Você está na página 1de 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


Departamento de Química

RELATÓRIO

EXPERIMENTO 06
TERMOQUÍMICA

Nomes: Beatriz de Souza Merlo, Gustavo Guedes Ribeiro, Israel Leonidio Amorim,
Junia Zorzanelli Souza e Vitor Lopes França.

Relatório acadêmico do Curso de


Graduação de Química Bacharelado
apresentado como parte das
exigências da disciplina de Química
Geral Experimental II (QUI02360),
sob orientação da professora Marta
Albuquerque Machado.

Vitória
Novembro/2022
1

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………..…………………………2
2. OBJETIVOS………………………………………..……………………….…5
3. MÉTODOS…………………………………………..………...…………….…5
3.1. Materiais e reagentes …………………………………………………….….5
3.2. Metodologia ……………...………………………….……………………….6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ……………………..……………………….7
5. CONCLUSÕES…………………………………….…...…...……………….11
6. BIBLIOGRAFIA……………………………………….…………………….12
2

1. INTRODUÇÃO

Grande parte das reações químicas são acompanhadas da liberação ou absorção de


calor, torna-se importante, portanto, a compreensão dessas transições de energia térmica,
proveniente da energia interna de um sistema. Assim, foi criada a termoquímica, ramo
de pesquisa termodinâmico responsável pelo estudo das trocas de calor que ocorrem nas
reações químicas.[1]

Em um sistema termodinâmico, a energia interna (∆𝑈) é trocada com a vizinhança na forma de calor
(𝑞) e trabalho (𝑤).[2]

∆𝑈 = 𝑞 + 𝑤
Variação da energia interna.[2]

𝑞 = 𝐶 · ∆𝑇
Calor.[2]
Onde 𝐶 é a capacidade calorífica de um sistema (razão entre o calor fornecido e o aumento de
temperatura) e ∆𝑇 é a variação de temperatura.[2]

𝑤 = − 𝑃𝑒𝑥𝑡 · ∆𝑉

Trabalho. [2]
Onde 𝑃𝑒𝑥𝑡 é a pressão externa e ∆𝑉 é a variação de volume do sistema.[2]

Ademais, essa área da termodinâmica classifica as reações como exotérmicas, quando


o calor está sendo liberado, ou endotérmicas, quando o calor é absorvido, através da
avaliação do calor envolvido na reação ou pela análise da variação de entalpia.[1]

A entalpia, propriedade extensiva das substâncias, representa a energia térmica


máxima de um sistema que pode ser removida na forma de calor, com essa função de
estado obtém-se informações sobre as variações de energia à pressão constante.
Consequentemente, devido à definição de entalpia e à primeira lei da termodinâmica, a
variação da entalpia se iguala ao calor liberado ou absorvido pelo sistema, em pressão
3
[1], [2]
constante.
“A Primeira Lei da Termodinâmica é fundamentada no Princípio da
Conservação de Energia que diz: “A energia não pode ser criada nem destruída
apenas transformada de uma forma em outra, ou seja, a quantidade de energia
total permanece constante”.”[3]

∆𝐻 = ∆𝑈 + 𝑃∆𝑉
Variação de entalpia.[2]

Como:
∆𝑈 = 𝑞 − 𝑃𝑒𝑥𝑡 · ∆𝑉

Têm-se:
∆𝐻 = 𝑞 − 𝑃𝑒𝑥𝑡∆𝑉 + 𝑃∆𝑉

Então, à pressão é constante, 𝑃𝑒𝑥𝑡 = 𝑃:

∆𝐻 = 𝑞
Variação de entalpia à pressão constante.[2]

Outrossim, a entalpia pode ser classificada em categorias mais específicas. Duas


categorias muito importantes são as de entalpia de neutralização, calor envolvido
quando um mol de água é produzido pela reação de um ácido com uma base, e entalpia
de dissolução, calor obtido da adição de uma quantidade de solvente numa solução e
que depende da concentração original da solução e da quantidade do solvente
adicionado.[4]

