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UNIDADE III: MAGNETISMO

UNIVERSIDADE EFEDERAL
ELETROMAGNETISMO
DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL

Semestre 2022.2 (22/08 – 23/12/2022)

UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO


TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA

DISCIPLINA: FÍSICA GERAL III


PROFESSOR: ISAAC

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022
UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.1. Introdução

1.1. INTRODUÇÃO
Petrus Peregrinus

❑ No século VI a.C., numa cidade grega chamada Magnésia (que hoje pertence à Turquia), de Maricourt
(1220 - 1270)
foram encontradas pedras com a propriedade de atrair objetos de ferro. Essas pedras são
feitas de uma substância chamada magnetita, que é um óxido de ferro (Fe3O4). Na época
de seu descobrimento, essas pedras foram chamadas magnetos e, mais tarde, ímãs.

❑ Em 1269, Pierre de Maricourt (Petrus Peregrinus), engenheiro militar francês, no seu livro
Carta de Petrus Peregrinus, descreveu a maioria das experiências elementares sobre
magnetismo, que aparecem até hoje nos livros escolares. Ele descobriu que as direções de
uma agulha próxima a um ímã natural esférico formavam linhas que circundavam a esfera
e passava por dois pontos diametralmente opostos, que ele denominou de polos do ímã.

❑ Experimentalmente, é possível observar que um ímã, independente de seu formato, tem


dois polos, chamados norte (N) e sul (S), que exercem forças em outros polos magnéticos
semelhantes ao modo como as cargas elétricas exercem forças uma na outra. Isto é, os
polos (N – N ou S – S) se repelem e os opostos (N – S) se atraem.

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022
UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.1. Introdução

1.1. INTRODUÇÃO
Petrus Peregrinus

❑ No século VI a.C., numa cidade grega chamada Magnésia (que hoje pertence à Turquia), de Maricourt
(1220 - 1270)
foram encontradas pedras com a propriedade de atrair objetos de ferro. Essas pedras são
feitas de uma substância chamada magnetita, que é um óxido de ferro (Fe3O4). Na época
Repulsão
de seu descobrimento, essas pedras foram chamadas magnetos e, mais tarde, ímãs.

❑ Em 1269, Pierre de Maricourt (Petrus Peregrinus), engenheiro militar francês, no seu livro
Carta de Petrus Peregrinus, descreveu a maioria das experiências elementares sobre
magnetismo, que aparecem até hoje nos livros escolares. Ele descobriu que as direções de
Repulsão
uma agulha próxima a um ímã natural esférico formavam linhas que circundavam a esfera
e passava por dois pontos diametralmente opostos, que ele denominou de polos do ímã.

❑ Experimentalmente, é possível observar que um ímã, independente de seu formato, tem


dois polos, chamados norte (N) e sul (S), que exercem forças em outros polos magnéticos Atração
semelhantes ao modo como as cargas elétricas exercem forças uma na outra. Isto é, os
polos (N – N ou S – S) se repelem e os opostos (N – S) se atraem.

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.1. Introdução

1.1. INTRODUÇÃO

❑ Em 1600, mais de três séculos depois, o trabalho experimental de Maricourt foi retomado
por William Gilbert, que procurou refazer essas experiências e revisar as explicações de
outros autores. Gilbert reuniu suas conclusões no livro De Magnete.

❑ Gilbert descobriu a imantação por indução: um pedaço de ferro colocado junto a um ímã
também se imanta, mesmo que um não encoste no outro. Foi provavelmente o primeiro a
sugerir que a Terra seria um grande ímã. Para ilustrar sua ideia, construiu um ímã em forma Ilustração do livro De Magnete
que mostra a influência do
de esfera, denominado Terrella, que simulava a ação magnética da Terra. Colocando campo magnético de um ímã
em forma de esfera sobre três
pequenas bússolas sobre essa esfera, demonstrou e explicou a propriedade da bússola de bússolas situadas em diferentes
pontos.
apontar sempre para as proximidades do polo magnético terrestre.

