Você está na página 1de 29

12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Eletrônica analógica
UNIDADE 1 - FÍSICA DE
SEMICONDUTORES, DIODOS E
RETIFICADORES

Autoria: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues - Revisão técnica: Anderson Marcolino
Pereira de Oliveira

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 1/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Introdução
A eletrônica analógica proporcionou uma base
sólida para o desenvolvimento de uma série de
circuitos e equipamentos que fizeram parte de
avanços na indústria e em nosso cotidiano. No
entanto, você saberia responder o que estuda a
eletrônica analógica? O que são diodos
semicondutores? Como esses dispositivos são
aplicados na prática para o desenvolvimento de
projetos?
Nesta primeira unidade, estudaremos os principais pontos acerca dos materiais
semicondutores, assim como entenderemos considerações relevantes sobre os
diodos semicondutores e circuitos retificadores. Dessa maneira, poderemos
compreender em mais detalhes os materiais semicondutores, especialmente suas
propriedades físicas e químicas.
Em um segundo momento, focaremos nos diodos e em seu funcionamento geral,
conhecendo exemplos dos tipos mais comuns e comerciais, além de questões a
respeito dos circuitos de polarização para esses dispositivos.
Teremos, assim, não só uma visão geral desses importantes dispositivos
semicondutores, como também entenderemos diversas possibilidades de
implementação prática, premissas essenciais para os projetos e processo de leitura
das folhas de dados, por exemplo.
Por fim, analisaremos os principais detalhes sobre os circuitos retificadores não
controlados — baseados no uso de diodos retificadores — para circuitos monofásicos,
trifásicos e cargas resistivas ou indutivas.
Bons estudos!

1.1 Física de
semicondutores

Os materiais — considerando especialmente as áreas de engenharia —, são classificados a


partir de propriedades mecânicas, o que reflete em categorias como compósitos, polímeros,
metais e cerâmicas. Entretanto, com o passar dos anos, observou-se a introdução de outra
classe, dado os avanços tecnológicos que impactam em outras áreas. Estamos nos referindo
aos semicondutores.
Assim, ao longo deste tópico, estudaremos quanto aos principais aspectos dos
semicondutores, classificados desta forma devido à sua microestrutura. Também analisaremos
aspectos físicos e outras características importantes para o estabelecimento da circulação de

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 2/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

corrente elétrica.
Iniciaremos nossos estudos avaliando uma visão geral desse material, incluindo propriedades
físicas e químicas básicas. Em seguida, conheceremos os materiais ditos extrínsecos —
especialmente os e — e, por último, as principais características de uma junção .
Acompanhe o conteúdo!

1.1.1 Visão geral sobre os materiais semicondutores na eletrônica


Os materiais podem ser divididos, basicamente, entre bons condutores, bons isolantes e
semicondutores, sendo que este último possui um interesse especial na área de eletrônica
devido às suas propriedades físico-químicas.
Dessa maneira, um material semicondutor pode ser caracterizado por possuir uma banda de
valência cheia e uma banda de condução vazia quando , sendo estas separadas por um
espaço (gap) de energia pequeno (em torno de 2 eV), o que resulta na condutividade
intermediária (REZENDE, 2004).
Essas relações são estabelecidas pela Teoria de Bandas acerca da energia atômica, na qual a
banda de valência corresponde à banda de energia formada por diferentes níveis energéticos,
ocupada por elétrons considerados semilivres — devido ao maior distanciamento do núcleo
atômico. A de condução é uma região na própria banda de valência, em que temos os elétrons
mais prováveis de se tornarem elétrons livres.
A figura a seguir apresenta os níveis de energia discretos para o exemplo dos semicondutores,
considerando o GaAs (arsenieto de gálio). Observe!

Figura 1 - Níveis de energia discretos para semicondutores


Fonte: BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013, p. 4.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 3/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

#PraCegoVer: na figura, temos a representação das bandas discretas de energia com os


elétrons posicionados. Na parte de cima da figura, encontramos a banda de condução com três
elétrons livres representados para estabelecer condução. Já no meio, temos um gap dado por
. Abaixo deste, encontramos a banda de valência com quatro elétrons de valência ligados à
estrutura atômica.

Podemos perceber que a energia aumenta de baixo para cima, de modo que se tem um gap e,
logo depois, uma banda de valência. Em seguida, há outro gap, que representa o valor de ,e
a banda de condução.
Entre os materiais, tem-se em destaque na indústria eletrônica o silício (Si) e o germânio (Ge)
por conta de diversas questões, desde a precisão e periodicidade de cristais e treliças destes
obtidos até itens mais específicos, como as capacidades visualizadas a partir da adição de
impurezas para alteração de características (outros tipos de materiais) (BOYLESTAD;
NASHELSKY, 2013).
Dessa forma, surge a possibilidade de caracterizar duas classes distintas de materiais
semicondutores: intrínsecos e extrínsecos.
Os semicondutores intrínsecos são materiais altamente puros e, por isso, altamente
dependentes da temperatura para o estabelecimento da condução da corrente elétrica, o que os
torna menos utilizados no desenvolvimento de dispositivos eletrônicos (REZENDE, 2004). Além
disso, por tais motivos, denominamos os elétrons livres de portadores intrínsecos.
No próximo item, estudaremos com mais detalhes os semicondutores extrínsecos, fundamentais
para a formação de dispositivos como os diodos. Confira!

