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Capítulo

Alberdan Silva Santos

Processos Biotecnológicos

Belém
2018
CSTB: Continuous Stired Tank Biorreator

Xo, So, Fe CO2, Ar

Xs, Ss, Fs, P

Ar

O CSTB é um biorreator que pode manter o crescimento


microbiano em Estado Estacionário com valores próximos a
µmax. O CSTB foi um avanço importante nos anos 1950
introduzido por Novick, Szilad e Monod, que tornou possível o
crescimento microbiano em condições contínuas, sem precisar
se manter a taxa de crescimento, o que correspondia ao tempo
de duplicação mínimo encontrado nos cultivos por batelada.
Ressaltando-se a boa agitação que é necessária para o
desempenho do sistema.
A agitação pode ser realizada por:
a) Impeller (agitação por palhetas);
b) Bolhas de ar;
c) Aspargisamento de ar no meio líquido.

VANTAGENS DOS PROCESSO CONTINUOS

Equipamentos apresentam maior tempo de uso;

As operações são realizadas continuamente;

Possibilidade de controle automático com menores gastos na mao de obra;

Maior uniformidade do produto;

Condições ambientais constantes o que permite estudo das variáveis e influencias sobre o
agente de fermentação
DESVANTAGENS:

Riscos de contaminação;

Problemas de degenerescência do agente biológico (mutação, variação etc...)

VANTAGENS DOS PROCESSO CONTINUOS

Volume total processado em um longo período de tempo é maior e


apresenta maior produtividade;

Maior homogeneidade do produto;

Menores gostos com mão de obra;

Maior facilidade do controle automático;

O equipamento tem mais tempo de trabalho útil.

UP STREAM-PROCESS: tratamento da matéria-prima

DOWN STREAM-PROCESS: separação e purificação de produtos

CINETICA DO PROCESSO FERMENTATIVO

-Medir a taxa de transformação que ocorre durante a fermentação;

-estudar a influência dos fatores nessas taxas;

-correlacionar por meio de equações empíricas ou de modelos matemáticos as taxas


de transformação com os fatores que nelas influenciam;

-aplicar as equações obtidas na otimização e no controle do processo.

Balanço de Massa para um CSTB


1. Considerando-se o caso onde apenas o substrato (s)
limita a taxa de crescimento microbiano;
2. Considerando que a taxa do crescimento é dada por µx
Acumula = Entra - Sai + Gera
[Xa] = [Xo] - [Xs] + [Xg]
(𝑉𝑋)𝑎 = (𝑉𝑋)𝑜 − (𝑉𝑋)𝑠 + (𝑉𝑋)𝑔

𝑑 𝑉 𝑉 𝑑
(𝑉𝑋)𝑎 = 𝑋𝑜 − 𝑋𝑠 + (𝑉𝑋)𝑔
𝑑𝑡 𝑇 𝑇 𝑑𝑡

𝑑𝑋 𝑑𝑉 𝑑𝑋 𝑑𝑉
(𝑉 + 𝑋 ) = 𝐹𝑒 𝑋𝑜 − 𝐹𝑠 𝑋𝑠 + (𝑉 +𝑋 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑎 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑔

𝑑𝑋
(𝑉 ) = 𝐹𝑒 𝑋𝑜 − 𝐹𝑠 𝑋𝑠 + 𝑉𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑎

A variação do volume com o tempo


𝑑𝑉
= 𝐹𝑒 − 𝐹𝑠
𝑑𝑡
A variação da massa microbiana com o tempo
𝑑𝑋 𝑑𝑋
(𝑉 ) = 𝐹𝑒 𝑋0 − 𝐹𝑠 𝑋𝑠 + 𝜇𝑋𝑉 ∴ = 𝜇𝑋 = 𝑟𝑥
𝑑𝑡 𝑎 𝑑𝑡

𝑑𝑋
𝑉( ) = 𝐹𝑒 𝑋0 − 𝐹𝑠 𝑋𝑠 + 𝜇𝑋𝑉 ∴ 𝐹𝑒 = 𝐹𝑠 = 𝐹
𝑑𝑡 𝑎
𝑑𝑋 𝐹
( ) = ( 𝑋0 − 𝑋𝑠 ) + 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑎 𝑉

A simplificação desta equação representa um crescimento


microbiana em batelada.

