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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


Departamento de Química

RELATÓRIO

EXPERIMENTO 10
EFEITO DE ÍONS COMUNS E EFEITO TAMPÃO

Nomes: Beatriz de Souza Merlo, Gustavo Guedes Ribeiro e Junia Zorzanelli Souza.

Relatório acadêmico do Curso de


Graduação de Química Bacharelado
apresentado como parte das
exigências da disciplina de Química
Geral Experimental II (QUI02360),
sob orientação da professora Marta
Albuquerque Machado.

Vitória
Janeiro/2023
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………..…………………………2
2. OBJETIVOS………………………………………..……………………….…3
3. MÉTODOS…………………………………………..………...…………….…4
3.1. Materiais e reagentes …………………………………………………….….4
3.2. Metodologia ……………...………………………….……………………….4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………..……………………….5
5. CONCLUSÃO…………..………………………….…...…...……………….13
6. BIBLIOGRAFIA……………………………………….…………………….13
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1. INTRODUÇÃO

O equilíbrio químico de uma reação pode ser afetado por diversos fatores, um deles é a
alteração na concentração de um sal que possua o mesmo íon de um dos reagentes da
reação. De acordo com o princípio de Le Chatelier, a adição desse íon comum força o
equilíbrio a se ajustar para que esse acúmulo diminua, invertendo o sentido da reação.
Dessa forma, a solubilidade do sal diminui, essa diminuição recebe o nome de efeito de
íon comum.[1]

Essas reações que possuem um ácido fraco ou uma base fraca e um de seus sais, são
chamadas de soluções mistas. Uma das soluções mistas mais importantes é a solução
tampão, a qual, mesmo quando pequenas quantidades de ácidos fortes e bases fortes são
adicionadas, resiste às modificações de 𝑝𝐻.[2]

As soluções de tampão são formadas por uma base fraca ou ácido fraco e seu ácido
conjugado ou base conjugada, respectivamente, em forma de sal. Elas são usadas para
calibrar medidores de 𝑝𝐻 e controlar soluções em que ocorrem reações químicas,
tamponando o 𝑝𝐻 no nível desejado. Por exemplo, quando uma gota de ácido forte é
adicionado à água, o 𝑝𝐻 muda consideravelmente, já quando é adicionado a um tampão,
o 𝑝𝐻 praticamente não muda, desde que a quantidade de matéria do ácido forte
adicionada seja bem menor que a quantidade de matéria da base conjugada do tampão.[1],
[2]

Para escolher o sistema do tampão apropriado, é necessário calcular o 𝑝𝐻 no qual o


tampão estabilizará a solução. Para isso, deve-se identificar o ácido fraco ou base fraca e
sua base conjugada ou ácido conjugado, nesta ordem, e escrever a equação de equilíbrio,
isolando o íon de interesse na expressão da constante de equílibrio dos ácidos 𝐾𝑎 , ( )
aproximando as molaridades de equilíbrio às molaridades iniciais. Encontrando esse
valor, pode-se aplicar logaritmo dos dois lados e encontrar o 𝑝𝐻 da solução.[1]
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𝑐 𝑑
[𝐶] [𝐷]
𝐾𝑎 = 𝐴 𝑏
[𝐴] [𝐵]

Equação da constante de equílibrio de uma equação genérica.


Na equação acima, 𝐴 e 𝐵 são os reagentes, 𝐶 e 𝐷 são os produtos e 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝑑 são os coeficientes
estequiométricos.

Além disso, existe uma forma de fazer estimativas rápidas do 𝑝𝐻 diretamente.