1.1.2 Materiais extrínsecos dos tipos e


O processo de adicionar um número pré-determinado de átomos a outro elemento —
considerado como impureza a partir de um material também previsto —, permite a formação de
materiais semicondutores extrínsecos, que são fundamentais na eletrônica. Isto é, materiais
denominados como de tipos e .  A esse processo damos o nome de dopagem do
semicondutor, que, como se pode imaginar, gera efeitos nas estruturas das bandas de energia.
Os materiais do tipo são obtidos a partir do processo de dopagem de um cristal de germânio
ou silício puro, com átomos trivalentes (três elétrons na camada de valência), como é o caso do
boro, gálio ou índio. Devido ao fato de que, no novo material, haverá um número insuficiente de
elétrons, observa-se um predomínio maior de lacunas (espaços vazios) que aceitarão com
rapidez e facilidade os elétrons livres (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).
Já os materiais do tipo são formados pelos mesmos cristais, mas pela adição de impurezas
pentavalentes (cinco elétrons na camada de valência), o que é o caso do antimônio, arsênio ou
fósforo (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).
O processo de dopagem faz com que tenhamos elétrons adicionais dissociados tenuamente
ligados, os quais contribuirão para a estrutura do novo material formado, como elétrons
relativamente “livres”.
Por outro lado, é importante frisar para os dois materiais que, embora sejam observadas essas
características físico-químicas devido às relações estabelecidas nas novas ligações atômicas,
tratam-se de materiais eletricamente neutros. Isso porque o número de prótons é o mesmo de
elétrons carregados positivamente no núcleo e livres orbitando com carga negativa,
respectivamente.
Ademais, os portadores majoritários e minoritários para cada um dos materiais dependerão das
relações de doação e recepção estabelecidas pelas novas ligações.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 4/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Você quer ver?


Para entender como são fabricados os circuitos
integrados, iguais aqueles utilizados em processadores
de computador, assista ao vídeo Visitamos O Museu da
Intel! Veja Como é Feito Um Chip e Conheça A História
da Empresa. Na produção, é apresentado o processo de
fabricação de dispositivos semicondutores até chegar ao
resultado final, do CI. Para assistir ao vídeo na íntegra,
clique no botão abaixo!
Acesse (https://www.youtube.com/watch?
v=AuUOrrW8YOU)
Agora que pudemos compreender sobre os materiais extrínsecos dos tipos e , no próximo
item, nos aprofundaremos quanto ao desenvolvimento básico de um diodo semicondutor, seja
destinado a retificadores, seja destinado a aplicações de pequenos sinais. Trata-se da junção
.

1.1.3 Junção
A junção , obtida a partir do uso de materiais extrínsecos dos tipos e , é a base para a
formação de dispositivos eletrônicos, como é o caso dos diodos semicondutores e dos
transistores. Assim, tem-se que um diodo semicondutor é formado, basicamente, por uma
junção dos dois materiais anteriores com um terminal correspondente a cada um.
Sabe-se que, quando a união é feita, há uma combinação entre elétrons e lacunas na região
que a junção ocorre, levando à ausência de portadores livres próximo à ela. Além disso, de
acordo com Boylestad e Nashelsky (2013), a região descoberta formada por íons positivos e
negativos é denominada região de depleção por conta da relação de depleção de portadores.
Observa-se, ainda, que, dependendo da forma como a polarização da junção é estabelecida
— na prática, como o diodo é ligado —, temos três possibilidades: sem polarização externa,
polarização direta ou polarização reversa.
No caso da ausência de polarização, a tensão na junção será nula, ou seja, . Isso
por conta da não circulação de corrente estabelecida e, consequentemente, do fluxo de carga
em qualquer sentido também nulo.
Caso dado potencial externo de volts seja aplicado à junção de modo que o terminal positivo
seja conectado ao material do tipo , enquanto o negativo seja conectado ao material do tipo ,
o número de íons positivos não combinados aumentará na região de depleção devido ao grande
número de elétrons livres que serão carregados pelo potencial externo. De forma semelhante,
há um aumento de elétrons não combinados no material do tipo , elevando a região de
depleção (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).
A baixa corrente estabelecida nessa configuração recebe o nome de corrente de saturação (
) por conta do comportamento de saturação dado pelo dispositivo. Com isso, temos a relação
.
Por último, tem-se que uma junção é polarizada de forma direta por uma fonte externa
caso se associe o terminal positivo ao material do tipo , e o negativo ao do tipo , forçando à
recombinação dos elétrons do material tipo e das lacunas do tipo com íons que estão
próximos à fronteira, levando à redução da largura da região de depleção (BOYLESTAD;
NASHELSKY, 2013).

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 5/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

É essa redução que leva a um fluxo mais intenso de portadores majoritários por meio da junção
e, por isso, tal configuração também é denominada forma de condução. A tensão é
estabelecida de modo que .
A próxima figura traz, do ponto de vista das formações e diminuições das regiões de depleção,
polarização e aspectos da condução, três possibilidades para a junção mencionadas até
aqui.

Figura 2 - Possibilidades para o funcionamento da junção


Fonte: BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013, p. 8-9.

#PraCegoVer: na figura, temos a junção representada em três possibilidades, sendo elas


sem polarização, polarização reversa ou direta. O material do tipo se encontra acima,
enquanto o do tipo está no meio. O caso sem polarização mostra a região de depleção
formada em torno da junção, com , sem . Já no meio, temos a polarização reversa

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 6/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

com o material ligado ao terminal negativo, e o material ligado ao terminal positivo da fonte,
com corrente majoritária nula e uma pequena corrente de saturação circulando. Por último, na
parte de baixo, tem-se a polarização direta da junção, com o material ao terminal positivo, e o
ao negativo, permitindo a condução devido à diminuição da região de depleção na junção dos
materiais.

Sabe-se, ainda, que a corrente no diodo pode ser definida para as polarizações direta e reversa

como , em que é uma constante igual a 11.600/ . Usamos de 1 para o

uso do germânio, 2 para o uso do silício ou 1 em casos em que haverá maior circulação de
corrente. Já representa a temperatura em Kelvin (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).

Você sabia?
É a possibilidade de variação da condutividade em um
material semicondutor, a partir da presença de átomos
diferentes no cristal puro, que se tem a fabricação de
diversos dispositivos eletrônicos pelo mesmo material
semicondutor, como o silício.

A seguir, estudaremos com mais detalhes os diodos semicondutores, tendo uma visão geral
destes, os principais modelos comerciais e as formas de polarização. No entanto, antes de
passarmos para o assunto, vamos colocar nossos conhecimentos adquiridos até aqui em
prática?

