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Apostila 01 – Instalações elétricas 1

INTRODUÇÃO
A importância da eletricidade em nossas vidas é inquestionável: ela ilumina nossas edificações,
movimenta nossos eletrodomésticos, permite o funcionamento de nossos equipamentos eletrônicos
e, muitas vezes, aquece a água que utilizamos. Por outro lado, quando mal empregada, a eletricidade
traz alguns perigos, como os choques e os curtos-circuitos (que são causadores de incêndios).

Para evitar que isso ocorra, precisamos conhecer os


princípios básicos relacionados com a eletricidade e
os sistemas prediais elétricos.

Na realidade, a eletricidade é invisível, pois o que


percebemos são os seus efeitos: luz, calor e choque
elétrico, por exemplo. Esses efeitos são originados
por: tensão, corrente e potência elétrica.

TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA

Nos fios, existem partículas invisíveis chamadas de elétrons livres, que estão em constante
movimento de forma desordenada.

Para que esses elétrons livres passem a se movimentar de forma ordenada, nos fios, é necessário
existir uma força que os “empurre”. A esta força, chamamos de tensão elétrica (U). Sua unidade de
medida é o volt (V).

O movimento ordenado dos elétrons livres nos fios, provocado pela ação da tensão, forma uma
corrente de elétrons. Essa corrente de elétrons livres é chamada de corrente elétrica (I). Sua unidade
de medida é o ampère (A).

Fazendo uma analogia com as instalações hidráulicas, poderíamos dizer que a pressão exercida pela
água, ao escoar nas tubulações, corresponderia à tensão elétrica, enquanto o fluxo de água que
passa por essas tubulações seria equivalente à corrente elétrica.
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Quanto maior for a pressão, tanto maior


será o fluxo de água. Da mesma forma,
quanto maior for a tensão, maior é a
corrente elétrica que passa em um fio
condutor. Ou seja, a tensão é a causa que
gera o efeito da corrente.

POTÊNCIA ELÉTRICA

Como vimos, a tensão elétrica faz movimentar os elétrons de forma


ordenada, dando origem à corrente elétrica. No exemplo ao lado,
existindo corrente elétrica, a lâmpada se acende e se aquece com
certa intensidade. Essa intensidade de luz e de calor percebida por
nós (os efeitos gerados pela eletricidade) nada mais é do que a
potência elétrica que foi transformada em potência luminosa (luz) e
potência térmica (calor).

Potência (P), portanto, é o produto da ação da tensão e da corrente,


cuja unidade de medida é o volt-ampère (VA).

A essa potência, denomina-se de potência aparente. Ela é composta


por duas parcelas: potência ativa e potência reativa.

Potência ativa: É a parcela efetivamente transformada em potência


mecânica, potência térmica e potência luminosa. Sua unidade de
medida é o watt (W).

Potência reativa: É a parcela transformada em


campo magnético, necessário ao funcionamento
de motores, transformadores e reatores. Sua
unidade de medida é o volt-ampère reativo
(VAr).

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ENERGIA

Da mesma forma que a água, a energia elétrica comumente deve percorrer um longo caminho até
chegar às edificações, a partir das usinas geradoras de energia. Um sistema de abastecimento de
energia elétrica público é composto por 3 etapas principais: geração, transmissão e distribuição.

Geração: A energia elétrica é produzida, em geral, a partir da energia mecânica de rotação de um


eixo de uma turbina que movimenta um gerador. Esta rotação é causada por diferentes fontes
primárias, como, por exemplo, a força da água que cai (hidráulica), a força do vapor (térmica) que pode
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ter origem na queima do carvão, óleo combustível


ou, ainda, na fissão do urânio (nuclear). A CEMIG,
valendo-se das características do estado de Minas
Gerais (em que são inúmeras as quedas d’água
existentes), faz uso principal da água como fonte
de energia primária. Portanto, as usinas da CEMIG
são, em sua grande maioria, hidrelétricas.

