empresas na
utilização de energia limpa também se baseiam na abordagem verde.
Assim, no domínio das matérias-primas industriais, por exemplo, é mais
difícil ser economicamente competitivo utilizando hidrogénio verde
devido à distância até ao consumidor final, enquanto na indústria de
bens de consumo as empresas podem beneficiar diretamente da
mudança para matérias-primas à base de hidrogénio. .
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828 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável? J. Braz. Química. Soc.

3. Hidrogénio na Indústria Petroquímica

O hidrogênio é matéria-prima fundamental na indústria petroquímica,

e as refinarias de petróleo são as maiores consumidoras de H2 no
mundo, sendo responsáveis por aproximadamente 52% do consumo
total de hidrogênio molecular, segundo a Agência Internacional de
Energia (AIE).5 O H2 é utilizado para o processamento de produtos
petrolíferos intermediários através de reações de hidrogenação, bem
como para o processamento de petróleo bruto em combustíveis refinados
(diesel, gasolina e combustível de aviação) por hidrocraqueamento e
hidrodessulfurização.3,30
Um ponto importante é que a utilização do hidrogênio cinza (produzido
a partir do metano – 95% do total de H2 produzido) é responsável por
cerca de 20% do total das emissões das refinarias, que produzem cerca Figura 5. A relação entre o teor de enxofre permitido e as tendências da procura de
petróleo ao longo dos anos. Devido a limitações rigorosas, o teor de enxofre nos produtos
de 230 Mt de CO2 por ano. Além disso, as refinarias estão a exigir uma
petrolíferos está a diminuir enquanto a procura energética/petróleo está a aumentar
grande quantidade de H2 e esta está a crescer à medida que as (adaptado da referência 5).

regulamentações para a diminuição do teor de enxofre dos produtos

petrolíferos se tornam mais rigorosas.5 Como consequência, há um
enorme mercado a ser explorado pelo hidrogénio verde.2
As principais aplicações do H2 com foco na área petroquímica são
apresentadas a seguir. Além disso, discutiremos as principais
características, vantagens, desvantagens e valor econômico deles. Os
produtos orgânicos. Os compostos de enxofre presentes nos
combustíveis são classificados principalmente em mercaptano, sulfetos,
dissulfetos e tiofenos.34-36 Compostos como dibenzotiofeno e 4,6-
dimetilbenzotiofeno (Figura 6) são alguns dos mais difíceis de remover
devido às suas estruturas aromáticas e

quatro processos principais que serão discutidos nas próximas seções obstáculo estérico.

são hidrodessulfurização, hidroisomerização, desaromatização e

hidrocraqueamento.

3.1. Hidrodessulfurização (HDS)

Figura 6. As estruturas do dibenzotiofeno e do 4,6-dimetil benzotiofeno, os compostos

As atuais legislações ambientais internacionais têm sido rigorosas de enxofre menos reativos presentes no petróleo.

