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Segundo a técnica de separação utilizada, a cromatografia pode ser: de adsorção, de partição, de

permuta iónica e de exclusão molecular.


A cromatografia de adsorção baseia-se na capacidade que algumas moléculas possuem de se unirem
especificamente e de forma não covalente com outras moléculas (ligandos) situadas numa matriz
insolúvel. Quando se pretende isolar um componente de uma mistura, introduz-se este numa coluna que
contém a matriz adsorvente. As moléculas particulares do componente a isolar aderem à matriz de forma
específica, enquanto que as moléculas de outros componentes passam através da coluna.
Este tipo de cromatografia usa-se principalmente em bioquímica para isolar enzimas e para separar
moléculas da membrana celular que captam hormonas específicas.

A cromatografia de partição é um processo de separação de misturas em contracorrente desenvolvido


por A. J. P. Martin e R. L. M. Synge, inicialmente para separar aminoácidos e logo aplicado a muitas
outras substâncias.
Baseia-se na diferente solubilidade dos componentes da mistura em relação a duas fases líquidas não
miscíveis. A fase estacionária é um líquido aquoso que contém uma substância inerte, insolúvel e
hidratada, como o amido ou a sílica gel, através da qual flui a fase móvel. Esta fase é consiste num
solvente não miscível com o líquido da fase estacionária, que contém a mistura a separar.
A separação da mistura de solutos consegue-se através de um grande número de etapas de partição entre
a fase aquosa e a fase móvel. Os diferentes componentes a separar deslocam-se para baixo a velocidades
diferentes. O líquido que sai pela extremidade da coluna é denominado de eluído e é recolhido em
frações para ser analisado.

A cromatografia de permuta iónica baseia-se nas diferenças de comportamento ácido-base das moléculas
a separar. Nesta técnica enche-se uma coluna com uma resina de permuta iónica e faz-se deslocar através
dela uma solução contendo a mistura a separar. Se a resina for aniónica, serão retidas as moléculas de
carga positiva, enquanto que as moléculas de carga negativa são eluídas. Se a resina for catiónica,
ocorrerá precisamente o contrário.

Por fim, a cromatografia de exclusão molecular é um método de separação baseado no tamanho das
partículas a separar. Desloca-se a solução a separar através de uma coluna que contém grânulos de
zeólitos (peneiros moleculares) ou de um polímero com alto grau de hidratação. As moléculas de grandes
dimensões não podem atravessar os poros do zeólito ou do polímero, pelo que se deslocam rapidamente
através da coluna, enquanto que as de pequena dimensão penetram livremente nos poros e passam mais
lentamente.
Esta técnica utiliza-se em bioquímica para separar proteínas e bioestruturas de grandes dimensões.
Também é possível classificar as cromatografias de acordo com o tipo de eluente utilizado -
cromatografia líquida ou gasosa - ou de acordo com o suporte: cromatografia em coluna, cromatografia
em camada fina e cromatografia em papel.

A cromatografia em coluna foi o primeiro método utilizado. Utiliza-se de preferência colunas com óxido
de alumínio, carbonato de cálcio, sílica gel, celulose entre outros.

A cromatografia em camada fina é uma variante mais avançada que a anterior, que em vez da coluna
utiliza uma camada fina de uma das substâncias citadas, colocada sobre uma placa suporte quase sempre
em vidro.
Colocam-se algumas gotas da solução que se pretende analisar na parte inferior da placa e deixam-se
secar. Dentro de um recipiente fechado, de vidro (câmara de eluição), mergulha-se o lado inferior da
placa num solvente (água, ácidos, bases, solventes orgânicos) que ascende na camada por capilaridade.
As substâncias da mistura são transportadas a certas distâncias e, desta forma, separadas.
Finalmente, a cromatografia em papel (desenvolvida em 1944 por R. Consden, A. H. Gordon e A. Martin)
é realizada em tiras ou folhas de papel de filtro especial. O método de funcionamento é semelhante ao da
cromatografia em camada fina.

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