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ARQUITETURA E URBANISMO
PROFº MARCOS VINÍCIUS DE ASSIS VEDOVATTE
o O desenho de instalações elétricas segue os mesmos fundamentos de desenho técnico,
desde os critérios relacionados às linhas, escalas, caligrafia técnica até a disposição e
organização da prancha de desenho. A sua peculiaridade está na representação
propriamente dita das instalações elétricas, que nesse caso segue as orientações das
normas técnicas específicas da área elétrica;
o O desenho técnico é um dos elementos que compõem um projeto elétrico. Ele consiste
na representação gráfica da instalação elétrica que é composta de linhas, números,
símbolos e indicações, que representam e especificam os componentes presentes na
instalação. Além do traçado, o desenho de instalações elétricas apresenta ainda
tabelas, quadros e diagramas que detalham elementos específicos da instalação como,
por exemplo, os quadros de distribuição.
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1) ELEMENTOS DE UM SISTEMA ELÉTRICO
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• Todo processo de geração, transmissão e distribuição de energia tem como
objetivo atender a última etapa do processo, o consumo ou utilização;
• Essa transformação ocorre com o uso dos equipamentos de utilização que são
aqueles que convertem a energia elétrica em energia mecânica
(liquidificador, furadeira), térmica (ferro, chuveiro) ou ainda luminosa
(lâmpadas), sendo finalmente consumida;
1. Quadro de medição;
2. Quadro de distribuição;
3. Tomada;
4. Ponto de luz no teto;
5. Eletroduto flexível PVC;
6. Equipamento elétrico (geladeira);
7. Ponto para torneira elétrica (TUE).
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• Antes de iniciar qualquer instalação elétrica, é necessária a elaboração de um
projeto elétrico que tem como objetivo orientar o profissional na execução das
instalações. Ele é elaborado com base nas necessidades do cliente, buscando
atender as prescrições das normas técnicas do setor elétrico, constando
também as informações que permitirão que as instalações sejam executadas
conforme planejado;
• O desenho das instalações elétricas é um dos elementos que compõem um
projeto elétrico. Nele estão indicadas a posição das tomadas, interruptores,
caixas de passagem, eletrodutos, os condutores, entre outros elementos da
instalação;
• A seguir, será visto o desenho do trecho da instalação vista na figura anterior.
Observe que os elementos estão representados da mesma forma. 11
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❖ CIRCUITOS ELÉTRICOS
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a) Tensão elétrica: é a diferença de potencial que ocorre entre dois pontos e
pode ser entendida como a força que move elétrons livres dentro dos
condutores. Sua unidade de medida é o Volt (V);
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• Sabendo disso, pode-se definir um circuito elétrico como o caminho pelo qual
uma corrente elétrica deve fluir. Ele é composto por um conjunto de
componentes, equipamentos ou meios através do qual é possível a passagem
da corrente elétrica. Os elementos básicos para que exista um circuito elétrico
são:
a) Uma fonte de tensão ou energia (uma tomada, pilha, bateria, etc.) que faz
surgir uma diferença de potencial elétrico;
b) Uma carga, que é o elemento responsável por consumir a energia elétrica,
seja uma lâmpada, um motor, um ferro, uma geladeira, por exemplo, que
converte a energia elétrica em uma energia que pode ser utilizada pelo
homem. 15
c) Condutor elétrico, meio através do qual é possível a condução da corrente
elétrica entre a fonte de energia e a carga elétrica;
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• Ao ligarmos a fonte de energia, a tensão elétrica (U) provoca um fluxo de
corrente elétrica (I) que percorre os condutores; se o interruptor estiver
acionado, essa corrente circula pela lâmpada, nela é encontrada uma
resistência elétrica (R) que quando é percorrida pela corrente elétrica
transforma a energia em energia luminosa, resultando no acionamento da
lâmpada;
• Percebe-se com isso que há uma relação entre a tensão, resistência e
corrente elétrica, que é conhecida como Lei de Ohm. Essa lei diz que a
tensão aplicada nos terminais de um condutor é proporcional à corrente
elétrica que flui por ela e pode ser expressa da seguinte forma:
U= RxI 18
• Sendo U a tensão medida em volts (V), R a resistência medida em ohms (Ω) e
I a corrente medida em ampères (A). Com base nessa relação, é possível
determinar qualquer uma das grandezas, sendo necessário conhecermos
duas delas, usando para isso o triângulo de Ohm, conforme visto na figura a
seguir.
