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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA TERRA-(DCET)

ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Química Ambiental

Experimentos do campo da química atmosférica - produção e análise de gases


poluentes em laboratório

Elaine Garrido
João Flores
Marley Oliveira

Alagoinhas - BA

2023
Elaine Garrido
João Flores
Marley Oliveira

Experimentos do campo da química atmosférica - produção e análise de gases


poluentes em laboratório

Experimento feito em laboratório de


química, na Universidade do Estado da
Bahia (UNEB) como parte das avaliações
pertinentes à disciplina de Química
Ambiental do curso de Engenharia Sanitária
e Ambiental.

Professora: Leila Maria Mendes Santos

Alagoinhas - BA

2023
Introdução

Os óxidos ácidos são formados geralmente por não metais (compostos


geralmente gasosos) ou por metais com número de oxidação elevado,
apresentando-se como compostos moleculares, geralmente solúveis em água. Tais
óxidos, como o gás carbônico, caracterizam-se por produzirem um ácido ao
reagirem com água. A formação do ácido pode ser visualizada pela adição de um
indicador. Já as reações que ocorrem na formação de sais utilizando-se da teoria
ácido-base de Arrhenius (com íons positivos de hidrogênio e íons negativos de
hidroxila liberados em meio aquoso), numa reação de neutralização (total ou parcial)
há sempre formação de moléculas de água líquida, ou de ácidos-base havendo a
liberação de cátions H+ (hidrogênio ionizável) através dos diversos tipos de ácidos.

Objetivo

Objetivo geral:

Criar, em um ambiente de laboratório, reações que demonstram a formação de


gases a partir da interação de metais com ácidos ou ácidos-base, variações de pH e
suas reatividades envolvendo a liberação de íons de hidrogênio.

Objetivos específicos:

1 - Para cada uma dos experimentos, criar um ambiente fechado com distâncias
simétricas entre os reagentes;
2 - Observar a simulação de reações, que acontecem na atmosfera, dentro da placa
de petri;
3 - Analisar químicamente os resultados.

Procedimento experimental 1 - Geração de cloreto de cálcio

3.1 - Materiais:

- 2 placas de petri (com diâmetros diferentes a ponto de uma selar a outra)


- Tampa lacre tipo rosca pequena (tampa de plástico da garrafa PET)
- Pipeta pasteur (uma para cada reagente)
- Espátula com colher inox

3.2 - Reagentes:

- Bicarbonato de sódio (quantidade arbitrária)


- Ácido clorídrico 6 mol/L
- Azul de bromotimol em meio ácido
- Hidróxido de sódio 0,01 mol/L
- Hidróxido de cálcio hidratado arbitrariamente

3.3 - Metodologia:

Em cima de uma folha contendo as posições exatas que cada reagente (incluindo a
tampa lacre como recipiente para a reação principal) foi adicionado, com um limite
referência, na posição, uma placa de petri e especificado o nome das substâncias e
adições planejadas (Imagem 1).

Imagem 1 - Placa de petri em cima da “folha de delineamento”

Fonte: Os autores

No papel, sobre o círculo, à esquerda de onde ficou a tampa plástica, foram


aplicadas 3 gotas de hidróxido de cálcio “cal hidratada”, enquanto que, no círculo do
papel à direita de onde ficou a tampa plástica, primeiro foram colocadas 2 gotas de
azul de bromotimol e 2 de hidróxido de sódio, para ser tapado imediatamente em
seguida à adição dos reagentes, para verificar a variação da coloração e do pH
(Imagem 2).

Imagem 2 - Variação da coloração do azul de bromotimol por pH

Fonte:http://potassio-40.blogspot.com/2017/11/o-azul-de-bromotimol-e-o-meu-indicador.html

Por fim, para o círculo onde ficou a tampa plástica, foi adicionado, com ajuda da
espátula, o bicarbonato de sódio em pequena quantidade arbitrária e 3 gotas de
ácido clorídrico em seguida, para imediatamente inserir a outra placa de petri em
cima desta, já que a reação começou assim que foi adicionada a primeira gota (Gif
1).