Transmissão: As usinas hidrelétricas nem sempre se


situam próximas aos centros consumidores de
energia elétrica. Por isso, é preciso transportar a
energia elétrica produzida até os locais de
consumo: cidades, indústrias, propriedades rurais
etc. Para viabilizar o transporte de energia elétrica,
são construídas as Subestações Elevadoras de
Tensão (aumentam a tensão e, portanto, o fluxo da
corrente elétrica) e as Linhas de Transmissão
(equivalem às tubulações do sistema de água fria).

Distribuição: Nas cidades, são construídas as Subestações Transformadoras. Sua função é abaixar a
tensão do nível de Transmissão (muito alto) para o nível de Distribuição. A Rede de Distribuição
recebe a energia elétrica em um nível de tensão adequado à sua Distribuição por toda a cidade,
porém, inadequado para sua utilização imediata para a maioria dos consumidores. Assim, os
transformadores instalados nos postes das cidades é que fornecem a energia elétrica diretamente
para as residências, para os espaços comerciais e outros locais de consumo, no nível de tensão
(127/220 Volts, por exemplo) adequado à utilização.

INSTALAÇÃO ELÉTRICA

A partir do provimento de energia elétrica pela concessionária, é preciso criar um sistema de


distribuição dessa energia até os pontos de consumo da edificação – ou seja, definir sua instalação
elétrica. De acordo com a NBR 5410 – que regulamenta as instalações elétricas de baixa tensão –, um
sistema predial elétrico pode ser definido como: o conjunto de componentes elétricos, associados e
com características coordenadas entre si, constituído para a utilização de energia elétrica.
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COMPONENTES DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA

Padrão de entrada: É o poste com isolador de roldana, bengala, caixa de


medição e haste de terra, que devem estar instalados conforme as
especificações da norma técnica da concessionária para o tipo de
fornecimento. Uma vez pronto o padrão de entrada, compete à
concessionária fazer sua inspeção. Estando tudo certo, a concessionária
instala e liga o medidor e o ramal de serviço. Só a partir de então, a energia
elétrica entregue pela concessionária estará disponível para ser utilizada.

Ramal de serviço e medidor, respectivamente

Através do circuito de distribuição, essa energia é levada do medidor até o quadro de distribuição,
também chamado de quadro de luz.

Quadro de distribuição: É o centro de


distribuição de toda a instalação elétrica de
uma edificação. Sua função é receber os
fios que vêm do medidor e distribuir a
energia entre os circuitos terminais (que
vão alimentar diretamente as lâmpadas,
tomadas e aparelhos elétricos).

O quadro de distribuição deve estar posicionado em um local de fácil acesso e o mais próximo
possível do medidor. Isto é feito para se evitar gastos desnecessários com os fios do circuito de
medição, que são os mais grossos de toda a instalação (e, portanto, os mais caros). No quadro de
distribuição, é que também se encontram os dispositivos de proteção.
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DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Assim como o diâmetro de um cano é determinado em função da quantidade de água que passa em
seu interior, a bitola de um condutor elétrico depende da quantidade de elétrons que por ele circula
(corrente elétrica).

Toda vez que a corrente elétrica circula pelo condutor, ele se aquece devido ao atrito dos elétrons
em seu interior. No entanto, há um limite máximo de aquecimento suportado pelo fio ou cabo,
acima do qual ele começa a se deteriorar. Nessas condições, os materiais isolantes se derretem,
expondo o condutor de cobre, o que pode provocar choques e causar incêndios.

Para evitar que os condutores se aqueçam acima do permitido, devem ser instalados disjuntores ou
fusíveis nos quadros de luz. Esses dispositivos funcionam como uma espécie de “guarda-costas” dos
cabos, desligando automaticamente a instalação sempre que a temperatura nos condutores começar
a atingir valores perigosos. O aumento da temperatura ocorre, porque, nesses casos, surgiu uma
sobrecorrente que pode ser originada por: sobrecarga ou curto-circuito.