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• Conforme visto, ao aplicar uma tensão no circuito, surge uma corrente elétrica
I que, mediante a resistência encontrada, pode proporcionar um efeito
indesejado. No caso do circuito anterior, a lâmpada acende, pois a corrente
elétrica que passa por seu filamento se transforma em luz. Se a iluminação
terá uma intensidade grande ou pequena dependerá do que chamamos de
potência elétrica, que nada mais é do que a quantidade de energia
dissipada por um condutor durante um intervalo de tempo;
• A potência elétrica é proporcional à tensão e à corrente elétrica e sua
unidade de medida é o volt-ampère (VA), conforme equação abaixo:
S=UxI
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• Essa potência é conhecida como potência aparente e é dividida em duas
parcelas:
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• No dimensionamento das instalações elétricas prediais, os cálculos são feitos
com base nas potências aparentes e ativas, sendo a primeira considerada no
cálculo de potência total da instalação e a segunda no cálculo da potência
que efetivamente é utilizada, ou seja, a potência que de fato é demandada
da rede elétrica, que mantém uma relação entre elas, definida como fator
de potência (FP);
• O Fator de Potência é a parcela da potência aparente que é transformada
efetivamente em potência mecânica, térmica ou luminosa (potência ativa),
sendo a outra parcela dissipada ou perdida;
• Observe a seguinte relação:
a) Unipolar (uma fase): deve ser instalado em circuito composto por uma única
fase, devendo essa ser ligada diretamente no interruptor, saindo dele o
retorno que deve ser ligado na lâmpada. 25
b) Bipolar (duas fases): deve ser instalado em circuito composto por duas
fases. Nesse caso, as duas são ligadas no interruptor, partindo dele dois
retornos para a lâmpada (nesse tipo de ligação não existe condutor neutro).
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• Os interruptores podem ainda ser classificados com relação à quantidade de
pontos de acionamento, podendo ser de três tipos:
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c) Interruptor intermediário ou four-way: quando é necessário comandar o
acionamento de uma lâmpada ou conjunto de lâmpadas através de três ou
mais pontos diferentes utiliza-se os interruptores intermediários ou four-way
(quatro vias ou caminhos). Esses interruptores possuem quatro terminais para
as ligações e devem ser instalados sempre entre dois interruptores paralelos.
Quando forem comandados mais de três pontos, os interruptores paralelos
ficam geralmente nos pontos inicial e final da ligação.
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MINUTERIA
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FOTOCÉLULA
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❖ DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS
a) Disjuntor termomagnético;
b) Dispositivo diferencial residual (DR);
c) Dispositivo de proteção contra surtos (DPS).
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DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO
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b) Interruptor diferencial residual (IDR): é o dispositivo que liga e desliga
manualmente o circuito e que objetiva a proteção contra a fuga de corrente
e choque elétrico. Esse dispositivo não possui disjuntores acoplados e por isso
não protege contra sobrecorrentes. Nesse caso, é necessário utilizar
disjuntores para completar a ação. Os tipos de interruptores diferenciais
residuais existentes no mercado são o bipolar e o tetrapolar, onde o bipolar
pode ser usado em instalações monofásicas ou bifásicas e o tetrapolar em
instalações bifásicas ou trifásicas.
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DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS – DPS
ELETRODUTOS
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• Os eletrodutos de PVC são comumente utilizados em instalações residenciais e
comerciais, podendo ser embutidos em paredes (tipo flexível) ou no piso e laje
(tipo rígido); já os metálicos têm seu uso mais comum em indústrias, shoppings,
supermercados, entre outros, sendo utilizados em instalações aparentes e em
ambientes onde os eletrodutos de PVC não são indicados;
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CAIXAS E QUADROS
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CONDUTORES
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a) Fios: denomina-se fio o condutor sólido, maciço, provido de isolação e
destinado à condução de energia elétrica. Ele pode ser usado diretamente
como condutor ou ser usado na fabricação de cabos;
b) Cabos elétricos: consistem em um conjunto de fios encordoados, isolados ou
não entre si, que são reunidos para formar um condutor elétrico.
