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Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete- CES-CL - Engenharia Elétrica

Instalações Elétricas Prediais

11 Eletrodutos
Componentes das instalações elétricas que possuem a função de acomodar e ’conduzir’ os condutores
até o ponto de utilização de energia elétrica. São fabricados de acordo com a norma NBR-
Para sua utilização, algumas prescrições devem ser observadas:

• É proibido o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente apresentados e
comercializados como tal.

• Só são admitidos eletrodutos não-propagantes de chama.

• Em instalação embutida os eletrodutos devem suportar os esforços de deformação característi-


cos da técnica construtiva utilizada.

• Os eletrodutos devem suportar as solicitações mecânicas, químicas, elétricas e térmicas a que


forem submetidos nas condições da instalação.

• Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multi-
polares.

• As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem permitir que, após montagem
da linha, os condutores possam ser instalados e retirados com facilidade. Para tanto a taxa de
ocupação do eletroduto, dada pelo quociente entre a soma das áreas das seções transversais dos
condutores previstos, calculadas com base no diâmetro externo, e a área útil da seção transversal
do eletroduto, não deve ser superior a 53% no caso de um condutor, 31% no caso de dois
condutores, e 40% no caso de três condutores ou mais.

Para se verificar a taxa que será ocupada pelo condutores em um trecho da instalação, é necessário
somar as seções transversais (externas) de cada condutor - dado fornecido pelo fabricante:

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X
Acond = soma das áreas externas dos condutores

O diâmetro mínimo será determinado por:


r P
4 × Acond
D=
f ×π
f = 0, 53; f = 0, 31; f = 0, 40 - dependendo do número de condutores no eletroduto
O eletroduto deverá ser selecionado, em polegadas, de acordo com a tabela de conversão a seguir:

12 Comando, controle e proteção dos circuitos terminais


Os circuitos elétricos são dotados de dispositivos que permitem a interrupção da passagem de corrente
por seccionamento (interruptores, contatores, etc.) e dispositivos de proteção contra curto circuitos e
sobrecargas (disjuntores, por exemplo).
Os interruptores comuns, dispositivos de comandos (liga-desliga), podem acionar cargas de 550W
a 127V , ou 1100W a 220V . Para circuitos constituídos por dois condutores de fase, o interruptor será
bipolar; no caso de circuitos trifásicos, tripolar.
Os dispositivos de proteção têm a função de proteger pessoas, equipamentos e a rede elétrica
contra acidentes causados por alterações de correntes.
Algumas definições são necessárias antes de prosseguir:

• Falta elétrica - contato ou arco acidental entre partes vivas sob potenciais diferentes, entre parte
viva e a terra ou entre parte viva e massa (falta para a terra ou falta para massa), num circuito
ou equipamento elétrico energizado;
• Corrente de projeto - é a corrente prevista para ser transportada pelo circuito durante seu funci-
onamento normal;

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• Corrente de fuga - é a corrente de condução que, devido à imperfeição na isolação, percorre um


caminho diferente do previsto;
• Sobrecorrente - uma corrente que excede um valor nominal
– corrente de sobrecarga - sobrecorrente em um circuito sem que haja falta elétrica;
– corrente de falta - corrente que, num circuito ou num equipamento, flui de um condutor
para outro e/ou para a terra (ou para a massa), no caso de uma falta
∗ corrente de curto circuito - um caso particular da corrente de falta, é a sobrecorrente
que resulta de uma falta direta entre condutores vivos sob potenciais diferentes em
funcionamento normal.
A sobrecarga na rede elétrica pode ser originada tanto por um raio como pela própria concessio-
nária de energia, em manobras técnicas e atividades de manutenção de redes, por exemplo.
É importante lembrar que não existe garantia total contra os possíveis danos. Os dispositivos de
proteção disponíveis no mercado amenizam o risco, mas não eliminam completamente. Para maior
eficiência do sistema de proteção, além de fazer um dimensionamento da rede e especificação correta
dos dispositivos, é necessário manutenção periódica das instalações.
Os dispositivos de proteção para baixa tensão servem para proteger a instalação em casos de
curto circuito, ou quando há excesso de corrente elétrica (sobrecarga). Os dispositivos de proteção
mais comuns são os disjuntores termomagnéticos. São alocados nos quadros de distribuição, de onde
parte a alimentação de cada um dos circuitos terminais protegidos por eles. A figura a seguir mostra
disjuntores mono, bi e tripolar.

Figura 1: Disjuntores de caixa moldada.

Características Nominais
Os valores recomendados, em ampères [A], para a corrente nominal, são os seguintes:

Figura 2: Correntes nominais padronizadas para disjuntores.

