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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS

ARQUITETURA E URBANISMO
PROFº MARCOS VINÍCIUS DE ASSIS VEDOVATTE
o O desenho de instalações elétricas segue os mesmos fundamentos de desenho técnico,
desde os critérios relacionados às linhas, escalas, caligrafia técnica até a disposição e
organização da prancha de desenho. A sua peculiaridade está na representação
propriamente dita das instalações elétricas, que nesse caso segue as orientações das
normas técnicas específicas da área elétrica;

o O desenho técnico é um dos elementos que compõem um projeto elétrico. Ele consiste
na representação gráfica da instalação elétrica que é composta de linhas, números,
símbolos e indicações, que representam e especificam os componentes presentes na
instalação. Além do traçado, o desenho de instalações elétricas apresenta ainda
tabelas, quadros e diagramas que detalham elementos específicos da instalação como,
por exemplo, os quadros de distribuição.

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1) ELEMENTOS DE UM SISTEMA ELÉTRICO

• Um sistema elétrico compreende todos os componentes fundamentais desde a


geração até o consumo da energia elétrica. Considera-se por componentes
todos os elementos, equipamentos e materiais que são utilizados nesse
processo. Pode-se dividir um sistema elétrico em quatro etapas:
a) Geração: é a etapa onde ocorre a produção da energia elétrica, processo que é
feito pelas usinas geradoras que utilizam fontes de energia primária (como a água, o
ar, o calor, entre outros) para produzir a energia elétrica. A energia gerada nas
usinas passa pelas subestações elevadoras de tensão que estão localizadas próximas
às usinas. Nela, a tensão tem seus valores elevados, tornando economicamente viável
a sua transmissão até os centros consumidores, pois, quando se eleva a tensão, é
possível reduzir a seção dos condutores utilizados para a transmissão da energia. 4
b) Transmissão: é feita através das torres de transmissão com o uso de cabos
nus de alumínio que ficam presos às torres através de isoladores. Esses cabos
percorrem longas distâncias até chegar nas subestações abaixadoras de
tensão (geralmente localizadas nos centros urbanos), onde as tensões outrora
elevadas são reduzidas a valores padronizados, sendo posteriormente
distribuídas;
c) Distribuição: essa etapa pode ser dividida em duas: primárias e secundárias.
As linhas de distribuição primárias são as que saem da subestação
abaixadora e alimentam diretamente as indústrias, fábricas, prédios de
grande porte e os transformadores de distribuição. Desse último, partem as
linhas de distribuição secundária, que se destinam a alimentar pequenos
prédios, pequenas indústrias e as residências. 5
d) Consumo: nessa etapa, a energia criada será consumida. Esse consumo
pode ser feito mediante a transformação da energia elétrica em outras
formas de energia que serão utilizadas pelo homem.

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• Todo processo de geração, transmissão e distribuição de energia tem como
objetivo atender a última etapa do processo, o consumo ou utilização;

• Essa transformação ocorre com o uso dos equipamentos de utilização que são
aqueles que convertem a energia elétrica em energia mecânica
(liquidificador, furadeira), térmica (ferro, chuveiro) ou ainda luminosa
(lâmpadas), sendo finalmente consumida;

• É nessa etapa que está inserido o nosso objeto de estudo, as instalações


elétricas, que podem ser entendidas como o conjunto de elementos que
compõem a instalação e permitem que sejam ligadas máquinas, equipamentos
e iluminação, por exemplo. 7
2) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM EDIFICAÇÃO

• Sabe-se que a eletricidade é fundamental em nossas vidas e o processo


necessário para que ela chegue até nossa casa ou trabalho foi visto
anteriormente. Serão conhecidos agora quais são os elementos necessários
para que seja feito uso desse item imprescindível em nosso dia a dia, as
instalações elétricas, que proporcionam eletricidade para todos;
• Pode-se dizer que uma instalação elétrica é constituída pelos componentes
elétricos que conduzem ou podem conduzir uma corrente elétrica (condutores,
disjuntores, etc.) assim como pelos componentes que não conduzem corrente
elétrica, mas que são fundamentais para o seu funcionamento, como os
eletrodutos, caixas de passagem, quadro de distribuição, entre outros. 8
• A seguir, será vista uma figura que mostra parte da instalação elétrica de
uma cozinha. Nela estão destacados alguns elementos que a compõem e cujos
códigos estão descritos abaixo:

1. Quadro de medição;
2. Quadro de distribuição;
3. Tomada;
4. Ponto de luz no teto;
5. Eletroduto flexível PVC;
6. Equipamento elétrico (geladeira);
7. Ponto para torneira elétrica (TUE).
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• Antes de iniciar qualquer instalação elétrica, é necessária a elaboração de um
projeto elétrico que tem como objetivo orientar o profissional na execução das
instalações. Ele é elaborado com base nas necessidades do cliente, buscando
atender as prescrições das normas técnicas do setor elétrico, constando
também as informações que permitirão que as instalações sejam executadas
conforme planejado;
• O desenho das instalações elétricas é um dos elementos que compõem um
projeto elétrico. Nele estão indicadas a posição das tomadas, interruptores,
caixas de passagem, eletrodutos, os condutores, entre outros elementos da
instalação;
• A seguir, será visto o desenho do trecho da instalação vista na figura anterior.
Observe que os elementos estão representados da mesma forma. 11
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❖ CIRCUITOS ELÉTRICOS

• Antes de entendermos o que é um circuito elétrico, é importante relembrar


alguns conceitos fundamentais. São eles:

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a) Tensão elétrica: é a diferença de potencial que ocorre entre dois pontos e
pode ser entendida como a força que move elétrons livres dentro dos
condutores. Sua unidade de medida é o Volt (V);

b) Corrente elétrica: é o fluxo organizado de elétrons em um condutor quando


esse é submetido a uma dada tensão elétrica. Sua unidade de medida é o
Ampère (A);

c) Resistência elétrica: é a dificuldade que os elétrons encontram ao circular


por um condutor. Sua unidade de medida é o Ohm (Ω).