❑ A figura ao lado foi extraída do próprio livro De Magnete. Note que ela ilustra a inclinação
magnética: a bússola de cima está representada paralelamente à superfície terrestre,
indicando uma inclinação magnética nula; a bússola em E mostra uma inclinação
considerável; enquanto a bússola em A, onde está o polo magnético, é perpendicular à
superfície da Terra, indicando uma inclinação magnética de 90º. William Gilbert (1544–1603)

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.2. Campo magnético terrestre

1.2. CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE

❑ Os polos de um ímã recebem seus nomes devido à maneira como ele se comporta na
presença no campo magnético da Terra. Se um ímã em barra é suspenso a partir de seu
ponto médio e pode se mover livremente em um plano horizontal, girará até que seu polo
norte aponte para o polo norte geográfico da Terra e seu polo sul aponte para o polo sul
geográfico da Terra.
❑ Como o polo norte de uma bússola aponta aproximadamente para o norte geográfico,
isso significa que temos um polo sul magnético próximo ao polo norte geográfico e um
polo norte magnético próximo ao polo sul geográfico.
❑ Os polos magnéticos da Terra estão cerca de 1600 km abaixo da superfície. o polo sul
magnético está atualmente sob uma região do Canadá, a 78º de latitude norte e 104º de
longitude oeste. O polo norte magnético está sob a Antártida, a 65º de latitude sul e 139º
de longitude leste. o campo magnético da terra é semelhante ao que seria criado por um
grande ímã em forma de barra, mas na realidade não há essa barra no interior da terra,
pois lá as temperaturas são muito altas.

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.3. Linhas de indução magnética

1.3. LINHAS DE INDUÇÃO MAGNÉTICA a b c

❑ Uma região do espaço modificada pela presença de um ímã


recebe a denominação de campo magnético.

❑ Uma visualização do aspecto que assume a região que envolve


um ímã (o espaço que constitui o campo magnético) pode ser
obtida com o auxílio de limalhas de ferro (que se comportam Fotografia mostrando o padrão do campo magnético de
ímãs em forma de barra, obtido com limalha de ferro.
como minúsculas agulhas magnéticas). A limalha de ferro
concentra-se ao redor dos polos e distribui-se em linhas curvas
determinadas, que se estendem de um polo a outro.
N
❑ As linhas, segundo as quais as limalhas de ferro se distribuem,
chamam-se linhas de indução magnética. Essas linhas de campo,
como também são cahmadas, permitem visualizar o campo
magnético de um ímã. Convenciona-se que as linhas de indução S
saem do polo norte e entram no polo sul.

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.4. Vetor indução magnética (𝐵)

1.4. VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA (𝐵)

❑ A fim de se caracterizar a ação de um ímã, em cada ponto do campo magnético


associa-se um vetor, denominado vetor indução magnética (𝐵), que atende às seguintes
características:
▪ Sua direção é tangente à linha de indução que passa pelo ponto considerado.
▪ Seu sentido concorda com o sentido da linha de indução, na convenção dada.
▪ Seu módulo assume valor que, em geral, depende da posição do ponto.

❑ A unidade do módulo do vetor indução no Sistema Internacional de nomina-se tesla,


representado por T. Mais adiante será apresentada algumas maneiras de se obter vetor
indução magnética 𝐵

❑ As linhas de indução de um campo magnético não podem se cruzar. Se isso


acontecesse, o vetor 𝐵 teria duas orientações possíveis no cruzamento, o que é absurdo.
Você deve se lembrar de que essa mesma proibição existe com relação às linhas de
força de um campo elétrico.

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.5. Inseparabilidade dos polos magnéticos

1.5. INSEPARABILIDADE DOS POLOS MAGNÉTICOS

❑ Uma propriedade interessante dos ímãs é a da inseparabilidade


dos polos. Num ímã, um polo não aparece isolado; se um ímã
for partido, cada pedaço terá seus próprios polos norte e sul.
Como não existem polos magnéticos isolados, os chamados
monopólos magnéticos, quando um ímã se quebra ou é
cortado, dá origem a novos ímãs, cuja polaridade depende da
forma como imã foi dividido, cortado ou quebrado.

❑ Isso ocorre porque um ímã é constituído de ímãs elementares ou


moleculares (são os menores deles, em escala microscópica)
que estão previamente orientados com seus pares de polos
norte e sul.