Utilizando de uma equação de dissociação do ácido 𝐻𝐴(𝑎𝑞):

+ −
𝐻𝐴(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3𝑂(𝑎𝑞) + 𝐴(𝑎𝑞)

⎡⎢𝐻 𝑂+ ⎤⎥ ⎡⎢𝐴− ⎤⎥
⎣ 3 (𝑎𝑞)⎦ ⎣ (𝑎𝑞)⎦
𝐾𝑎 =
[𝐻𝐴(𝑎𝑞) ]
+
Isolando o íon 𝐻3𝑂(𝑎𝑞), tem-se:

⎡⎢𝐻 𝑂+ ⎤⎥ = 𝐾
[𝐻𝐴(𝑎𝑞)]
⎣ 3 (𝑎𝑞)⎦ 𝑎 ⎡⎢𝐴− ⎤⎥
⎣ (𝑎𝑞)⎦

+ [𝐻𝐴(𝑎𝑞)]
− 𝑙𝑜𝑔 ⎡⎢𝐻3𝑂(𝑎𝑞)⎤⎥ = − 𝑙𝑜𝑔 𝐾𝑎 − 𝑙𝑜𝑔
⎣ ⎦ ⎡⎢𝐴− ⎤⎥
⎣ (𝑎𝑞)⎦

Ou seja,
⎡⎢𝐴− ⎤⎥
⎣ (𝑎𝑞)⎦
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + 𝑙𝑜𝑔
[𝐻𝐴(𝑎𝑞) ]
Como o ácido fraco 𝐻𝐴(𝑎𝑞) perde uma pequena quantidade dos seus prótons, 𝐻𝐴(𝑎𝑞) é praticamente [ ]

igual à molaridade do ácido usado para criação da solução tampão. O mesmo ocorre para o ânion 𝐴(𝑎𝑞), o
qual a molaridade é praticamente igual à da base do tampão.[1]
Dessa forma:

[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]𝑖
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + 𝑙𝑜𝑔 [á𝑐𝑖𝑑𝑜]𝑖

Equação de Henderson-Hasselbalch.[3]

Por fim, um tampão só pode tamponar uma certa quantidade de prótons, a quantidade
máxima de prótons que podem ser tamponados pelo tampão são determinados pela
capacidade tamponante, que indica a quantidade máxima de ácido forte ou base forte
que pode ser adicionada para que o tampão resista a mudança de 𝑝𝐻. O tampão se
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esgota quando a maior parte da base fraca é convertida em ácido forte ou quando maior
parte do ácido fraco é convertido em base forte.[1]

“A capacidade tamponante de um tampão é determinada por sua


concentração e 𝑝𝐻. Um tampão mais concentrado pode reagir com mais ácido
ou base adicionados do que um menos concentrado. Uma solução tampão é,
geralmente, mais efetiva na faixa de 𝑝𝐾𝑎 ± 1.”[1]

Portanto, conforme a equação de Henderson-Hasselbalch e certas determinações


experimentais, a faixa de concentração mais efetiva do tampão é aquela dentro do
intervalo 𝑝𝐾𝑎 ± 1.[1], [3]

2. OBJETIVOS

Com a finalidade de analisar qualitativamente o efeito do íon comum e o efeito da


solução tampão, realizou-se uma pequena titulação de uma solução tampão, feita com
( )
ácido acético 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 e hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻), e de água destilada com ácido

clorídrico (𝐻𝐶𝑙) e em seguida com hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻).

Usando os indicadores coloridos alaranjado de metila e fenolftaleína, respectivamente,


verificou-se o como uma pouca quantidade de ácido ou base forte afetam a solução
tampão, comparada com a água.
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3. MÉTODOS

3.1. Materiais e reagentes

Foram utilizados os seguintes materiais:

● Béquer de 100 𝑚𝐿 (dissolução dos reagentes);


● Quatro béqueres de 50 𝑚𝐿 (titulação);
● Espátula (manuseio dos reagentes);
● Erlenmeyer de 250 𝑚𝐿 (criação da solução tampão);
● Duas provetas de 25 𝑚𝐿 (medição dos reagentes);
● Proveta de 100 𝑚𝐿 (medição dos reagentes);
● Pipeta graduada de 10 𝑚𝐿 (medição dos reagentes);
● Pera (uso da pipeta graduada);
● Dois balões volumétricos de 100 𝑚𝐿 (armazenagem das soluções);
● Quatro pipetas de Pasteur (medição dos reagentes);
● Balança (pesagem dos reagentes).