quanto às especificações de qualidade do teor de enxofre nos

combustíveis, impondo concentrações ultrabaixas de enxofre (S) (10
ppm ou menos) em veículos motorizados. Por outro lado, a procura de
petróleo deverá crescer numa tendência oposta, como mostra a Figura
5. As impurezas S nos combustíveis são convertidas em SOx durante a
queima e são uma das principais causas da chuva ácida.31 , 32 Além
disso, as partículas sólidas contendo enxofre causam poluição do ar,
como neblina, o que pode afetar diretamente a vida diária humana e
comprometer a saúde humana.33 Portanto, é crucial encontrar maneiras
de eliminar ou reduzir a quantidade de moléculas contendo enxofre nos
combustíveis a um nível vida melhor e sustentável no futuro se torne
possível.
Em vista disso, a produção de combustível com baixíssimo teor de
enxofre é essencial para o meio ambiente e para uma vida sustentável no
os próximos anos.
Diante desse problema, a hidrodessulfurização, processo no qual o
hidrogênio reage com compostos de enxofre, é uma alternativa
importante. Esta técnica envolve a remoção de cerca de 70% dos
compostos de enxofre das frações petrolíferas na presença de um
catalisador apropriado. Neste processo, as moléculas orgânicas
contendo enxofre reagem com H2 a altas pressões (107 Pa) para
produzir H2S e ácido dessulfurizado .
Vale ressaltar que após a reação HDS, o enxofre está presente na
forma de H2S, que será recuperado e convertido em S através do
processo Claus.37,38 O processo consiste na combustão parcial de um
gás rico em H2S e na reação do SO2 resultante. e H2S não queimado
na presença de um catalisador de alumina ativado para produzir enxofre
elementar. A reação global deste processo é mostrada abaixo:
2H2S + O2 ÿ 2S + 2H2O ÿH0 = –442 kJ mol–1 (1)
onde ÿH° é a entalpia padrão da reação.
As plantas de processos Claus são complementos obrigatórios da
cadeia de dessulfurização de gases. Além disso, o processo Claus
produz enxofre de qualidade extremamente boa e, portanto, é uma fonte
de um produto químico básico valioso.37,38 Aproximadamente 60
milhões de toneladas de enxofre elementar são produzidas anualmente,
a maioria proveniente da hidrodessulfurização.39 O enxofre elementar
tem um grande potencial econômico. valor e pode ser usado para a
produção de commodities químicas, como o ácido sulfúrico.
Outra aplicação do enxofre elementar é a preparação de novos polímeros
e nanocompósitos, o que oferece uma
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Voo. 33, não. 8, 2022 Von Zuben et al.
grande nova direção em química, ciência de materiais e engenharia
química para criar materiais inovadores a partir de uma matéria-
prima alternativa.
3.2. Hidroisomerização
Na moderna indústria de refino de petróleo, o teor de parafina
linear é geralmente reduzido em misturas de hidrocarbonetos por
um conhecido processo de hidroisomerização (HIP), que é usado
para converter cadeias de hidrocarbonetos saturadas em cadeias
ramificadas com o mesmo número de carbono, aumentando a
qualidade dos hidrocarbonetos. .36,40 Este processo é geralmente
realizado na presença de hidrogênio para evitar a desativação de
catalisadores e a formação de hidrocarbonetos insaturados.41
Além disso, esta técnica foi identificada como uma das principais
tecnologias para a produção de componentes de mistura de
gasolina de alta qualidade. e diesel de baixo ponto de fluidez, bem
como para melhorar as propriedades de viscosidade de matérias-
primas cerosas, como ceras brutas.40 Assim, o HIP de alcanos C4-
C7 é realizado para produzir gasolina com alto índice de octanas e
C7-C15 para obter combustível diesel com alto índice de cetano e
boas propriedades de fluxo a frio devido à redução da viscosidade
e do ponto de congelamento.42,43 Isso ocorre principalmente
porque a gasolina isomerizada com alto índice de octanas é livre
de olefinas, compostos aromáticos e impurezas de enxofre, que
são limitados devido às regulamentações da gasolina, como
discutido antes.41
Um desafio chave do HIP é o desenvolvimento de catalisadores
eficientes com alta conversão de alcanos e seletividade de
isômeros multi-ramificados.44 Atualmente, o procedimento é
executado em um catalisador bifuncional, com um metal (como Pd
ou Pt) carregado em um suporte ácido (como como zeólitas de
aluminossilicato ou peneiras moleculares de silicoaluminofosfato).
O metal fornece uma capacidade de desidrogenação-hidrogenação,
e o suporte ácido oferece uma função de isomerização de
esqueleto.41 No entanto, alguns subprodutos indesejados podem
ser formados através da conversão de reagente ou intermediário em
cadeias mais curtas de hidrocarbonetos sobre os sítios ácidos
dando origem à desativação do catalisador, que é conhecida como
craqueamento, que será discutida nas próximas seções. Em geral,
catalisadores com alta atividade de hidrogenação e baixo grau de
acidez são favoráveis para maximizar a hidroisomerização contra
o hidrocraqueamento, uma vez que uma forte atividade de
hidrogenação limita o grau de ramificação pela hidrogenação dos
produtos de isomerização primária.42,43
É importante ressaltar que os melhores catalisadores para HIP
de n-parafinas devem ter uma atividade de hidrogenação
relativamente alta e uma baixa acidez para atingir a máxima
hidroisomerização versus hidrocraqueamento, uma vez que o
craqueamento sempre acompanha a hidroisomerização.43 A
reação de hidrocraqueamento pode causar degradação do
829
n-parafinas em produtos menos valiosos e mais leves. Portanto,
catalisadores à base de zeólitas, outros materiais moderadamente
ácidos e seus compósitos com diversos materiais mesoporosos
são os catalisadores mais adequados para HIP.44
3.3. Desaromatização
Os compostos aromáticos são caracterizados por propriedades
químicas e reatividades únicas, que são amplamente exploradas
nas indústrias farmacêutica e de química de materiais, uma vez
que moléculas aromáticas podem ser usadas como fontes de
blocos de construção sintéticos.45-48 Uma característica
interessante de particular interesse para químicos orgânicos
sintéticos é que processos de desaromatização, geralmente
realizados na presença de H2, podem transformar o sistema ÿ
aromático, gerando estruturas insaturadas e muitas vezes
funcionalizadas.46 Quando arenos são escolhidos como materiais
de partida, estratégias de desaromativas oferecem acesso rápido
a estruturas complexas, de valor agregado e sinteticamente
intermediários versáteis de fontes de hidrocarbonetos prontamente disponíveis.4
O campo da redução dearomativa tem visto grandes
desenvolvimentos nos últimos anos em termos de catálise
heterogênea e homogênea. Além disso, a catálise de hidrogenação
de areno está presente em muitas reações importantes, com
aplicações que variam desde síntese em pequena escala até
processos industriais, por exemplo, a síntese de ciclohexeno
(Figura 7), que é um precursor do ácido adípico usado para
produzir náilon, e outras reações. usado na indústria petrolífera e
na produção de papel.48
Figura 7. Hidrogenação quimiosseletiva do benzeno, uma reação típica de
desaromatização. O ciclohexeno pode ser convertido em ácido adípico, que
é utilizado em importantes processos industriais.
3.4. Hidrocraqueamento
O hidrocraqueamento é um processo pelo qual produtos
petrolíferos pesados (maior número de carbono) são convertidos
em produtos petrolíferos mais leves (menor número de carbono) e
de maior valor com menor ponto de ebulição, na presença de
hidrogênio e um catalisador adequado.5,50,51 ocorre através da
clivagem das ligações carbono-carbono juntamente com a
hidrogenação simultânea ou sucessiva de moléculas insaturadas
formadas durante o processo.52,53 O hidrocraqueamento permite
a conversão de correntes pesadas e altamente aromáticas em
destilados médios e nafta, com composição adequada para sua
integração no correspondente piscinas de refinaria. Além disso, o
hidrocraqueamento produz produtos altamente isomerizados de
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830 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável?
peso molecular reduzido, que confere muitas das propriedades de
combustíveis e lubrificantes.54
Embora esta tecnologia seja amplamente utilizada no refino de
petróleo, o rápido desenvolvimento da nanotecnologia nos últimos anos
abriu a possibilidade de novas aplicações para o hidrocraqueamento,
como a produção de biocombustíveis a partir de óleos vegetais,
biomassa e resíduos urbanos contendo quantidades significativas de
hidrocarbonetos provenientes de sobras de alimentos e plásticos.50
Dessa forma, a presença de hidrogênio resulta na remoção de
heteroátomos como cloro, bromo e flúor, que podem existir em resíduos
de plástico.
Além disso, comparado ao craqueamento térmico, o hidrocraqueamento
é realizado em temperaturas relativamente baixas e possui melhor
atividade catalítica, o que facilita a conversão de combustíveis em
produtos de alta qualidade com alta relação hidrogênio/carbono e
baixas impurezas.55,56 Portanto, o pós- tratamento processos exigidos
no craqueamento térmico, por exemplo, não são necessários, o que
reduz significativamente o custo total do processamento, tornando-o
um procedimento interessante do ponto de vista econômico e industrial.
Devido à variedade de possibilidades de matéria-prima para o
hidrocraqueamento, o processo pode variar consideravelmente e,
portanto, as condições operacionais (por exemplo, temperatura,
pressão parcial de hidrogênio, velocidade de alimentação horária, etc.)