Nesse contexto, vale ressaltar a calorimetria, baseada nas determinações da primeira


lei da termodinâmica. Essa área estuda as trocas de energia na forma de calor entre
sistemas isolados, formados por um calorímetro que contém a reação analisada. Neste
equipamento, as substâncias a serem analisadas são adicionadas em um recipiente
envolto externamente por um material isolante térmico, havendo apenas uma abertura
para passagem de um termômetro e de um bastão de vidro para agitação do sistema.
Existem os calorímetros a volume constante e à pressão constante, que medem a
variação de energia interna e a variação de entalpia, respectivamente, das reações. [2], [5]
4

Todas as trocas de calor que ocorrem na reação são feitas com o calorímetro, ou seja,
todo calor liberado pelo processo é absorvido pelo recipiente e todo calor absorvido pelo
processo é liberado pelo recipiente, e são proporcionais à mudança de temperatura do
calorímetro.[2], [4]

𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 + 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

Calor da reação feita em um calorímetro à pressão constante.[5]

( )
Na qual o calor da reação 𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 é determinado por:

𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑛 · ∆𝐻 [5]

Onde 𝑛 é o número de mols da substância.[5]

(
O calor de solução 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 é: )
𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝐶𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 · ∆𝑇 = 𝑚 · 𝑐𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 · ∆𝑇 [5]

Onde 𝑚 é a massa da solução e 𝑐 é a capacidade calorífica específica da solução (quantidade de calor


necessária para elevar a temperatura de uma unidade de massa).[5]

( )
E o calor do calorímetro 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 é descrito por:

𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 . Δ 𝑇 [5]

Onde 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 é a capacidade calorífica do calorímetro.[5]

Dessa forma:
𝑛 · ∆𝐻 = 𝑚 · 𝑐𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 · ∆𝑇 + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 . Δ 𝑇

𝑛 · ∆𝐻
𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∆𝑇
− 𝑚 · 𝑐𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Cálculo da capacidade calorífica do calorímetro.[5]

Finalmente, destaca-se a Lei de Hess, que, conhecendo as reações intermediárias


balanceadas as quais somadas resultam na reação de interesse, determina a entalpia da
reação como a soma das entalpias de formação de cada etapa da reação total.[2], [6]

“Lei de Hess: A variação da entalpia para qualquer processo depende


somente da natureza dos reagentes e produtos e independente do número de
etapas do processo ou da maneira como é realizada a reação.”[6]
5

2. OBJETIVOS

Os experimentos visam a compreensão dos conceitos da termoquímica. Foi realizada


( )
uma reação com o cloreto de amônio 𝑁𝐻4𝐶𝑙 a fim de determinar a capacidade

calorífica do calorímetro e analisar a energia térmica da reação. Com os experimentos de


dissolução, tanto na água como no ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙), verificou-se a Lei de Hess.

3. MÉTODOS

3.1. Materiais e reagentes

Foram utilizados os seguintes materiais:

● Proveta 100 𝑚𝐿 (medição dos volumes dos reagentes);


● Béquer 100 𝑚𝐿 (pesagem dos reagentes);
● Calorímetro de teflon (preparação das combinações);
● Cilindro de isopor (isolante térmico);
● Termômetro (medição da temperatura);
● Bastão de vidro (agitação das misturas);
● Balança analítica (pesagem dos reagentes).