Curto-circuito: É o fenômeno em que ocorre um aumento súbito, quase instantâneo, de passagem de


corrente na instalação elétrica. Por exemplo, pode acontecer quando um fio fase entra em contato
com um fio neutro.

Sobrecarga: Erros de dimensionamento e a utilização de um único ponto de energia (tomada) para


vários equipamentos, não previstos em projeto, podem resultar em sobrecargas.

Curto-circuito Sobrecarga

Fusível: Consiste em um filamento ou lâmina de um metal (pode ser de liga metálica) de baixo ponto
de fusão. Assim, quando ocorre sobrecorrente, queima-se. Logo, precisa ser trocado.

Disjuntor: Definido por norma como um dispositivo de manobra (mecânico) e de proteção, capaz de
estabelecer (ligar), conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, assim como
estabelecer, conduzir por tempo determinado e interromper correntes em condições anormais.
Como vimos, quando se ultrapassa o limite máximo de corrente, pode estar acontecendo sobrecarga
ou curto-circuito. Nesses casos, o disjuntor é desligado automaticamente.

Fusível Disjuntor
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Também existem os dispositivos de proteção diferencial (DR, DDR e DOC): Sua função principal é
proteger as pessoas ou o patrimônio contra faltas à terra, evitando:
1. Choques elétricos que machuquem as pessoas (por contato direto ou indireto).
2. Incêndios (proteção ao patrimônio) – causados por fugas de corrente, em instalações incorretas.

Choque elétrico: expressa o conjunto dos efeitos patológicos e fisiológicos causados pela passagem
de uma corrente elétrica pelo corpo humano.

As consequências derivadas da passagem da corrente no corpo humano estão diretamente


relacionadas com o valor desta corrente e com o tempo de passagem dela, podendo causar desde
queimaduras até fibrilação ventricular.

Queimaduras: A maioria das feridas causadas pela passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é
de terceiro grau, com necrose característica. Para se ter ideia da gravidade do problema, as
amputações são mais comuns em queimaduras elétricas do que em queimaduras térmicas.

Tetanização: Causa paralisia total ou parcial dos movimentos durante a ocorrência do contato. É o que
realmente ocorre quando as pessoas ficam “agarradas” a uma superfície energizada. Isto acontece
porque os impulsos que comandam os músculos (também eles são elétricos) se anulam com a
circulação de uma corrente sobreposta.

Parada respiratória: Se dá porque a corrente elétrica que passa em todo o corpo paralisa os músculos
torácicos responsáveis pela respiração, como o diafragma. Sem atendimento médico urgente, este
problema pode se tornar fatal.

Fibrilação ventricular: Acontece quando a corrente atinge diretamente o músculo cardíaco, consistindo
em graves alterações do ritmo dos batimentos cardíacos, podendo levar à morte. A fibrilação é um
fenômeno irreversível, que se mantém mesmo quando cessa a causa. Somente pode ser anulada com
um equipamento chamado de “desfibrilador”, disponível em hospitais e unidades de pronto-socorro.

Choque por contato direto: É o contato acidental, seja por falha de isolamento, por ruptura ou
remoção indevida de partes isolantes, ou, então, devido a qualquer atitude imprudente de uma
pessoa com uma parte elétrica normalmente energizada (parte “viva”).

Choque por contato indireto: Ocorre entre a pessoa e a parte metálica de uma instalação ou
componente, normalmente sem tensão, mas que pode ficar energizada por falha de isolamento ou
por uma falha interna do equipamento.
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Fuga à terra: É o desvio ou fuga de corrente de um determinado circuito para a terra. Em todo
circuito elétrico, a corrente que sai da fonte deve ser a mesma que retorna. Se os valores estiverem
diferentes, significa que, em algum ponto do circuito, está ocorrendo a fuga de corrente para a terra.

