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CURSO BÁSICO DE
OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE
GLP REFRIGERADO
1ª PARTE
CONCEITOS BÁSICOS
Índice
INTRODUÇÃO
5. DIAGRAMA DE MOLLIER
5.1 Conceituação
5.2 Transformações Termodinâmicas
6. FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
6.1 Conceituação
6.2 Funcionamento de Um Refrigerador
6.3 Ciclo Básico de Refrigeração
INTRODUÇÃO
I - CONCEITOS BÁSICOS:
Destinado a fornecer aos operadores os conceitos teóricos
básicos, necessários à compreensão do restante do curso. Como o
objetivo do nosso curso é propiciar aos operadores conceitos que
possam ser facilmente assimilados em seu trabalho, este capítulo
inicial foi resumido ao mínimo necessário. Para isso, as definições e
conceitos aqui tratados, são apresentados, de maneira simplificada,
pouco rigorosa e em alguns casos de forma incompleta, que,
entretanto, atendem ao objetivo inicialmente proposto.
II - EQUIPAMENTOS:
Nessa parte do curso são apresentados os conceitos gerais
sobre a operação e o funcionamento dos equipamentos instalados
nos Terminais. A operação dos equipamentos específicos de cada
Tancagem será objeto de um treinamento posterior a ser realizado
pelo método de estudo dirigido e prática no campo.
Pressão exercida sobre certa superfície é a força que atua em cada unidade de
área. Numericamente teríamos:
P= F F = Força
A A = Área de atuação da força
- Pressão atmosférica:
É a pressão exercida pela camada de ar que envolve a terra. A pressão
atmosférica depende da altitude.
Ao nível do mar equivale a 14,7psi ou 1,033 Kgf/cm2.
- Pressão manométrica:
É a pressão indicada por um manômetro convencional. Não é levada em conta
a influência da pressão atmosférica (o zero corresponde a pressão de 1atm)
- Unidades: Kgf/cm2 ou psig
- Pressão absoluta:
É o valor da pressão quando consideramos o efeito da pressão atmosférica (o
zero corresponde ao vácuo absoluto)
-Unidades: Kgf/cm2 abs. ou psia
Figura 1.1
2
3
pa = pm + patm
1
pm 2
pabs
0
1
Pressão
-1 Atmosférica
0 Vácuo Absoluto
Pressão Pressão
Manométrica Absoluta
6
Exemplos:
1) Qual é a pressão absoluta de um produto numa linha, cujo manômetro
registra 10 Kg/cm2?
2) Qual é a pressão manométrica (em psig) do vácuo absoluto?
3) Qual seria a pressão necessária para levantar o teto do tanque da Ilha
Redonda? Supor: Peso do teto: 30 t
Área do fundo do tanque: 500m2
- Pressão de vapor
Pressão de vapor a uma determinada temperatura é a pressão na qual
coexistem as fases liquida e vapor em equilíbrio.
Para facilitar o entendimento desse conceito, consideremos um pistão cheio de
líquido, do qual diminuímos a pressão, pela movimentação da haste, como
mostra a figura abaixo. A uma determinada pressão observaremos a formação
de vapor. A pressão permanecerá constante, até que se evapore todo o líquido.
Essa pressão recebe o nome de pressão de vapor.
líquido
líquido + vapor
Pressão de Vapor
vapor
1 F
2 F
3 F
Pv
Os líquidos mais voláteis são aqueles que têm maior pressão de vapor. Assim
sendo, a nafta tem maior pressão de vapor que a água.
Os gases são substâncias que têm pressão de vapor superior à pressão
atmosférica, na temperatura ambiente. Por exemplo, a pressão de vapor do
butano à temperatura ambiente é de 2,0 Kg/ cm2. Portanto, o butano
armazenado numa esfera pressurizada (sem refrigeração), terá essa pressão,
pois há o equilíbrio das duas fases. Se refrigerarmos esse produto, teremos
uma diminuição da pressão. A -6ºC o butano pode ser armazenado em
tanques, à pressão praticamente atmosférica.