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• A fim de facilitar a instalação e manutenção das instalações, a norma ABNT
NBR 5410:2004 define as cores dos condutores neutro, proteção e fase:
c) Fase: não possuem uma cor definida, devendo essa ser diferente das já
definidas para os condutores neutro e proteção.
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3) REPRESENTAÇÃO DAS INSTALAÇÕES EM PLANTA: SIMBOLOGIA, PLANTA
BAIXA, COBERTURA, ESQUEMA VERTICAL, DETALHAMENTO, PONTO DE
CONSUMO
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❖ SIMBOLOGIA
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• As simbologias comumente adotadas nos projetos elétricos ainda seguem a
norma ABNT NBR 5444:1989. Conforme visto no capítulo sobre Normas
Técnicas, essa norma foi cancelada e não possui substituta, sendo indicada
pela ABNT a utilização das simbologias presentes nas normas internacionais
IEC 60617 e IEC 60417;
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❖ PLANTA BAIXA
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A potência mínima dos pontos de iluminação obedece às seguintes condições:
a) Para cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6,0 m², deve ser
prevista uma carga mínima de 100 VA;
b) Para cômodos ou dependências com área superior a 6,0 m², deve ser
prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6,0 m², acrescidos
60 VA para cada 4 m² inteiros de aumento.
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3º PASSO – POSICIONAMENTO DOS PONTOS NA PLANTA
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• Os pontos de iluminação foram distribuídos de forma equidistantes no
ambiente, sendo esse acionado por dois interruptores paralelos e um
intermediário, distribuídos em três pontos:
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• Os pontos de iluminação foram distribuídos de forma
equidistantes no ambiente, sendo esses acionados por um
interruptor simples na entrada do dormitório. As tomadas foram
distribuídas de forma uniforme próximas aos mobiliários que
poderão comportar equipamentos elétricos. Foram adotadas
tomadas baixa e apenas uma média no ponto de tomada da TV.
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DORMITÓRIO 02
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• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada do dormitório.
As tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos
mobiliários em que poderão ser acionados equipamentos
elétricos. Nesse caso, foram adotadas tomadas baixas.
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COZINHA
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• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada da cozinha. As
tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos
mobiliários como geladeira, fogão e acima da bancada onde
poderão ser acionados equipamentos elétricos.
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ÁREA DE SERVIÇO
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• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada da cozinha. As
tomadas foram posicionadas próximas à máquina de lavar e à
bancada, onde poderão ser acionados equipamentos elétricos.
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SANITÁRIO
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• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada do sanitário. A
tomada foi posicionada próxima ao lavatório e o ponto de
chuveiro próximo ao chuveiro.
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4º PASSO – DIVISÃO DOS CIRCUITOS
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5º PASSO – TRAÇADO DA TUBULAÇÃO
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b) Iniciar o traçado do eletroduto partindo do QD (quadro de distribuição) em
direção ao ponto de luz no teto da sala e desse para os interruptores e
pontos de tomadas desse ambiente. Interligue os pontos pelos caminhos mais
curtos, evitando o cruzamento de tubulações.
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c) Do ponto de luz do teto da sala sai um eletroduto que segue para o ponto
de luz da cozinha, desse seguem os eletrodutos para os interruptores e
pontos de tomada e também para o ponto de luz da área do serviço.
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d) Para os demais ambientes da residência utilizaremos a mesma ideia dos pontos
anteriores, parte-se do QD outro eletroduto que se encarrega de interligar os pontos
dos interruptores, tomadas, conforme figura seguinte.
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• Deve-se diferenciar por meio de simbologias gráficas, se a
tubulação é embutida em laje, parede ou piso. Depois que os
eletrodutos forem dimensionados, deve ser indicado na planta o
diâmetro das tubulações;
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6º PASSO – REPRESENTAÇÃO DA FIAÇÃO
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• Saem do quadro de distribuição (QD) os condutores fase e
neutro do circuito de iluminação, nesse caso, o condutor fase é
ligado diretamente no interruptor e o condutor neutro no
receptáculo da(s) luminária(s). Do interruptor, sai um condutor de
retorno para a lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
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b) Interruptor simples 2 teclas
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• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação. Nesse caso, o condutor fase é ligado diretamente no
interruptor e o condutor neutro no receptáculo da(s) luminária(s).