As fugas de corrente podem acontecer por:


• Emendas mal feitas em equipamentos com elevada corrente de fuga normal (como chuveiros).
• Fixação e montagem inadequada de luminárias.
• Danificação da isolação no momento da instalação: puxando o cabo com força dentro do
conduíte, é possível rasgar sua capa de proteção, gerando um ponto de fuga de corrente.
• Ligação entre neutro e terra: Numa instalação elétrica, o correto é que se tenha o fio neutro e o
fio terra separados. Se houver uma ligação entre neutro e terra em um circuito, cria-se uma
situação de bifurcação da corrente, ou seja, a corrente que está indo para a carga será diferente
daquela que volta (parte vai para a terra).

Assim, o dispositivo de proteção diferencial (DR) atua como um sensor que mede duas correntes: a
que entra e a que sai de um circuito. Em uma situação normal, estas duas correntes possuem o
mesmo valor e, portanto, sua diferença é igual a zero. Quando ocorre uma fuga de corrente, é
apresentada uma diferença entre as correntes de entrada e de saída, pois parte da corrente está
fluindo para a terra. O DR detecta esta diferença entre as correntes e desarma-se imediatamente.

Importa salientar que o DR não protege contra sobrecarga e curto-circuito. Está é a função dos
disjuntores e fusíveis, que devem ser utilizados em conjunto com o DR – como é exigido pela NBR 5410.

O disjuntor diferencial residual acopla os dois


tipos de funções, como pode ser visualizado ao
lado.

Os dispositivos de proteção (fusível, disjuntor e


dispositivo diferencial residual) são empregados
na proteção dos circuitos elétricos. Mas o que
vem a ser um circuito elétrico???

CIRCUITO ELÉTRICO

É o conjunto de equipamento e fios, ligados ao


mesmo dispositivo de proteção. Em uma
instalação elétrica residencial, encontramos dois
tipos de circuitos: o de distribuição e os circuitos
terminais.

Circuito de distribuição: Liga o quadro do


medidor ao quadro de distribuição
(quadro de luz).

Circuitos terminais: Partem do quadro de


distribuição e alimentam diretamente
lâmpadas, tomadas de uso geral e
tomadas de uso específico.
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Circuito de distribuição Circuitos terminais

Como pode ser observado na imagem acima, a instalação elétrica de uma edificação deve ser
dividida entre os circuitos terminais. Isso facilita a manutenção, diminui a bitola necessária para os
cabos e reduz a interferência entre os circuitos.

A seguir são apresentados os tipos de circuitos existentes, tanto de iluminação, quanto de tomadas.

Em um circuito de iluminação, é necessário ligar sempre:

• Fio fase ao interruptor (para evitar choques quando da troca das lâmpadas);
• O retorno ao contato do disco central da lâmpada;
• O fio neutro ao contato da base rosqueada da lâmpada;
• O fio terra à luminária metálica (pois o metal é mais condutor).

Uma lâmpada ligada a interruptor simples Mais de uma lâmpada ligada a interruptor simples
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Uma lâmpada ligada a interruptor paralelo (2 pontos) Esquema equivalente (interruptor paralelo 2 pontos)

Uma lâmpada ligada a interruptor paralelo (3 ptos ou +) Esquema equivalente (paralelo com 3 ptos ou +)

TUG (monofásica) Esquema equivalente (TUG monofásica)


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TUE (monofásica – depende do tipo de aparelho) TUE (bifásica – depende do tipo de aparelho)

LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE DE PONTOS ELÉTRICOS – USO RESIDENCIAL

Antes de realizar a ligação entre os condutores, contudo, é necessário levantar a quantidade de pontos
elétricos da instalação. Segundo a norma, tal quantidade será estabelecida a partir do cômodo em
estudo, através dos seguintes aspectos:
• Do valor da área do cômodo;
• Do valor do perímetro;
• Do valor da área e do perímetro.

Portanto, precisamos analisar a planta baixa da edificação.

Condições mínimas de pontos de luz:


• Prever pelo menos um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor de parede.
• Arandelas, no banheiro, devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do boxe.

A NBR 5410 não estabelece critérios para a iluminação de áreas externas, ficando a decisão por conta
do projetista e do cliente.

