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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


Curso: Licenciatura em Fı́sica
Disciplina: Teoria Eletromagnética I
Professor: Jornandes Jesús Correia

Os Problemas apresentados abaixo, em primeira mão, foram retirados integral-


mente (apenas os Problemas Extras com as Soluções Comentadas) do corpo do
meu livro de tı́tulo “Resolução de Problemas de Eletricidade e Magnetismo, Vo-
lume 1, Revisado e Ampliado”.
Esse livro encontra-se aprovado para ser publicado pela Edições UESB, aguar-
dando apenas o “autorizo” para ser encaminhado à gráfica para impressão.

Lista de Exercı́cios
Equação de Poisson
Problema EXTRA 4.21.049
Enunciado:
Duas grandes superfı́cies cônicas metálicas isoladas no vértice estão mantidas a
potenciais diferentes. Calcular a distribuição de potenciais entre os condutores.

Solução:

Considere que o cone de menor abertura esteja aterrado, enquanto que o cone
de maior abertura esteja a um potencial V .

1
Vamos resolver este problema aplicando a equação de Poisson, com simetria
esférica. Com isso
ρ
∇2 ϕ = −
ϵ0
Como a simetria é esférica
( ) ( )
1 ∂ 2 ∂Φ 1 ∂ ∂Φ 1 ∂ 2Φ
∇ Φ= 2
2
r + 2 sin θ + 2 2
r ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ r sin θ ∂ϕ2
Como o potencial deste problema só tem dependência de θ, então
( )
1 ∂ ∂Φ
∇ Φ= 2
2
sin θ
r sin θ ∂θ ∂θ
Como não há cargas elétricas entre as duas superfı́cies cônicas
( )
1 ∂ ∂Φ
sin θ =0
r2 sin θ ∂θ ∂θ
Multiplicando ambos os membros por dθ e integrando
ˆ ( )
1 ∂ ∂Φ
sin θ dθ = 0
r2 sin θ ∂θ ∂θ
Esta integral deve ser resolvida ao considerar
∂Φ
sin θ = K1
∂θ
Em que K1 é uma constante diferente de zero em relação a θ. Então
ˆ

Φ = K1
sin θ
Como o inverso do sin θ é o csc θ, então
ˆ
Φ = K1 csc θdθ

Multiplicando e dividindo o integrando por (csc θ − cot θ) tem-se


ˆ
csc θ(csc θ − cot θ)
Φ = K1 csc θ dθ
(csc θ − cot θ)
Observe que o numerador é a derivada do denominador, cuja solução é

Φ = K1 ln(csc θ − cot θ) + K2

2
1
A expressão do logaritmo pode ser simplificada. Veja: faça csc θ = sin θ
; e faça
cot θ = cos θ
sin θ
. Assim ( )
1 cos θ
Φ = K1 ln − + K2
sin θ sin θ
ou ainda
1 − cos θ
Φ = K1 ln( ) + K2
sin θ
Mas ( )
θ θ
cos θ = cos +
2 2
e ( )
θ θ
sin θ = sin +
2 2
[ ( ( )) ]
1 − cos 2θ + 2θ
Φ = K1 ln ( ) + K2
sin 2θ + 2θ
Mas ( ) ( ) ( )
θ θ θ θ
cos + = cos 2
− sin 2
2 2 2 2
e ( ) ( ) ( )
θ θ θ θ
sin + = 2 cos sin
2 2 2 2
Com isso [ ( ( ) ( )) ]
1 − cos2 2θ − sin2 2θ
Φ = K1 ln ( ) ( ) + K2
2 cos 2θ sin 2θ
Mas ( ) ( )
θ θ
1 − cos 2
= sin 2
2 2
então
[ ( ) ( )]
sin2 2θ + sin2 2θ
Φ = K1 ln ( ) ( ) + K2
2 cos 2θ sin 2θ
Simplificando [
( )]
θ
Φ = K1 ln tg + K2
2
O próximo passo consiste em aplicar as condições de contorno. Condições de
contorno nada mais são que a aplicação dos dados do problemas para resolvê-lo.
Uma das condições de contorno que devem ser aplicadas ao operador lapla-
ciando é a independência da abertura do ângulo à medida que “z” varia. Para