Resumindo:
P = Pv Líquido + Vapor
EXERCICIOS:
3) Duas esferas estão cheias com o mesmo produto. Uma delas registra a
pressão de 3,1 Kg/cm2 e a outra 2,9 Kg/cm2. O que podemos concluir a
respeito das temperaturas desses produtos?
8
1.2 - ENERGIA
Energia de
pressão (bomba)
P=m
V
1.5 - DENSIDADE
d=
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EXEMPLOS:
1) Qual é a densidade da gasolina?
Dado: peso específico da gasolina 750 Kgf/m3
2) Explique o princípio de funcionamento do balão de São João?
3) Explique o princípio de funcionamento do separador de água e óleo?
4) Quais são o peso específico, a massa específica e a densidade de um
produto, sabendo que um litro desse produto pesa 780g?
1.6 - VISCOSIDADE
Símbolo de viscosidade: µ ou δ
Unidade mais comum: SSU
Viscosidade (µ)
Temperatura (T)
1.7 - TEMPERATURA
1.7.1 – Conceituação
Conforme veremos com maiores detalhes mais a frente, as substâncias
são constituídas por partículas extremamente pequenas chamadas de
moléculas. Essas partículas se encontram em constante movimento. A
temperatura de um corpo é a medida do grau de agitação das suas
moléculas (ou da energia cinética das moléculas).
Nos sólidos o movimento das moléculas é de vibração. Na figura 1.3.1
mostramos um mesmo corpo sólido em duas temperaturas T1 e T2 sendo
que T1 >T2. A movimentação (vibração) das moléculas na temperatura
T2 é mais intensa do que na temperatura T1.
T2 >T1
Molécula
s
T1 T2
ºF – 32 = ºC
9 5
K = ºC + 273
12
1.8 - CALOR
1.8.1 - Conceituação
A B
Q
Ta < Tb
Ta Tb
1.9.1 – Conceituação
Quando definimos calor, dissemos que é um tipo de energia “em
trânsito”, ou seja, uma energia que se transfere de um corpo mais
quente (de maior temperatura) para um corpo mais frio (de menor
temperatura). No exemplo dado nessa definição, os dois corpos eram
sólidos e estava em contato propiciando uma transferência de calor
entre eles chamada condução. Esse é um caso particular de
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∆T = T2 –T1
A T2 < T1
e
T1 T2
Fig. 1.3.8 – Transferência de Calor por Condução
Numericamente teríamos:
Q = K.A. ∆T
t e Onde:
K = condutividade térmica
Exemplo:
Qi = Calor incidente
Qr = Calor Refletido
Qa = Calor absorvido
Qi
Qi
Qr
SUPERFICIE SUPERFICIE
Qr
CLARA ESCURA
Qa
Qa
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Exercícios:
T (ºF)
100
Qs3
Vapor
Tempo de QL2 Liq.+vap.
Vaporização
Qs2
Líquido
Tempo QL1 Sol.+liq.
de Fusão
Qs1
Sólido
-460
BTU/lb
Fig. 1.3.11 – Entalpia do Butano a 100ºF e Pressão atmosférica
Exemplo:
b) Moléculas
Tomando-se uma substância pura e dividindo-a até chegar-se à mínima
porção que pode ocorrer, mantendo as propriedades do conjunto,
obtém-se a partícula que chamamos de molécula.
Portanto, molécula é o mínimo de uma substância que pode existir em
estado livre mantendo suas propriedades físicas e químicas
características.
Exemplos:
1) Uma molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um
átomo de oxigênio. Se separarmos essa molécula obteremos dois gases
(hidrogênio e oxigênio) com propriedades físicas e químicas
completamente diferentes da água.
H H
H
|
H–C–H
|
H
b) Fórmula estrutural
A fórmula estrutural é uma representação das substâncias que, além da
quantidade dos átomos que constituem as suas moléculas, informa o tipo de
ligação entre elas.