diferem amplamente dependendo da alimentação escolhida e dos produtos desejados.
química fina, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental, o
Independentemente do ambiente do sistema e da alimentação aplicada,
o desempenho do processo de hidrocraqueamento depende da
presença de um catalisador. É importante ressaltar que tanto os
processos de hidroisomerização quanto de hidrocraqueamento ocorrem
através de uma formação intermediária de carbênio e, portanto, estão
sempre presentes nos mesmos sistemas.57 Diante disso, um
catalisador seletivo para cada processo é de vital importância para
evitar a produção de espécies indesejadas em ambos os casos.
Entre todos os catalisadores bifuncionais estudados, a sílica-alumina
amorfa, bem como as zeólitas convencionais e hierárquicas, são dois
de grande potencial suporte ácido para metais nobres e metais não
nobres.50 No entanto, catalisadores à base de zeólita para
hidrocraqueamento têm demonstrado ser superiores aos catalisadores
amorfos convencionais devido à sua forte acidez, maior estabilidade
térmica e hidrotérmica, maior resistência a compostos de enxofre e
nitrogênio, que os tornam resistentes a venenos e reduzem a formação
de coque.
Além disso, a porosidade das zeólitas promove uma característica
única de seletividade de formato, favorecendo reações específicas,
enquanto suprime outras devido à baixa acessibilidade dos reagentes
aos locais de reação.
4. Química Fina e Hidrogênio
Outro uso fundamental do hidrogênio é na indústria de química
fina. A química fina é o produto de uma
J. Braz. Química. Soc.
transformação química para um fim específico (matérias-primas para
produtos farmacêuticos, agroquímicos, aditivos alimentares, fragrâncias,
cosméticos, etc.). Em geral, a química fina é obtida a partir de
compostos químicos mais simples, baratos e abundantes. A síntese
desses compostos sofisticados inclui várias etapas que resultam em
produtos com valor agregado significativo.58 Assim, a indústria de
química fina está posicionada entre as indústrias de commodities
(fornecedores) e de especialidades químicas (clientes).59
Desde o início, o processo industrial da química fina teve que se
preocupar com os problemas sociais e ambientais.60 E hoje em dia, a
indústria está continuamente preocupada com reações químicas
seguras. Normalmente, a síntese de produtos químicos finos complexos
resulta em grandes quantidades de subprodutos (0,5% a <10% do
produto).58
Esta quantidade de resíduos é um problema económico e ambiental
problema. Portanto, a química verde é muito importante no campo da
química fina. Para aproveitar métodos químicos mais ecológicos, a
síntese química fina pode aproveitar uma nova reação catalítica em
vez de métodos mais trabalhosos de síntese orgânica clássica.
Algumas etapas da reação podem ser reduzidas; consequentemente,
é possível uma redução significativa de desperdícios e custos.
Com o objetivo de melhorar o processo de síntese da indústria de
H2 pode ser efetivamente utilizado para aplicações que compreendem
processos industriais, como hidrogenação catalítica ou hidrogenólise.
Assim, na síntese química fina, o hidrogênio é aplicado para tornar
algumas sínteses mais propícias à química verde, como estará presente
nesta revisão.
A hidrogenação catalítica e a hidrogenólise são reações químicas
catalíticas em moléculas orgânicas na presença de um catalisador,
conforme apresentado na Figura 8. Na hidrogenação catalítica, ocorre
a adição de hidrogênio a uma ligação dupla ou tripla. Os dois átomos
de hidrogênio são adicionados à mesma face da ligação (adição sin),
e o produto é a molécula orgânica reduzida. Enquanto na hidrogenólise
uma ligação simples carbono-carbono ou carbono-heteroátomo é
clivada por hidrogênio com a adição simultânea de um átomo de
hidrogênio aos fragmentos moleculares resultantes.
Figura 8. Esquema de hidrogenação catalítica e hidrogenólise.
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Voo. 33, não. 8, 2022
Nesta seção serão apresentados exemplos de aplicação
do hidrogênio na indústria para produção de matéria-prima.
4.1. Síntese de drogas
O cloridrato de sertralina (cloridrato de (1S-cis) -4- (3,4-
dicloro fenil) -1,2,3,4-tetrahidro-N-metil-1-nanftalenamina ) é
um exemplo famoso de produto químico fino que utiliza o
hidrogenação em numerosas etapas de sua síntese. É o agente
farmacêutico mais utilizado de uma classe de medicamentos
conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da
serotonina (ISRSs) que trazem alívio aos sintomas causados
por alterações no neurotransmissor serotonina que precipitam
transtornos psiquiátricos como depressão, esquizofrenia,
suicídio e agressividade.61
O desafio relacionado à produção da sertralina é que sua
atividade é estereoespecífica, ficando restrita ao cis-(1S,4S).
Portanto, pesquisas substanciais são dedicadas ao projeto de
novas rotas para obtenção de produtos purificados ou ao
desafio da separação estereosseletiva. Desde o início da
síntese da sertralina,7 a hidrogenação foi aplicada para
controlar o estereoquímico da reação para os dois carbonos
do ciclohexano. Em 2004, Taber et al.7 publicaram um artigo
comparando a antiga e a nova síntese comercial de sertralina.7
Nas duas rotas, o estereocentro da amina foi alcançado
pela hidrogenação catalítica do metal resultando em
Figura 9. Comparação da rota entre a antiga e a nova síntese comercial de sertralina (adaptado da referência 7).
Von Zuben et al. 831
mistura com diferentes proporções das espécies cis e trans,
como pode ser visto na Figura 9. Em seguida, para ambos os
casos, a sertralina foi obtida por purificação da mistura com
etanol e ácido (D)-mandélico.
Na nova rota, a diferença mais importante é que a
hidrogenação catalítica foi realizada por Pd/CaCO3 como
catalisador metálico e etanol como solvente. O efeito desta
mudança foi uma melhoria na diastereosseletividade,
considerando que a proporção das espécies cis para trans
aumentou mais de três vezes (6/1 a > 20/1). Assim, em escala
comercial, o processo tornou-se mais eficiente, facilmente
purificado e mais barato. Em 2019, outro exemplo de aplicação
da hidrogenação na síntese da sertralina foi proposto por Zheng
et al. 62 Para obter o estereoquímico correto, o artigo descreve
uma estratégia que permite quiralizar alcanos por meio da
desoxigenação formal enantioconvergente de álcoois racêmicos.
Com o catalisador ocorrerá uma desoxigenação, formando
um alceno. Assim, uma hidrogenação levará à formação de
98% do produto S. Neste artigo62 há um estudo que relacionou
a estrutura orgânica e a enantiosseletividade do produto. Como
pode ser visto na Figura 10, o grupo fenila favorece a
enantiosseletividade necessária. De forma equivalente, a
estrutura diclorofenil na sertralina provavelmente beneficia a
enantiosseletividade para a rota proposta.
Da mesma forma que a sertralina, a hidrogenação também
é aplicada na síntese de outras drogas mentais, como a
venlafaxina.63 Na síntese de química fina relacionada
Machine Translated by Google
832 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável?
Figura 10. Síntese de um intermediário sertralina e relação entre a estrutura orgânica e a enantiosseletividade do produto (adaptado da referência 62).
à saúde, o processo de hidrogenação catalítica aparece na literatura por
uma série de exemplos, como a vitamina A,64
medicamentos anticâncer,65-67 vacina contra pneumonia bacteriana68
e a síntese do hidrocinamaldeído, que é aplicado no tratamento do vírus
da imunodeficiência humana (HIV).69 Assim, a hidrogenação catalítica é
uma importante forma pela qual o hidrogênio contribui para o
desenvolvimento de processos novos e mais ecológicos na indústria. Além
do processo catalítico, o hidrogênio também atua como reagente na
indústria, como será mostrado na próxima seção.
4.2. Hidrogênio para produção de Fe e aço
As emissões industriais globais de CO2 representam 31% do total,
enquanto o aço é conhecido como o maior contribuidor individual,
respondendo por quase 7% das emissões totais.70-72 A produção de aço
geralmente acontece através de duas rotas de processo principais, a rota
integrada e a EAF. (forno elétrico a arco).
A rota integrada é baseada na produção de ferro a partir de minério de
ferro e coque, e aço a partir da siderurgia BOF (forno básico a oxigênio),
enquanto a rota EAF utiliza sucata como principal matéria-prima, porém o
consumo de energia nesses processos é muito elevado .70,73-75 Embora
estas indústrias metalúrgicas sejam hoje muito importantes para a nossa
sociedade, sendo a principal indústria para vários outros processos, a sua
elevada taxa de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e o
consumo de energia são os principais inconvenientes na procura de um “
indústria mais verde”.73,76,77
Com o objetivo de obter “aço verde”, o uso de H2 para fabricação de
ferro tem ganhado atenção nos últimos anos, como uma tentativa de
desenvolver toda uma cadeia de valor livre de combustíveis fósseis para
o aço primário.70,77,78 Assim , além de utilizar H2 e células de combustível para
J. Braz. Química. Soc.
fornecer a energia necessária para que os processos ocorram, o processo
de redução direta de hidrogênio (H-DR) também pode ser usado para
produzir ferro reduzido diretamente e, em seguida, convertê-lo em aço em
um EAF. Utilizando esta abordagem, o hidrogénio pode ser utilizado em
ambos os processos, substituindo os combustíveis fósseis. Além disso,
espera-se que este H2 seja produzido no local, através da eletrólise da
água.70,72,74,76,79