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• Sabendo disso, pode-se definir um circuito elétrico como o caminho pelo qual
uma corrente elétrica deve fluir. Ele é composto por um conjunto de
componentes, equipamentos ou meios através do qual é possível a passagem
da corrente elétrica. Os elementos básicos para que exista um circuito elétrico
são:

a) Uma fonte de tensão ou energia (uma tomada, pilha, bateria, etc.) que faz
surgir uma diferença de potencial elétrico;
b) Uma carga, que é o elemento responsável por consumir a energia elétrica,
seja uma lâmpada, um motor, um ferro, uma geladeira, por exemplo, que
converte a energia elétrica em uma energia que pode ser utilizada pelo
homem. 15
c) Condutor elétrico, meio através do qual é possível a condução da corrente
elétrica entre a fonte de energia e a carga elétrica;

d) Componentes de controle e comando são os elementos utilizados para


comandar ou controlar o acionamento das cargas, por exemplo, o interruptor
usado para ligar ou desligar uma lâmpada.

• Na figura a seguir, será visto o exemplo de um circuito elétrico simples. Nesse


caso, a fonte é a bateria, a carga é a lâmpada, o componente de comando é
o interruptor e os condutores elétricos são os fios que conectam os elementos.

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• Ao ligarmos a fonte de energia, a tensão elétrica (U) provoca um fluxo de
corrente elétrica (I) que percorre os condutores; se o interruptor estiver
acionado, essa corrente circula pela lâmpada, nela é encontrada uma
resistência elétrica (R) que quando é percorrida pela corrente elétrica
transforma a energia em energia luminosa, resultando no acionamento da
lâmpada;
• Percebe-se com isso que há uma relação entre a tensão, resistência e
corrente elétrica, que é conhecida como Lei de Ohm. Essa lei diz que a
tensão aplicada nos terminais de um condutor é proporcional à corrente
elétrica que flui por ela e pode ser expressa da seguinte forma:

U= RxI 18
• Sendo U a tensão medida em volts (V), R a resistência medida em ohms (Ω) e
I a corrente medida em ampères (A). Com base nessa relação, é possível
determinar qualquer uma das grandezas, sendo necessário conhecermos
duas delas, usando para isso o triângulo de Ohm, conforme visto na figura a
seguir.

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• Conforme visto, ao aplicar uma tensão no circuito, surge uma corrente elétrica
I que, mediante a resistência encontrada, pode proporcionar um efeito
indesejado. No caso do circuito anterior, a lâmpada acende, pois a corrente
elétrica que passa por seu filamento se transforma em luz. Se a iluminação
terá uma intensidade grande ou pequena dependerá do que chamamos de
potência elétrica, que nada mais é do que a quantidade de energia
dissipada por um condutor durante um intervalo de tempo;
• A potência elétrica é proporcional à tensão e à corrente elétrica e sua
unidade de medida é o volt-ampère (VA), conforme equação abaixo:

S=UxI
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• Essa potência é conhecida como potência aparente e é dividida em duas
parcelas:

a) Potência ativa: é a parcela da potência efetivamente consumida pela carga,


ou seja, ela é convertida em potência térmica, luminosa, mecânica, etc e sua
unidade é o Watt (W);

b) Potência reativa: é a parcela que é transformada em campo magnético


sendo encontrada em equipamentos como motores, reatores e
transformadores. Sua unidade de medida é o volt-ampère-reativo (VAR).

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• No dimensionamento das instalações elétricas prediais, os cálculos são feitos
com base nas potências aparentes e ativas, sendo a primeira considerada no
cálculo de potência total da instalação e a segunda no cálculo da potência
que efetivamente é utilizada, ou seja, a potência que de fato é demandada
da rede elétrica, que mantém uma relação entre elas, definida como fator
de potência (FP);
• O Fator de Potência é a parcela da potência aparente que é transformada
efetivamente em potência mecânica, térmica ou luminosa (potência ativa),
sendo a outra parcela dissipada ou perdida;
• Observe a seguinte relação:

Potência ativa = FP x Potência aparente 23


• No dimensionamento das instalações, é importante atentar-se ao fator de
potência que deve ser aplicado nos circuitos em função dos equipamentos
que serão instalados.

❖ DISPOSITIVOS DE CONTROLE DOS CIRCUITOS

• Nas instalações elétricas prediais, é necessário o uso de dispositivos de


seccionamento para que seja possível ligar ou desligar a iluminação. Para isso,
são utilizados os interruptores que podem ser dos mais variados tipos e
permitem o comando de uma lâmpada ou de um conjunto de lâmpadas. Na
sequência, alguns dos dispositivos de controle mais presentes nas instalações
elétricas. 24
INTERRUPTORES

• São dispositivos usados para o acionamento e interrupção da iluminação de


um dado espaço. Sua finalidade é interromper o condutor fase do circuito
(condutor energizado) e nunca o condutor neutro (condutor cujo potencial é
nulo), possibilitando a reparação e substituição de lâmpadas sem o risco de
choque elétrico, sendo necessário nesse caso desligar o interruptor;
• Os interruptores são classificados com relação à quantidade de fases em:

a) Unipolar (uma fase): deve ser instalado em circuito composto por uma única
fase, devendo essa ser ligada diretamente no interruptor, saindo dele o
retorno que deve ser ligado na lâmpada. 25
b) Bipolar (duas fases): deve ser instalado em circuito composto por duas
fases. Nesse caso, as duas são ligadas no interruptor, partindo dele dois
retornos para a lâmpada (nesse tipo de ligação não existe condutor neutro).

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• Os interruptores podem ainda ser classificados com relação à quantidade de
pontos de acionamento, podendo ser de três tipos:

a) Interruptor simples: permitem o acionamento de lâmpadas a partir de um


único ponto, sendo possível comandar mais de uma lâmpada através de um
mesmo ponto. Nesse caso, utilizam-se interruptores com várias seções ou
teclas. Os interruptores simples mais comuns são os de uma, duas ou três
teclas, que possibilitam comandar, respectivamente, uma lâmpada ou um
conjunto de lâmpadas, duas lâmpadas ou dois conjuntos de lâmpadas e três
lâmpadas ou três conjuntos de lâmpadas. Considera-se por conjunto de
lâmpadas o agrupamento de lâmpadas a serem comandadas por uma
mesma tecla do interruptor. 27
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b) Interruptor paralelo ou three-way: permite o acionamento de lâmpadas a
partir de dois pontos distintos, sendo necessária nesse caso a utilização de
dois interruptores. De forma similar aos interruptores simples, é possível
comandar o acionamento de uma ou mais lâmpadas a partir de uma mesma
tecla do interruptor paralelo. Utilizando-se uma, duas ou três teclas, é
possível acionar respectivamente uma lâmpada ou um conjunto de lâmpadas,
duas lâmpadas ou dois conjuntos de lâmpadas e três lâmpadas ou três
conjuntos de lâmpadas, a partir de dois pontos diferentes.