E os seguintes reagentes:

(
● Ácido acético glacial 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 ; )
● Hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻) 𝑃. 𝐴.;
● Ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿];
● Alaranjado de metila 1%;
● Fenolftaleína 1%.
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3.2. Metodologia

Para preparar a solução tampão, inicialmente preparou-se as soluções de ácido acético


(𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞)) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞)) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿].
A solução de ácido acético, foi preparada em um balão volumétrico de 100 𝑚𝐿 com a
adição de 50 𝑚𝐿 de água destilada e de 5, 8 𝑚𝐿 de ácido acético glacial, completando o
volume do balão com água destilada.

Já para a solução de hidróxido de sódio, pesou-se 4, 1068 𝑔 de 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑃. 𝐴., que foi
dissolvido em 50 𝑚𝐿 de água destilada e em seguida transferido para um balão
volumétrico de 100 𝑚𝐿, o qual o volume foi completado com água destilada.

Com os reagentes prontos, preparou-se a solução tampão através da adição de 25 𝑚𝐿


da solução de hidróxido de sódio e 75 𝑚𝐿 da solução de ácido acético em um
erlenmeyer de 250 𝑚𝐿.

Para efetuar os experimentos, separou-se quatro béqueres, um contendo 25 𝑚𝐿 da


solução tampão e 2 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 de alaranjado de metila, um contendo 25 𝑚𝐿 de água
destilado e 2 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 de alaranjado de metila, um contendo 25 𝑚𝐿 da solução tampão e
2 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 de fenolftaleína e um contendo 25 𝑚𝐿 de água destilada e 2 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 de
fenolftaleína.

Nos béqueres que havia o alaranjado de metila, foi adicionado 1 𝑔𝑜𝑡𝑎 de ácido
clorídrico (𝐻𝐶𝑙) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] e nos béqueres que havia fenolftaleína foi adicionado uma
( )
gota de hidróxido de sódio 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿], observou-se os resultados. Logo

após, continuou adicionando o ácido e a base forte até o ponto de viragem.

Por fim, foi analisado o que ocorreu em cada béquer, para avaliar se houve ou não a
mudança de 𝑝𝐻.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, foi calculado o 𝑝𝐻 da solução de ácido acético (𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞))


[1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿] na reação de diluição do ácido em água, por meio da constante de

( −5
)
equilíbrio do ácido 𝐾𝑎 = 1, 8 · 10 , 𝑎 25°𝐶 , encontrou-se o valor de 2, 30.

− +
𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) ⇌ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂(𝑎𝑞) + 𝐻(𝑎𝑞)
Reação de ionização do ácido acético glacial.

Utilizando a constante de equilíbrio do ácido e a estequiometria da reação, tem-se que:

CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES E PRODUTOS DURANTE A REAÇÃO (mol/L)

CH3COOH(aq) CH3COO-(aq) H+(aq)

INÍCIO DA 1, 0 0 0
REAÇÃO

DURANTE A − 𝑥 + 𝑥 + 𝑥
REAÇÃO

EQUILÍBRIO (1, 0 − 𝑥) + 𝑥 + 𝑥

Dessa forma, usando a equação da constante de equilíbrio:[1]

⎡⎢𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂− ⎤⎥ ⎡⎢𝐻+ ⎤⎥ −5


⎣ 3 (𝑎𝑞)⎦ ⎣ (𝑎𝑞)⎦
𝐾𝑎 = = 1, 8 · 10
[ 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) ]
𝑥·𝑥 −5
1,0 − 𝑥
= 1, 8 · 10
2 −5
𝑥 = 1, 8 · 10 − (1, 8 · 10−5)𝑥

2 −5 −5
Assim, resolvendo a equação do segundo grau 𝑥 + 1, 8 · 10 ( )𝑥 − 1, 8 · 10 = 0, o único valor
+
possível para 𝑥 é 0, 005, portanto a concentração do íon 𝐻(𝑎𝑞) no equilíbrio é 0, 005. Logo:

+
𝑝𝐻 = − 𝑙𝑜𝑔 ⎡⎢𝐻(𝑎𝑞)⎤⎥
⎣ ⎦
𝑝𝐻 = − 𝑙𝑜𝑔 0, 005

𝑝𝐻 = 2, 30
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Além disso, para a preparação da solução de (𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞)) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿], foram

dissolvidas 4, 1068 𝑔 de hidróxido de sódio, formando assim íons de sódio 𝑁𝑎(𝑎𝑞) e ( +


)
(
de hidroxila 𝑂𝐻(𝑎𝑞) .