A característica de funcionamento de um dispositivo protegendo um circuito contra sobrecarga


deve satisfazer a duas condições:
• IB ≤ IN ≤ IZ ;
• I2 ≤ 1, 45IZ
Em que IB é a corrente de projeto; IN , corrente nominal do dispositivo de proteção; IZ é a
capacidade de corrente do condutor; e I2 , corrente de atuação do dispositivo.

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12.1 Dispositivo Diferencial Residual - DR


Este dispositivo tem a finalidade de proteção contra corrente de fuga à terra, sobrecarga e curto cir-
cuito. Protege vidas humanas contra acidentes provocados por choques, contato acidental com redes
ou equipamentos elétricos energizados.
Na prática, não é possível evitar que ocorram correntes de fuga, apesar do isolamento da ins-
talação. Quando a corrente de fuga atinge valores que possam comprometer a segurança dos seres
humanos (30mA) e instalações industriais (500mA), o dispositivo atua e desliga o circuito. O inter-
ruptor DR pode ser usado em redes com neutro aterrado, sendo necessário que o neutro aterrado seja
conectado ao dispositivo. Após este dispositivo, o neutro aterrado deve se tornar um neutro isolado,
dando origem a um circuito a 5 fios (3F + N + T).
A norma recomenda o uso do dispositivo DR em circuitos terminais que sirvam a TUGs de co-
zinha, lavanderias, áreas externas; TUG que embora instaladas em áreas internas, alimentem equipa-
mento em áreas externas; iluminação externa; TUG e TUE em banheiros.

Figura 3: Interruptores de corrente de fuga DR. Fabricante Siemens.

13 Aterramento
A terra é um grande depósito de energia, por esta razão pode receber ou fornecer elétrons, neutrali-
zando uma carga positiva ou negativa. Nas instalações elétricas prediais, o aterramento é extrema-
mente necessário, pois faz exatamente isso, ou seja, estabelece essa ligação com a terra, estabilizando
a tensão em caso de sobrecarga de energia, evitando, dessa forma, um curto circuito nos aparelhos
das instalações.
Em instalações elétricas prediais, a ausência ou falta de aterramento é responsável por muitos
acidentes elétricos com vítimas. O objetivo da ligação à terra são a segurança pessoal, a proteção do
material e a melhoria do serviço.
Essa ligação de um equipamento à terra realiza-se por meio de condutores de proteção conec-
tados ao neutro, ou à massa do equipamento, isto é, às carcaças metálicas dos motores, caixas dos
transformadores, condutores metálicos, etc.
Com o aterramento, objetiva-se assegurar sem perigo o escoamento das correntes de falta e fuga
para terra, satisfazendo as necessidades de segurança das pessoas e funcionais das instalações.
A entrada consumidora deve possuir um ponto de aterramento destinado ao condutor neutro do
ramal de entrada e da caixa de medição, quando for metálica.

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O condutor de proteção (terra) é designado por PE, e o neutro, pela letra N. Quando o condutor
tem funções combinadas de proteção e neutro, é designado por PEN.

13.1 Seção do Condutor de Proteção


A seção mínima dos condutores de proteção pode ser determinada da seguinte maneira:

13.2 Choque Elétrico


O contato entre um condutor vivo e a massa de um elemento metálico, a corrente de fuga normal,
ou ainda uma deficiência ou falta de isolamento em um condutor ou equipamento podem representar
riscos. Uma pessoa que neles venha tocar, recebe uma descarga de corrente. A corrente atravessa
o corpo humano no sentido da terra. O choque elétrico e seus efeitos serão tanto maiores quanto
maiores forem a superfície do corpo humano em contato com o condutor e com a terra, a intensidade
da corrente, o percurso da corrente no corpo humano e o tempo de duração do choque.
O choque elétrico pode provocar desde um pequeno desconforto, até a "morte aparente", ou ainda,
ser fatal. Um dos casos mais graves é aquele em que a pessoa segura com uma das mãos o fio de fase
e com a outra, o neutro, pois a corrente entra por uma das mãos e antes de sair pela outra, passa pelo
tórax, onde se encontram órgãos vitais para respiração e circulação (a). Segurar um fio desencapado
ou apertá-lo com um alicate sem isolamento, a corrente segue como mostrado em (b), os efeitos
podem ser graves. Em (c), pisar em um condutor desencapado, o risco é bem menor que o anterior.
Tocar com os dedos fase e neutro, ou fase e terra, o percurso é pequeno, e as consequências não são
graves.

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O aterramento funciona evitando que a pessoa receba esta descarga. Para tanto, a instalação
deve possuir aterramento ou a carcaça do equipamento deve estar aterrada. O dispositivo DR, visto
anteriormente, também atua protegendo pessoas quando existe corrente de fuga nos circuitos.
As variações de resistências do corpo humano e os possíveis efeitos do choque elétrico podem ser
vistos nas tabelas a seguir:

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