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c) Interruptor intermediário ou four-way: quando é necessário comandar o
acionamento de uma lâmpada ou conjunto de lâmpadas através de três ou
mais pontos diferentes utiliza-se os interruptores intermediários ou four-way
(quatro vias ou caminhos). Esses interruptores possuem quatro terminais para
as ligações e devem ser instalados sempre entre dois interruptores paralelos.
Quando forem comandados mais de três pontos, os interruptores paralelos
ficam geralmente nos pontos inicial e final da ligação.

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MINUTERIA

• É um tipo de interruptor que controla o tempo que a iluminação interligada a


ele permanece acesa. Ou seja, é um dispositivo que possibilita que a
iluminação seja acionada quando desejada, através de botões pulsadores,
desligando-se automaticamente após um tempo pré-definido;

• É comumente utilizada em ambientes onde não se faz necessário que a


iluminação permaneça acesa de forma contínua, por exemplo, em corredores,
escadarias e salões. Seu uso proporciona a economia de energia pois a
iluminação permanece acessa durante o tempo necessário para a sua
utilização. 31
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SENSOR DE PRESENÇA

• É um interruptor que aciona a iluminação ao detectar algum movimento e a


apaga após um tempo preestabelecido, que geralmente varia de 10
segundos a 30 minutos. Diferentemente da minuteria, o sensor de presença
não necessita de botões para acionamento prévio. Nesse caso, o acionamento
é feito mediante a detecção de movimento dentro de seu campo de detecção,
que deve ser previamente definido.

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FOTOCÉLULA

• Para o acionamento da iluminação em áreas externas são comumente


utilizados sensores fotossensíveis, que são dispositivos que atuam em função da
luz ambiente. Esse acionamento é feito automaticamente ao anoitecer e o
desligamento ao amanhecer;
• Esse dispositivo é utilizado pelas concessionárias de energia elétrica, e
indústrias para o acionamento da iluminação externa em praças, lugares
públicos e outros.

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❖ DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS

• Dispositivos de proteção são os dispositivos responsáveis pela proteção das


instalações elétricas contra acidentes provenientes de falhas nos circuitos,
interrompendo-os assim que a falha for detectada. Os principais dispositivos
de proteção do circuito são:

a) Disjuntor termomagnético;
b) Dispositivo diferencial residual (DR);
c) Dispositivo de proteção contra surtos (DPS).

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DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO

• É um dispositivo de comando e proteção contra curtos-circuitos e sobrecargas.


Ele possibilita a passagem de corrente elétrica em situação normal e provoca
a interrupção automática em condições anormais de funcionamento, quando
ocorrer, por exemplo, um curto-circuito ou uma sobrecarga. Nesse caso, o
dispositivo desarma, desligando o circuito, que deve ser religado após a
verificação e solução do problema que ocasionou o desarme do dispositivo;
• Ele também pode ser desligado manualmente, quando necessário interromper
um circuito para realizar sua manutenção, por exemplo. Ele possui maior
vantagem se comparado aos fusíveis, pois não é necessária a substituição de
nenhum elemento após um curto-circuito, sendo necessária apenas a sua
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religação, o que torna a sua utilização mais eficiente.
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DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL – DR

• É um dispositivo que objetiva garantir a qualidade da instalação,


assegurando a proteção dos condutores do circuito contra fuga de corrente,
assim como a proteção das pessoas e animais domésticos contra os efeitos dos
choques elétricos por contato direto (se entrar em contato com partes
energizadas) ou indireto (por fuga de corrente no circuito). Sua atuação deve
ser tal que garanta o seccionamento de todos os condutores vivos do circuito
no qual faz a proteção;
• O princípio de funcionamento desse dispositivo é baseado na diferença de
corrente de entrada e saída do circuito. Enquanto o circuito estiver
eletricamente normal, as correntes que entram no dispositivo e dele saem
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serão iguais (mas de sentidos opostos) e sua soma será nula.
• Se houver uma falha em algum equipamento ou uma “fuga” de corrente, a
soma das correntes que entram e dele saem serão diferentes e sua soma não
será mais nula;
• Esse desequilíbrio na soma das correntes será identificado pelo dispositivo que
atuará provocando o desligamento do circuito;
• Os DRs podem ser definidos de acordo com sua função:

a) Disjuntor Diferencial Residual (DDR);


b) Interruptor Diferencial Residual (IDR).

• Os dois podem ser utilizados em ligações monofásica, bifásica e trifásica,


conforme será visto a seguir. 39
a) Disjuntor diferencial residual (DDR): é o dispositivo que objetiva a
proteção contra sobrecargas, curto-circuito, fugas de corrente, choque
elétrico. Esse dispositivo possui um disjuntor termomagnético acoplado ao
diferencial residual, conjugando as funções do disjuntor termomagnético às
do diferencial residual, protegendo os condutores contra sobrecargas e
curto-circuito (função do primeiro) e protegendo as pessoas contra choques
elétricos (função do segundo). Existem no mercado dois tipos de DDR, o
bipolar e o tetrapolar, sendo o primeiro usado em instalações monofásicas ou
bifásicas e o último em instalações bifásicas ou trifásicas.

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b) Interruptor diferencial residual (IDR): é o dispositivo que liga e desliga
manualmente o circuito e que objetiva a proteção contra a fuga de corrente
e choque elétrico. Esse dispositivo não possui disjuntores acoplados e por isso
não protege contra sobrecorrentes. Nesse caso, é necessário utilizar
disjuntores para completar a ação. Os tipos de interruptores diferenciais
residuais existentes no mercado são o bipolar e o tetrapolar, onde o bipolar
pode ser usado em instalações monofásicas ou bifásicas e o tetrapolar em
instalações bifásicas ou trifásicas.