E os seguintes reagentes:

● Cloreto de amônio (𝑁𝐻4𝐶𝑙 (𝑠)) (determinação da capacidade calorífica do

calorímetro);
● Hidróxido de sódio (𝑁𝑎𝑂𝐻) sólido e líquido [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] (verificação da lei de
Hess);
● Ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙) [0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] (verificação da lei de Hess).
6

3.2. Metodologia

Com o objetivo de descobrir a capacidade calorífica do calorímetro, mediu-se 100 𝑚𝐿


de água destilada, transferiu-os para o calorímetro e a temperatura foi aferida. Em
( )
seguida, pesou-se 9, 9811 𝑔 do cloreto de amônio 𝑁𝐻4𝐶𝑙 que foram adicionadas no

calorímetro. Começou-se a agitação com o bastão de vidro e aferiu-se novamente a


temperatura da solução. Assim, com a diferença entre a temperatura final e inicial, foi
( )
possível calcular a capacidade calorífica do calorímetro 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 .

Uma vez que se obteve o valor de 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜, pôde-se avaliar a veracidade da lei de

Hess para o experimento. Inicialmente, foi feita a dissolução do hidróxido de sódio


(𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠)) em água. Mais uma vez, mediu-se 100 𝑚𝐿 de água destilada que depois foi
transferida para o calorímetro, onde aferiu-se a sua temperatura. Logo após, pesou-se
2, 0875 𝑔 de 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) que foram adicionadas ao calorímetro. Agitou-se a mistura e a

variação de temperatura foi aferida.

Posteriormente, foi feita a reação de neutralização em soluções de hidróxido de sódio e


ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙). Em uma proveta, mediu-se 50 𝑚𝐿 da solução de ácido clorídrico
[0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿] que foram transferidos para o calorímetro, agitou-se a solução e aferiu-se a
temperatura. Em seguida, foi medido 50 𝑚𝐿 de solução de hidróxido de sódio
[0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿], esta solução também foi adicionada ao calorímetro. A mistura foi agitada
rapidamente com o bastão de vidro e anotou-se a variação de temperatura obtida.

Finalmente, foi feita uma reação entre 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) e solução de 𝐻𝐶𝑙. O inicial de

dissolução do hidróxido de sódio sólido foi repetido, substituindo os 100 𝑚𝐿 de água


destilada por 100 𝑚𝐿 de ácido clorídrico. Logo depois, anotou-se a variação de
temperatura da reação.

Dessa forma, calculou-se as entalpias de cada etapa da reação e foi avaliada a lei de
Hess.
7

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para determinação da capacidade calorífica do calorímetro 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 é necessário ( )


calcular a variação de temperatura da reação de dissociação iônica do cloreto de amônio
(𝑁𝐻4𝐶𝑙). Denotou-se que a temperatura inicial, da água destilada adicionada ao

calorímetro, era de 23°𝐶 e a temperatura final, após a mistura com o sal e agitação do
sistema, foi de 15°𝐶.

∆𝑇 = 𝑇𝑓 − 𝑇𝑖
Variação de temperatura[2].
Onde 𝑇𝑖 é a temperatura inicial e 𝑇𝑓 é a temperatura final.

Dessa forma, a variação de temperatura da reação de dissociação do 𝑁𝐻4𝐶𝑙:


∆𝑇 = 15°𝐶 − 23°𝐶

∆𝑇 = − 8°𝐶

Nota-se que a temperatura medida diminui com a ocorrência da reação, assim, a reação de dissociação do
cloreto é endotérmica, uma vez que a temperatura aferida é a da água, ou seja, a água libera calor a ser
absorvido pelo sal para que ele possa dissociar.[2]

Com isso, torna-se possível calcular a capacidade calorífica do calorímetro.

𝑛𝑁𝐻 𝐶𝑙 · ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 4

∆𝑇
− 𝑚𝑁𝐻 𝐶𝑙 · 𝑐𝑁𝐻 𝐶𝑙
4 (𝑎𝑞) 4 (𝑎𝑞)

Onde:
𝑚𝑁𝐻 𝐶𝑙
9,9811 𝑔
𝑛𝑁𝐻 𝐶𝑙 = 𝑀𝑀𝑁𝐻 𝐶𝑙
4
= 53,49 𝑔/𝑚𝑜𝑙
= 0, 19 𝑚𝑜𝑙
4 4

em que 𝑚𝑁𝐻 𝐶𝑙 é a massa do sal e 𝑀𝑀𝑁𝐻 𝐶𝑙 é a massa molar do composto.