)
+ −
𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) ⇌ 𝑁𝑎(𝑎𝑞) + 𝑂𝐻(𝑎𝑞)
Reação de ionização do hidróxido de sódio.

Após esses procedimentos, em um erlenmeyer, formou-se a solução tampão com


25 𝑚𝐿 de 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) e 75 𝑚𝐿 de 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) e calculou-se o 𝑝𝐻 do meio através da

equação de Henderson-Hasselbalch, obtendo 𝑝𝐻 = 4, 44.

𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) ⇌ 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙)


Reação da solução tampão com ácido acético e hidróxido de sódio.

( )
Então, a base conjugada da solução formada foi o acetato de sódio 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑎𝑞) , que doa os elétrons
e junto com o ácido fraco (ácido acético), que vai receber os elétrons, forma a solução tampão.[4]

Para o cálculo do 𝑝𝐻 da solução tampão:


CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES E PRODUTOS DURANTE A REAÇÃO (mol/L)

CH3COOH(aq) NaOH(aq) CH3COONa(aq) H2O(l)

INÍCIO DA 0, 75 0,25 0 0
REAÇÃO

DURANTE A 0, 25 0, 25 0, 25 0, 25
REAÇÃO

EQUILÍBRIO 0, 50 0 0, 25 0, 25

Dessa forma, usando a equação de Henderson-Hasselbalch:[1]


[𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞)]𝑒𝑞á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑓𝑟𝑎𝑐𝑜
⎡⎢𝐻+ ⎤⎥ = 𝐾
⎣ (𝑎𝑞)⎦ 𝑎
⎡⎢𝐶𝐻 𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎 ⎤⎥
𝑒𝑞

⎣ 3 (𝑎𝑞)⎦
𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎

⎡⎢𝐻+ ⎤⎥ = −5 0,50 𝑚𝑜𝑙/𝐿


1, 8 · 10 . 0,25 𝑚𝑜𝑙/𝐿
⎣ (𝑎𝑞)⎦
⎡⎢𝐻+ ⎤⎥ = 3, 6 · 10−5
⎣ (𝑎𝑞)⎦

Assim, o 𝑝𝐻 do meio será:


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𝑝𝐻 = − 𝑙𝑜𝑔 0, 000036

𝑝𝐻 = 4, 44

Deste modo, pode-se avaliar como a adição de um ácido e uma base forte afetará o
sistema, ao compará-lo com água destilada.
A princípio, ao adicionar o indicador alaranjado de metila (Figura 1) e o ácido
clorídrico (𝐻𝐶𝑙) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿], percebesse que no béquer contendo a água destilada o
ácido forte reage muito rapidamente, tendo sua coloração alterada já na primeira gota de
ácido adicionado (Figura 2).

Figura 1. Solução tampão (1) e água destilada (2) com adição de alaranjado de metila.

Fonte: O próprio autor.

Figura 2. Adição da primeira gota de ácido clorídrico nos sistemas.

Fonte: O próprio autor.


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Já no béquer com a solução tampão, não observa-se grande variação na coloração da
solução, isso se dá pois, se um ácido for adicionado a um tampão, a concentração dos
+
íons 𝐻(𝑎𝑞), gerando uma perturbação ao equilíbrio, e, de acordo com o princípio de Le

Chatelier, essa perturbação será neutralizada pela base conjugada do tampão,


restabelecendo o estado de equilíbrio, fazendo com que não ocorram grandes variações
de 𝑝𝐻 da solução tampão.[5]
Prosseguindo com a adição de ácido clorídrico nos sistemas (Figura 3), observou-se
que precisou de um maior volume para que a solução tampão tivesse a sua coloração
avermelhada do que para a água destilada. Por isso, conclui-se que na solução tampão, o
𝑝𝐻 demora a ter modificações mesmo com a adição de um ácido forte, demonstrando
sua eficiência.