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DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS – DPS

• É o dispositivo que objetiva proteger as instalações elétricas e seus


componentes contra as sobretensões transitórias ou surtos de tensão
provenientes da queda de raios na edificação, instalação ou próxima ao
local. Ou ainda decorrente de sobretensões provocadas por ligamentos ou
desligamentos que acontecem nas redes de distribuição. Esses surtos podem
danificar ou queimar equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos
presentes na instalação;
• O DPS deve ser instalado no ponto de entrada da linha elétrica na edificação
ou no quadro de distribuição principal, devendo ser instalado um DPS por
fase. Sua ligação é feita entre o condutor fase e o condutor de proteção. 44
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❖ MATERIAIS UTILIZADOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

• Além dos dispositivos de comando e proteção, existe uma série de dispositivos


que juntamente com eles compõem as instalações elétricas. São eles: os
eletrodutos, as caixas de passagem, os quadros de distribuição, quadro de
medição e os condutores.

ELETRODUTOS

• São utilizados para conter, distribuir e proteger os condutores elétricos contra


ações externas como choques mecânicos, ações químicas, térmicas, entre
outros. Eles são dimensionados em função da quantidade de condutores que
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irá comportar.
• Os tipos de eletrodutos mais comuns são os de PVC e os metálicos, podendo
ser rígidos ou flexíveis, conforme visto no quadro a seguir.

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• Os eletrodutos de PVC são comumente utilizados em instalações residenciais e
comerciais, podendo ser embutidos em paredes (tipo flexível) ou no piso e laje
(tipo rígido); já os metálicos têm seu uso mais comum em indústrias, shoppings,
supermercados, entre outros, sendo utilizados em instalações aparentes e em
ambientes onde os eletrodutos de PVC não são indicados;

• Em ambos os tipos, o dimensionamento e escolha do tipo de eletroduto deve


levar em conta o tipo de instalação, as condições do ambiente onde será
instalado, assim como a quantidade de condutores a serem transportados por
ele.

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CAIXAS E QUADROS

• Esses elementos são utilizados em pontos da instalação onde há entradas,


saídas, derivações, emendas de condutores ou em pontos onde serão
instalados aparelhos ou dispositivos elétricos. Elas podem ser em chapas de
aço, esmaltadas, galvanizadas ou plásticas;

• Além de serem diferenciadas quanto ao tipo de material, se diferenciam


também como relação ao tipo de instalação, podendo ser de sobrepor,
embutida em parede, teto ou ainda embutida no piso, conforme quadro a
seguir.
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• As caixas de luz são as caixas mais utilizadas em uma instalação elétrica. Elas
são embutidas nas paredes para a instalação de interruptores, tomadas ou
para servir como passagem, podendo ser instaladas no teto, servindo para
instalação da iluminação;

• O quadro de distribuição é considerado o centro de uma instalação elétrica,


pois ele recebe os condutores que vêm do medidor. Nele se encontram os
dispositivos de proteção e dele derivam os circuitos terminais.

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CONDUTORES

• Esse termo é utilizado para nomear o produto destinado a transportar


energia elétrica ou para transmitir sinais elétricos. Os materiais mais utilizados
em sua fabricação são o cobre e o alumínio, sendo o cobre o mais utilizado
em instalações em baixa tensão, sobretudo nos condutores com isolação; já o
alumínio é comumente utilizado nos condutores nus das linhas de transmissão e
distribuição de energia elétrica;

• Os tipos mais comuns de condutores elétricos são os fios e os cabos elétricos.

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a) Fios: denomina-se fio o condutor sólido, maciço, provido de isolação e
destinado à condução de energia elétrica. Ele pode ser usado diretamente
como condutor ou ser usado na fabricação de cabos;
b) Cabos elétricos: consistem em um conjunto de fios encordoados, isolados ou
não entre si, que são reunidos para formar um condutor elétrico.

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• A fim de facilitar a instalação e manutenção das instalações, a norma ABNT
NBR 5410:2004 define as cores dos condutores neutro, proteção e fase:

a) Neutro: os condutores devem ser da cor azul claro;

b) Proteção: os condutores devem ser da cor verde ou verde e amarelo;

c) Fase: não possuem uma cor definida, devendo essa ser diferente das já
definidas para os condutores neutro e proteção.

• No quadro a seguir, serão vistas as simbologias definidas pela ABNT NBR


5444:1989 para os condutores. 54
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TOMADAS

• São dispositivos que possibilitam a conexão dos equipamentos elétricos. Elas


podem ser monofásicas, bifásicas ou trifásicas, possuindo uma, duas ou três
fases respectivamente, a depender do tipo de instalação que será utilizada;

• As tomadas de uso residencial são padronizadas pela ABNT NBR


14136:2013 e apresentam três contatos denominado de 2P + T, que equivale
a dois pinos e o terra.

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3) REPRESENTAÇÃO DAS INSTALAÇÕES EM PLANTA: SIMBOLOGIA, PLANTA
BAIXA, COBERTURA, ESQUEMA VERTICAL, DETALHAMENTO, PONTO DE
CONSUMO

• Já sabemos o que é uma instalação elétrica, conhecemos os componentes e


dispositivos responsáveis pelo seu funcionamento, assim como as simbologias
usuais para representá-los. Será visto nesse item como utilizar esses
conhecimentos para representar todos esses elementos em planta baixa,
esquema vertical, assim como em detalhamento.

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❖ SIMBOLOGIA

• Sabe-se que as etapas de elaboração e desenvolvimento das instalações


elétricas envolvem um grande número de profissionais, sejam eles arquitetos,
engenheiros, técnicos, mestres de obra, eletricistas, entre outros;

• Dessa forma, é necessária a existência de uma linguagem técnica de


comunicação que seja comum a todos eles. Isso é feito com o uso de
simbologias gráficas normalizadas, que são utilizadas nos projetos.

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• As simbologias comumente adotadas nos projetos elétricos ainda seguem a
norma ABNT NBR 5444:1989. Conforme visto no capítulo sobre Normas
Técnicas, essa norma foi cancelada e não possui substituta, sendo indicada
pela ABNT a utilização das simbologias presentes nas normas internacionais
IEC 60617 e IEC 60417;

• No quadro a seguir, serão apresentadas as simbologias mais usuais em


projetos elétricos. Nesse caso, serão apresentadas as simbologias da NBR
5444:1989, em comparação com algumas simbologias presentes na norma
IEC 60617. Algumas simbologias já foram vistas anteriormente.