4 4

∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 16, 6 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 = 16600 𝐽/𝑚𝑜𝑙

em que ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 é a entalpia de dissolução do cloreto de amônio.

𝑚𝑁𝐻 𝐶𝑙 = 𝑑𝑁𝐻 𝐶𝑙 · 𝑉á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑚𝐿 · 100 𝑚𝐿 = 100 𝑔


4 (𝑎𝑞) 4 (𝑎𝑞)

em que 𝑚𝑁𝐻 𝐶𝑙 é a massa da solução do sal, 𝑑𝑁𝐻 𝐶𝑙 é a densidade da solução do sal e 𝑉á𝑔𝑢𝑎 é o
4 (𝑎𝑞) 4 (𝑎𝑞)

volume da água. *
8
[2]
𝑐𝑁𝐻 𝐶𝑙 ≃ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 4, 18 𝐽/𝑔. °𝐶
4 (𝑎𝑞)

em que 𝑐𝑁𝐻 𝐶𝑙 capacidade calorífica específica da solução do sal e 𝑐á𝑔𝑢𝑎 é a capacidade calorífica
4 (𝑎𝑞)

específica da água.*
*Como a solução de cloreto de amônio está em meio aquoso, suas propriedades podem ser arredondadas para as da água.[2]

Assim, substituindo os valores na fórmula:

0,19 𝑚𝑜𝑙 · 16600 𝐽/𝑚𝑜𝑙


𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = − 8°𝐶
− 100 𝑔 · 4, 18 𝐽/𝑔. °𝐶
𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = − 394, 25 𝐽/°𝐶 − 418 𝐽/°𝐶

𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = − 812, 25 𝐽/°𝐶

Portanto, para aumentar 1°𝐶 de temperatura na reação que ocorre no calorímetro, ele
deve liberar 812, 25 𝐽 de energia.
Ao determinar a capacidade calorífica do calorímetro, foi averiguada a veracidade da
lei de Hess através da reação entre o hidróxido de sódio sólido e a solução de ácido
clorídrico e suas etapas.
A reação entre 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) e a solução de 𝐻𝐶𝑙 possui duas etapas, a dissolução do

hidróxido de sódio sólido em água e a neutralização em soluções de hidróxido de sódio e


de ácido clorídrico.
𝐻2𝑂 + −
𝐼. 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑠) → 𝑁𝑎 (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 (𝑎𝑞)
(dissolução em água)

+ − + − + −
𝐼𝐼. 𝑁𝑎 (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 (𝑎𝑞) + 𝐻 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑙 (𝑎𝑞) → 𝐻2𝑂 (𝑙) + 𝑁𝑎 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑙 (𝑎𝑞)
(neutralização)

+ − + −
𝐼𝐼𝐼. 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑠) + 𝐻 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑙 (𝑎𝑞) → 𝐻2𝑂 (𝑙) + 𝑁𝑎 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑙 (𝑎𝑞)
(reação entre 𝑁𝑎𝑂𝐻 e 𝐻𝐶𝑙)

Observa-se que, ao somar as reações 𝐼 e 𝐼𝐼, obtém-se a reação 𝐼𝐼𝐼. A partir disso, de
acordo com a lei de Hess, a entalpia da reação 𝐼𝐼𝐼 é igual a soma das entalpias de 𝐼 e 𝐼𝐼.
Para determinar as entalpias em cada uma das etapas da reação, foram aferidas as
temperaturas iniciais e finais de cada reação.
9
Na etapa 𝐼, aferiu-se a temperatura de 23°𝐶 antes da adição de 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) na água e de

27°𝐶 após a adição, obtendo uma variação de temperatura (∆𝑇) igual a 4°𝐶. Pode-se
então, calcular a entalpia dessa etapa da reação.