Vamos Praticar!
Vamos entender na prática como podemos considerar, no projeto
do dispositivo, a circulação de corrente elétrica a qual ele estará
sujeito? Para tanto, suponha que, no projeto de um novo diodo de
silício, seja necessário estimar a capacidade de condução de
corrente desse material. O que você faria nesse caso? Perceba que
uma possibilidade é estimar a corrente no diodo, correlacionando
com todos os seus parâmetros construtivos. Crie um relatório
explicando o passo a passo e, depois, compartilhe com seus
colegas!

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 7/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

1.2 Diodos
semicondutores

Um diodo semicondutor é formado por uma junção , sendo um dispositivo amplamente


utilizado no chaveamento de circuitos eletrônicos e, embora simples, de várias opções
comerciais.
Em polarização direta, o diodo funciona como circuito fechado (curto), ao passo que, em
polarização reversa, funciona como circuito aberto ou chave aberta.
A fim de compreendermos melhor a respeito do dispositivo, ao longo deste tópico, estudaremos
sobre o funcionamento de um diodo ideal para que, adiante, seja possível entender como
analisar circuitos que operam a partir do uso de diodos.

1.2.1 Visão geral sobre diodos semicondutores


Analisando um diodo ideal, observa-se um dispositivo condutor perfeito quando ele estiver
polarizado diretamente e, ao mesmo tempo, um isolante perfeito quando estiver polarizado de
forma reversa, com resistências nula e infinita, respectivamente. Outra aproximação válida e
mais próxima do comportamento real do dispositivo é considerar que o diodo só conduzirá a
partir de dada queda de tensão (geralmente 0,7 V para diodos de silício), para superação da
região de depleção em polarização direta (BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013).
Adicionalmente, para entender o uso desse dispositivo, suponha um circuito com um diodo ideal
para acionamento ou não de uma carga resistiva, por exemplo. Observa-se que a tensão na
carga poderá ser calculada aplicando o Teorema de Thévenin, considerando ou não os 0,7 V.
Entretanto, na maior parte dos casos, poderá ser necessário considerar outros aspectos da
junção e dos próprios materiais semicondutores, de modo que se sugere que o diodo seja
modelado considerando os 0,7 V e, ainda, uma resistência de corpo ( ). Quando a tensão
no diodo for maior do que 0,7 V, este conduzirá e apresentará a seguinte queda de tensão:
.
Por outro lado, conforme nos explica Malvino e Bates (2016), caso seja possível — e de forma
aproximada — desprezar os efeitos modelados pela resistência de corpo, estima-se a seguinte
relação, analisando o restante do circuito ao qual o diodo está associado, de 1% do circuito, ou
seja: .
A figura na sequência apresenta um resumo do funcionamento do diodo, considerando a queda
de tensão e a resistência.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 8/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Figura 3 - Aproximação para o diodo


Fonte: MALVINO; BATES, 2016, p. 82.

#PraCegoVer: na figura, do lado esquerdo, tem-se um gráfico da tensão em função da


corrente , em que, até 0,7 V, o diodo não possui corrente, mas, a partir dessa tensão, a
corrente é dada por uma reta com inclinação de . Do lado direito, tem-se a representação
do dispositivo na prática, com as polarizações reversa e direta, respectivamente, considerando
que será uma chave aberta ou fechada, em série com a fonte de 0,7 V e resistência .

Para o cálculo da resistência de corpo, é preciso levar em conta aspectos mais específicos da
folha de dados (data sheet) do dispositivo utilizado. Dessa forma, no próximo item, você verá
aspectos mais detalhados acerca dos diodos e, adicionalmente, como utilizar e interpretar a
folha de dados. Acompanhe!

1.2.2 Interpretando a folha de dados de um diodo


Considere a família 1N4000 como exemplo de dispositivo comercial, que corresponde a um
grupo de diodos da Farchild, amplamente utilizado na prática. Tendo em mente, mais
especificamente, os diodos 1N4001 a 1N4007, sabe-se que estes são utilizados para retificação
em geral e, assim, denominados diodos retificadores.
Tipicamente, esse tipo de dispositivo possui funcionamento semelhante ao apresentado
anteriormente, porém, na prática, a região de 0,7 V possui uma “transição” diferente e forma a
região de “joelho” entre saturação e condução.
Começando pela tensão de ruptura reversa, tem-se neste parâmetro o valor de segurança no
caso de polarização reversa. Para o diodo 1N4001, por exemplo, tem-se (tensão de pico
reverso repetitivo) de 50 V.
Já a corrente máxima direta representa, matemática e fisicamente, a capacidade de
condução. Escolhendo novamente o 1N4001, tem-se (corrente direta retificada média),
com º demonstrando que o dispositivo pode conduzir até 1 A, semelhantemente ao
valor anterior. Trata-se, inclusive, de um valor máximo que não deve ser alcançado na prática,
por segurança.
A queda de tensão direta ( ), por sua vez, é o valor para quando o dispositivo apresentar
corrente máxima direta. No caso do 1N4001, 1,1 V para 1 A.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bFn… 9/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

De forma semelhante, a corrente reversa máxima ( ) denota o valor à , que, no caso do


1N4001, é 10 em 25°C, podendo chegar a 50 em 100°C.
Com isso, percebemos o quanto é fundamental a manutenção da temperatura para que o
dispositivo continue apresentando as características desejadas ou, então, em casos específicos,
demonstre possíveis mudanças já esperadas.
Agora, vamos analisar o cálculo da resistência de corpo. Esta não se trata de um parâmetro
normalmente informado na folha de dados do diodo, mas pode ser estimada a partir dos valores
de tensão e corrente na região do joelho ou acima desta (estabelecidos com o subíndice 1),
bem como com valores de tensão e corrente em um ponto muito acima da região do joelho
(estabelecidos com o subíndice 2). Nesse sentido, temos que .
Como já informado, o valor de explicita diretamente a inclinação da curva, não devendo se
confundir tal parâmetro à resistência CC, dada pela tensão total no diodo pela corrente total
neste. Em condução direta, temos , enquanto que, em polarização reversa, encontramos .
Por isso, também são chamadas de resistência direta e reversa, respectivamente
(BOYLESTAD; NASHELSKY, 2013; MALVINO; BATES, 2016).
Ademais, observa-se que, na prática, a resistência CC será a de corpo acrescida do efeito
produzido pela barreira de potencial, o que nos permite concluir que a resistência de corpo é a
das próprias regiões e , e a resistência CC corresponde ao valor total de resistência à
corrente.
O próximo quadro apresenta um conjunto de valores para certas características dos diodos da
família 1N4001 a 1N4007.