Figura 3. Adição de mais ácido clorídrico nos sistemas 1 e 2.

Fonte: O próprio autor.

Logo em seguida, realizando o mesmo procedimento com a fenolftaleína e o hidróxido


( )
de sódio 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) [1, 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿], Nota-se que, a solução de 𝐻2𝑂, adquire uma

coloração rosa instantaneamente, enquanto a solução tampão continua incolor (Figura 4).
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Figura 4. Solução tampão (3) e água destilada (4) com adição de fenolftaleína e
hidróxido de sódio.

Fonte: O próprio autor.

Isso ocorre pelo fato de que, ao ser adicionada uma base forte ao sistema, esta reagirá
com o ácido do tampão. Dessa forma, ocorrerá uma elevação da concentração dos íons

𝑂𝐻(𝑎𝑞) na solução, causando uma perturbação ao equilíbrio, e, de acordo com o princípio

de Le Chatelier, essa perturbação será neutralizada pelo ácido forte do tampão,


restabelecendo o estado de equilíbrio, e, assim, o 𝑝𝐻 da solução não varia com
facilidade.[5]
Continuando o gotejamento com o hidróxido de sódio (Figura 5), até o ponto de
viragem do indicador (𝑝𝐻 = 10), é notável que há um volume maior no béquer com a
solução tampão, demonstrando a necessidade de uma maior quantidade de base forte
para que ocorre mudança no 𝑝𝐻. Por isso, quanto maior a concentração do tampão
utilizado, maior é o número de gotas de base necessárias para mudar a cor, ou seja, para
alterar o pH inicial da solução.[1]
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Figura 5. Adição de mais hidróxido de sódio nos sistemas 3 e 4.

Fonte: O próprio autor.

Todas as colorações observadas estão relacionadas na Tabela 1.

Tabela 1. Coloração dos sistemas com a adição de uma gota do ácido ou da base forte,
na presença de indicadores coloridos.
COLORAÇÃO DO SISTEMA
SISTEMAS
Alaranjado de Metila Fenolftaleína

Solução Tampão Laranja Claro Incolor

Água Destilada Laranja Amarelado Incolor

Solução Tampão + HCl Laranja Claro —

Água Destilada + HCl Laranja Avermelhado —

Solução Tampão + NaOH — Incolor

Água Destilada + NaOH — Rosa

Fonte: O próprio autor.


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5. CONCLUSÃO

Portanto, a partir dos procedimentos experimentais realizados, foi possível


compreender o efeito da adição de um íon comum em uma solução, uma vez que, ao
aumentar a concentração de um dos íons livres, o equilíbrio é afetado, invertendo o
sentido da reação para que esse íon seja consumido.
Por fim, foi analisado uma solução tampão tem a finalidade de evitar a variação do 𝑝𝐻
do meio, após a adição de um ácido ou uma base forte no sistema.
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6. BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o


meio ambiente, Porto Alegre, RS, Ed. Bookman, 2001.
2. OLIVEIRA, I. M. F., SILVA, M. J. S. F.; TÓFANI, S. F. B. Equilíbrio Ácido-Base:
Soluções Tampão. UFJF, 2010. Disponível em:
https://www2.ufjf.br/quimicaead/wp-content/uploads/sites/224/2013/05/FQAnaliti
ca_Aula6.pdf. Acesso: 29/01/2023.
3. E-disciplinas USP. Aplicação da Equação de Henderson-Hasselbalch. Disponível
em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1885529/mod_resource/content/1/Aplica
%C3%A7%C3%A3o_Equa%C3%A7%C3%A3o%20de%20Henderson-Hasselbal
ch.pdf. Acesso em: 30/01/2023.
4. MOREIRA, O. B. DE O.; CASTRO, L. DOS A.; OLIVEIRA, M. A. L. DE.
Cálculo e preparo de soluções tampão: guia completo usando o software
PeakMaster®. Química Nova, v. 44, p. 783–791, 11 ago. 2021.
5. FIORUCCI, A.R.; SOARES, M.H.F.B. e CAVALHEIRO, E.T.G. O conceito de
solução tampão. Química Nova na Escola, n. 13, p. 18-21, 2001.

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