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❖ PLANTA BAIXA

• Como é sabido, para executar qualquer instalação elétrica, deve ser


elaborado um projeto elétrico que, por sua vez, é feito com base nas
informações contidas no projeto arquitetônico e nas exigências do cliente;

• O projeto arquitetônico é o meio escrito através do qual uma obra de


arquitetura é executada. Ele é composto por várias plantas que objetivam
especificar e detalhar todos os elementos da futura edificação, servindo como
base para os demais projetos. Temos como exemplo os projetos de instalações
elétricas, hidrossanitárias, de incêndio e pânico, entre outros.
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• Dos desenhos que contemplam um projeto arquitetônico, a planta baixa é o
desenho principal para o dimensionamento das instalações elétricas. Ela é a
representação da edificação gerada através de um corte horizontal
imaginário a uma altura de 1,20 a 1,50 metros com relação ao piso, de
forma que fique clara a visualização dos seus ambientes internos. Nela estão
detalhados os ambientes internos, os elementos construtivos (portas, paredes,
janelas, aparelhos sanitários) e podem constar também a disposição dos
mobiliários, além das cotas, nomes, áreas, entre outros elementos;
• Na figura a seguir, será vista a planta baixa de uma edificação residencial
unifamiliar, composta por sala, dormitórios, cozinha, área de serviço e
sanitário. Ela será utilizada em nossos estudos para desenvolvermos os
conteúdos seguintes, que são os passos para a elaboração do projeto de uma
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instalação elétrica.
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1º PASSO – PONTO DE CONSUMO

• O primeiro passo no dimensionamento das instalações elétricas é definir as cargas que


serão instaladas. Para isso, é feito o levantamento de cargas, onde o projetista deverá
levantar as quantidades e as potências mínimas de todos os elementos e equipamentos
instalados;
• Esse levantamento deve ser feito tendo como base a planta baixa ou a planta de
pontos elétricos (planta elaborada pelo arquiteto onde consta a locação exata dos
pontos de iluminação, interruptores, tomadas, etc.), devendo o cliente ser consultado
também, a fim de que suas necessidades referentes à utilização dos espaços sejam
definidas;
• No caso de habitações residenciais, a ABNT 5410:2004 estabelece o quantitativo
mínimo de pontos e as potências mínimas a serem adotadas no levantamento das
cargas de tomadas e iluminação. 67
Levantamento de cargas de iluminação

A quantidade mínima dos pontos de iluminação é definida em função da área


dos ambientes. No caso de habitações, deve-se:

a) Prever pelo menos um ponto de luz no teto em cada cômodo ou


dependência, comandado por interruptor na parede;

b) Os pontos de luz de parede (arandelas) no banheiro devem estar afastados,


no mínimo, 60 cm do box.

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A potência mínima dos pontos de iluminação obedece às seguintes condições:

a) Para cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6,0 m², deve ser
prevista uma carga mínima de 100 VA;

b) Para cômodos ou dependências com área superior a 6,0 m², deve ser
prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6,0 m², acrescidos
60 VA para cada 4 m² inteiros de aumento.

• A norma não estabelece critérios para a iluminação externa de residências,


cabendo ao projetista defini-la juntamente com a cliente.
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2º PASSO – LEVANTAMENTO DE CARGAS DE TOMADA

A quantidade de pontos de tomadas é definida em função do ambiente e dos


equipamentos elétricos que serão utilizados nele. Elas são divididas em dois tipos:

a) Tomadas de uso geral (TUG);


b) Tomadas de uso específico (TUE).

• A diferença entre elas é que a TUG se destina à ligação de equipamentos de


uso comum, por exemplo, tomadas para ligar um computador, um celular, um
rádio, entre outras, e a TUE se destina somente à utilização de um aparelho
específico, por exemplo, chuveiro elétrico ou torneira elétrica. 70
Na sequência, serão vistos alguns dos critérios mínimos para previsão dos pontos
de TUG.

a) Banheiros: pelo menos, um ponto de tomada próximo ao lavatório, devendo


essa estar distante do box no mínimo 60 cm;
b) Cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e
similares: pelo menos um ponto de tomada para cada 3,5 m ou fração de
perímetro, devendo ser previstos dois pontos acima da bancada da pia (no
mesmo ponto ou ponto distintos);
c) Varandas: pelo menos um ponto de tomada;
d) Salas e dormitórios: pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m ou
fração de perímetro. 71
e) Demais cômodos (no mínimo):
✓ Um ponto se a área for inferior a 2,25 m²;
✓ Um ponto se a área for superior a 2,25 m² e igual ou inferior a 6 m²;
✓ Um ponto para cada 5 m ou fração de perímetro se a área for superior
a 6 m², que devem ser uniformemente espaçados.

A potência mínima dos pontos de tomadas de uso geral (TUG) segue os


seguintes critérios:
✓ Para banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, área de serviço, lavanderias e
similares, deve-se atribuir no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até
três tomadas, e 100 VA para cada um dos excedentes;
✓ Para os demais cômodos ou dependências, deve-se atribuir no mínimo
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100 VA por ponto de tomada.
• No caso de tomadas de uso específico (TUE), a quantidade de pontos é
definida em função do número de aparelhos que serão utilizados. Por
exemplo, chuveiros elétricos, torneira elétrica, máquina de lavar roupa. A
potência desses pontos é a própria potência do equipamento que será
alimentado.

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3º PASSO – POSICIONAMENTO DOS PONTOS NA PLANTA

• Já sabemos como calcular as quantidades mínimas de pontos de iluminação e


tomadas. Serão vistas na sequência algumas regras básicas para o
posicionamento dos pontos de iluminação, tomadas e interruptores em planta.
a) Ao locar os pontos na planta, deve-se observar o projeto arquitetônico e
verificar a compatibilidade deste com os projetos estruturais, de instalações
hidrossanitárias, entre outros, a fim de evitar interferências com os elementos
estruturais ou outras instalações;
b) Os pontos de iluminação quando no teto devem ser centralizados ou
posicionados de forma uniforme nos ambientes. Quando na parede, deve ser
indicada a altura de instalação diretamente na planta ou na legenda. 74
c) Os interruptores devem ser posicionados em locais de fácil acionamento, nunca atrás
de portas ou dentro de mobiliários;
d) A escolha do tipo de interruptor a ser utilizado segue os critérios já vistos
anteriormente, dependendo de quantos pontos de acionamento e quantas lâmpadas
ou grupos de lâmpadas devem ser acionados;
e) As tomadas devem ser distribuídas de forma uniforme no ambiente, posicionando-as
próximas a equipamentos que serão ligados ou a mobiliários que o comportarão;
f) Em áreas molhadas como banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, etc.,
as tomadas devem ser, preferencialmente, médias; nos demais casos, a escolha da
altura das tomadas é feita em função dos componentes que elas alimentarão;
g) O quadro de distribuição deve ser posicionado em local de fácil e rápido acesso e
deve estar próximo ao ponto de maior carga (quando possível). Isso reduz o consumo
com os condutores de alimentação (os mais caros).
75
Na sequência, faremos o levantamento e locação dos pontos de iluminação e
tomada de cada um dos ambientes.