Quadro 1 - Exemplos de características dos diodos, conforme datasheet da família 1N4001-1N4007


Fonte: Elaborado pela autora, 2020.

#PraCegoVer: no quadro, temos quatro colunas e quatro linhas. Na primeira linha, informa-se
com tensão reversa para 1 A de corrente, que valerá 1,1 V; na segunda linha, temos com
corrente máxima reversa à plena carga para a temperatura de 75°C, que é de 30 ; na
terceira linha, , que é a corrente reversa com para 25°C e 100°C, igual a 5 e 50 ,
respectivamente; e, na última linha, encontramos com capacitância total, 4 V e 1 MHz, dado
por 15 .

Adicionalmente, um método bastante comum para o cálculo da corrente e tensão no diodo é


utilizar as retas de carga do circuito para identificar a interface com o circuito ao qual o
dispositivo está associado. A corrente no diodo é dada por .
Para compreender como a relação da funciona na prática, considere um diodo ligado à uma
fonte de corrente contínua com tensão , com resistor e em série com um diodo. Sendo a
tensão na fonte de 2 V, resistência de 100 Ω, por exemplo, e tensão no diodo nula, observa-se
20 mA de corrente no circuito e, consequentemente, sabe-se o ponto de saturação. Já o ponto
de operação — que também é chamado de ponto Q — corresponde à intersecção que ocorre

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 10/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

entre a curva do próprio diodo e da reta de carga. Por outro lado, o ponto de corte do
dispositivo corresponde ao ponto no qual a corrente no diodo é nula. Para o exemplo, tem-se
.
O método das retas de carga para o exemplo é visto na próxima figura.

Figura 4 - Curva do diodo real e a reta de carga


Fonte: MALVINO; BATES, 2016, p. 92.

#PraCegoVer: na figura, temos um gráfico de tensão e corrente no diodo, plotado juntamente


com a reta de carga do circuito ao qual este está associado. A curva do diodo é semelhante a já
vista anteriormente, mas há a região do joelho, correspondente ao comportamento de
dispositivos reais. Em 20 mA, tem-se tensão nula (ponto de saturação); em 0,75 V, tem-se 12,5
mA e o encontro com a reta de carga (ponto de operação); e em 2 V, tem-se o ponto de corte. A
reta de carga vai de 0 V e 20 mA até 2 V e 0 mA.

Além disso, o ponto Q corresponde ao único que “solucionará” o circuito e o dispositivo,


trabalhando, de certa forma, em favor de ambos, complementarmente.

1.2.3 Aplicações
Sem dúvidas, um dos principais tipos de circuitos nos quais os diodos são utilizados são os
circuitos retificadores. Além destes, temos os circuitos ceifadores não polarizados, o ceifador
positivo e o ceifador negativo. Vamos conhecê-los de acordo com as explicações de Malvino e
Bates (2016)?

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 11/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Ceifadores não polarizados

Usados para retirar as partes negativas ou positivas de formas de onda, obtidos a partir
de diodos capazes de operar em altas frequências e com baixas potências (diodos de
pequenos sinais). 

Ceifador positivo

Retira as partes positivas do sinal de entrada, formado por uma resistência de entrada 
 junto à uma fonte, senoidal por exemplo, com   de tensão de pico, além do diodo
em paralelo com uma carga  .

Ceifador negativo

Retira as partes negativas e é formado pelos mesmos elementos do circuito anterior,


sendo que a diferença está no modo com o qual o diodo estará ligado para polarização
reversa ou direta, dependendo do semiciclo de operação da fonte.

Tratam-se de circuitos para aplicações em que se faz necessário controlar o sinal de saída para
que este se comporte de forma definida e esperada, como é o caso de circuitos para limitação
de amplitudes excessivas, por exemplo, ou a formação de certos tipos de sinais. Eles também
possibilitam o controle da quantidade de potência entregue à carga.
É fundamental, por isso, considerar a relação entre as resistências usadas e a própria
resistência do diodo (resistência de corpo), de modo que a seguinte relação geralmente será
válida para projeto de um ceifador, o mais próximo possível do comportamento ideal esperado:
.
O ceifador poderá ser aplicado, de fato, para a modelagem de formas de ondas, mas o mesmo
circuito pode ser utilizado de modo totalmente diferente, com mais um diodo, por exemplo.
Estes são os circuitos limitadores, também conhecidos como grampeadores de diodo, os
quais permitem a limitação da tensão em uma faixa específica.
Ademais, tem-se os circuitos ceifadores polarizados, que servem para variação do nível de
referência no qual será feito o “corte”, de ceifadores combinados e alguns circuitos de grampos
de diodos mais completos que permitirão aplicações mais abrangentes.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 12/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

A seguir, é possível observarmos um exemplo simples de um circuito ceifador negativo com a


forma de onda obtida na saída.

Figura 5 - Circuito ceifador negativo


Fonte: MALVINO; BATES, 2016, p. 119.

#PraCegoVer: na figura, na parte superior, encontramos o circuito, o qual demonstra a tensão


senoidal aplicada em sua entrada por meio da fonte, com a tensão de pico. A fonte no
circuito está em série com um resistor , sendo que o diodo retificador usado é paralelo à
carga, representada por , com seu anodo conectado ao negativo da fonte, e o catodo ao
positivo. Já a tensão de saída, vista no gráfico de baixo do circuito, traz os valores de tensão em
função do tempo, tendo como resultado os semiciclos negativos da senoide cortados em -0,7 V
por conta da queda no diodo, bem como picos positivos medidos em 20 V, o mesmo valor da
fonte de tensão utilizada como exemplo.