Representamos abaixo as fórmulas dos produtos que podem ser armazenados
nos Terminais de GLP:
FÓRMULA FÓRMULA
SUBSTÂNCIA
MOLECULAR ESTRUTURAL
H H
a) N-Butano H – C – C – C– C – H
H H H H
H H H
C4H10 H – C – C– C – H
b) I-Butano
H H
H – C –H
H
BUTENOS H H H H
a) Buteno 1 C=C–C– C –H
(Butileno)
C4H8 H H H
H H H H
b) Buteno 2
(Butileno) H–C–C= C–C–H
H H
H H H H
C =C – C =C
BUTADIENO C4H6
H H
H H H
H–C–C–C–H
PROPANO C3h8
H H H
22
F1
F2
F3
F (3kgf)
F4
F5
2
P = 3kgf/cm
F6
1cm2
T1 T2
T1 > T2
P V = cte ou
T
P1 V1 = P2 V2
T1 T2
Exercícios:
1) Suponhamos que uma esfera pressurizada estivesse vazia e
recebesse água para teste hidrostático até o seu nível máximo,
com todas as demais válvulas fechadas. Qual seria a pressão
no topo da esfera ao final da operação? Qual seria essa
pressão se a esfera ao invés de ar estivesse cheia de vapor de
butano?
2) Para realização do teste de resistência ao vácuo dos tanques
de GLP refrigerado, foi utilizado o seguinte procedimento:
• O tanque recebeu certa quantidade de água com as
válvulas do topo abertas.
• Fecharam-se todas as válvulas do topo do tanque e
efetuou-se a drenagem da água até ser atingida a pressão
desejada.
Qual seria a menor quantidade de água necessária para se
atingir a pressão de teste (-5 gf/cm²)?
• Dado: volume do tanque = 20.000m³
A fase líquida é bem mais densa que a fase vapor, o que significa que o
número de moléculas por unidade de volume do líquido é bem maior que
o da fase vapor, conseqüentemente, o movimento e a velocidade de
deslocamento das moléculas são bem menores.
4.1.1 - Vaporização
Chama-se vaporização o fenômeno de passagem do estado líquido para
o estado gasoso. Quando a mudança de fase ocorre lentamente, e
somente na superfície do líquido, a qualquer condição de pressão e
temperatura, ela recebe o nome de evaporação. Se a mudança de fase
for violenta e houver a formação de bolhas de vapor no meio do líquido,
ela recebe o nome de ebulição. A ebulição de cada líquido ocorre, para
cada pressão, à uma temperatura determinada.
Um líquido poderá vaporizar-se pelo aumento de temperatura (à pressão
constante) ou redução da pressão (à temperatura constante) ou numa
combinação de ambos os processos.
26
P = 760 mm hg
Vapor a 100ºC
Vapor
Vapor Líquido
100°C
Líquido
100ºC
Ponto de Bolha Ponto de Orvalho
Ponto de bolha
Vapor
Volume
VAPORIZAÇÃO
Fig. 1.6.2 – INTERPRETAÇÃO MICROSCOPICA DO FENÔMENO DA
Portanto, vemos que aumentando a temperatura do líquido, aumenta a
velocidade das moléculas e, conseqüentemente, a sua vaporização.
F
F
F
Vapor
Primeira Líquido
bolha de
vapor Líquido
PONTO DE BOLHA PRESSÃO DE VAPOR PONTO DE
DA ÁGUA ORVALHO
P
Ponto de Orvalho
Liq + vapor
Vapor
Ponto de Bolha
Volume
Fig. 1.6.3 – VAPORIZAÇÃO DE AGUA POR REDUÇÃO
A redução da pressão sobre a superfície do líquido diminui a resistência à
saída das moléculas da água provocando a vaporização (explicação
simplificada).