Nesse sistema, os insumos geralmente são pelotas de minério de
ferro, carbono, cal e sucata, enquanto a principal saída é o aço líquido,
contendo apenas ferro, também escória (contendo outros elementos) e
oxigênio fazem parte da saída. As pelotas de minério de ferro geralmente
contêm 95% de hematita (Fe2O3) e 5% de substâncias inertes. A sucata
imputada ao EAF contém 95% de ferro e 5% de substâncias inertes. Além
disso, a água também é dividida em O2 e H2 em um eletrolisador o tempo
todo, para suprir o consumo de H2.70,73,75 As reações que ocorrem no
eletrolisador e no eixo de redução são apresentadas nas equações 2-4.
2H2O ÿ O2 + 2H2 (2)
Fe2O3 + 3H2 ÿ 2Fe + 3H2O (3)
Fe2O3 + H2 ÿ 2FeO + H2O (4)
A literatura mostra que a demanda total de energia para o HD-DR é
muito semelhante aos processos siderúrgicos tradicionais, porém, o último
utiliza carvão e coque para obter energia, enquanto o HD-DR depende de
fontes de energia renováveis.
Em termos do custo de produção de aço, o custo da via HD-DR depende
do custo de produção de H2 , que varia dependendo da sua fonte. No
entanto, como o custo do H2
proveniente de fontes renováveis ainda é alto, isso se reflete no custo
geral do processo HD-DR, o que torna o HD-DR mais caro
Machine Translated by Google
Voo. 33, não. 8, 2022 Von Zuben et al.
do que os métodos tradicionais. Assim, diminuir o preço para obter
hidrogénio sustentável resultará ainda num processo economicamente
mais competitivo, permitindo que o método HD-DR se torne nas
principais fábricas de produção de aço nos próximos
anos.70,71,74,76,77,79
Como esta tecnologia que utiliza H2 para produzir o “aço verde”
apresenta grandes perspectivas, vários países, principalmente na
União Europeia, já começaram a adaptar suas plantas ao HD-DR,
utilizando também algumas vias híbridas, que podem trabalhar tanto
com H2 quanto com H- DR . combustíveis fósseis. Países como a
Alemanha, a Suécia e a Áustria são exemplos que têm vindo a mudar
desde 2016-2017 e são resultados satisfatórios destas
mudanças.75,78,79 Acredita-se que até 2050 mais países adoptarão
estas mudanças e o “aço verde” será produzido em alta taxa em todo
o mundo, alcançando uma sociedade mais sustentável com a ajuda
do hidrogênio.
4.3. Da Haber-Bosch à produção ampliada de amônia
verde
A aplicação do hidrogênio na síntese de amônia por meio do
processo Haber-Bosch mudou o jogo na história da humanidade.80
Desenvolvido por Fritz Haber e ampliado posteriormente por Carl
Bosch (ambos ganharam o Prêmio Nobel de Química em 1918 e 1931,
respectivamente). ), a produção de amônia em larga escala tornou-se
possível através da reação do nitrogênio, obtido do ar, com o
hidrogênio (equação 5) sobre um catalisador à base de ferro a
temperaturas elevadas de 300-500 ºC (para aumentar a cinética) e
pressões de 150-
200 atm (para mudar o equilíbrio da reação na direção da formação
de amônia).81,82
N2 + 3H2 ÿ 2NH3 ÿH0 = –45,9 kJ mol–1 (5)
Cerca de 85% do total de amônia fabricada
globalmente é convertido em fertilizante sintético que apoia
consideravelmente a produção global de alimentos.81,82
Enquanto os restantes 15% são utilizados principalmente para
explosivos, produtos farmacêuticos, plásticos e produtos químicos e
produtos essenciais.
O processo Haber-Bosch resultou num progresso notável na
produtividade agrícola em todo o mundo. Nos números atuais, estima-
se que os fertilizantes nitrogenados são responsáveis pela alimentação
de ca. 50% da população mundial.83 Por outro lado, este processo
também forneceu a matéria-prima para a produção de armas químicas
e munições de guerra, que foram responsáveis por milhões de mortes
ao longo da história.80
Os principais desafios para a reacção entre o azoto e o hidrogénio
são o consumo de energia e a emissão de gases com efeito de estufa.
Em primeiro lugar, o N2 é um dos mais inertes
833
moléculas na natureza, sendo uma das mais abundantes. Por outro
lado, o H2 é mais reativo que o N2
mas precisa ser produzido por processos industriais e cerca de 42%
do hidrogênio produzido mundialmente é aplicado na síntese de
amônia.2,84 Um ponto importante a ser destacado é que 95% do
hidrogênio produzido no mundo é obtido a partir de combustível fóssil.
métodos. Consequentemente, observa-se um elevado consumo de
energia e elevadas emissões de CO2,2 assim o processo Haber-
Bosch representa cerca de 1,5% das emissões antrópicas de
CO2.82,85 Segundo a literatura,81,86 em média para cada tonelada
de amônia sintetizada por o processo Haber-Bosch gera 2,86 toneladas
de CO2, enquanto as plantas modernas e mais eficientes geram 1,6
toneladas de CO2. Além disso, o processo global Haber-Bosch
corresponde a mais de 1% do consumo mundial de energia,
principalmente devido às condições operacionais (pressão e
temperatura elevadas) aliadas à produção de hidrogénio.82
À medida que a procura de alimentos cresce de acordo com o
crescimento da população global, a produção de amoníaco deve ser
estritamente alinhada para fornecer um abastecimento alimentar
acessível. Diante deste cenário, há necessidade de desenvolver rotas
sustentáveis para produção de amônia verde em larga escala e com
mais eficiência energética. Assim como o hidrogênio, a amônia
sintética pode ser rotulada como marrom, azul e verde, de acordo com
a pegada de carbono gerada na sua síntese. Amônia verde refere-se
à pegada zero de carbono.87 Além disso, existem alguns caminhos
sustentáveis para produzir amônia verde por meio de abordagens
biológicas, de plasma não térmico e foto/eletroquímicas.86,88,89
Vale ressaltar que a busca por processos industriais sustentáveis
está introduzindo métodos eletroquímicos limpos. Esses métodos vão
desde a produção de hidrogênio verde e amônia verde até a obtenção
de moléculas de interesse industrial. Um exemplo das mudanças
conceituais nos sistemas produtivos foi explorado por Marnellos e
Stoukides,90 que demonstraram pela primeira vez uma produção
eletroquímica de amônia a partir de seus elementos (nitrogênio e
hidrogênio) à pressão atmosférica. A reação eletroquímica de redução
de dinitrogênio (E-N2RR) realizada em condições ambientais surge
como uma abordagem digna de nota para substituir o método
termoquímico tradicional, principalmente devido à possibilidade de
mudar a força motriz termodinâmica, temperatura e pressão, para
energia elétrica que pode ser gerada a partir de fontes renováveis.
fontes.
A Figura 11 mostra uma visão esquemática simples de um mundo
baseado em fontes de energia renováveis integradas com todos os
processos E-N2RR. Além dos benefícios ambientais relacionados com
a dissociação dos combustíveis fósseis na produção de hidrogénio, a
abordagem E-N2RR tem, adicionalmente, mais três grandes vantagens
sobre a tradicional abordagem Haber-Bosch
Machine Translated by Google
834 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável?
processo, conforme descrito a seguir: (i) prevê-se que o N2RR seja cerca
de 20% superior em eficiência energética, o que implica em baixo consumo
de energia; (ii) condições operacionais amenas (pode ocorrer em condições
ambientais) e (iii) escalabilidade, uma vez que plantas de menor escala
seriam economicamente viáveis, também facilitaria a descentralização da
amônia
produção e a distribuição logística. Diferentemente das fábricas Haber-
Bosch que só são rentáveis em escala considerável, o que implica em
bilhões de dólares de capital de investimento e manufatura
centralizada.81,82,85,88
Uma questão emerge desta análise: qual será o processo sustentável para
produzir amônia no futuro?
Apesar da atratividade do método E-N2RR , este tem um longo
caminho e desafios a superar, para ser ampliado e rentável, uma vez que
o seu custo atual de energia é duas vezes mais caro que o convencional
Haber Bosch.86 Além disso, a possibilidade O aumento de escala do E-
N2RR em uma aplicação real tem sido extremamente restrito pela eficiência
Faradaica limitada (a maioria dos eletrocatalisadores estudados que
mostraram eficiências superiores a 30% precisam de temperaturas
elevadas e apresentam vida útil curta), o que leva a baixas taxas de
rendimento de amônia. 82,85 A baixa eficiência Faradaica está
principalmente relacionada à reação competitiva entre a reação de redução
de nitrogênio e a reação de evolução de hidrogênio (HER) no cátodo, uma
vez que ambas as reações apresentam potencial muito próximo, mas HER
é cineticamente favorável, levando à geração indesejada de hidrogênio.81
,82,85 Portanto, o desenvolvimento de eletrocatalisador altamente seletivo
pode suprimir o HER e maximizar a produção de amônia, no entanto, este
campo permanece extremamente desafiador. Em conclusão, a substituição
do processo tradicional Haber-Bosch por uma produção sustentável de E-
N2RR tem grandes obstáculos a contornar, mas claramente dependente
de duas áreas, o barateamento da produção de hidrogénio verde,
acreditamos que a divisão da água é a forma mais adequada e o
desenvolvimento de um eletrocatalisador econômico, estável e altamente
seletivo para a produção de amônia. Diante disso, isso abre
Figura 11. Visão esquemática simples do processo E-N2RR completamente integrado com fontes de energia renováveis.
J. Braz. Química. Soc.
abrir um novo caminho para uma grande oportunidade de negócios, que
pode ser considerada a segunda revolução da amônia, já que a amônia
também tem sido cada vez mais reconhecida como um futuro transportador
de energia, devido à sua alta densidade energética, molécula de
armazenamento de hidrogênio e armazenamento/transporte estabelecido.82 ,91