Gif 1 - Reação entre o ácido clorídrico e o bicarbonato de sódio na tampa;

Fonte: Os autores
Procedimento experimental 2

3.1 - Materiais:

- 2 placas de petri (com diâmetros diferentes a ponto de uma selar a outra)


- Tampa lacre tipo rosca pequena (tampa de plástico da garrafa PET)
- Fita de pH
- Pipeta pasteur (uma para cada reagente)

3.2 - Reagentes:

- Permanganato de potássio 0,01 mol/L (gotas)


- Peróxido de hidrogênio
- Cloreto de bário aquoso
- Ácido clorídrico 6 mol/L
- Bissulfito de sódio 40%
- Permanganato de potássio

3.3 - Metodologia:

No segundo experimento, seguiu-se, basicamente, o mesmo procedimento inicial,


após a lavagem dos materiais com água de torneira e detergente neutro. Assim,
com a referência do círculo do papel, à esquerda de onde ficou a tampa plástica,
foram aplicadas 2 gotas de permanganato de potássio (Imagem 3), à direita de onde
ficou a tampa plástica, foi adicionado 2 gotas de peróxido de hidrogênio, para o
círculo preenchido, foram adicionados o cloreto de bário e peróxido de hidrogênio, 1
gota de cada, um após o outro, respectivamente. Por fim, na tampinha, houve a
adição de 2 gotas do bissulfito de sódio e 3 de ácido clorídrico e posteriormente
tampado o recipiente com a outra placa de petri.
Imagem 3 - Adição do permanganato de potássio

Fonte: Os autores

Procedimento experimental 3

3.1 - Materiais:

- 2 placas de petri (com diâmetros diferentes a ponto de uma selar a outra)


- Tampa lacre tipo rosca pequena (de plástico)
- Moeda de cobre (de 5 centavos do real)
- Pipeta pasteur (uma para cada reagente)

3.2 - Reagentes:

- Azul de bromotimol
- Hidróxido de sódio 0,01 mol/L
- Ácido clorídrico 6 mol/L

3.3 - Metodologia:

Para o experimento 3, utilizando os mesmos princípios iniciais do 2, no lugar da


tampa, foi colocado uma moeda de 5 centavos de real. Assim, no espaço de baixo,
foi adicionado o azul de bromotimol seguido do hidróxido de sódio, 2 gotas cada,
observando a reação e variação visível na cor. Imediatamente, na moeda, foram
adicionadas 7 gotas de ácido clorídrico que, visualmente, deixaram a moeda com
coloração mais clara.
Resultados e discussões

Experimento 1

Alguns dos resultados dos experimentos são passíveis de discussões comuns, entre
eles, no experimento 1, houve a mudança da coloração do azul de bromotimol do
amarelo para azul, ou seja, como uma solução indicadora, indicou um aumento do
pH.
Após os 2 minutos, o hidróxido de cálcio mudou a sua textura, provavelmente pela
reação entre ele e o gás produzido na reação da tampa, gerando o hipoclorito de
cálcio, 𝐶𝑎(𝐶𝑙𝑂)2, um sal que deve ter aumentado a viscosidade do líquido.

Na reação do ácido clorídrico e o bicarbonato de sódio, foram observadas ,


inicialmente, bolhas sendo formadas, ou seja, liberação de gás para, para posterior
observação da formação de um sal (Im.4), 𝐶𝑎𝐶𝑂3 + 2𝐻𝐶𝑙 ↔ 𝐶𝑎𝐶𝑙2 + 𝐶𝑂2 + 𝐻2𝑂 .

Imagem 4 - Sal da reação entre o ácido clorídrico e o bicarbonato de sódio na tampa

Fonte: Os autores

Experimento 2

No segundo experimento, como foi observado, de forma clara, somente uma


mudança durante o procedimento, que foi a coloração na parte externa do
permanganato de potássio (Imagem 5), possível inferir, por conta da capacidade
oxidante da solução, que ela oxidou os poluentes presentes na reação que ocorreu
na tampinha, 𝐻𝐶𝑙 + 𝑁𝑎𝐻𝑆𝑂3 → 𝑁𝑎𝐶𝑙 + 𝐻2𝑂 + 𝑆𝑂2 , em sua superfície, mudando

sua coloração, por conta da formação de 𝑀𝑛𝑆𝑂4 + 𝐻2𝑆𝑂4 + 𝐾2𝑆𝑂4.