76
• Os pontos de iluminação foram distribuídos de forma equidistantes no
ambiente, sendo esse acionado por dois interruptores paralelos e um
intermediário, distribuídos em três pontos:

a) Próximo à entrada (interruptor paralelo);


b) Próximo aos dormitórios (interruptor intermediário);
c) Próximo à cozinha (interruptor paralelo).

• Esses locais objetivam assegurar maior comodidade no acionamento. As


tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos mobiliários que
poderão comportar equipamentos elétricos. Foram adotadas tomadas baixas
e apenas uma média no ponto de tomada da TV. 77
DORMITÓRIO 01

78
• Os pontos de iluminação foram distribuídos de forma
equidistantes no ambiente, sendo esses acionados por um
interruptor simples na entrada do dormitório. As tomadas foram
distribuídas de forma uniforme próximas aos mobiliários que
poderão comportar equipamentos elétricos. Foram adotadas
tomadas baixa e apenas uma média no ponto de tomada da TV.

79
DORMITÓRIO 02

80
• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada do dormitório.
As tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos
mobiliários em que poderão ser acionados equipamentos
elétricos. Nesse caso, foram adotadas tomadas baixas.

81
COZINHA

82
• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada da cozinha. As
tomadas foram distribuídas de forma uniforme próximas aos
mobiliários como geladeira, fogão e acima da bancada onde
poderão ser acionados equipamentos elétricos.

83
ÁREA DE SERVIÇO

84
• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada da cozinha. As
tomadas foram posicionadas próximas à máquina de lavar e à
bancada, onde poderão ser acionados equipamentos elétricos.

85
SANITÁRIO

86
• O ponto de iluminação foi centralizado no ambiente, sendo esse
acionado por um interruptor simples na entrada do sanitário. A
tomada foi posicionada próxima ao lavatório e o ponto de
chuveiro próximo ao chuveiro.

87
4º PASSO – DIVISÃO DOS CIRCUITOS

• Depois de definidos os pontos e calculadas as cargas de cada ponto, deve ser


feita a divisão dos circuitos. Essa divisão possui três objetivos:

a) Facilitar a inspeção e manutenção dos circuitos;

b) Reduzir as consequências de uma falta. Nesse caso, será interrompido


apenas o circuito atingido pela falta, deixando apenas ele sem energia;

c) Evitar os perigos resultantes da falha de um circuito.


88
• A ABNT NBR 5410:2004 diz que uma instalação pode ser dividida em tantos
circuitos quantos forem necessários, desde que eles sejam corretamente
dimensionados. Ela ainda estabelece que:
a) Os circuitos de iluminação sejam separados dos circuitos de tomadas;
b) Prevê circuitos independentes (individuais) para os equipamentos cuja
corrente nominal seja superior a 10 A;
c) Prevê circuitos exclusivos para cada tomada de uso específico (TUE), por
exemplo, os circuitos que se destinam a alimentar chuveiros elétricos, ar-
condicionado, entre outros;
d) Recomenda-se ainda a previsão de circuitos individuais para os pontos de
tomadas de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e
locais análogos. 89
• Além desses critérios, pode se levar em consideração as dificuldades
relacionadas à execução das instalações, a fim de que os circuitos não fiquem
muito carregados, o que demandariam condutores com um diâmetro maior ou
ainda eletrodutos de maior seção. Uma recomendação para evitar tal
situação é limitar a corrente dos circuitos de iluminação e TUG’s a 10 A, ou
seja, a potência fica limitada a 1270 W para instalações com tensão de 127
V ou 2200 W para instalações com tensão de 220 V;

• Aplicando alguns critérios vistos anteriormente, dividiremos os circuitos do


nosso projeto em sete. Esses circuitos foram agrupados seguindo os critérios e
as potências calculadas conforme quadro a seguir.
90
a) Circuito 01 – Iluminação geral;
b) Circuito 02 – TUG (sala e dormitório 01);
c) Circuito 03 – TUG (sanitário e dormitório 02);
d) Circuito 04 – TUG (cozinha);
e) Circuito 05 – TUG (cozinha);
f) Circuito 06 – TUG (área de serviço);
g) Circuito 07 – TUE (chuveiro).

91
92
93
5º PASSO – TRAÇADO DA TUBULAÇÃO

• Já conhecemos a quantidade de circuitos elétricos da instalação assim como já


definimos a posição dos pontos de tomadas, interruptores e iluminação. O
próximo passo é efetuar o traçado dos condutos. Esse traçado deve ser
pensado detalhadamente prevendo o futuro caminho dos condutores dos
circuitos. Para isso, atente-se às seguintes orientações:

a) Locar o quadro de distribuição: ele deve estar em local de fácil acesso e


próximo ao quadro do medidor.

94
95
b) Iniciar o traçado do eletroduto partindo do QD (quadro de distribuição) em
direção ao ponto de luz no teto da sala e desse para os interruptores e
pontos de tomadas desse ambiente. Interligue os pontos pelos caminhos mais
curtos, evitando o cruzamento de tubulações.

96
c) Do ponto de luz do teto da sala sai um eletroduto que segue para o ponto
de luz da cozinha, desse seguem os eletrodutos para os interruptores e
pontos de tomada e também para o ponto de luz da área do serviço.

97
d) Para os demais ambientes da residência utilizaremos a mesma ideia dos pontos
anteriores, parte-se do QD outro eletroduto que se encarrega de interligar os pontos
dos interruptores, tomadas, conforme figura seguinte.