5. H2 como combustível renovável
Uma das promessas mais importantes para a utilização do hidrogénio
está na energia e na conversão/armazenamento de energia, uma vez que
pode mudar a utilização de combustíveis em todo o mundo e iniciar uma
abordagem mais verde e sustentável. A combustão de hidrogênio pode
ser facilmente alcançada, com uma alta energia por unidade de massa (kJ
kg-1), em torno de 141,10 kJ kg-1, o que é quase 3 vezes maior do que
para combustíveis fósseis, como gasolina e metano.92 No entanto, o uso
do hidrogênio em motores de combustão interna pode ser perigoso devido
à sua combustão rápida e potente, portanto, um sistema muito complexo
deve ser projetado para evitar maiores problemas, fato que pode aumentar
o custo de utilização do H2
na combustão.93 Visando diminuir esses problemas e diminuir o custo da
combustão do H2 , estudos93,94 propuseram a utilização de uma mistura
de metano (CH4) e hidrogênio, denominada hidrano.
O uso de hidrano pode trazer benefícios tanto para sistemas H2 quanto
para CH4 . Estudos mostram que o uso do hidrano pode melhorar a
eficiência dos motores de combustão interna a gás natural, uma vez que o
H2 tem velocidade de chama bem superior à do CH4
em condições naturais (2 cm s-1 para CH4 e 230 cm s-1 para H2).95,96
Além disso, foi demonstrado que a adição de H2 ao CH4 reduz as
emissões de GEE, criando um processo mais limpo. O uso de hidrano
também diminui o risco de explosão presente quando se utiliza H2 sozinho,
e estudos sugerem que misturas contendo cerca de 5 a 20% de H2 podem
reduzir as emissões, sem trazer maiores riscos para um sistema de CH4.
Assim, não é necessário fazer alterações que possam aumentar o custo
do sistema.93 Existem alguns projetos e empresas que têm tentado
implementar o uso de hidrano em alguns países, especialmente nos
Estados Unidos e na Holanda.97
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Voo. 33, não. 8, 2022 Von Zuben et al.
Embora a utilização do hidrano possa trazer vantagens, as emissões
de GEE ainda são elevadas, e o principal objectivo é erradicar essas
emissões, tornando assim o hidrano apenas um plano de apoio, e não uma
verdadeira alternativa verde. Alguns autores europeus,98,99 onde o uso
de hidrano para veículos de transporte foi testado, afirmam que é melhor
investir tempo na pesquisa de sistemas de transporte de hidrogénio puro e
veículos com células de combustível e como melhorá-los para reduzir o
seu custo global, do que gastar tempo tentando melhorar o “plano de
backup”. Dado que a utilização de células de combustível pode realmente
trazer enormes benefícios para o ambiente, é considerada uma alternativa
verde e renovável, erradicando as taxas de emissão de carbono.98,99
5.1. Célula de combustível
Como mencionado anteriormente, as tecnologias de células de combustível
são uma enorme área de estudo para a utilização do hidrogénio na produção
de eletricidade. Em seu princípio, a célula a combustível é uma célula
eletroquímica que pode converter energia química diretamente em eletricidade,
sem quaisquer outras formas intermediárias de energia, utilizando apenas H2 e O2 .
e produzindo apenas água e eletricidade.
Após anos de pesquisa, a estrutura geral de uma célula a combustível
(FC) hoje em dia consiste em uma camada eletrolítica, que pode ser
diferente para os diferentes tipos de FC, porém, uma FC típica contém um
ânodo, onde o combustível é oxidado e um cátodo , onde um oxidante (por
exemplo, oxigênio do ar) é reduzido, gerando energia elétrica.100,101 Para
FC típico, o combustível pode ser hidrogênio ou mesmo hidrocarbonetos
leves e combustíveis alcoólicos, no entanto, a aplicação de hidrocarbonetos
requer que um processador de combustível seja incluído no o sistema,
tornando-o mais complexo e com menor eficiência. Assim, a utilização do
hidrogênio como fonte de combustível é a melhor opção para os FCs, além
de torná-los mais sustentáveis, seguindo a reação geral apresentada nas
equações 6 a 8, em que a equação 6 é a reação anódica, a 7 é a catódica
e a equação 8 representa a reação celular geral.102-104
H2 ÿ 2H+ + 2e- (6)
2H ++ 1/2O2 + 2e- ÿ H2O (7)
H2 + 1 (8)
/2O2 ÿ H2O + calor + potência
Ao falar em FCs, é importante ter em mente que embora possuam
componentes e características semelhantes às baterias, eles não funcionam
da mesma forma. As baterias podem ser classificadas como dispositivos
de armazenamento de energia, e têm sua energia disponível determinada
pela quantidade de reagentes químicos armazenados, parando de funcionar
assim que os reagentes são consumidos. Por outro lado, os FCs são
classificados como dispositivos de conversão de energia e, quando não
limitados por uma questão externa (por exemplo, corrosão, estabilidade do
catalisador e material
835
mau funcionamento), eles podem continuar funcionando enquanto houver
fornecimento de hidrogênio e oxigênio.100-102,104
Além da vantagem de ser um dispositivo de conversão de energia que
pode continuar funcionando enquanto houver fornecimento de combustível,
o FC apresenta múltiplas vantagens, o que o torna alvo da pesquisa.101,105
Dentre as inúmeras vantagens, é possível destacar as principais , como
segue:
(i) Alta eficiência: a eficiência dos FCs pode arquivar valores de até 90%
(com até 30-40% de recuperação de calor), enquanto outros métodos
só podem atingir valores máximos de até 35%.
Isso acontece porque os FCs produzem eletricidade através de um
processo direto a partir do combustível, retirando, portanto, as
limitações do Ciclo de Carnot, que podem ser observadas nos
demais métodos.100,105
(ii) Ecologicamente correto: o uso de FCs reduz ou até erradica a emissão
de GEE, principalmente utilizando H2 como combustível, em que o
único produto seria água e eletricidade.
Alguns estudos105,106 mostram que podem reduzir as emissões de
dióxido de carbono em mais de 2 milhões de kg por ano.
(iii) Baixo custo de operação: devido à simplicidade do sistema e à alta
eficiência, os custos de operação, como instalação e manutenção,
podem ser bastante reduzidos, o que pode compensar o alto custo
de capital dos FCs.
(iv) Funcionamento silencioso: os sistemas FCs são silenciosos, o que
permite uma fácil instalação em ambientes internos, sem necessidade
de isolamento acústico do local ou mesmo utilização de tecnologias
de cancelamento de ruído.
Além disso, estas células possuem grande modularidade e flexibilidade
de combustível, permitindo uma montagem rápida e fácil em diferentes
áreas. Além disso, por possibilitar a utilização de diferentes combustíveis,
desde hidrocarbonetos pesados até hidrogénio sustentável e verde, a sua
utilização e implementação é adequada e simples.
No entanto, apesar de todas estas vantagens notáveis, o custo da
geração eléctrica estacionária (€ Wh-1) ainda é demasiado elevado e o
seu tempo de degradação permanece desconhecido, o que torna o FC
inadequado para aplicações comerciais e de grande escala. Como resultado
disso, nos últimos anos, um enorme esforço tem sido feito na pesquisa de
tecnologias de FCs e como melhorá-las.100-102.104.105 Diferentes tipos
de FCs foram desenvolvidos, e os principais são: células a combustível de
membrana eletrolítica polimérica (PEMFC), células a combustível alcalinas
(AFC), células a combustível de óxido sólido (SOFC), células a combustível
de ácido fosfórico (PAFC), células a combustível de carbonato fundido
(MCFC) e células a combustível de metanol direto (DMFC). Eles serão
diferentes em termos de temperatura de operação, materiais, eletrólitos e
eficiência, mas além disso, todos trabalham com H2 e podem produzir
energia e ser utilizados para diversas aplicações, que serão discutidas
mais adiante.100,101,105
Além disso, é importante destacar que as células a combustível só
são boas e sustentáveis se o hidrogénio utilizado para
Machine Translated by Google
836 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável?
a geração de energia também está sendo produzida através de uma
via verde, como foi discutido recentemente na nossa última revisão.2
5.1.1. Aplicações de células de combustível
Uma das maiores vantagens da utilização dos FCs é a sua ampla
gama de aplicações em diversas áreas e com grandes vantagens,
especialmente relacionadas à sustentabilidade e menores emissões
de GEE. As principais aplicações serão discutidas nesta seção.
5.1.1.1. Aplicações estacionárias
Um uso importante dos FCs é que eles podem ser usados para
aplicações estacionárias com alta confiabilidade de potência, com
possibilidade de geração distribuída de energia usando H2 como
combustível principal. Estas células, tanto de alta quanto de baixa
temperatura, podem ser utilizadas para alimentar locais residenciais,
serviços de emergência como hospitais, indústrias, instalações de
informática, call centers, instalações de comunicação, centros de
processamento de dados e instalações de fabricação de alta
tecnologia, nas quais um FC com boa a estabilidade pode fornecer
uma fonte de energia confiável e verde.105,107-109 Além disso, por
se tratar de uma tecnologia de baixo ruído, pode ser instalada dentro
de residências ou bairros, sem maiores transtornos, o que diminui o
custo de energia ao erradicar custos com transporte por longas linhas de energia.
para0,101.104
substituir veículos convencionais com motor de combustão
Os FCs também podem ser usados para geração distribuída de
energia, tanto em pequena quanto em grande escala. Isto pode ser
muito útil em áreas remotas e rurais, onde o acesso à energia é
escasso e difícil, assim, a utilização de FCs para gerar energia verde
