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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

GOIÁS

CÂMPUS GOIÂNIA

Aula Prática II: Equilíbrio Químico

Disciplina: Química Analítica Qualitativa


Curso: Bacharelado em Química
Discentes: Leonídio Rodrigues da Silva
Pedro Walax Lima Brito
Docente: Prof. Dr. Maurício Vicente Cruz

GOIÂNIA-GO

08/2023
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
GOIÁS

CÂMPUS GOIÂNIA

Aula Prática II: Equilíbrio Químico


Relatório de aula prática apresentado como
parte da avaliação da disciplina de Química
Analítica Qualitativa, do curso de Bacharelado
em Química, do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnológica de Goiás, Campus -
Goiânia, ministrada pelo do Prof. Dr. Maurício
Vicente Cruz.

GOIÂNIA-GO

08/2023
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1 – INTRODUÇÃO

O equilíbrio químico é um fenômeno importante que ocorre em reações químicas


reversíveis, que são geralmente representadas por dupla seta em sentidos opostos indicando
que as reações com essas características ocorrem nos dois sentidos, sendo uma definida como
reação direta e a outra como reação inversa, com a mesma velocidade e em condições de
temperatura constante num sistema fechado.
Em uma reação o equilíbrio químico as concentrações são constantes nos elementos
envolvidos, onde a velocidade é semelhante tanto na reação direta, quanto na reação inversa.
A temperatura exerce função fundamental no equilíbrio químico, pois, as reações são
endotérmicas ou exotérmicas envolvendo também a pressão em determinados sistemas.
O princípio de Le Chatelier, ao estabelecer que a alteração em qualquer uma das
concentrações das substâncias, no equilíbrio, na temperatura e ou na pressão, causará uma
perturbação no sistema de maneira a restabelecer o equilíbrio, através da perturbação do
equilíbrio no sentido dos reagentes ou dos produtos. Dessa forma, foi realizado, no dia
19/08/2023, experimentos para observar o comportamento do equilíbrio químico, ao provocar
a alterações nos sistemas, modificando suas concentrações e temperaturas.

2 – OBJETIVO GERAL

Avaliar de forma experimental as substâncias químicas para observar e descrever as


alterações que os sistemas sofrem com o deslocamento do equilíbrio químico, após uma
perturbação, provocada pela reação entre essas substâncias.

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3 – METODOLOGIA

3.1 – MATERIAIS E REAGENTES

Materiais:

 08 pipetas de Pasteur;
 05 tubos de ensaio;
 01 pinça de madeira;
 02 papéis indicador de pH.

Reagentes:

−1
 Solução de cromato de potássio K 2 CrO 4 0,05mol . L ;
−1
 Solução de dicromato de potássio K 2 Cr2 O7 0,05 mol . L ;
 Solução de ácido clorídrico HCl 1mol . L−1 ;
 Solução de hidróxido de sódio NaOH 1mol . L−1 ;
−1
 Solução de ácido acético CH 3 COOH 0,5 mol . L ;
 Solução de acetato de sódio CH 3 COONa Sólido;
−1
 Solução de cromato de potássio K 2 CrO 4 0,5 mol . L ;
−1
 Solução de nitrato de prata Ag NO 3 0,1mol . L ;
 Solução de cloreto de sódio NaCl 0,1 mol . L−1.

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3.2 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Procedimento Experimental 1: Efeito da concentração no SISTEMA 1.

Foram separados 02 tubos de ensaio, que foram utilizados como padrão de cor, e
acrescentado as seguintes soluções: Tubo I, 2mL de solução de cromato de potássio
−1
0,05 mol . L e no Tubo II, 2mL de dicromato de potássio 0,05 mol . L−1 .

Procedimento Experimental 1.1:

Em outro tubo de ensaio (Tubo III), adicionou-se 1mL de solução de cromato de


potássio 0,05 mol . L−1 e em seguida, adicionou-se aproximadamente 10 gotas de solução de
ácido clorídrico 1 mol . L−1, foi feita a comparação da cor da solução com os tubos I e II. Logo
após, adicionou-se ao mesmo Tubo III, 2mL de solução de hidróxido de sódio 1 mol . L−1
(gota a gota), depois de homogeneizada a mistura, foi feita uma nova comparação da cor com
os tubos I e II.

Procedimento Experimental 2: Efeito da concentração no SISTEMA 2.

Em um tubo de ensaio adicionou-se 2mL de ácido acético 0,5 mol . L−1 e verificou-se o
pH mergulhando um papel indicador universal. Em seguida, acrescentou-se ao sistema uma
pequena quantidade de acetato de sódio sólido e o pH foi novamente verificado.