Para os outros reagentes, não foi observada nenhuma mudança aparente. Mas, é
importante salientar que os pHs medidos, respectivamente, da reação entre o
cloreto de bário e peróxido de hidrogênio, e entre o bisulfito de sódio e ácido
clorídrico, foram de 4 e 1.
Apesar da não alteração aparente, devido a propriedades do peróxido de
hidrogênio, 𝐻2𝑂2, cloreto de bário, 𝐵𝑎𝐶𝑙2, ácido clorídrico, 𝐻𝐶𝑙 e bissulfito de sódio,

𝑁𝑎2𝑆𝑂3, podemos deduzir a possibilidade de ter ocorrido algumas reações, porque o

𝐻2𝑂2 poderia formar o peróxido de bário e ácido clorídrico,

𝐵𝑎𝐶𝑙2 + 𝐻2𝑂2 → 𝐵𝑎𝑂2 + 2𝐻𝐶𝑙, além disso, temos a possível oxidação dos gases

que entraram em contato com o 𝐻2𝑂2, por exemplo, do dióxido de enxofre, 𝑆𝑂2,

sendo oxidado em sulfato, 𝐻2𝑆 + 𝐻2𝑂2 → 𝑆 + 2𝐻2𝑂.

Imagem 5 - Mudança na permanganato de potássio após as reações

Fonte: Os autores

Procedimento experimental 3

A primeira observação é na moeda de 5 centavos de real (suja), cujo revestimento


da moeda é em cobre , pois, o metal, quando em contato com o oxigênio presente
no ar, sofre oxidação espontânea, formando uma película de óxido de cobre (II) em
sua superfície, 𝐶𝑢(𝑠) + ½ 𝑂(𝑔) → 𝐶𝑢𝑂(𝑠).
Finalmente ao adicionar, na moeda, as 7 gotas de ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙), apesar do
cobre naturalmente não reagir com o ácido clorídrico, visualmente, deixou a moeda
com coloração mais clara, provavelmente devido à remoção da camada de óxido e
tal reação, 𝐶𝑢𝑂(𝑠) + 2𝐻𝐶𝑙 → 𝐶𝑢𝐶𝑙 + 𝐻2𝑂(𝑙).

Imagens 6 e 7: Reações visíveis antes e depois da adição do ácido clorídrico

Fonte: Os autores

Conclusão

Alguns dos resultados dos experimentos são passíveis de discussões comuns, entre
eles, no experimento 1 e 3, onde houve a mudança da coloração do azul de
bromotimol do amarelo para azul, ou seja, como uma solução indicadora,
demonstrou um aumento do pH.
Para algumas outras reações, não é possível inferir, com certeza, a formação de
produtos, já que não houve análise do reagente, após o “fechamento” do sistema, e
nem controle de variáveis físicas, portanto, somente houve discussão de
possibilidades.
As reações tiveram colaboração importante para demonstrar as moléculas
relacionadas dentro de um ciclo de poluição e/ou contaminação ambiental, para
posterior análise das consequências no ambiente criado e em reagentes próximos
após a produção dos produtos.
Referências:
HONÓRIO, Kátia M. et al. O show da química: motivando o interesse científico.
Revista Química Nova, v.29, n.1, p.173-178, 2006.

https://www.aio.com.br/questions/content/o-dioxido-de-enxofre-e-um-poluente-atmosferico
http://educa.fc.up.pt/catalogo/assets/uploads/sintese_protocolos/0048f-apres_pr-a_bao2_v6.pdf
https://www.determinantebh.com.br/wp-content/uploads/2016/08/TABELA-de-NOX.pdf
https://www.toppr.com/ask/question/copper-oxide-reacts-with-hcl-and-gives/
https://sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2014/MEQ14083.pdf

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