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II.1 Introdução
O circuito empregado para exemplificar este fenômeno é bastante simples e encontra-se na Figura
II.1. A carga é representada por uma combinação série de uma resistência e uma indutância que
apresenta, em regime permanente, o seguinte fator de potência:
R R
cos ϕ = = (II.1)
z R 2 + ω 2 L2
di(t)
Ri (t)+ L = v (t)= Vm sen(ωt + θ)= Vm senωt ⋅ cos θ + cos ωt ⋅ senθ (II.2)
dt
R ⋅ I ( s ) + L(sI ( s ) − i (0) ) = Vm [
ω ⋅cos θ
s 2 +ω 2
+ ss⋅2sen θ
+ω 2
] (II.3)
Observa-se, devido à presença da indutância que a corrente inicial deve ser igual a zero (i(0)= 0 ),
logo i (0) = 0 . Isolando a corrente em (II.3), chega-se a:
Vm 1
I(s)= ⋅ ω ⋅cos θ
+ ss2⋅sen θ
(II.4)
L s + RL s2 + ω 2 +ω 2
A Bs
I(s)= + (II.5)
(s + α)(s + ω ) (s + α)(s 2 + ω 2 )
2 2
onde:
Vm Vm R
A= ω ⋅ cos θ B= sen θ α=
L L L
1 1
≡ 2 1
s+α − s2 +sω 2 + s2 +αω 2
(s + α)(s + ω ) (α + ω 2 )
2 2
portanto:
1
L−1 1
= e −α⋅t − cos ωt + ωα senωt
(s + α)(s 2 + ω 2 )
(α + ω )
2 2
1 1
L f (t) = e f (t)= e −α⋅t − cos ωt + ωα senωt
(s + α)(s2 + ω 2 ) (α + ω )
22
1
L−1 s
= ∂ L−1 1
= − α e − αt + ω senωt + α cos ωt + 1 − 1 + 0
(s + α)(s 2 + ω 2 ) ∂t (s + α)(s 2 + ω 2 )
(α + ω 2 )
2
Assim:
Vm
i(t)= ω cos θ e −αt − cos ωt + ωα senωt + senθ − α e −αt + α cos ωt + ω senωt
L (α + ω )
2 2
Vm
i(t)= (ω cos θ − α senθ)e −αt +(α senθ − ω cos θ)cos ωt +(α cos θ + ω senθ)senωt
L (α + ω )
2 2
ωL ω ω α
tan ϕ = = sen ϕ = cos ϕ =
R α α +ω
2 2
α + ω2
2
Vm
i(t)= sen(ωt + θ − ϕ)− sen(θ − ϕ)e −αt (II.6)
R +ω L
2 2 2
Vm
• i f (t)= sen(ωt + θ − ϕ) Componente de regime permanente (simétrica ou
R + ω 2 L2
2
Vm
• final)
ia (t)= − sen(θ − ϕ)⋅e −α⋅t Componente transitória (aperiódica ou contínua)
R +ω L
2 2 2
EPC II.1 – Para os mesmos valores de R, L, e ω (escolhidos arbitrariamente), elaborar três gráficos
i(t)× t variando θ (que representa o momento de fechamento da chave) de modo que:
a) ia (t)= 0
b) ia (t)> 0
c) ia (t)< 0
Este fenômeno pode ser ilustrado através da análise do circuito da Figura II.2 e consiste na tensão
que aporta os pólos de um disjuntor quando este tenta eliminar um curto-circuito. Esta solicitação é
denominada Tensão de Restabelecimento Transitória TRT (também chamada de Tensão Transitória
de Recobrimento ou Transient Recovery Voltage, TRV). A TRT apresenta, quase sempre, altas
taxas de crescimento da ordem de alguns kV/µs.
Figura II.2 – Circuito Equivalente para estudo da Tensão de Restabelecimento Transitória (TRT)
Quando a tensão na capacitância atinge o valor máximo (Vm), o campo magnético na indutância
continua a fornecer a corrente de curto-circuito na mesma direção. No instante da interrupção da
corrente (t=0), a equação da malha é:
di(t)
Ri (t)+ L + uD = Vm (II.7)
dt
Como a tensão sobre a capacitância é a mesma que aporta aos terminais do disjuntor, tem-se:
d 2 u D (t) du (t)
LC 2
+ RC D + uD = Vm (II.9)
dt dt
duD (0) Vm
LC s 2U D − suD (0)− dt + RC sU D − uD (0) + U D = (II.10)
s
Estando a capacitância descarregada e desprezando-se a tensão de arco tem-se que uD (0)= 0 , logo a
equação (II.10) reduz-se a:
Vm
LCs 2U D + RCsU D + U D =
s
Vm
Vm LC
UD = = (II.11)
s(LCs + RCs + 1) s(s − s1)(s − s2 )
2
R R 2 1
• s1 = − +j 1
− = − + jω 0
2L
LC 2L
τ
R 2 1
• s2 = − −j 1
− R
= − − jω 0
2L
LC 2L
τ
sendo τ = 2L
R a constante de tempo do sistema e ω 0 =
1
LC − R 2
2L a freqüência da Tensão de
Restabelecimento Transitória.
−t
uD (t)= Vm 1 − e τ (cos ω t + ω10 τ senω 0t)
0
1
Como geralmente ≅ 0 , a tensão sobre os terminais do disjuntor é:
ω 0τ
−t
uD (t)= Vm 1 − e τ ⋅ cos ω 0t
Em geral a tensão à freqüência industrial confunde-se com uma reta paralela ao eixo dos tempos
pois a freqüência de oscilação da TRT é muito maior do que esta ( ω 0 >> 60 H z ).
A Figura II.3 mostra a forma de onda da TRT de um circuito onde R=0,4 Ω, L=50 µH e C=5 µF.
Para este circuito a constante de tempo é τ = 0,25 ms e a freqüência da TRT é ω 0 = 6,312 ⋅ 104 R A D S .
Transitórios à freqüência dupla ocorrem durante a eliminação de uma falta quilométrica (curto-
circuito a uma determinada distância do disjuntor). O circuito empregado para análise deste
fenômeno é mostrado na Figura II.4 e consiste, após a abertura do disjuntos (em t=0), em duas
malhas RLC fechadas e independentes uma da outra - uma referente ao circuito que inclui a fonte,
R1, L1 e C1 e outra referente a linha de transmissão onde ocorreu o curto-circuito (R2, L2 e C2).
Para a parte do circuito correspondente à fonte, o cálculo da tensão sobre o capacitor (portanto o
valor da tensão em uma das extremidades do disjuntor) é semelhante ao estudo efetuado no item
anterior. Por outro lado, a análise da tensão na outra extremidade do disjuntor consiste na
determinação da tensão sobre o capacitor C2 em circuito desprovido de fonte de alimentação.
EPC II.2 – Determinar a forma de onda da TRT sobre um disjuntor instalado em um circuito,
semelhante ao da Figura II.4, onde:
Vm = 100 kV
R1 = 0,4 Ω
L1 = 50 µH
C1 = 5 µF
R2 = 1 Ω
L2 = 5 mH
C2 = 20 µF