𝑑𝑋
( ) = (µ𝑋)𝑔
𝑑𝑡 𝑎
𝐹
é referido como taxa de diluição, D é o inverso do tempo de
𝑉
residência, t é igual ao número de volumes do reator que entra
e sai por unidade de tempo.

𝑑𝑋 1
= 𝐷 (𝑋0 − 𝑋) + 𝜇𝑋 ∴ 𝑡=
𝑑𝑡 𝐷

No estado estacionário a variação de biomassa com o tempo é


zero
𝑑𝑋
=0
𝑑𝑡
𝐷𝑋0 − 𝐷𝑋 + 𝜇𝑋 = 0
𝐷𝑋0 = 𝑋(𝐷 − 𝜇)

Quando a linha de alimentação está estéril, 𝑋0 = ∅ e duas soluções são


possíveis:
𝑋0 = 0 𝑜𝑢 𝜇 = 𝐷

1) O µ é independente do (substrato) e é Constante

𝑑𝑆 𝐹 1
= (𝑆0 − 𝑆) − . 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑉 𝑌𝑥/𝑠
1
0 = 𝐷(𝑆0 − 𝑆) − . 𝐷𝑋
𝑌𝑥/𝑠
A concentração do estado estacionário das células que resulta
quando a taxa de diluição for igual a µ, é indeterminada, logo
1
0 = 𝐷(𝑆0 − 𝑆) − . 𝐷𝑋
𝑌𝑥/𝑠
1
𝑆𝑎 = 𝑆0 − .𝑋
𝑌𝑥/𝑠 𝑎

Uma faixa de valores de [X] (Célula) e [S] (Substrato) é possível.


Experimentalmente uma concentração baixa de entrada de
substrato, massa e substrato podem ser observados.
µ é uma função da [S].
Quando a relação de Monod entre µ e S é empregada, as
equações do balanço de massa não são indeterminadas por
muito tempo.
𝜇𝑚𝑎𝑥𝑆 𝜇𝑚𝑎𝑥𝑆
𝜇= ∴ 𝐷=
𝐾𝑆 + 𝑆 𝐾𝑆 + 𝑆

𝐷𝐾𝑆 + 𝐷𝑆 = 𝜇𝑚𝑎𝑥𝑆 ∴ 𝐷𝐾𝑆 = 𝜇𝑚𝑎𝑥𝑆 − 𝐷𝑆

𝐷𝐾𝑆 = 𝑆(𝜇 max − 𝐷) ∴ 𝑆𝑎 = 𝐷𝐾𝑠 /(𝜇max −𝐷), 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑋𝑎 ≠ 0

Tomando a equação do balanço de substrato


1
𝐷(𝑆0 − 𝑆𝑎 ) = − 𝜇𝑋𝑎 = 0
𝑌𝑥/𝑠

1
𝐷(𝑆0 − 𝑆𝑎 ) = 𝜇𝑋
𝑌𝑥/𝑠 𝑎

𝐷
𝑋𝑎 = 𝑌𝑥/𝑠 (𝑆 − 𝑆𝑎 )
𝐷 0
𝑆𝑎 = 𝑌𝑥/𝑠 (𝑆0 − 𝑆𝑎 )
𝐷𝐾𝑆
Substituindo 𝑆𝑎 =
𝜇𝑚𝑎𝑥−𝐷

𝐷𝐾𝑠
𝑋0 = 𝑌𝑥/𝑠 (𝑆0 − )
𝜇𝑚𝑎𝑥 − 𝐷
A solução do segundo estado estacionário ocorre quando
Xa = 0. O valor correspondente do concentrado do substrato é
Sa=So. Este estado estacionário é conhecido como WASHOUT,
as células não ficam presentes no biorreator por muito tempo.
A taxa de diluição na qual o WASHOUT ocorre pode ser
encontrada pela equação:
𝜇𝑚𝑎𝑥𝑆
𝐷=𝜇=
𝐾𝑆 + 𝑆
quando Sa = So, a taxa de diluição será
𝜇𝑚𝑎𝑥𝑆𝑜
𝐷𝑚𝑎𝑥 =
𝐾𝑠 + 𝑆0