Outro exemplo importante de classe de circuito é formado pelos circuitos grampeadores, que,
em suma, permitem o deslocamento da forma de onda para que o sinal seja totalmente positivo,
assumindo o máximo de valores possíveis em todos os ciclos dentro da região positiva
(grampeador positivo) ou, então, dentro da negativa, caso o deslocamento faça o contrário
(grampeador negativo). Malvino e Bates (2016) mencionam que esse tipo de circuito funciona
de modo semelhante aos retificadores de meia onda, com filtro de entrada com capacitor.
Por último, tem-se os detectores de pico a pico, úteis para a realização de medições (sinais
não senoidais, por exemplo) ou, até mesmo, em áreas como comunicações e processamento
de sinais. Esse tipo de circuito é obtido da conexão em cascata entre grampeador e detector de
pico (MALVINO; BATES, 2016).

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 13/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

1.2.4 Tipos principais de diodos e diodos comerciais


O diodo Zener é um dos principais exemplos de diodos especiais, os quais, diferentemente dos
retificadores ou dos diodos de pequenos sinais, são projetados especificamente para operação
na região de ruptura. Com isso, torna-se possível alguns efeitos, como manter a tensão
constante. Malvino e Bates (2016) nos trazem que, dessa forma, tais dispositivos são
largamente utilizados em aplicações de regulação de tensão e/ou circuitos, nos quais o principal
objetivo é manter a tensão constante ou o mais próximo possível.
Considerando-se, então, seu funcionamento, na região de fuga — que corresponde o zero até a
ruptura —, temos uma nova relação tensão-corrente. Nela, é o valor da tensão no diodo,
é o valor da corrente particular de teste e é a corrente reversa máxima, assim como temos
em um diodo retificador, por exemplo, dados em data sheet (MALVINO; BATES, 2016). Na
região reversa, a resistência de corpo corresponde à resistência Zener.
A figura a seguir resume o funcionamento desse dispositivo. Observe com atenção!

Figura 6 - Diodo Zener


Fonte: MALVINO; BATES, 2016, p. 158.

#PraCegoVer: na figura, do lado esquerdo, temos as duas representações em circuito mais


comuns do diodo Zener. Já do lado direito, tem-se a curva tensão versus corrente para a curva
característica do dispositivo, que está demonstrando a ênfase na operação na região de ruptura
do dispositivo pela extensa projeção desta com relação às demais típicas de um diodo. Além
disso, tem-se no gráfico marcados os valores de -VZ e das correntes -IZT e -IZM.

A próxima figura, por outro lado, traz um exemplo prático de um circuito regulador de tensão,
utilizando o diodo Zener.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 14/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Figura 7 - Circuito simples regulador de tensão


Fonte: MALVINO; BATES, 2016, p. 145.

#PraCegoVer: na figura, temos uma fonte de alimentação com tensão ajustável, de amplitude
em série com um resistor para controle e interface . Em seguida, tem-se em paralelo o
diodo Zener, com o anodo ligado ao negativo da fonte, e o catodo ao positivo. Este está,
também, em paralelo com a carga, representada pelo resistor .

Visto a respeito disso, vamos colocar nossos conhecimentos em prática com uma atividade?
Assim, você poderá fixar o conteúdo e já praticar para quanto precisar responder a questões
mais complexas. Confira a seguir!

Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Partindo para a optoeletrônica, tem-se os LEDs (do inglês Light Emissor Diode) ou diodos
emissores de luz, os fotodiodos, os acopladores óticos e os diodos laser. Entre estes, tomando
como exemplo os LEDs, sabe-se que seu funcionamento básico pode ser explicado a partir de
um circuito simples, formado por uma bateria, um resistor e o LED em série, por exemplo. A
corrente no circuito será dada da mesma forma que no caso do uso de um diodo comum.
Além disso, os LEDs poderão estar associados aos mais diversos tipos de circuitos e
aplicações, pois servirão para alertas luminosos e até em casos de circuitos de potência, para
maior eficiência luminosa, por exemplo.

Você quer ler?


O artigo Diodos Emissores de Luz e Concentrações de
BAP na Multiplicação In Vitro de Morangueiro, escrito por
Paulo Sérgio Gomes da RochaI, Roberto Pedroso de
OliveiraI, Walkyria Bueno ScivittaroI e Ulisses Lyra dos
Santos, tem como principal objetivo analisar aspectos
específicos do cultivo de morangos como o uso de BAP
(6-benzilaminopurina) e a capacidade de auxílio dos

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 15/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

LEDs no contexto. Para entender melhor sobre o


assunto e se aprofundar na temática, clique no botão
abaixo e leia o texto na íntegra!
Acesse
(https://www.scielo.br/pdf/cr/v40n9/a699cr2985.pdf)
Por último, tomando como exemplo os diodos Schottky, tem-se a solução para problemas
oriundos de aplicações de pequeno sinal, no caso de aumento de frequência. Eles também são
chamados de diodos de portador quente.
Conforme Malvino e Bates (2016), oferecem como vantagem a ausência da carga armazenada,
que levará com que esse tipo de diodo, na prática, entre em corte mais rápido do que um diodo
comum. Dessa maneira, são dispositivos amplamente utilizados na computação digital.

Vamos Praticar!
Suponha que você é o responsável pelo projeto de um circuito
regulador simples de tensão. Em seu projeto, há uma fonte CC,
capaz de operar entre 20 e 40 V; um resistor associado à ela, com
800 Ω; e um diodo Zener, que possui 10 V de tensão de ruptura. Ao
analisar, você opta por utilizar para o circuito um resistor de saída
de 800 Ω. Deseja-se saber, então, para que seja possível prever as
condições de operação do circuito projetado, quais os valores
mínimo e máximo para a corrente nesse diodo. Tente fazer os
cálculos!
Solução: 12,5 e 37,5 mA. Isso porque a corrente mínima é dada
quando a tensão na fonte é mínima. Além disso, deve-se descontar
a tensão de ruptura do diodo. Assim, pela Lei de Ohm, tem-se 
. Por outro lado, a corrente máxima é dada
quando a tensão na fonte é máxima, tal que se tem a seguinte
corrente máxima no diodo:  .