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facilitar a resolução do problema, poderia ser suposto que o potencial é nulo no
cone maior abertura, cujo o ângulo é θ2 . Já o cone de menor abertura, θ1 , está a
um potencial V .
Assim [ ( )]
θ2
0 = K1 ln tg + K2
2
e [ ( )]
θ1
V = K1 ln tg + K2
2
Substituindo na primeira equação o valor de K2 obtido da segunda equação
tem-se [ ( )] [ ( )]
θ1 θ2
V = K1 ln tg − K1 ln tg
2 2
Aplicando propriedade de logaritmo
[
( )]
tg θ21
V = K1 ln ( )
tg θ22

Cujo valor de K1 é
V
K1 = [ θ
]
tg ( 21 )
ln θ
tg ( 22 )

Substituindo da expressão de K2 na expressão de Φ, chega-se a


[ ( ) ( )]
θ θ2
Φ = K1 ln tg − ln tg
2 2

Substituindo da expressão de K1 na expressão de Φ, chega-se a


[ ( )]
V tg 2θ
Φ= [ ] ln ( )
θ
tg ( 21 ) tg θ22
ln θ
tg ( 22 )

4
Problema EXTRA 4.22.050
Enunciado:
Aplicando a Equação de Poisson-Laplace, calcule o potencial e o campo elétrico
entre as placas de um condensador de espaçamento h, submetido à uma diferença
de potencial U .

Solução:
Este problema, apesar de ser muito simples, ele ajudará você a compreender a
aplicação das equações de Laplace e de Poisson.
Considere que este condensador seja um capacitor de placas planas e paralelas.
O potencial elétrico entre as placas obedecem à seguinte equação
ρ
∇2 V = −
ϵ0
Como não há referência à existência de cargas elétricas entre as placas, então
iremos supor que ρ = 0. Sendo assim

∇2 V = 0

As placas deste capacitor são planas, então a simetria do operador será em


coordenadas cartesianas. Com isso
∂ 2V ∂ 2V ∂ 2V
∇2 V = + +
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
Considere a área das placas muito grandes em relação à distância. Nessas
condições não haverá dependência no plano das placas. Então
∂ 2V
∇2 V =
∂x2
Como só restou apenas a variável x, então não há necessidade de usar a notação
de derivadas parciais. Com isso
d2 V
=0
dx2
O passo seguinte é a resolução da equação diferencial, por meio da integração.
Multiplicando ambos os membros da igualdade por dx
d2 V
dx = 0
dx2
Integrando ˆ
d2 V
dx = 0
dx2

5
Mas ( )
d2 V d dV
dx = dx
dx2 dx dx
então ˆ ( )
d dV
dx = 0
dx dx
Com isso
dV
= constante
dx
ou seja
dV
= C1
dx
Multiplicando os dois membros da igualdade por dx e integrando novamente
ˆ ˆ
dV
dx = C1 dx
dx
Vf inal − Vinicial = C1 x + C2
Vinicial pode ser considerado como o potencial da placa à esquerda. Como não
foi feita nenhuma referência ao valor do potencial nessa placa, então iremos supor
que o seu potencial é constante e igual a zero. Com isso não terá mais necessidade
de haver o ı́ndice “f inal” no potencial. Com isso
V = C1 x + C2
Agora temos duas constantes a determinar C1 e C2 . Essas constantes serão
determinadas por meio das condições de contorno, ou seja
Para x = 0 → V = 0 enquanto que para x = h → V = U
com isso C2 = 0 e C1 = U
logo
U
V = x
h
Esta última equação já é a solução para o potencial elétrico. Dessa forma o
potencial se comporta como uma função linear que cresce para a direita.
O campo elétrico será obtido pela seguinte equação

⃗ = −∇V
E ⃗
Esta equação também sugere que se o potencial cresce num sentido, o campo
elétrico apontará no sentido contrário em que o potencial cresce. Substituindo a
expressão do vetor nabla
dV dV dV
∇V⃗ = î + ĵ + k̂
dx dy dz

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Como não há dependência em y nem em z, então
dV
∇V⃗ = î
dx
Observe que a derivada da expressão do potencial em relação a x é
dV U
=
dx h
então
E⃗ = − U î
h
Ou seja, o módulo do campo elétrico é constante entre duas placas carregadas
com cargas elétricas com sinais contrários. Tudo se passa como se esta situação
fosse um capacitor de placas planas e paralelas.