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4.1.2 - CONDENSAÇÃO
Exercício:
a) Substância Pura
Se realizarmos diversas experiências como a apresentada na figura
1.6.1, só que para diferentes pressões sobre o pistão, observaremos
que a medida que a pressão aumenta (pela colocação de pesos sobre o
pistão) a temperatura de ebulição aumenta, mudando os pontos de
bolha e orvalho. Ligando os pontos de bolhas, a diferentes pressões, e
os pontos de orvalho nessas pressões, teremos uma curva (curva
pontilhada da na figura 1.6.4) onde na região à esquerda a substância
encontra-se no estado líquido, o patamar interno à curva pontilhada
indica uma transformação, à temperatura constante, onde ocorre a
mudança de fase. Há, portanto, uma coexistência entre as fases líquidas
e vapor. Na região à direita, temos a fase vapor.
T
C P2
P1 = cte = 1atm
L+V
L V
V
Fig. 1.6.4 – EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR PARA UMA SUBSTÂNCIA PURA
Analogamente, se fizermos diversas transformações à temperatura constante,
teremos os diagramas apresentados nas figuras 1.6.5 e 1.6.6.
P
D T = cte
Líquido
Ponto de orvalho
Ponto de bolha
B
0 liq. + vapor
A
V
Fig. 1.6.5 – DIAGRAMA PRESSÃO x VOLUME – SUBSTÂNCIA PURA
30
P no ponto B = P no ponto C
P T3
T4
C B
Pb Condensação T3
T2
Expansão
são
T3
res
T2
mp
Co
T1
T2
D
Pa Evaporação T1 A
T1
hC hA hB h
hD
Líquido
Temperatura Constante
Líquido + vapor
Vapor
V
Fig. 1.6.7 – DIAGRAMA PRESSÃO x VOLUME – SISTEMA
DE DOIS COMPONENTES
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Exercícios:
1) Explique o princípio de funcionamento da panela de pressão.
2) Elabore, quantitativamente, um gráfico, temperatura x quantidade
de calor cedida a um líquido, com mudança de fase (pressão
constante).
5 - DIAGRAMA DE MOLLIER
5.1 – CONCEITUAÇÃO
O diagrama de Mollier é um gráfico, Pressão x Entalpia, para diversas
temperaturas. Para elaboração do diagrama de Mollier de uma
substância, consideram-se diversas transformações feitas com
temperaturas constantes. (figura 1.7.1)
Exercícios:
1) Dê um exemplo, mostrando no diagrama de Mollier do butano, uma
transformação:
- isobárica
- isotérmica
- isoentálpica
- isoentrópica
2) Qual é a entalpia do propano utilizado para a regeneração da torre de
secagem?
Dado temperatura 230°C, pressão manométrica: 15kgf/cm²
3) Qual é a temperatura do butano, em equilíbrio das fases líquida e vapor, na
pressão manométrica de 3Kgf/cm²?
4) Qual é a porcentagem de vapor formada numa expansão isoentálpica de
propano líquido saturado (no ponto de bolha), da pressão manométrica de
12kgf/cm² para a de 1Kgf/cm²?
5) Qual é a entalpia do propano à 80°C e pressão atmosférica?
6) Qual é a quantidade de calor absorvida por 1kg de propano para se
vaporizar na pressão de 1Kgf/cm² (absoluta)?
7) Qual é a porcentagem de vapor do butano na temperatura de 0°C e entalpia
de 100 kcal/kg?
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6 . FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
6.1 CONCEITUAÇÃO
Entrada Saída da
da água Q água
b
Região de CONDENSADOR
alta pressão
a
c
Compressor
Região de
baixa pressão
EVAPORADOR
d
Q
36
P no ponto B = P no ponto C
P T3
T4
C B
Pb Condensação T3
T2
Expansão
são
T3
res
T2
mp
Co
T1
T2
D
Pa Evaporação T1 A
T1
hC hA hB h
hD
Exercício:
- aço carbono
- ferro fundido
- vidro
- cobre
- ouro
Ruptura Frágil
Ruptura Dúctil
Comportamento Comportamento
frágil dúctil
Ductilidade
Temperatura