Do interruptor saem dois condutores de retorno, um para cada
lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
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c) Interruptor simples 3 teclas
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• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação. Nesse caso, o condutor fase é ligado diretamente no
interruptor e o condutor neutro no receptáculo da(s) luminária(s).
Do interruptor saem três condutores de retorno, um para cada
lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
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d) Interruptor paralelo
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• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação, o condutor neutro é ligado no receptáculo da(s)
luminária(s) e o condutor fase é ligado no terminal central do
interruptor paralelo de entrada. Deste saem dois retornos que
são interligados no interruptor paralelo de saída; do terminal
central desse interruptor sai o retorno que deve ser interligado
na lâmpada ou conjunto de lâmpadas.
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e) Interruptor intermediário
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• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação, o condutor neutro é ligado diretamente na(s)
lâmpada(s) e o condutor fase é ligado no terminal comum do
interruptor paralelo de entrada, desse saem dois retornos que
são ligados ao interruptor intermediário do qual saem dois
retornos que devem ser ligados ao próximo interruptor
intermediário (se houver) ou ao interruptor paralelo de saída. No
caso desse ser o último ponto de acionamento, do terminal
comum desse interruptor sai o retorno que deve ser interligado
na lâmpada ou conjunto de lâmpadas. 110
f) Tomada 2P+T
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• A minuteria é instalada dentro do quadro de distribuição sendo
alimentada com a fase e o neutro do circuito, saem dela o
condutor neutro que se destina a alimentar as lâmpadas e dois
condutores de retorno, que é interligado nos botões pulsadores e
deles seguem para as lâmpadas a serem comandadas.
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FOTOCÉLULA
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• Saem do QD os condutores fase, neutro e proteção. O condutor
fase é ligado ao condutor preto do relé, o condutor neutro é
ligado ao condutor branco do relé e segue também para
alimentar as lâmpadas. Por fim, o condutor vermelho do relé
segue como retorno para as lâmpadas.
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• Sabendo como as ligações elétricas e suas representações são feitas,
podemos representar graficamente os condutores em cada trecho dos
eletrodutos. Para isso, é necessário utilizar as simbologias próprias de cada
condutor (fase, neutro, proteção e retorno), devendo ser identificados também
os circuitos ao qual pertencem;
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• Representaremos agora os condutores do circuito de iluminação da sala. Saem
do QD os condutores fase e neutro do circuito 1, que segue até o ponto de luz
da sala. Dele é feita a ligação das lâmpadas que serão comandadas pelos
interruptores paralelos e o interruptor intermediário.
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• Saem também do QD os condutores fase, neutro e proteção do circuito 2 que
se destinam a alimentar as tomadas da sala, assim como os circuitos 4 , 5 e 6
que se destinam a alimentar as tomadas da cozinha e área de serviço.
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• Seguindo a ideia vista nos pontos anteriores e os esquemas de ligações estudados,
prosseguimos com a distribuição dos condutores na planta conforme imagem seguinte.
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• Concluída a representação dos condutores, o próximo passo é fazer o
dimensionamento dos condutores, eletrodutos e dispositivos de proteção,
conteúdo que será aprendido adiante;
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❖ COBERTURA
a) Unifilar: o diagrama que representa os condutores em apenas uma linha, onde são
indicados por meio de símbolos os condutores presentes em cada trecho;
b) Multifilar: cada condutor do circuito é representado por uma linha.
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4) INSTALAÇÃO DE PARA-RAIOS
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Os elementos que compõem um sistema de para-raios são:
a) Captor: é o elemento responsável por captar a descarga atmosférica, ele
pode ser de dois tipos:
➢ Captor não natural: é um elemento metálico geralmente em forma de
haste condutora, cabo horizontal, entre outros que são usados para
captar e conduzir a carga proveniente de uma descarga atmosférica;
➢ Captor natural: é o elemento condutor que pode ser naturalmente
utilizado como captor em uma estrutura, por exemplo, as estruturas
metálicas de tanques ou tubos, coberturas metálicas.
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Além da representação em planta, os projetos de instalação de para-raios
devem apresentar detalhamentos pertinentes à sua execução.
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DÚVIDAS?
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OBRIGADO!!!
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