Problema EXTRA 4.23.051


Enunciado:
É dada uma placa plana, infinita e de espessura a, eletrizada com densidade vo-
lumétrica de carga ρ. Aplicando as equações de Poisson e de Laplace, pede-se
determinar o potencial e o campo elétrico produzidos por essa distribuição.

Solução:
Este problema é muito parecido com o anterior. A diferença é que a este pro-
blema tem apenas uma placa de espessura h. Na questão anterior tı́nhamos duas
placas a uma distância h uma da outra. Neste caso as cargas elétricas estão dis-
tribuı́das uniformemente dentro da placa. As condições de contorno podem ser
postas a partir dos dados fornecidos pelo enunciado: Você pode supor que o lado
esquerdo da placa está na posição em x = 0, está a um potencial nulo; pode supor
também que o lado direito da placa está em x = a e está a um potencial V ; que
dentro da placa a distribuição das cargas elétricas é constante, o que garante que
ρ seja constante e diferente de zero; e pode supor também que fora da placa, tanto
do lado esquerdo, quanto do lado direito, a densidade de carga elétrica do meio é
igual a zero. Com isso, o potencial será obtido em duas etapas; dentro da placa e
fora da placa.

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1a parte - Dentro da placa
(a) Potencial Elétrico
ρ
∇2 V = −
ϵ0
Como são placas planas, então a simetria do operador a ser utilizado será em
coordenadas cartesianas. Com isso
∂ 2V ∂ 2V ∂ 2V
∇2 V = + +
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
da mesma forma que a questão anterior, você pode supor que não há dependência
do potencial nas direções y e z. Então

∂ 2V
∇2 V =
∂x2
Como só restou apenas a variável x, então

d2 V ρ
2
=−
dx ϵ0
O passo seguinte consiste na resolução da equação diferencial, por meio da
integração. Multiplicando ambos os membros da igualdade por dx

d2 V ρ
dx = − dx
dx2 ϵ0
Integrando ˆ ˆ
d2 V ρ
dx = − dx
dx2 ϵ0
Mas ( )
d2 V d dV
dx =
dx2 dx dx
Então ˆ ( ) ˆ
d dV ρ
dx = − dx
dx dx ϵ0
Com isso
dV
= −ρx + C1
dx
Integrando novamente
ˆ ˆ ( )
dV ρ
dx = − x + C1 dx
dx ϵ0

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cujo resultado é
ρ x2
Vf inal − Vinicial = − + C1 x + C2
ϵ0 2
Podemos supor que o potencial é constante e igual a zero para x = 0 e para
x = a. Ao supor isso a constante C2 fica igual a zero e a constante C1 fica igual a
ρ
2ϵ0
ρ 2
V =− x + C2 x
2ϵ0
ou ainda
ρ
V = (ax − x2 )
2ϵ0
Este resultado é válido apenas para 0 ≤ x ≤ a).

(b) Campo Elétrico


Como o campo elétrico é dado pela derivada do potencial elétrico em relação
a x, então
⃗ = ρ (2x − a)î
E
2ϵ0

2a Parte - Fora da placa


(a) Lado direito da placa

(i) Potencial Elétrico


Será obtido o potencial para o seguinte intervalo a < x < ∞
ρ
∇2 V = −
ϵ0
Como não há referência à existência de cargas elétricas fora das placas, então
iremos supor que ρ = 0 com isso

∇2 V = 0

A partir dessa equação a solução fica idêntica à questão anterior. com isso

Vf inal − Vinicial = C1 x + C2

O valor do potencial no infinito é considerado teoricamente igual a zero. O


valor de C1 é exatamente o valor do campo elétrico próximo à placa (superfı́cie).
Tenha muito cuidado, você não pode considerar o potencial na superfı́cie, por-
que o potencial na superfı́cie já foi obtido no item anterior, então você deve consi-
derar o potencial próximo à superfı́cie. Mas não estamos interessados no potencial