Além dos pontos de luz, existem os pontos de tomadas, que podem ser de dois tipos:

• Tomadas de uso geral (TUG’s): Não se destinam à ligação de aparelhos específicos e nelas estão
sempre ligados aparelhos móveis ou portáteis.
• Tomadas de uso específico (TUE’s): São destinadas à ligação de aparelhos fixos e estacionários,
como é o caso de secadoras e lavadoras de roupas, geladeiras, chuveiros e torneiras elétricas.

TUE’s TUG’s

ATENÇÃO: Quando usamos o termo “tomada” de uso específico, não necessariamente queremos
dizer que a ligação do equipamento à instalação elétrica irá utilizar uma tomada. Em alguns casos, a
ligação poderá ser feita, por exemplo, por ligação direta (emenda de fios) ou pelo uso de conectores.

Condições mínimas de pontos de tomada de uso geral:


• Cômodos ou dependências com área inferior ou igual a 6m² – no mínimo, 1 tomada.
• Cômodos ou dependências com área superior a 6m² – no mínimo, 1 tomada para cada 5m ou
fração de perímetro, espaçadas tão uniformemente quanto possível.
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• Cozinhas, copas, copas-cozinhas – uma tomada para cada 3,5m de fração ou perímetro,
independentemente da área.
• Banheiros – no mínimo, 1 tomada junto ao lavatório (distância mínima de 60 cm do limite do boxe).
• Subsolos, varandas, garagens ou sótãos – no mínimo, 1 tomada.

Em diversas aplicações, é recomendável prever uma quantidade de tomadas de uso geral maior do
que o mínimo calculado, evitando-se, assim, o emprego de extensões e benjamins (tês) que, além de
desperdiçarem energia, podem comprometer a segurança da instalação (gerando sobrecargas).

Condições mínimas de pontos de tomada de uso específico:


• Uma tomada para cada aparelho específico, como chuveiro elétrico, geladeira, fogão elétrico e
máquina de lavar roupas.

EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Estabelecendo quantidade mínima de tomadas:


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Pontos resultantes de iluminação e de tomadas:

LEVANTAMENTO DA QUANTIDADE DE PONTOS ELÉTRICOS – USO COMERCIAL E DE SERVIÇOS

No caso de edificações comerciais e de serviços, o cálculo da quantidade dos pontos de luz e de


tomadas segue outros critérios.

Iluminação:
• Cálculo é feito de forma distinta, para obedecer às determinações da NBR 5413, que define
critérios sobre o nível de iluminamento segundo a utilização dos ambientes.
• Dependendo do uso, vários métodos podem ser empregados para determinar o tipo e a potência
da iluminação (Método dos Lúmens e Método Ponto a Ponto, por exemplo – como veremos
nesta disciplina).

Tomadas:
• Escritórios comerciais ou análogos com área < 40m² – 1 tomada para cada 3m ou fração de
perímetro; ou 1 tomada para cada 4m² ou fração de área (adotar o que resultar no maior número).
• Escritórios comerciais ou análogos com área > 40m² – 10 tomadas para os primeiros 40m² e 1
tomada para cada 10m², ou fração, da área restante.
• Em lojas – 1 tomada para cada 30m² ou fração de área, não computadas as tomadas destinadas
às vitrines e à demonstração de aparelhos.

COMPONENTES DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA – CONDUTORES ELÉTRICOS

O termo condutor elétrico é usado para designar um produto destinado a transportar corrente
(energia) elétrica, sendo que os fios e os cabos elétricos são os tipos mais comuns. O cobre é o
material mais utilizado na fabricação de condutores elétricos para instalações residenciais,
comerciais e industriais.

Um fio é um condutor sólido, maciço, provido de isolação, usado diretamente como condutor de
energia elétrica. Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando um conjunto de fios é reunido para
formar um condutor elétrico.
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Condutor rígido Condutores flexíveis

Qual a importância da flexibilidade de


um condutor nas instalações elétricas?