❑ É impossível separar os polos magnéticos de um ímã. Cada


pedaço continuará sendo sempre um dipolo magnético.

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.6. Campo magnético uniforme

1.6. CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME

❑ Campo magnético uniforme é aquele em que o vetor indução magnética 𝐵 tem o


mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido em todos os pontos do meio.

❑ Embora possam ser desenhadas em todos os pontos do campo, as linhas de indução


de um campo magnético uniforme são representadas por algumas linhas retas
Campo magnético uniforme.
paralelas entre si e igualmente orientadas. Além disso, elas são traçadas com
espaçamentos iguais para indicar que a intensidade do campo é igual em toda a
região

❑ Imaginemos um campo magnético uniforme em que as linhas de indução são


Campo magnético uniforme
perpendiculares ao plano desse slide. “saindo do papel”.

▪ Se o sentido do campo for para fora do slide, ele será representado por um conjunto
de pontos uniformemente distribuídos, ⊙.

▪ Se ocorrer o contrário, isto é, se o sentido do campo for para dentro do slide, ele será
representado por um conjunto de “cruzinhas” também uniformemente distribuídas, ⊗. Campo magnético uniforme
“entrando do papel”.

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO 1.7. Efeito do campo magnético sobre cargas elétricas

1.7. EFEITO DO CAMPO MAGNÉTICO SOBRE CARGAS ELÉTRICAS

❑ O campo magnético é capaz de atuar sobre uma carga em movimento, Regra da mão direita
para carga positiva
exercendo nela uma força de campo que desvia a carga de sua trajetória original.

❑ Se indicarmos por 𝐵 o vetor indução magnética que caracteriza o campo


magnético no ponto por onde está passando a carga elétrica 𝑞, cuja velocidade é
Ԧ e por 𝜃 o ângulo que o vetor velocidade forma com o vetor indução magnética,
𝑣,
a força de origem magnética que passa a agir na carga apresentará as seguintes
características:
▪ Direção: a força magnética é sempre perpendicular ao vetor indução 𝐵 e ao vetor

velocidade 𝑣,
Ԧ isto é, perpendicular ao plano (𝐵,𝑣).
Ԧ
▪ Sentido: é dado pela regra da mão direita (ver figura).
▪ Módulo: é dado pela relação:
Regra da mão direita
𝐹Ԧm = 𝑞 𝑣Ԧ × 𝐵 (1.1) para carga negativa.

𝐹m = 𝑞 𝑣𝐵 sen 𝜃 (1.2)

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UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO

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ELETROMAGNETISMO
DO RIO GRANDE DO NORTE
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Semestre 2022.2 (22/08 – 23/12/2022)

LISTA DE EXERCÍCIOS

DISCIPLINA: FÍSICA GERAL III


PROFESSOR: ISAAC

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022
UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO Exercício 1.1.

RESOLUÇÃO

HALLIDAY, D.; WALKER, J.; RESNICK R.


Fundamentos de Física: Eletromagnetismo.
10.ed., Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vol.3.

VÍDEO DA RESOLUÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=h_M9eFuKCWg

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022
UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO Exercício 1.2.

RESOLUÇÃO

HALLIDAY, D.; WALKER, J.; RESNICK R.


Fundamentos de Física: Eletromagnetismo.
10.ed., Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vol.3.

VÍDEO DA RESOLUÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=culN6m7bcI8

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022
UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO Exercício 1.3.

RESOLUÇÃO

HALLIDAY, D.; WALKER, J.; RESNICK R.


Fundamentos de Física: Eletromagnetismo.
10.ed., Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vol.3.

VÍDEO DA RESOLUÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=EGEUlH82MC4

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022
UNIDADE III: MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO Exercício 1.4.

RESOLUÇÃO

HALLIDAY, D.; WALKER, J.; RESNICK R.


Fundamentos de Física: Eletromagnetismo.
10.ed., Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vol.3.

VÍDEO DA RESOLUÇÃO
https://www.youtube.com/watch?v=BK53An6Vq5A

Prof. Isaac de M. Félix TÓPICO 1: INTRODUÇÃO AO MAGNETISMO E FORÇA MAGNÉTICA 11 de novembro de 2022

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