𝑞𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑞𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 · 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻


(𝑎𝑞)

𝑚𝑁𝑎𝑂𝐻 · 𝑐𝑁𝑎𝑂𝐻 · ∆𝑇 + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 · ∆𝑇


∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = (𝑎𝑞) (𝑎𝑞)

𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻

Onde:

𝑚𝑁𝑎𝑂𝐻 = 𝑚𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 102, 0875 𝑔


(𝑎𝑞) (𝑠)

𝑐𝑁𝑎𝑂𝐻 = 0, 98 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 = 4, 10032 𝐽/𝑔°𝐶 *[7]


(𝑎𝑞)

2,0875 𝑔
𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 = 39,997 𝑔/𝑚𝑜𝑙
= 0, 0522 𝑚𝑜𝑙
[2]
* 1 𝑐𝑎𝑙 = 4, 184 𝐽

Assim:

102,0875 𝑔 · 4,10032 𝐽/𝑔°𝐶 · 4°𝐶 + (− 812,25 𝐽/°𝐶) · 4°𝐶


∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 0,0522 𝑚𝑜𝑙

∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = − 30165, 41 𝐽/𝑚𝑜𝑙 = − 30, 16541 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙

Nota-se que a dissolução do hidróxido de sódio sólido em água é um processo


exotérmico, com uma liberação de 30, 16541 𝑘𝐽 de energia por 𝑚𝑜𝑙 de substância.
Na etapa 𝐼𝐼, aferiu-se a temperatura de 23°𝐶 para a solução de ácido clorídrico e, após
a adição da solução de hidróxido de sódio, a temperatura de 25, 5°𝐶, tendo, assim, uma
variação de temperatura (∆𝑇) igual a 2, 5°𝐶.

𝑞𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑁𝑎𝐶𝑙 + 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 · 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻


(𝑎𝑞)

𝑚𝑁𝑎𝐶𝑙 · 𝑐𝑁𝑎𝐶𝑙 · ∆𝑇 + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 · ∆𝑇


∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = (𝑎𝑞) (𝑎𝑞)

𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻

Onde:

𝑚𝑁𝑎𝐶𝑙 = 𝑑𝑁𝑎𝐶𝑙 · 𝑉𝑁𝑎𝐶𝑙 = 1, 01 𝑔/𝑚𝐿 · 100 𝑚𝐿 = 101 𝑔 [7]


(𝑎𝑞) (𝑎𝑞) (𝑎𝑞)
10
[7]
𝑐𝑁𝑎𝐶𝑙 = 0, 95 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 = 3, 9748 𝐽/𝑔°𝐶
(𝑎𝑞)

[
𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 = 𝑁𝑎𝑂𝐻 (𝑎𝑞) · 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻 ] (𝑎𝑞)
= 0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿 · 0, 05 𝐿 = 0, 025 𝑚𝑜𝑙

Assim:

101 𝑔 · 3,9748 𝐽/𝑔°𝐶 · 2,5°𝐶 + (− 812,25 𝐽/°𝐶) · 2,5°𝐶


∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 0,025 𝑚𝑜𝑙

∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = − 41079, 52 𝐽/𝑚𝑜𝑙 = − 41, 07952 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙

Verifica-se que a neutralização do 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) em 𝐻𝐶𝑙 é um processo exotérmico, com

uma liberação de 41, 07952 𝑘𝐽 de energia por 𝑚𝑜𝑙 de substância.


Na etapa 𝐼𝐼𝐼, aferiu-se a temperatura de 23°𝐶 para a solução de ácido clorídrico e, após
a adição do hidróxido de sódio sólido, a temperatura de 33°𝐶, tendo, assim, uma
variação de temperatura (∆𝑇) igual a 10°𝐶.

𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑁𝑎𝐶𝑙 + 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 · 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻


(𝑎𝑞)

𝑚𝑁𝑎𝐶𝑙 · 𝑐𝑁𝑎𝐶𝑙 · ∆𝑇 + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 · ∆𝑇


∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = (𝑎𝑞) (𝑎𝑞)

𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻

Onde:

𝑚𝑁𝑎𝐶𝑙 = 𝑑𝑁𝑎𝐶𝑙 · 𝑉𝑁𝑎𝐶𝑙 = 1, 02 𝑔/𝑚𝐿 · 100 𝑚𝐿 = 102 𝑔 [7]


(𝑎𝑞) (𝑎𝑞) (𝑎𝑞)

𝑐𝑁𝑎𝐶𝑙 = 0, 95 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 = 3, 9748 𝐽/𝑔°𝐶 [7]


(𝑎𝑞)

2,0875 𝑔
𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 = 39,997 𝑔/𝑚𝑜𝑙
= 0, 0522 𝑚𝑜𝑙

Assim:

102 𝑔 · 3,9748 𝐽/𝑔°𝐶 · 10°𝐶 + (− 812,25 𝐽/°𝐶) · 10°𝐶


∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 0,0522 𝑚𝑜𝑙

∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = − 77934, 94 𝐽/𝑚𝑜𝑙 = − 77, 93494 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙

Por fim, segundo a lei de Hess:


∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = ∆𝐻𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 + ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = − 41, 07952 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 − 30, 16541 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 = − 71, 24493 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙
11
Observa-se, portanto, que o valor obtido experimentalmente para entalpia de reação
entre o hidróxido de sódio sólido e a solução de ácido clorídrico são diferentes do valor
determinado pela lei de Hess, mas está dentro de um limite de erro.

5. CONCLUSÃO

Portanto, por meio dos procedimentos experimentais, o grupo pôde obter mais clareza
sobre a termoquímica, ao determinar a capacidade calorífica do calorímetro e avaliar a
lei de Hess.
À princípio, concluiu-se que a capacidade calorífica do calorímetro se dá pela
liberação ou absorção de energia térmica pela água envolvida na reação de dissociação
iônica do cloreto de amônio.
Além disso, verificou-se que a Lei de Hess é válida mesmo com a diferença entre os
resultados obtidos. Essa diferença ocorreu devido ao calorímetro usado não ser
completamente isolante e ao erro experimental já esperado.
12

6. BIBLIOGRAFIA

1. Termoquímica. Departamento de Química UFMG. Disponível em:


http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/downloads/aulas/aula%205%20-%20termoquimica
.pdf. Acesso em: 04/12/2022.
2. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química – Questionando a vida moderna e o
meio ambiente, Porto Alegre, RS, Ed. Bookman, 2001.
3. GONÇALVES, L. J. Termodinâmica. Instituto de Física da UFRGS. Disponível
em:
http://www.if.ufrgs.br/cref/leila/termodi.htm#:~:text=A%20Primeira%20Lei%20d
a%20Termodin%C3%A2mica,de%20energia%20total%20permanece%20constant
e%22. Acesso em: 05/12/2022.
4. PILLING, S. Prática 1 – Termoquímica: Introdução à calorimetria. Determinação
de calor de neutralização (reação ácido-base) e calor de dissolução de sólidos.
Verificação experimental da lei de Hess. UniVap. Disponível em:
https://www1.univap.br/spilling/FQE1/FQE1_EXP1_Termoquimica.pdf. Acesso
em: 03/12/2022.
5. BRADY, J. E.; SENESE, F. Química – Matéria e suas transformações, Rio de
Janeiro, RJ, Ed. LTC, 5a edição, vol. 1, 2009.
6. RUSSEL, J. B. Química Geral. São Paulo, Ed. Pearson Makron Books, 2a edição,
vol. 2, 1994.
7. Termoquímica: calor de solução e calor de neutralização. Professores UFOP.
Disponível em:
http://professor.ufop.br/sites/default/files/kisla/files/calor_de_solucao_e_neutraliza
cao.pdf. Acesso em: 03/12/2022.

Você também pode gostar