e confiável, com baixo custo, pode trazer inúmeros benefícios para
essas áreas. 110 Diante disso, áreas remotas também podem ser
beneficiadas com o uso de células a combustível microbiológicas
(MFC). Essas células têm a capacidade de gerar energia, aliada ao
tratamento de águas residuais. Portanto, as comunidades podem
Figura 12. Esquema geral de um veículo elétrico com célula de combustível de hidrogênio (reproduzido da referência 114 com permissão de copyright 2021 do AFDC,
Departamento de Energia dos EUA).
J. Braz. Química. Soc.
têm acesso à geração de energia local e recursos de água
tratada.105,110,111 Assim, as 3 principais tecnologias de FCs,
juntamente com os MFCs, foram extensivamente estudadas para
terem sua eficiência e atividade melhoradas, e se tornarem adequadas
para essas aplicações que podem trazer benefícios notáveis para as
comunidades e o meio ambiente.
5.1.1.2. Aplicações de transporte
A maior concentração de pesquisas em FCs está focada
principalmente em aplicações de transporte. Dado que os veículos de
transporte são responsáveis por 23% das emissões de gases com
efeito de estufa e atualmente dependem de hidrocarbonetos para
92% da sua energia,112 a utilização de veículos com células de
combustível de hidrogénio (HFCEV) pode contribuir para a diminuição
destas emissões e criar uma cultura de veículos verdes. . Os veículos
a célula de combustível (FCVs) precisam ter resposta e tempos de
partida rápidos, dessa forma, FC de alta temperatura não são a
melhor opção para essas aplicações.105,109 Podem ser utilizados
para qualquer tipo de veículo de transporte, desde motocicletas
pessoais e de pequeno porte. carros, ônibus, aviões e algumas naves
espaciais. No entanto, veículos maiores e mais complexos requerem
FCs mais robustos e desenvolvidos juntamente com um sistema
sofisticado que irá alimentar o veículo. Os HFCEV são projetados
interna e, embora a fonte de energia primária venha dos FCs, a
configuração geral do sistema também inclui uma bateria, um
supercapacitor, conversores AC/DC, motor de tração trifásico,
dispositivos auxiliares, DC- barramentos e sistemas de armazenamento
de energia que farão parte do processo de alimentação do veículo
(Figura 12).113-115
Embora estas células tenham sido extensivamente estudadas e
alguns países já estejam usando alguns HFCEV, sua menor
densidade de potência e resposta de potência mais lenta são as
principais desvantagens para um HFCEV adequado ser
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Voo. 33, não. 8, 2022 Von Zuben et al.
comercialmente disponível. Além disso, as principais vantagens do
HFCEV residem na produção de hidrogénio verde, como a divisão
da água, que também necessita de ser alimentada por uma fonte de
energia verde. Apesar disso, os HFCEV apresentam grandes
perspectivas para o futuro dos transportes, ajudando a reduzir, até
mesmo a erradicar, as emissões de GEE, mas ainda são necessárias
mais pesquisas para tornar esta tecnologia adequada e fornecer
suas vantagens em um protótipo de última geração e de baixo
custo.101,105,109,112,116
Muitas empresas em diferentes países ao redor do mundo estão
investindo em carros com células de combustível, utilizando H2
como principal combustível. Recentemente (agosto de 2021), uma
empresa chinesa entregou uma frota de 100 camiões movidos a
hidrogénio, numa tentativa de promover uma rede de transporte de
hidrogénio verde em todo o país.117-119 No início deste ano
(fevereiro de 2021), uma empresa canadiana líder nas indústrias
energéticas, anunciaram pedidos de compra para alimentar 10
ônibus elétricos de célula de combustível (FCEBs) na Holanda e
planejam enviar os módulos ainda em 2021, contribuindo e investindo
em um transporte público mais limpo na Europa.120.121
Além disso, existem outras importantes empresas e indústrias que
investem e pesquisam carros com células de combustível e outros
veículos de transporte em diversos países ao redor do mundo, como
EUA e Reino Unido. Além disso, para investir em veículos de
transporte, essas empresas também precisam investir na construção
de postos de gasolina H2 , para facilitar e agilizar o abastecimento
de HFCEV.122-124 Além disso, é importante destacar que veículos
de transporte pesado como ônibus, trens e os caminhões serão os
primeiros a se beneficiar do H2 como combustível, pois pode ajudar
no aumento do uso do H2 no transporte.
Eles também podem ser usados e aplicados em naves espaciais e em
qualquer módulo espacial usado para exploração espacial próxima ou profunda.
O uso de FCs é preferido para missões tripuladas, uma vez que tais
missões requerem um armazenamento de energia primária com
tempos de descarga mais longos e níveis de potência mais elevados,
assim, esses requisitos podem ser melhor atendidos por FCs, em
vez de baterias ou outra fonte de energia ou armazenamento. 0,105.125
Além disso, outra vantagem importante do uso dessa tecnologia no
espaço é que esse processo gera água, que pode ser utilizada para
consumo da tripulação e resfriamento de espaçonaves durante as
missões. Portanto, junto com a geração de energia, eles também
podem ter acesso a água potável.125,126 Assim, o uso de H2 em
células a combustível pode ajudar muito também na exploração
espacial, tornando as células a combustível ainda mais importantes
para o transporte.
5.2. Combinando CO2 e H2 para produzir combustível
O consumo global atual de metanol é superior a 98 milhões de
toneladas por ano, o que continua a crescer, à medida que dois
837
dobrado na última década.127,128 O metanol é um dos produtos
químicos mais importantes como matéria-prima na indústria química.
Suas maiores aplicações são na obtenção de sua espécie oxidada
formaldeído, ácido acético e como bloco de construção C1 para
sintetizar outros produtos químicos (éter dimetílico, éter metil terc-
butílico , hidrocarbonetos sintéticos e assim por diante). Entre vários
usos, dignos de nota como solvente, o metanol é utilizado na área
de transportes, diretamente em uma célula de combustível ou
misturado com gasolina ou diesel, para aumentar os índices de
octanas e reduzir as emissões de carbono.84,129 Cerca de 5% do
H2 produzido mundialmente é usado para metanol. produção, pela
hidrogenação catalítica de óxidos de carbono, conforme equações
9 e 10, enquanto a reação reversa de deslocamento água-gás
(WGS), equação 11, ocorre em paralelo.129
CO2 + 3H2 ÿ CH3OH + H2O ÿH0 = –49,8 kJ mol –1 (9)
CO + 2H2 ÿ CH3OH ÿH0 ÿH0 = –91,0 kJ mol–1 (10)
CO2 + 2H2 ÿ CO + H2O = +41,2 kJ mol–1 (11)
Nas reações reversíveis acima que o metanol
é produzido, equações 9 e 10, ambas exotérmicas, um resfriamento
considerável é usado para mudar a reação em favor do metanol. No
entanto, as baixas temperaturas retardam a cinética da reação.
Convencionalmente, para otimizar a produção de metanol, o
processo industrial é realizado adiabaticamente em um reator gás-
sólido sobre o Cu/ZnO/
Catalisador Al2O3 a 250-300 ºC e 50-100 bar.129-131 A etapa
descrita antes das equações 9-11 inclui a síntese do gás de síntese,
uma mistura de H2, CO e CO2 que é produzida principalmente pela
reforma a vapor do metano (SMR) e reforma autotérmica
(ATR).5,132,133 Em uma breve descrição, a síntese do metanol
consiste em: (i) síntese de gás de síntese; (ii) produção de metanol;
(iii) separação de gases e purificação de produtos. Apesar da
tecnologia consolidada, o processo geral apresenta aspectos-chave
que poderiam ser melhorados/alterados para melhorar a produção.
Como os reagentes são produzidos a partir da síntese do gás de
síntese, que requer quantidade significativa de energia para atingir
altas temperaturas (800-900 ºC para SR e 3000 ºC para ATR) e
liberar parte da mistura para a atmosfera.130,133 Uma forma
alternativa e verde de contornar essa questão é a aplicação da
tecnologia de captura e utilização de carbono (CCU), onde a matéria-
prima de carbono pode ser o CO2 já presente na atmosfera ou dos
gases de exaustão de indústrias emissoras de carbono (como
fábricas de cimento, indústria siderúrgica e assim por diante) . Tem
havido um esforço considerável para desenvolver a síntese de
metanol livre de combustível fóssil combinado com hidrogénio
verde.134 Além do âmbito desta revisão, que se concentra
principalmente em aplicações de hidrogénio, uma produção de
metanol económica e amiga do ambiente que tem atraído atenção
considerável é a fotocatalítico
Machine Translated by Google
838 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável?
conversão de metano em metanol com água em condições ambientais,
mas ainda em escala de laboratório.135
No entanto, a produção global de metanol gera atualmente 2,3
toneladas de CO2 por ano, o que contribui para o aumento da quantidade
de GEE na nossa atmosfera. Enquanto seu mercado global continua
crescendo, acompanhado de suas aplicações industriais. Assim, para
suprir a demanda atual e futura, é ambientalmente imperativo o
desenvolvimento de caminhos sustentáveis para alcançar uma produção
de metanol limpa e lucrativa, de modo que estes deverão substituir
gradativamente os métodos de última geração disponíveis no mercado.
A natureza das matérias-primas desempenha um papel fundamental na
sustentabilidade e no custo do processo global. Desta forma, os
parâmetros-chave a serem intensamente desenvolvidos, de forma a
tornarem-se sustentáveis e economicamente competitivos, são a utilização
de matéria-prima de CO2, através da tecnologia CCU, fornecida pela
actividade antropogénica e pelo fornecimento de hidrogénio verde.