98
• Deve-se diferenciar por meio de simbologias gráficas, se a
tubulação é embutida em laje, parede ou piso. Depois que os
eletrodutos forem dimensionados, deve ser indicado na planta o
diâmetro das tubulações;

• Geralmente, eletrodutos de 25 mm não são indicados no


traçado, mas devem constar em nota ou ser indicados na
legenda.

99
6º PASSO – REPRESENTAÇÃO DA FIAÇÃO

• Depois de identificado os circuitos e feito o traçado dos eletrodutos, é a hora


de representar na planta toda a fiação dos circuitos. Ela objetiva:
a) Identificar os condutores que passam em cada trecho da instalação, que é
feita com o uso das simbologias padronizadas para fase, neutro, terra e
retorno;
b) Identificar os circuitos aos quais cada condutor pertence;
c) Identificar as seções dos condutores. Geralmente, os condutores de 1,5 mm² e
2,5 mm² são seções mínimas de condutores a serem utilizados em circuitos de
iluminação e tomadas, respectivamente. Geralmente esses condutores não
são representados no desenho, devendo-se, no entanto, constar em nota essa
100
informação.
• Antes de representarmos os condutores de cada trecho da instalação, é
importante entendermos os esquemas de ligação de alguns elementos como
tomada, interruptores, minuteria, fotocélula e sensores, assim como a
representação de cada um desses elementos em planta, conforme segue.
a) Interruptor simples 1 tecla

101
• Saem do quadro de distribuição (QD) os condutores fase e
neutro do circuito de iluminação, nesse caso, o condutor fase é
ligado diretamente no interruptor e o condutor neutro no
receptáculo da(s) luminária(s). Do interruptor, sai um condutor de
retorno para a lâmpada ou conjunto de lâmpadas.

102
b) Interruptor simples 2 teclas

103
• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação. Nesse caso, o condutor fase é ligado diretamente no
interruptor e o condutor neutro no receptáculo da(s) luminária(s).
Do interruptor saem dois condutores de retorno, um para cada
lâmpada ou conjunto de lâmpadas.

104
c) Interruptor simples 3 teclas

105
• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação. Nesse caso, o condutor fase é ligado diretamente no
interruptor e o condutor neutro no receptáculo da(s) luminária(s).
Do interruptor saem três condutores de retorno, um para cada
lâmpada ou conjunto de lâmpadas.

106
d) Interruptor paralelo

107
• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação, o condutor neutro é ligado no receptáculo da(s)
luminária(s) e o condutor fase é ligado no terminal central do
interruptor paralelo de entrada. Deste saem dois retornos que
são interligados no interruptor paralelo de saída; do terminal
central desse interruptor sai o retorno que deve ser interligado
na lâmpada ou conjunto de lâmpadas.

108
e) Interruptor intermediário

109
• Saem do QD os condutores fase e neutro do circuito de
iluminação, o condutor neutro é ligado diretamente na(s)
lâmpada(s) e o condutor fase é ligado no terminal comum do
interruptor paralelo de entrada, desse saem dois retornos que
são ligados ao interruptor intermediário do qual saem dois
retornos que devem ser ligados ao próximo interruptor
intermediário (se houver) ou ao interruptor paralelo de saída. No
caso desse ser o último ponto de acionamento, do terminal
comum desse interruptor sai o retorno que deve ser interligado
na lâmpada ou conjunto de lâmpadas. 110
f) Tomada 2P+T

Saem de QD os condutores fase, neutro e proteção do circuito de tomadas, que


são ligados diretamente aos terminais da tomada ou conjunto de tomadas
111
alimentadas pelo circuito.
MINUTERIA

112
• A minuteria é instalada dentro do quadro de distribuição sendo
alimentada com a fase e o neutro do circuito, saem dela o
condutor neutro que se destina a alimentar as lâmpadas e dois
condutores de retorno, que é interligado nos botões pulsadores e
deles seguem para as lâmpadas a serem comandadas.

113
FOTOCÉLULA

114
• Saem do QD os condutores fase, neutro e proteção. O condutor
fase é ligado ao condutor preto do relé, o condutor neutro é
ligado ao condutor branco do relé e segue também para
alimentar as lâmpadas. Por fim, o condutor vermelho do relé
segue como retorno para as lâmpadas.

115
• Sabendo como as ligações elétricas e suas representações são feitas,
podemos representar graficamente os condutores em cada trecho dos
eletrodutos. Para isso, é necessário utilizar as simbologias próprias de cada
condutor (fase, neutro, proteção e retorno), devendo ser identificados também
os circuitos ao qual pertencem;

• Começaremos a representação dos condutores pela alimentação. Em nosso


projeto, partem do quadro de medição para o quadro de distribuição dois
condutores fase, um condutor neutro e um condutor de proteção, conforme
figura seguinte.

116
117
• Representaremos agora os condutores do circuito de iluminação da sala. Saem
do QD os condutores fase e neutro do circuito 1, que segue até o ponto de luz
da sala. Dele é feita a ligação das lâmpadas que serão comandadas pelos
interruptores paralelos e o interruptor intermediário.

118
• Saem também do QD os condutores fase, neutro e proteção do circuito 2 que
se destinam a alimentar as tomadas da sala, assim como os circuitos 4 , 5 e 6
que se destinam a alimentar as tomadas da cozinha e área de serviço.

119
• Seguindo a ideia vista nos pontos anteriores e os esquemas de ligações estudados,
prosseguimos com a distribuição dos condutores na planta conforme imagem seguinte.

120
• Concluída a representação dos condutores, o próximo passo é fazer o
dimensionamento dos condutores, eletrodutos e dispositivos de proteção,
conteúdo que será aprendido adiante;

• Após serem dimensionados os condutores e eletrodutos, deve ser representado


na planta o diâmetro dos eletrodutos, assim como a seção dos condutores.
Geralmente, os condutores 1,5 mm² e os eletrodutos de 25 mm não são
identificados na planta.