Geralmente, nas edificações, os


condutores são enfiados dentro de
eletrodutos, passando por curvas e
caixas de passagem até chegar ao seu
destino final (uma caixa de ligação
instalada na parede, no piso ou no
teto). Além disso, em muitas ocasiões,
há vários condutores de diferentes
circuitos no mesmo eletroduto, o que
torna o trabalho de mais difícil ainda.

Nestas situações, a experiência internacional vem comprovando há muitos anos que o uso de cabos
flexíveis reduz significativamente o esforço de colocação dos condutores nos eletrodutos, facilitando
também a eventual retirada dos mesmos. Da mesma forma, nos últimos anos, também os
profissionais brasileiros têm utilizado cada vez mais os cabos flexíveis.

Condutor de proteção (PE) – Fio terra: Como vimos, dentro de todos os aparelhos elétricos, existem
elétrons que querem “fugir” do interior dos condutores. Como o corpo humano é capaz de conduzir
eletricidade, se uma pessoa tocar esses equipamentos, ela estará sujeita a levar um choque.

O conceito básico de proteção contra os choques é o de que os elétrons devem ser “desviados” da
pessoa. Sabendo-se que um fio de cobre é um milhão de vezes melhor condutor que o corpo
humano, fica evidente que, se oferecermos aos elétrons dois caminhos para eles circularem, sendo
um deles o corpo humano e o outro um fio de cobre, a maior parte deles irá circular pelo último,
minimizando os efeitos do choque na pessoa. Esse fio pelo qual irão circular os elétrons que
“escapam” dos aparelhos é chamado de fio terra.
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Nem todos os aparelhos elétricos precisam de fio terra. Isso ocorre quando eles são construídos de
tal forma que a quantidade de elétrons “fugitivos” esteja dentro de limites aceitáveis. Nesse caso,
para sua ligação, é preciso apenas levar até eles dois fios (fase e neutro ou fase e fase), que são
ligados diretamente através de conectores apropriados ou por meio de tomadas de dois polos (como
é o caso de equipamentos de som, por exemplo).

Por outro lado, há vários aparelhos que vêm com o fio terra incorporado, seja fazendo parte do cabo
de ligação do aparelho, seja separado dele. Nessa situação, é necessário utilizar uma tomada com
três polos (fase-neutro-terra ou fase-fase-terra) compatível com o tipo de plugue do aparelho, ou
uma tomada com dois polos, ligando o fio terra do aparelho diretamente ao fio terra da instalação.

Por outro lado, como uma instalação deve estar preparada para receber qualquer tipo de aparelho
elétrico, conclui-se que, conforme prescreve a NBR 5410, todos os circuitos de iluminação, tomadas
de uso geral e também os que servem a aparelhos específicos (como chuveiros, ar-condicionado,
micro-ondas, etc.) devem possuir fio terra.

Importa perceber que, para melhor a segurança das instalações, ocorreu (a partir de 2010) a
padronização das tomadas e dos plugues segundo dois modelos:

Segundo o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), existiam


mais de 10 modelos de plugues diferentes e aproximadamente o mesmo número de tomadas; o que
forçava o consumidor a usar vários adaptadores. Este tipo de “gambiarra” provoca sobrecarga na
instalação elétrica, risco de choques e desperdício de energia.

COMPONENTES E ACESSÓRIOS DA INSTALAÇÃO

Da mesma maneira que os sistemas prediais de água fria, de água e de esgoto sanitário, também as
instalações elétricas contam com elementos acessórios para efetuar as ligações entre os condutores
– conforme pode ser observado abaixo.
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SIMBOLOGIA GRÁFICA

Sabendo as quantidades de pontos de luz e de tomadas, o projetista pode dar início ao desenho do
projeto elétrico, utilizando-se de uma simbologia gráfica. A Norma da ABNT, a NBR 5444 – “Símbolos
Gráficos para Instalações Elétricas Prediais”, estabelece os símbolos gráficos referentes às instalações
elétricas prediais. Porém, usualmente, outros tipos de representação também são utilizados. Abaixo,
seguem os mais comuns.
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