1.3
Retificadores

A partir de agora, você conhecerá uma das principais classes de aplicações dos diodos: a
retificação CA/CC. Assim, ao longo deste tópico, abordaremos alguns dos circuitos eletrônicos
mais importantes utilizados para a transformação de um sinal de corrente alternada (CA) em um
sinal contínuo, tomando como exemplo os circuitos desenvolvidos com diodos (retificadores não
controlados).

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 16/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Você o conhece?
O surgimento de retificadores remonta ao século XVIII, de
grandes nomes como Conde Alessandro Giuseppe Antonio
Anastasio Volta, que já estudava as ideias de Luigi Galvani
para invenções de vários dispositivos, como a pilha. Químico
e físico, Volta é considerado um dos pioneiros da eletricidade
e da potência, sendo que outra descoberta bastante notável
do cientista foi a do gás metano (CHAGAS, 2000).

A potência em corrente alternada ( ) pode ser definida em função dos valores RMS —
também chamados de eficazes — da tensão e da corrente de saída, em que temos
.
O valor da potência de saída, potência CC, é dado a partir dos valores médios da tensão e
corrente da carga, resultando em , o que permite definir que a eficiência de um
retificador é, basicamente, dado por (RASHID, 2014).
Começaremos nossos estudos, então, pelos circuitos retificadores de meia onda e, em seguida,
veremos sobre os retificadores de onda completa, além dos retificadores trifásicos, juntamente
com os principais aspectos de projeto deles.

1.3.1 Retificadores de meia onda


Os retificadores de meia onda recebem tal nomenclatura por converterem um sinal CA em um
sinal formado pelos semiciclos positivos. Eles também são conhecidos como retificadores de
um pulso devido à simplicidade do circuito.
Tais ratificadores podem se dividir em tipos básicos por conta da carga associada. Tomando
como exemplo o uso de carga resistiva, tem-se o seguinte circuito e as formas de onda
correspondentes nos elementos:

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 17/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Figura 8 - Circuito retificador meia onda com carga resistiva


Fonte: AHMED, 2008, p. 150.

#PraCegoVer: na figura, temos, do lado esquerdo, o circuito com a fonte senoidal (CA) em
série com o diodo retificador e o resistor, que representa a carga. As formas de onda são vistas
do lado direito, com as tensões de entrada e saída — de mesmo pico, somente com os
semiciclos positivos. A corrente de saída também é representada por semiciclos positivos, ao
passo que a tensão no diodo traz somente os semiciclos negativos.

A tensão média na carga é dada por , sendo a tensão de alimentação do


circuito, e o máximo que a fonte fornece. Assim, nesse caso de carga resistiva ,
Ahmed (2008) nos explica que teremos a seguinte expressão: .
Já para a corrente, tem-se que, para , , com valor da corrente dado
por . A capacidade de suportar a tensão reversa — inclusive se trata de uma
informação acerca sobre qual tipo de diodo deve ser usado — é denominada como PIV ou PRV,
dada pelo valor nominal da .
A potência de saída média, por sua vez, pode ser dada pela seguinte relação:
. Similarmente, a potência de entrada se dá por .
²

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 18/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Para avaliar a qualidade da tensão de saída, além da própria eficiência, outras medidas são
sugeridas, como o fator de forma (FF), em que temos ; e o fator de ondulação

(RF), resultando em .
Note que é desejável que a tensão RMS seja igual à média. Considerando-se a carga resistiva,

o fator de ondulação (RF) pode ser reescrito como .

Temos, ainda, que a quantidade de pulsos é dada pela frequência fundamental de ondulação,
dividida pela frequência da fonte.
Considerando-se, por outro lado, uma carga indutiva, o arranjo é similar. Nesse caso, observa-
se alguns comportamentos distintos por conta da presença do elemento passivo e da sua
relação de carregamento, em que será o ângulo de condução, a depender do valor do
indutor e do resistor, de forma que a tensão média na carga é dada pela expressão
. De forma similar, a corrente será .
Em aplicações de alta potência, os circuitos de um pulso possuem grandes limitações por
conta da baixa tensão fornecida na saída e da grande ondulação do sinal CC obtido na saída.
Dessa maneira, geralmente para cargas indutivas, utiliza-se o arranjo do retificador com um
diodo de roda livre, um diodo extra colocado para promover um novo caminho de circulação
da corrente.
Esse tipo de circuito retificador se destina ao uso em geral de aplicações de baixa potência,
alternativamente aos retificadores de meia onda, podendo ser escolhido frente a estes por
impedir o surgimento de uma tensão negativa na carga. Tal surgimento, por sua vez, deve ser
evitado por acarretar em aumentos no valor médio da tensão de saída e da corrente de saída
média.
Ademais, ressalta-se que, nesse tipo de circuito, há as mesmas formas de onda obtidas em um
circuito retificador de meia onda, com carga puramente resistiva.
Visto sobre os retificadores de meia onda, vamos passar ao estudo dos retificadores de onda
completa, que recebem tal denominação pela quantidade de diodos utilizada e por trabalhar
com o sinal de entrada “completo”.

1.3.2 Retificadores de onda completa


Tomando como exemplo os circuitos retificadores de onda completa com cargas que podem ser
consideradas puramente resistivas, temos o seguinte arranjo:

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 19/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Figura 9 - Circuito retificador de onda completa com transformador central


Fonte: Elaborada pela autora, baseada AHMED, 2008.