Apesar de ambas as tecnologias ainda estarem longe de serem
competitivas com os métodos baseados em combustíveis fósseis, vários
progressos foram alcançados em ambos os lados. Uma vez que já é uma
realidade plantas piloto, no Japão e na Islândia, que produzem metanol a
128
partir do hidrogénio verde e da captura de CO2.
5.3. Os precursores do biodiesel
Um combustível alternativo com ampla aceitação devido à sua
redução da maior parte das emissões de gases de escape, melhor
biodegradabilidade e redução da toxicidade em relação ao combustível
diesel convencional é o biodiesel.136 Além disso, com a necessidade
urgente de explorar recursos sustentáveis, que sejam de baixo custo,
abundantes e renováveis, a biomassa é uma boa alternativa, que tem
recebido ampla atenção nos últimos anos.29
O biodiesel é normalmente produzido pelo processo de
transesterificação da gordura animal ou óleo vegetal com um álcool,
produzindo ésteres metílicos (biodiesel) e glicerol.136
As propriedades do biodiesel dependem muito dos vários ésteres metílicos
que são formados. Assim como a estrutura do ácido graxo, a porção éster
do álcool pode influenciar as propriedades do combustível do biodiesel.
Estas características estruturais abrangem o comprimento da cadeia, a
ramificação da cadeia e o grau de insaturação do ácido graxo que é o
fator mais importante.136,137
O objetivo de alcançar uma maior qualidade do biodiesel pode limitar
o uso de matérias-primas alternativas. No sentido de encontrar outras
matérias-primas para a produção de biodiesel, os processos com
hidrogénio são importantes para alcançar novas matérias-primas.
Nesse sentido, Yang et al. 136 apresentou um processo único combinando
transesterificação e hidrogenação seletiva para produção de biodiesel a
partir do óleo altamente poliinsaturado de semente de cânhamo. A partir
da semente de cânhamo pode-se obter o óleo de cânhamo como matéria-
prima para o biodiesel. Este óleo é altamente
J. Braz. Química. Soc.
poliinsaturados e passando pela transesterificação combinada com uma
hidrogenação seletiva, obtendo o biodiesel dentro dos padrões de
qualidade estabelecidos. Esse tipo de trabalho é uma importante iniciativa
de novas formas de encontrar matéria-prima para a produção de biodiesel.
Assim como o subproduto das fibras de cânhamo não é um problema,
mas sim uma solução, os subprodutos da produção de biodiesel também
são muito úteis.
5.3.1. Glicerol, mais que um subproduto do biodiesel
O glicerol foi descoberto em 1779 por Scheele e hoje ainda tem
muitas aplicações devido à sua combinação particular de propriedades
químicas e físicas.138 É um líquido de sabor adocicado, transparente e
inodoro. À temperatura ambiente, é viscoso. Além disso, absorve e retém
água, possui propriedades plastificantes, é atóxico e facilmente
biodegradável, possui propriedades antioxidantes e protege contra
processos de fermentação.138
O Chemical Economics Handbook publicado em 2018 aponta que o
mercado de “cuidados pessoais e cosméticos” representou 30% da
aplicação global de glicerol naquele ano.139 Nesse campo, o glicerol é
utilizado principalmente por suas propriedades químicas: formação de
ésteres que servem como emulsificantes ou condicionadores, propriedades
hidratantes e condicionantes.
Assim, está presente em diversos produtos, como cremes, loções,
cuidados com os cabelos e cremes dentais. Além disso, é um dos produtos
químicos mais importantes que podem ser convertidos em produtos de
valor agregado,140 como 1,2-PDO (1,2-propanodiol), 1,3-PDO (1,3-
propanodiol), álcool alílico, 1-propanol e propileno.141 Alguns desses
derivados possuem características semelhantes ao glicerol,
conseqüentemente, podem ser utilizados em produtos cosméticos devido
às suas propriedades físicas.
Principalmente em cremes, protetores solares e até mesmo desinfetantes
para as mãos que são amplamente utilizados para prevenir a doença do
coronavírus (COVID-19), possuem na composição 1,2-PDO, também
conhecido como propilenoglicol.
Nas rotas industriais atuais, o 1,2-PDO é produzido por uma
abordagem petroquímica, que é um processo caro e prejudicial ao meio
ambiente. Portanto, a síntese de 1,2-PDO pela hidrogenólise seletiva do
glicerol é uma rota economicamente competitiva, ecologicamente correta
e altamente sustentável. Zhang e colaboradores142.143
publicaram dois artigos sobre a transformação do glicerol em 1,2-PDO.
Ambos os artigos descreveram exemplos de como o hidrogênio por
hidrogenólise pode melhorar uma catálise seletiva mostrando mais uma
vez que além da produção de energia, o hidrogênio é útil em toda a cadeia
de produção.
6. Desafios e Perspectivas para o Uso
Sustentável do H2
Como mostrado ao longo do texto, o hidrogênio é um elemento-chave
Machine Translated by Google
Voo. 33, não. 8, 2022 Von Zuben et al.
química para a sustentabilidade e para alcançar processos mais
ecológicos na indústria química. Na indústria petroquímica, o
hidrogênio contribui para processos de hidrodessulfurização e
hidroisomerização mais ecológicos. Na indústria química fina, o
H2 melhora a produção tanto do ponto de vista económico como
ambiental, desde a hidrogenação catalítica e hidrogenólise.
Também é utilizado na produção de Fe e aço para produzir o “aço
verde”. Além disso, tal como apresentado nesta revisão, o
hidrogénio também pode ser utilizado na energia e na conversão/
armazenamento de energia, uma vez que pode alterar a utilização
dos combustíveis e iniciar uma abordagem mais verde e
sustentável.
Porém, todos os ganhos ambientais dependem do processo
de obtenção do hidrogênio. Assim, a produção de hidrogénio
verde (produzido a partir de água e eletricidade de fontes
renováveis) é essencial para isso. Grandes investimentos em
investigação fundamental e estratégias de expansão deverão
orientar os cenários nos próximos anos. E à medida que os preços
dos produtos sustentáveis ganharem competitividade, as empresas
redesenharão os seus processos e abrirão as portas à química
verde e sustentável. Portanto, acreditamos que o hidrogénio será
essencial nas próximas décadas como um produto químico chave
para tornar os processos industriais mais verdes, caminhando
para um mundo mais sustentável.
Agradecimentos
All authors are grateful for the financial support of Brazilian
Funding Agencies. This study was financed in part by the
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -
Brasil (CAPES) - Finance Code 001 and process
(88887.339135/2019-00), Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) and Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP (grant No.
2013/22127-2, grant No. 2017/23960-
0, bolsa nº 2017/11986-5, bolsa nº 2018/25092-9, bolsa nº
2019/20688-3, bolsa nº 2021/05976-2).
Contribuições do autor
Theodora W. Von Zuben foi responsável pela metodologia,
redação – rascunho original, revisão e edição; Daniel EB Moreira por
conceituação, investigação, redação - rascunho original, revisão e
edição; Rafael L. Germscheidt pela conceituação, metodologia,
redação – rascunho original, revisão e edição; Rafael G. Yoshimura por
conceituação, metodologia, redação - rascunho original, revisão e
edição; Daniel S. Dorretto pela metodologia, redação - rascunho original;
Ana BS de Araujo pela metodologia, redação - rascunho original; Airton
G. Salles Jr. pela conceituação, metodologia, redação - original
rascunho, revisão e edição; Juliano A. Bonacin pela conceituação,
supervisão, redação - rascunho original, revisão e edição.
839
Theodora W. Von Zuben é
possui graduação em Química pela
Universidade Estadual de Campinas (2019).
Atualmente é doutoranda em Química
Orgânica na mesma universidade. Seus
interesses de pesquisa são eletroquímica,
com foco em oxidação de álcool, tendo experiência com síntese
orgânica, oxidação de etanol e desenvolvimento de eletrodos para
aplicações em eletroanálise.
Daniel EB Moreira é graduado em
Química pela Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (2019) e atualmente é aluno de
mestrado pela Universidade Estadual de
Campinas. Seus interesses de pesquisa são
eletrocatálise, divisão de água, energia
sustentável e síntese e caracterização de diferentes análogos do
Azul da Prússia, com foco no controle morfológico.
Rafael L. Germscheidt é graduado em
Processos Químicos pela Faculdade de
Tecnologia (2017). Atualmente é doutorando
em Química Inorgânica pela Universidade
Estadual de Campinas. Seus interesses de
pesquisa estão no estudo de catalisadores e
seu mecanismo de oxidação da água, com foco em análogos do
Azul da Prússia, tendo experiência com suas aplicações de
síntese, caracterização e conversão de energia.
Rafael G. Yoshimura formou-se em
Engenharia Química em 2018 pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA) com
período sanduíche na Arizona State University
(ASU).
Atualmente é aluno de mestrado do
Departamento de Química Inorgânica da Universidade Estadual
de Campinas. Seu interesse de pesquisa concentra-se no
desenvolvimento de compósitos eletrocatalisadores baseados no
análogo do Azul da Prússia suportados em substratos à base de
grafeno para reação de oxidação de água em pH neutro.
Daniel S. Doretto é atualmente aluno
de graduação do curso de Química da
Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), onde ingressou em 2018.
Desenvolveu dois projetos de Iniciação
Científica com o Prof Juliano Alves Bonacin
focados no estudo de compostos análogos do Azul da Prússia
para o eletrocatálise da reação de redução de oxigênio.
Machine Translated by Google