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próximo e sim em todo intervalo à direita da placa. Como C1 é o campo elétrico
próximo à superfı́cie, então o módulo do campo elétrico é dado por
σ
E=
ϵ0
Se a carga elétrica da placa for positiva, então o campo elétrico apontará para
a direita. Mas o enunciado da questão não faz referência a σ, mas a ρ. Como existe
densidade volumétrica, então podemos obter a expressão da densidade superficial
a partir da densidade volumétrica. O contrário, a densidade volumétrica a partir
da superficial, já não seria possı́vel, caso existisse um plano no lugar da placa. Pois
bem, como a densidade volumétrica de carga elétrica é a razão entre a distribuição
da carga elétrica pelo volume que ela ocupa e, como o volume é a área da placa
multiplicada pela sua espessura, então σ = aρ. Então

E=
ϵ0

Com isso, o módulo de C1 fica igual a ϵ0
. Logo
ρa
V = x + C2
2ϵ0
Considerando que o potencial elétrico é nulo para x = a, então
ρa
V = (a − x)
2ϵ0
O sinal de x é negativo, porque, se o campo elétrico apontar para a direita,
então o potencial decrescerá com o aumento do valor de x.

(ii ) Campo Elétrico


Basta derivar a expressão do Potencial Elétrico em relação a x e multiplicar
por −1. Então
⃗ = ρa î
E
2ϵ0

(b) Lado esquerdo da Placa

(i) Potencial Elétrico


É só inverter o sinal da expressão do potencial (justifique). Com isso
ρa
V = (x − a)
2ϵ0
O sinal de x é negativo, porque, se o campo elétrico apontar para a direita,
então o potencial decrescerá com o aumento do valor de x.

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(ii ) Campo Elétrico
Basta derivar a expressão do Potencial Elétrico em relação a x e multiplicar
por −1. Então
E⃗ = − ρa î
2ϵ0
Observe que a curva do Potencial Elétrico terá um ponto de mı́nimo dentro da
placa, se a densidade de carga elétrica for positiva, e terá um ponto de máximo
se a densidade de carga elétrica for negativa. Fora da placa, região desprovida de
cargas elétricas, não há pontos de máximo nem de mı́nimos.

Problema EXTRA 4.24.052


Enunciado:
Determinar o potencial na região entre dois cilindros coaxiais contendo um dielétrico
de permissividade ϵ entre os dois cilindros.

Solução:
Esta questão é aparentemente parecida com a questão 4.15.043, mas observe
que neste caso existe carga elétrica entre os cilindros, devido a existência do
dielétrico entre as duas superfı́cies cilı́ndricas.
Considere o cilindro externo de raio b a um potencial V e o cilindro interno
de raio a a um potencial nulo. Mesmo se eu tivesse inventado essas condições de
contorno, elas seriam necessárias para a resolução deste problema.
O primeiro passo é escrever a equação de Poisson
ρ
∇2 ϕ = −
ϵ0
Que neste caso é
ρ
∇2 ϕ = −
ϵ
Considere que a densidade volumétrica de cargas ρ seja uniforme entre as duas
superfı́cies cilı́ndricas. O passo seguinte é identificar a simetria da distribuição das
cargas geradoras do potencial para decidir qual a simetria do operador laplaciano.
Como se trata de um cilindro, então a simetria do operador é cilı́ndrica. Assim
( )
1 ∂ ∂ϕ 1 ∂ 2ϕ ∂ 2ϕ
∇ ϕ=
2
r + 2 2+ 2
r ∂r ∂r r ∂ϕ ∂z

Suponha que o cilindro seja infinito. Isso nos garante que não haverá dependência
em z. Supondo que haja cargas elétricas de distribuição uniforme entre os cilindros

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então não haverá dependência em ϕ. Assim
( )
1 ∂ ∂ϕ ρ
r =−
r ∂r ∂r ϵ
O passo seguinte consiste em resolver a equação diferencial acima.
Multiplicando ambos os membros da igualdade por dr e integrando em r, temos
ˆ ( ) ˆ
∂ ∂ϕ ρ
r dr = − rdr
∂r ∂r ϵ
Cujo resultado é
∂ϕ ρ ( 2 )
r =− b − a2
∂r 2ϵ
Integrando novamente
ˆ ˆ
∂ϕ ρ ( 2 ) dr
dr = a − b2
∂r 2ϵ r
Cujo resultado é
ρ ( 2 )
ϕ = C1 a − b2 ln r + C2