121
❖ COBERTURA

• A planta da cobertura é a representação da vista superior de uma


edificação. Sua finalidade é indicar a posição da edificação dentro do lote,
detalhando também os elementos presentes na cobertura. Por exemplo:

a) Inclinação e sentido do telhado;


b) Quantidade de planos;
c) Aberturas no telhado;
d) A projeção da edificação (contorno das paredes);
e) Indicação de rufos, calhas, entre outros elementos.
122
A planta da cobertura é a planta utilizada no projeto de instalações de águas
pluviais, assim como no projeto de instalações de para-raios; nela são locados os
123
elementos presentes nessas instalações.
❖ ESQUEMA VERTICAL

• Os esquemas ou prumadas verticais de uma instalação elétrica, nada mais são


do que um desenho esquemático das instalações elétricas no plano vertical.
Esse esquema é comumente utilizado para representar as interligações entre
as caixas de passagens, quadros de distribuição, quadros de medição, assim
como os elementos de ligação entre eles (eletrodutos, eletrocalhas, etc.).
Geralmente, estão presentes em edifício de múltiplos pavimentos, onde é
necessário fazer a distribuição da alimentação entre os pavimentos e
apartamentos. Geralmente são instalados em área de uso comum, de fácil
acesso e circulação.
124
Esse esquema mostra em um único desenho todo o sistema elétrico da edificação,
permitindo a interpretação clara das interligações existentes entre os diversos
125
pavimentos.
❖ DETALHAMENTO

• Além da representação das instalações em planta baixa, o desenho de


instalações é composto também pelos detalhamentos. Eles objetivam
descriminar com maior clareza alguns elementos pertencentes à instalação e
que não podem ser vistos ou detalhados na planta baixa ou ainda nos
esquemas verticais;
• Os detalhamentos mais comuns em um projeto elétrico são os diagramas
unifilar e/ou multifilar do quadro de distribuição, detalhe em 3D das
instalações ou ainda detalhamentos específicos de elementos da instalação
como, por exemplo, detalhes do aterramento, detalhes da ligação das
tomadas, entre outros. 126
DIAGRAMAS UNIFILARES OU MULTIFILARES

• Os diagramas unifilares e multifilares são a representação esquemática dos quadros


de distribuição. Eles são elaborados com base no quadro de cargas e detalham os
disjuntores, circuitos em condutores que contém ou saem do quadro. Em cada
diagrama, é observada a seguinte informação:

a) Unifilar: o diagrama que representa os condutores em apenas uma linha, onde são
indicados por meio de símbolos os condutores presentes em cada trecho;
b) Multifilar: cada condutor do circuito é representado por uma linha.

O diagrama multifilar é o que mais se assemelha aos quadros de distribuição com


barramentos para as fases. Observe os exemplos a seguir.
127
128
REPRESENTAÇÃO DAS INSTALAÇÕES EM 3D

• A representação das instalações elétricas em 3 dimensões (3D) busca representar o


“esqueleto” das instalações, permitindo visualizar de forma mais clara a posição das
caixas e suas ligações. Na figura a seguir, pode-se observar a instalação do projeto
do nosso estudo em 3D.

129
4) INSTALAÇÃO DE PARA-RAIOS

• Antes de falar sobre a instalação de para-raios, é importante lembrarmos


qual o fenômeno que motiva tal proteção: os raios ou descargas atmosféricas,
que é uma descarga elétrica de curta duração e de elevadíssima intensidade
que pode atingir o solo causando danos às estruturas, choques elétricos,
incêndios, explosões, quedas de árvores, quedas de edifícios, ferindo ou
matando pessoas e animais, entre outros efeitos;
• Por ser um fenômeno da natureza, não se pode controlar as suas ações,
porém, conhecendo a sua tendência natural de cair sobre o solo, é possível
criar meios para captar e estabelecer um percurso no qual seja possível
escorar as descargas elétricas de forma segura. 130
• Os sistemas mais utilizados para tal proteção são dois: o para-raios de
Franklin e a gaiola de Faraday, cuja finalidade é escoar as cargas elétricas
para a terra através da atração das cargas pelas pontas de um elemento
captor, conduzindo-as para o solo onde irá se dissipar. Vejamos um pouco
sobre cada um desses sistemas por meio das informações e quadro a seguir.

a) Para-raio tipo Franklin: é o para-raio composto por uma haste captora em


forma de ponta. Essa haste é fixada no topo de um mastro, no qual são
interligados condutores de descida e esses são ligados a eletrodos de
aterramento, que são responsáveis por dissipar no solo qualquer carga
proveniente de uma descarga atmosférica.
131
b) Para-raio tipo gaiola de Faraday: é o para-raio composto por um conjunto de
captores que formam uma malha em formato quadricular em torno da edificação, de
forma que possibilite a proteção da área mais alta da mesma. Nesse tipo de para-
raio, as descidas devem ser dispostas em cada vértice da edificação, sendo essas
conectadas a uma malha de aterramento que deve cobrir toda a edificação.

132
Os elementos que compõem um sistema de para-raios são:
a) Captor: é o elemento responsável por captar a descarga atmosférica, ele
pode ser de dois tipos:
➢ Captor não natural: é um elemento metálico geralmente em forma de
haste condutora, cabo horizontal, entre outros que são usados para
captar e conduzir a carga proveniente de uma descarga atmosférica;
➢ Captor natural: é o elemento condutor que pode ser naturalmente
utilizado como captor em uma estrutura, por exemplo, as estruturas
metálicas de tanques ou tubos, coberturas metálicas.

b) Mastro ou haste: elemento que sustenta o captor;


c) Isolador: é o elemento utilizado na fixação e isolação do mastro ou haste.
133
d) Condutor de descida: é o elemento condutor que interliga o captor ao
eletroduto de terra e é responsável por conduzir a corrente de descarga
atmosférica para ser dissipada a terra;
e) Eletrodo de terra: são os elementos metálicos responsáveis por dispersar a
corrente elétrica no solo.

• Assim como nas instalações elétricas, as instalações de para-raios requerem a


elaboração de um projeto, que seguem as recomendações da norma da ABNT
NBR 5419:2015, nesse caso são utilizadas as fachadas e planta de cobertura
para representar os componentes presentes nessa instalação. Nele é
apresentado o tipo de para-raio utilizado, locação dos captores, traçado dos
condutos de descida além dos detalhamentos das ligações dos elementos de
134
aterramento.
Observe a figura a seguir onde traz a representação de uma instalação de para-raio na
planta de cobertura.

135
Além da representação em planta, os projetos de instalação de para-raios
devem apresentar detalhamentos pertinentes à sua execução.

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140
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DÚVIDAS?

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OBRIGADO!!!

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