840 O hidrogénio é indispensável para um mundo sustentável? J. Braz. Química. Soc.

Ana BS de Araujo atualmente é estudante 7. Taber, GP; Pfisterer, DM; Colberg, JC; Org. Processo Res.

de graduação do curso de Química da Dev. 2004, 8, 385.

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 8. Cai, F.; Jin, F.; Hao, J.; Xiao, G.; Catal. Commun. 2019, 131,

onde ingressou em 2019. Participa de projeto 105801.

de Iniciação Científica na área de Química 9. Azri, N.; Ramli, I.; Nda-Umar, UI; Shamsuddin, MR;

Inorgânica com o Prof Juliano Alves Bonacin, Saiman, MI; Taufiq-Yap, YH; J. Taiwan Inst. Química. Senhor.

que estuda os catalisadores análogos do Azul da Prússia no processo 2020, 112, 34.

de oxidação da água. 10. Chieffi, G.; Giordano, C.; Antonietti, M.; Espósito, D.; J. Mater.
Química. A 2014, 2, 11591.

11. Bouriazos, A.; Ikonomakou, E.; Papadogianakis, G.; Ind. Plantações

Airton G.Halls Jr. recebeu seu bacharelado Prod. 2014, 52, 205.

pela Universidade Estadual de Campinas em 12. Xiang, H.; Ch, P.; Nawaz, MA; Chupradit, S.; Fátima, A.;

2003 e doutorado em Síntese Orgânica pela Sadiq, M.; Internacional J. Energia de Hidrogênio 2021, 46, 38145.

mesma Universidade em 2009 (com Prof Luiz 13. Dawood, F.; Anda, M.; Shafiullah, GM; Internacional J. Hidrogênio

Carlos Dias). Após 2 anos como pesquisador Energia 2020, 45, 3847.

de pós-doutorado na Universidade de 14. Howarth, RW; Jacobson, MZ; Ciência da Energia. Eng. 2021, 9,

Cambridge, Reino Unido (2012-2014, com o Prof Jonathan Nitschke), 1676.

iniciou como Professor de Química na Universidade de Campinas 15. Malek, A.; Farooq, S.; AIChE J. 1998, 44, 1985.

(2015). Sua pesquisa atual concentra-se na descoberta de novas 16. Aasadnia, M.; Mehrpooya, M.; Ghorbani, B.; J. Limpador Prod.

reações em água, fotocatálise e eletrocatálise empregando 2021, 278, 123872.

configurações experimentais simples alinhadas com os princípios da 17. Shao, L.; Baixo, B.; Chung, T.-S.; Greenberg, A.; J. Membro. Ciência.

química verde. 2009, 327, 18.

18. Marban, G.; Valdés-Solis, T.; Int. J. Energia de Hidrogênio 2007, 32,
Julian A. Bonacin recebeu seu 1625.

Doutorado em 2007 (Universidade de São 19. Crabtree, GW; Dresselhaus, MS; Buchanan, MV; Física.

Paulo, Brasil) e pós-doutorado entre 2007 e Hoje 2004, 57, 39.

2009 (Universidade de São Paulo, Brasil). 20. Zheng, J.; Wang, C.-G.; Zhou, H.; Ye, E.; Xu, J.;

Fundou uma das primeiras empresas da área XJ; Pesquisa 2021, 2021, ID 3750689.

de Nanotecnologia no Brasil e hoje é Professor 21. Gregório, DP; Ng, DYC; Long, GM em Eletroquímica

Associado do Instituto de Química da Universidade Estadual de de Ambientes Mais Limpos; Bockris, JO, ed.; Springer EUA:

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Publicado on-line: 3 de fevereiro de 2022

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