A taxa de diluição máxima é ligeiramente menor que a


taxa de crescimento específico. Se a taxa de diluição for maior
D > µ,o sistema tenderá para 0, a solução do segundo estado
estacionário, Xa = ф. Isto pode ser visto pelo comportamento
de Sa, D→µmax, se torne indeterminado.
SUMARIO DA SOLUÇÃO DO ESTADO ESTACIONÁRIO

𝐷 < 𝜇𝑚𝑎𝑥 𝐷 > 𝜇𝑚𝑎𝑥


𝐷𝐾𝑠 𝐷𝐾𝑠 𝑆𝑎 = 𝑆𝑜
𝑆𝑎 = leva a 𝑆𝑜 >
𝜇𝑚𝑎𝑥−𝐷 𝜇𝑚𝑎𝑥−𝐷
𝐷𝐾𝑠
Sa será indeterminado se 𝑆𝑜 < 𝑆𝑎 > 𝑆𝑜
𝜇𝑚𝑎𝑥−𝐷
𝐷𝐾𝑠
𝑋𝑎 = 𝑌𝑥/𝑠(𝑆𝑜 − ) Xa = 0
𝜇𝑚𝑎𝑥−𝐷
A concentração do substrato no estado estacionário é
ligeiramente pequena e é INDEPENDENTE da concentração do
substrato que entra n biorreator.
As soluções não triviais podem apenas se aplicarem no
caso onde a concentração do substrato que entre no biorreator
for maior que Sa.
Se So < Sa, então µ será constante
A concentração de células é aproximadamente
𝑋𝑎 = 𝑌𝑥/𝑠 . 𝑆0 quando 𝐷 ≅ 𝜇𝑚𝑎𝑥

O comportamento de estado estacionário das soluções de


Xa e As como função da taxa de diluição D é:

A concentração de biomassa no estado estacionério depende, pois, da


concentração do substrato na alimentação e da taxa de diluição.

Representando graficamente estas funções tem-se a Figura 2 seguinte:

Figura 2: Produtividade e Concentrações da biomassa e do substrato em


estado estacionário em função da taxa de diluição

Estas equações evidenciam, como também a Figura 2 mostra, que quando


D → 0 se atinge o valor máximo de concentração de biomassa, Xmax,
enquanto a concentração de substrato tem o seu valor mínimo, isto é, [S] →
0. Esta é uma situação que se aproxima do estádio final da cultura
descontínua.

Para maiores valores de D as concentrações de biomassa e de substrato


ajustam-se de acordo com as equações 25 e 26 que também evidenciam que
D não pode ser superior a max. D atinge um valor crítico, Dc= max tal que, se
for ultrapassado, a biomassa acaba sendo totalmente removida do
fermentador, fenómeno que se designa vulgarmente por “wash-out”.

A operação de um CSTB tendo um substrato em


condições limitante do crescimento presenta a um valor quase
constante da concentração do substrato frente a uma larga
faixa de taxa de diluição D.
Por esta razão o sistema de operação é denominado
QUIMIOESTÁTICO. (AMBIENTE QUÍMICO E ESTÁTICO).
A medida que D→µmax, Xa diminui muito rápido. Nestas
condições a operação do QUIMIOESTÁTICO
EXPERIMENTALMENTE é muito difícil podendo levar a um
WASHOUT das células.
A produtividade volumétrica das células é dada por DXa
(g/L.h)

BALANÇOS DE MASSAS DE CÉLULAS CSTB (1 ESTÁGIO)