O passo seguinte visa encontrar os valores de C1 e de C2 . Aplicando as condições
de contorno
ρ ( 2 )
V = C1 a − b2 ln b + C2

ρ ( 2 )
0 = C1 a − b2 ln a + C2

Da segunda equação da equação de contorno obtém-se
ρ ( 2 )
C2 = −C1 a − b2 ln a

Substituindo a expressão de C2 na primeira equação da condição de contorno
tem-se
ρ ( 2 ) ρ ( 2 )
ϕ = C1 b − a2 ln r − C1 a − b2 ln a
2ϵ 2ϵ
ρ ( 2 ) r
ϕ = C1 a − b ln
2
2ϵ a
Mas
V
C1 = ρ 2

(a − b2 ) ln ab
Finalmente, substituindo a expressão de C1 na expressão do potencial ϕ, tem-se
ln ar
ϕ=V
ln ab

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Resolva esta questão como se fossem dois canos cilı́ndricos no vácuo e encontre
o potencial entre os dois cilindros. Compare o resultado que você encontrou para
o outro caso com o resultado deste problema. Ao comparar, qual a sua conclusão?

Problema EXTRA 4.25.053


Enunciado:
Tome um grande placa metálica, dobre-a ao meio, corte-a no vinco da dobra,
articule as duas semiplacas, mantenha-as isoladas eletricamente e, em seguida,
mantenha-as sob um ângulo α < 90o . Pede-se obter a distribuição do potencial
e do campo elétrico entre as duas placas, considerando que uma das placas está
aterrada e que a outra está a um potencial V .

Solução:
Visualize essas placas da seguinte forma: disponha um livro em pé sobre uma
mesa horizontal, de forma que a abertura entre as capas permite que as folhas
fiquem igualmente separadas uma da outra. Agora imagine que cada folha do
livro fosse uma nova placa metálica da distribuição do potencial, em que o passo,
devido à diferencial do potencial. A varredura, neste caso, será angular e variando
o ângulo deve-se encontrar novo plano. A imagem do livro sobre a mesa formará
uma imagem real dos planos virtuais da integração. Neste sentido, a simetria do
operador será de coordenadas cilı́ndricas. Um dos métodos utilizados para calcular
o potencial elétrico é pela Equação de Poisson

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ρ
∇2 Φ = −
ϵ0
que em coordenadas cilı́ndricas, considerando apenas a variação angular, é

1 ∂ 2Φ
∇2 Φ =
r2 ∂ϕ2
Quando não houver referência de cargas pulverizadas na região, pode supor
que ρ = 0. Assim
1 ∂ 2Φ
=0
r2 ∂ϕ2
que, neste caso
∂ 2Φ
=0
∂ϕ2
Como a segunda derivada é nula, então a primeira derivada é igual a uma
constante (K1 )
∂Φ
= K1
∂ϕ
Integrando
Φ = K1 ϕ + K2
Aplicando uma condição de fronteira podemos supor que uma das placas está
a um ângulo nulo e a um potencial nulo

0 = K1 .0 + K2

Desse modo K2 = 0. Logo


∆Φ = K1 ϕ
em que ∆ representa o operador que permite calcular a diferenca entre dois valores
de uma grandeza.
Usando outra condição de fronteira, em que a outra placa está a um ângulo ϕ
e a um potencial V
V = K1 α
Com isso K1 = Vα
Substituindo essas duas condições na equação do potencial tem-se
V
Φ= ϕ
α
Observa-se que o potencial varia linearmente com o ângulo α.

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O Campo elétrico é dado pelo gradiente do potencial. Ou seja
⃗ = −∇V
E ⃗

A simetria da distribuição das placas sugere que o operador laplaciano seja


representado em coordenadas cilı́ndrica. Com isso

⃗ = − 1 ∂Φ ϕ̂
E
r ∂ϕ
Cuja expressão do campo é

⃗ = − V ϕ̂
E
αr
Se o potencial aumentar com o ângulo α crescente, no sentido horário, o campo
apontará no sentido anti-horário.

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