#PraCegoVer: na figura, do lado esquerdo, tem-se o circuito com a fonte de entrada, o


transformador associado à ele e este fazendo a ligação com o circuito, que possui um diodo, a
carga logo abaixo e outro diodo no mesmo sentido. No lado direito, tem-se as formas de onda
da tensão de entrada (pico ) e da tensão de saída, com semiciclos positivo e negativo igual a
um positivo (pico e valor da tensão média). As correntes de e têm relação direta
quanto à quando os dispositivos disparam. Encontramos, junto, a corrente de saída (pico de
), assim como as tensões de saída nos dois diodos.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 20/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Rashid (2014) menciona que a tensão de saída é dada por . Note que o valor da
tensão é o dobro do valor estabelecido para um retificador de meia onda com a mesma carga.
Esse parâmetro também é válido para o cálculo da corrente, de modo que a corrente de saída
RMS é dada como .
Considerando um retificador de dois pulsos que utiliza um transformador com terminal central,
observa-se, ainda, que o valor nominal da relação de PIV será dada por , ao passo
que a corrente média do diodo é . Por último, a RMS é
.

Com relação à potência média entregue à carga, tem-se que esta será de . Já
²

para a potência AC, temos .


Caso o tipo de carga também inclua uma indutância, para esta, imaginamos a mesma
configuração de retificador de dois pulsos, com os mesmos cálculos, com exceção da corrente
RMS no diodo. Assim, .
Agora, analisaremos um arranjo bastante utilizado para retificadores monofásicos: o retificador
de quatro pulsos (onda completa com ponte). A figura a seguir apresenta o circuito e as formas
de onda correspondentes para o caso de uma carga puramente resistiva:

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 21/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Figura 10 - Retificador de quatro pulsos para uma carga resistiva


Fonte: Elaborada pela autora, baseada em AHMED, 2008.

#PraCegoVer: na figura, do lado esquerdo, temos o circuito retificador de quatro pulsos com
carga resistiva, com os terminais da fonte ligados a um transformador elétrico de 1:1. Os
terminais do equipamento, por sua vez, estão ligados à uma ponte com quatro diodos. A carga
resistiva está no meio da ponte. Do lado direito, tem-se as formas de onda correspondentes da
tensão da fonte (pico ), da tensão de saída (pico ), das correntes no par de diodos 2 e 3,
bem como no par 1 e 4. A corrente de saída possui a mesma forma de onda de ciclos positivos
senoidais da tensão de saída. Ainda temos a tensão no par de diodos 2 e 3, e a corrente na
fonte, que é a mesma no diodo 2, menos a corrente do diodo 1.

Conforme nos explica Rashid (2014), as duas únicas diferenças com relação ao
equacionamento, no caso do retificador de quatro pulsos com carga resistiva, está no PIV
para os diodos, que é dada por . A corrente média em cada um deles se dá por
.
Assim, perceba que se trata de uma grande vantagem da configuração, já que, nesse caso, o
diodo deverá suportar somente , e não o dobro desta, como na configuração anterior.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 22/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Para o caso de um retificador de quatro pulsos com carga indutiva, a corrente na carga não
será de meia onda senoidal, embora o valor médio da corrente permaneça o mesmo anterior. A
corrente AC na linha, nesse caso, não será mais senoidal, o que é denotado pela forma de onda
quadrada observada. Diferentemente da carga resistiva, a corrente na fonte é dada por
(RASHID, 2014).
Adicionalmente, a tensão média na carga é dada por , em que
. Já a corrente média é obtida pela divisão por R. Dessa forma, a corrente RMS é
dada por .
Como os diodos conduzem de forma alternada, tem-se que e .

Caso
Considere que você é o engenheiro responsável pela instalação
de um motor de corrente contínua em uma importante linha de
produção, a qual está somente aguardando a instalação do
equipamento. Considerando que a rede disponível é trifásica CA,
com 60 Hz e 220 V, e que o motor deverá receber 100 V em CC,
qual seria uma possível forma de instalar corretamente o
equipamento?
Bem, sendo a rede trifásica CA e que o equipamento opera em
CC, é evidente que será necessário o uso de um circuito
retificador. Como a rede é trifásica, o circuito também deverá ser.
Além disso, sugere-se o uso de um transformador. Mais ainda,
observando as características indutivas do motor, o caminho será
projetar um retificador de seis pulsos com transformador para
cargas indutivas.

Agora, vamos analisar alguns exemplos de retificadores não controlados destinados à rede
trifásica.
Existem, similarmente ao que foi apresentado para os monofásicos, retificadores de meia
onda — conhecidos como retificadores de três pulsos — tanto para cargas resistivas quanto
para cargas indutivas. Além deles, existem os retificadores trifásicos de onda completa —
conhecidos como retificadores de seis pulsos —, também para cargas resistivas e indutivas.
Tomando como exemplo um retificador de seis pulsos para uma carga resistiva, tem-se um dos
circuitos mais importantes de alta potência, que pode ser ligado diretamente à fonte trifásica ou
por meio de um transformador trifásico, similarmente ao que era feito nos retificadores
monofásicos.
De acordo com Ahmed (2008) esse tipo de circuito fornece uma saída com menor quantidade
de ondulações quando comparado ao retificador de três pulsos e, mais ainda, em comparação
aos retificadores monofásicos.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 23/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

A figura na sequência apresenta as formas de onda das tensões de entrada desse tipo de
circuito, dada uma fonte trifásica qualquer. Analise com atenção!

Figura 11 - Formas de onda da fonte de tensão trifásica


Fonte: AHMED, 2008, p. 236.

#PraCegoVer: na figura, temos uma ilustração com gráficos da tensão trifásica de entrada. Na
parte superior, encontramos as três tensões de linha com a sequência de fase ABC, que são
, e , com pico máximo em . Na parte inferior, tem-se as tensões de linha
e somente, com tensão de referência no terminal B dada pela das defasagens.

O quadro seguinte, por sua vez, resume a operação dos seis diodos utilizados, mostrando qual
é a tensão positiva mais alta, qual é a negativa mais alta e quais são os pares de diodos ligados
para cada período de análise.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 24/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Quadro 2 - Operação dos diodos nos períodos de alternância para o retificador de seis pulsos com carga resistiva
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em AHMED, 2008.