ACUMULA = ENTRA – SAI + GERA


Xa = Xo - Xs + Xg
𝑋𝐴 𝑉 = 𝑉𝑋0 − 𝑉𝑋𝐹 + 𝑉𝑋𝑔

𝑑 𝑉 𝑉 𝑑
(𝑋𝑉)𝐴 = 𝑋0 − 𝑋𝐹 + (𝑉𝑋)𝑔
𝑑𝑡 𝑇 𝑇 𝑑𝑡
𝑑𝑥 𝑑𝑣
𝑉( ) = 𝑋( )
𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑑𝑉 𝑑𝑋
[𝑋 + 𝑉 ] = 𝐹𝐸 𝑋0 − 𝐹𝑆 𝑋𝑆 + 𝑉µ𝑋
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑎
Dividindo-se toda equação por V, e fazendo-se o volume constante e
no estado estacionário a variação de células é zero, logo:
𝑋 𝑑𝑉 𝑑𝑋
+ ( ) = 𝐷(𝑋0 − 𝑋𝑆 ) + µ𝑋 → 𝐷𝑋0 − 𝐷𝑋 + µ𝑋 = 0
𝑉 𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝐷𝑋0 + 𝑋(𝜇 − 𝐷) = 0

𝜇𝑋 = 𝐷(𝑋 − 𝑋0 )
𝐷𝑋 = 𝑋0 𝐷 = µ𝑋
𝑋0 → ∅
𝜇=𝐷
1
𝐷=
𝑡
Onde t é o tempo de residência ou tempo de retenção da célula dentro do
biorreator, desde o momento que é gerada até o momento que sai. A taxa
de diluição deve ser máxima o suficiente para não haver wash out, dentro
de um intervalo de tempo mínimo, ou seja, neste intervalo de tempo deva
haver a doubling time (célula deve se dividir).

BALANÇO DE MASSA DO SUBSTRATO


Observe que no balanço de massa para o substrato não há geração e sim consumo. Também
não há acúmulo e sim substrato residual. A diferença é sutil, mas as definições devem ser
aplicadas corretamente. Pode-se também afirmar que há acumulo do substrato residual.

𝑑 𝑉𝑆0 𝑉𝑆 𝑑(𝑉𝑆)𝑐
(𝑆𝑉)𝑎 = − +
𝑑𝑡 𝑇 𝑇 𝑑𝑡
𝑑 𝑉𝑑𝑆 𝑆𝑑𝑉
(𝑆𝑉) = 𝐹𝐸 𝑆0 − 𝐹𝑆 𝑆 + +
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑉𝑑𝑆 𝑉. 1
= 𝐹(𝑆0 − 𝑆) − 𝜇𝑋 ∶𝑉
𝑑𝑡 𝑌𝑥/𝑠
𝑑𝑆 1
= 𝐷(𝑆0 − 𝑆) − 𝜇𝑋
𝑑𝑡 𝑌𝑥/𝑠

BALANÇO DE MASSA DO PRODUTO


Acumula = ENTRA – SAI + GERA
𝑃𝑉 = 𝑉𝑃0 − 𝑉𝑃 + 𝑉𝑃
𝑑 𝑉 𝑉 𝑑
(𝑃𝑉) = 𝑃0 − 𝑃 + (𝑉𝑃)
𝑑𝑡 𝑇 𝑇 𝑇
𝑃𝑑𝑉 𝑉𝑑𝑃 𝑉𝑑𝑃 𝑃𝑑𝑉
+ = 𝐹𝑒 𝑃0 − 𝐹𝑠 𝑃 + +
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑉𝑑𝑃
= 𝐹(𝑃0 − 𝑃) + 𝑉𝑌𝑃/𝑆 𝜇𝑋 . : 𝑉
𝑑𝑡
𝑑𝑃
= 𝐷(𝑃0 − 𝑃) + 𝑌𝑃/𝑆 𝜇𝑋
𝑑𝑡

𝑑𝑃
No estado estacionário =0
𝑑𝑡

𝐷(𝑃0 − 𝑃) = −𝑌𝑃/𝑆 𝜇𝑋
−𝐷𝑃 = −𝑌𝑃/𝑆 𝜇𝑋
𝜇
𝑃= 𝑌 𝑋
𝐷 𝑃/𝑆
[𝑃] = 𝑌𝑃/𝑆 [𝑋]

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