Procedimento Experimental 4: Efeito da temperatura no SISTEMA 4

Introduziu-se algumas aparas de fios de cobre metálico dentro de um tubo de ensaio,


em seguido foram adicionadas aproximadamente 30 gotas de ácido nítrico. Logo após foi
colocado o tubo tampado em um banho de água quente e observou-se a formação de um gás.
Por fim, levou-se o tubo de ensaio em um banho de gelo para uma nova observação.

Procedimento Experimental 5: Efeito da concentração no SISTEMA 5

Em um tubo de ensaio adicionou-se 2mL de solução de cromato de potássio


−1
0,5 mol . L e em seguida 1mL de solução de nitrato de prata 0,1 mol . L−1, em seguida no
mesmo tubo de ensaio, adicionou-se algumas gotas de uma solução de cloreto de sódio
−1
0,1 mol . L .

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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dados do procedimento experimental 1: A solução de cromato de potássio


0,05 mol . L−1 contida no tubo I apresentou uma coloração amarela devido a presença do íon
cromato de potássio, conforme Figura 1. A solução de dicromato de potássio 0,05 mol . L−1
presente no tubo II, apresentou uma coloração laranja devido a presença do íon dicromato de
potássio, conforme Figura 2.

Figura 1 Figura 2

Tubo I: Solução com Cromato de potássio. Tubo II: Solução com Dicromato de
potássio.

Dados do Procedimento Experimental 1.1: Após a adição da solução de ácido


clorídrico 1 mol . L−1 no tubo III, apresentado na Figura 3, contendo cromato de potássio
apresentou coloração entre o amarelo e o laranja, não sendo possível determinar a exata
coloração (Figura 4), devido à presença tanto dos íons cromato de potássio, quanto dos íons
dicromato de potássio, pois encontrou-se em equilíbrio iônico pelo princípio de Le Chatelier.

2−¿ 2+¿ 2−¿


2 CrO 4(aq ) +2 H(aq) Cr 2 O7(aq) + H 2 O❑(l) ¿ ¿ ¿

Figura 3 Figura 4

Tubo III: Solução com Cromato Comparação da cor do Tubo III a


de potássio + Solução de Ácido direita, com os tubos I e II.
clorídrico.
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Posteriormente, adicionou-se gota a gota a solução de hidróxido de sódio no tubo III
(Figura 3), onde notou-se o retorno da coloração amarela presente antes da adição da solução
de ácido clorídrico, diminuindo a concentração de prótons (pela reação com OH −¿¿ e a
formação de H 2 O ) de modo que o equilíbrio se deslocaria para a direita, em uma reação de
neutralização, como pode ser visto na Figura 5.

2−¿ −¿ 2−¿
Cr 2 O7(aq) +2 OH (aq) 2CrO 4(aq) + H 2 O❑(l ) ¿ ¿ ¿

Figura 5

Comparação do Tubo III a direita,


com os tubos I e II após a adição da
solução de NaOH.

Dados do Procedimento Experimental 2: Na solução de ácido acético 0,5 mol . L−1


(Figura 6), o papel indicador marcou pH entre 2 e 3 de acordo com o referencial para valores
de pH (figura 8), após a adição ao sistema de uma pequena quantidade de acetato de sódio
sólido verificou-se que o valor de pH subiu para 4 (Figura 7).

Figura 6 Figura 7

Papel indicador universal


mergulhado em ácido acético a Papel indicador universal
esquerda. mergulhado em ácido acético +
acetato de sódio a direita.

7
Figura 8

Referência para valores de pH do papel


indicador universal.

Com a mistura do ácido acético, que é um ácido fraco, com um sal de mesmo ânion
desse ácido (acetato), observa-se que a concentração desses íons se deve praticamente à
dissociação do sal, que é grande, pois a ionização do ácido acético é pequena (1,8 x 10−5) em
comparação com o ácido sulfúrico que é de (1,2 x 10−2 ), fazendo assim o pH se elevar em
relação a medição realizada antes da inclusão do sal.

 Ionização do Ácido acético:

CH 3 COOH (aq )+ H 2 O (l ) CH 3 COO−¿ +¿


(aq) + H 3 O(l) ¿ ¿

 Dissociação do Acetato de sódio:

CH 3 COONa(aq) + H 2 O(l) CH 3 COO −¿ +¿


(aq) + Na(l) ¿ ¿

Dados do procedimento experimental 4: Após a inserção das aparas de cobre metálico


no tubo de ensaio (Figura 9), e a adição do ácido nítrico, observou-se a liberação de um gás
ligeiramente castanho, o dióxido de nitrogênio NO 2 e uma ligeira alteração da cor da
substância para o azul, íons de cobre Cu2+¿ ¿, como visualizado na Figura 10.