#PraCegoVer: no quadro, temos cinco colunas e oito linhas. Na primeira coluna, há o período
(de 0 a 360º), seguido da tensão positiva mais alta (de A a C), tensão negativa mais alta (de A a
C) e diodos ligados divididos entre impares e pares (de D1 a D6). No caso, o 0 a 60º está para
C, B, D5 e D6, respectivamente. 60 a 120º está para A, B, D1 e D6, respectivamente. 120 a
180º está para A, C, D1 e D2, respectivamente. 180 a 240º está para B, C, D3 e D2,
respectivamente. 240 a 300º está para B, A, D3 e D4, respectivamente. Por fim, 300 a 360º está
para C, A, D5 e D4, respectivamente.

A tensão média na carga para esse caso é dada a partir do valor do retificador de três pulsos,
aproximadamente . Similarmente, define-se a tensão em função da linha
.
A partir das correntes nos diodos, por outro lado, é possível calcular as correntes de linha, em
que temos , e .
Na figura a seguir, temos a forma de onda da saída desse circuito em comparação com a
entrada.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 25/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Figura 12 - Forma de onda da tensão de saída em comparação com a entrada


Fonte: AHMED, 2008, p. 238.

#PraCegoVer: na figura, na parte superior, encontramos a tensão de entrada, trifásica e


senoidal, representada pela sequência ABC. As tensões positiva e negativa também são
vista, sendo que a positiva é dada por . Já na parte inferior, tem-se o sinal de saída,
demonstrando o comportamento a cada período de 60°, com uma ondulação correspondente a
cada período deste devido ao chaveamento dos diodos. São indicados os valores das tensões
máxima, média e mínima, com 1,414 , 0,955 ou 1,35 e 1,225 , respectivamente.

A corrente na carga é dada por . Similarmente, a corrente média em cada


diodo será , ao passo que a RMS será .

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 26/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Para esse circuito, tem-se, ainda, que o fator de ondulação é de .A


frequência dessa ondulação será dada por .
Por último, mas não menos importante, a tensão máxima de bloqueio de um diodo é dada
por .

Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Como vantagens gerais de retificadores trifásicos, com base em Ahmed (2008) e Rashid (2014),
é possível apontar:

maior valor da tensão de saída obtido a partir de uma mesma tensão de entrada;

menores amplitudes são vistas nas ondulações, o que permite, na prática, a obtenção de uma
tensão de saída mais limpa;

maior frequência de ondulação, possibilitando que o processo de filtragem seja mais


simplificado;

a eficiência total é, tipicamente para esses retificadores, mais alta.

Perceba, ainda, que o processo de filtragem posterior poderá ser demandado. Uma boa opção é
o uso de filtros com indutor e capacitor, os quais devem ser dimensionados conforme aspectos
do próprio circuito.

Vamos Praticar!
Em muitos casos, poderá ser necessário especificar, adicionalmente ao
projeto do retificador, um circuito de filtro para que o sinal entregue à
carga se torne ainda mais próximo de um sinal CC. Para tanto, são
utilizados circuitos com indutores e capacitores, os quais farão a
“neutralização” de ripples. Dessa forma, disserte acerca de como esse
sinal de saída poderia ser tratado, na prática, especialmente
considerando o atendimento de circuitos mais sensíveis à variação da
tensão. Um exemplo é o filtro de entrada com indutor (bobina ou
choque), que terá em série com a fonte de entrada (tensão de saída do
retificador) um indutor e, em paralelo, um capacitor. Para escolher os
valores de parâmetros desse circuito ou outro tipo de filtro, o projetista
deve ter em mente a compatibilidade com o que se deseja para saída,
atentando-se sempre às possíveis sensibilidades da carga. Vamos
tentar?!

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 27/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

Conclusão
Chegamos ao final da primeira unidade da disciplina de Eletrônica
Analógica. Aqui, pudemos compreender a importância do uso dos
materiais semicondutores para o desenvolvimento de uma série
de dispositivos, incluindo os diodos semicondutores, utilizados na
transformação de um sinal CA em um sinal contínuo, por exemplo.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

aprender mais detalhes sobre as propriedades físicas dos


materiais semicondutores, os quais permitiram o
desenvolvimento de dispositivos como diodos e transistores;

entender como funcionam os diodos semicondutores e as


especificações acerca do uso destes;

identificar mais detalhes sobre os retificadores não controlados,


desenvolvidos a partir de diodos;

entender como pode ser feito o projeto de um retificador


trifásico.

Referências
AHMED, A. Eletrônica de potência. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2008.
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos
eletrônicos e Teoria de Circuitos. São Paulo: Prentice-Hall,
2013.
CHAGAS, A. P. Os 200 anos da pilha elétrica. Química Nova, São Paulo, v. 23, n. 3, p.
427-429, maio/jun. 2000. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/qn/v23n3/2832.pdf
(https://www.scielo.br/pdf/qn/v23n3/2832.pdf). Acesso em: 25 nov. 2020. 
MALVINO, A. P.; BATES, D. J. Eletrônica. Porto Alegre: AMGH, 2016. v. 1.
RASHID, M. H. Eletrônica de potência: dispositivos, circuitos e aplicações. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2014.
REZENDE, S M. Materiais e dispositivos eletrônicos. São Paulo: Livraria da Física,
2004.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 28/29
12/05/2023, 22:16 Eletrônica analógica

ROCHA, P. S. G. da et al. Diodos emissores de luz e concentrações de BAP na


multiplicação in vitro de morangueiro. Ciência Rural, Santa Maria, v. 40, n. 9, p. 1922-
1928, set. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cr/v40n9/a699cr2985.pdf
(https://www.scielo.br/pdf/cr/v40n9/a699cr2985.pdf). Acesso em: 20 nov. 2020.
VISITAMOS o museu da Intel! Veja como é feito um chip e conheça a história da
empresa. [S. l.], [s. d.]. 1 vídeo (17 min). Publicado pelo canal Adrenaline. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=AuUOrrW8YOU
(https://www.youtube.com/watch?v=AuUOrrW8YOU). Acesso em: 23 nov. 2020.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=6UMmT2C9sx%2f21bBCcTEFnw%3d%3d&l=Zbwfx%2bgqWnmsWECnzbkNtg%3d%3d&cd=3u%2bF… 29/29

Você também pode gostar