3 Cu(s )+ 8 HNO3(aq ) → 3Cu(NO ¿¿ 3)2( aq) +2 NO❑( g) + 4 H 2 O ¿

2 NO❑( g) +O 2( g) →2 NO2( g )

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Figura 9 Figura 10

Tubo de ensaio com fios de cobre


metálico. Fios de cobre metálico após contato com o
Ácido nítrico.

Logo após, foi colocado o tubo de ensaio tampado em banho de água quente e pode-se
observar a mudança na coloração do gás, antes ligeiramente castanho para uma coloração
castanho-vermelho intenso. Pelo Princípio de Le Chatelier já mencionado, quando se aumenta
a temperatura, favorece-se o deslocamento do equilíbrio no sentido da reação endotérmica,
sabendo-se que é a reação direta, de formação do NO 2, pois ele é o gás castanho-vermelho.
Tem-se, então, que a obtenção do gás dióxido de nitrogênio NO 2 é um processo endotérmico:

N 2 O4(g) 2 NO 2(g ) ΔH >0

Figura 11

Cobre metálico + Ácido nítrico após banho


em água quente.

Quando se coloca o tubo de ensaio na água com gelo, a coloração castanho-


avermelhada fica cada vez menos intensa até praticamente ficar incolor, conforme Figura 12.
Mostrando que houve um deslocamento do equilíbrio no sentido da reação inversa, de
formação do tetróxido de nitrogênio N 2 O4, e que, portanto, essa reação é exotérmica.

2 NO2(g) N 2 O4(g ) ΔH <0


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Figura 12

Cobre metálico + Ácido nítrico após banho


em água com gelo.

Dados do procedimento experimental 5: Adicionou-se a um tubo de ensaio 2 mL de


solução de cromato de potássio 0,5 mL, em seguida 1 mL de solução de nitrato de prata
0,1mol/L. Foi observado que a solução adquiriu uma coloração vermelho-tijolo e precipitado
de mesma coloração, conforme Figura 13, por conta da formação do cromato de prata.
Portanto, deslocando o equilíbrio da reação para a direita.

2−¿ 2−¿
CrO 4( aq) +2 AgNO3(aq ) Ag2 CrO 4(s )+ 2 NO 3(aq ) ¿ ¿

Figura 13

Mistura das soluções de Cromato de potássio


+ Nitrato de prata.

Em seguida adicionou-se ao tubo, algumas gotas de solução de cloreto de sódio 0,1


mol/L, após agitação leve, houve a mudança de coloração para o amarelo leitoso proveniente
da dissociação do sal cromato de prata diluído, para a formação de outro sal, cloreto de prata e
10
cromato de sódio, este último apresentou a coloração amarelo leitoso devido ao íon cromato,
conforme Figura 14.

2 NaCl(aq )+ Ag2 CrO 4(aq ) 2 AgCl (s )+ Na2 CrO 4( aq )

Figura 14

Mistura das soluções de Cromato de


potássio + Nitrato de prata após adição da
solução de cloreto de sódio.

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5 – CONCLUSÃO

De acordo com princípio de Le Chatelier, que quando se provoca uma perturbação em


um sistema em equilíbrio, este se desloca no sentido que tende a anular essa perturbação,
procurando se ajustar a um novo equilíbrio. Nos experimentos realizados, houveram
perturbações na concentração, temperatura e pH das reações e de acordo com os resultados
obtidos observou-se um deslocamento da reação de modo a sempre minimizar a perturbação
tendendo a um novo equilíbrio, conclui-se que os resultados obtidos foram satisfatórios e
dentro do esperado.

6 – REFERÊNCIAS

- BACCAN, Nivaldo. ANDRADE, João Carlos de. GODINHO, Oswaldo E. S.,BARONE.


José Salvador. Química analítica quantitativa elementar3º edição. São Paulo. Blucher-
Instituto Mauá de Tecnologia, 2001.

- Algumas Experiências Simples Envolvendo o Princípio de Le Chatelier. Química Nova na


Escola. Vol. 32, n 2. 05/2010. disponível em:
https://cabecadepapel.com/sites/colecaoaiq2011/QNEsc05/exper1.pdf. Acesso em:
23/08/2023.

- Princípio de Le Chatelier: O Que Tem Sido Apresentado em Livros Didáticos. Química


Nova na Escola. Vol. 32, n 2. 05/2010. disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc32_2/09-PE-5708.pdf. Acesso em: 15/08/2023.

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