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Interfaces da Matemática com a Física:

Eletromagnetismo e Óptica
Material Teórico
Eletromagnetismo

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Márcio Eugen Klingenschmid Lopes dos Santos

Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
Eletromagnetismo

• Magnetismo
• Eletromagnetismo
• Campo Magnético
• Exercícios Propostos

·· Apresentar os conceitos e aplicações dos conteúdos referentes aos conceitos de


magnetismo, eletromagnetismo, campo e força magnética.
·· Ao término desta unidade, desejamos que compreenda algumas propriedades
inerentes aos ímãs e sua utilidade e também conhecer a relação existente entre
magnetismo e eletricidade.
··Espera-se, ainda, que conheça como se comportam os campos magnéticos e
o que acontece com uma partícula quando lançada nesse campo.

Prezado estudante!
Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto estudado realizando a leitura dos textos
indicados, refaça os exemplos e anote suas dúvidas.
Fique atento às atividades avaliativas e aos prazos de entrega.
Bons estudos!

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Unidade: Eletromagnetismo

Contextualização
Magnetismo
Acredita-se que os gregos tenham sido os primeiros a observar os fenômenos magnéticos, em
Magnésia, cidade da Ásia. Foi ali que eles verificaram a presença de um tipo de pedra que apresentava
a interessante propriedade de atração de pedaços de ferro. Hoje denominamos essas pedras, que são
constituídas de um determinado óxido de ferro, de ímãs naturais (magnetita).
Os polos do ímã são as regiões que atraem com mais intensidade pedaços de ferro.
São chamados de polo norte e polo sul. Polos de mesmo nome repelem-se e polos de nomes diferentes
atraem-se.

fonte: amazonaws.com

Ao suspender um ímã em formato de barra, de maneira a possibilitar que ele gire em torno do
próprio centro, ele se orientará aproximadamente na direção norte-sul da Terra. A extremidade do
ímã que aponta para o norte geográfico da Terra, quando este tem a possibilidade de girar livremente,
é o polo norte do ímã. E o polo sul, a extremidade que aponta para o sul geográfico. Isso acontece
porque a Terra se comporta como um grande ímã.

fonte: grupoescolar.com

Sabe-se que os polos de um ímã são inseparáveis, propriedade verificada através de experimentos.
A relação existente entre eletricidade e magnetismo foi demonstrada por Hans Christian Oersted
por meio de um experimento envolvendo a bússola e uma corrente elétrica circulando por um fio -
algo semelhante ao que mostra a figura a seguir - quando ele estava a trabalhar em seu laboratório.
Essa descoberta deu origem ao ramo da Física denominado eletromagnetismo. Até então esses dois
ramos da Física eram considerados disjuntos.

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fonte: uniovi.es

Para saber mais acesse os links:


http://magnetismobio76.blogspot.com.br/2013/03/o-magnetismo-no-nosso-cotidiano.html
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitosobrecargas2.php
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitohall.php

Aplicando os conceitos
I. Suponha que você tenha um ímã em forma de barra e grande. Você tem três amigos que querem um
pedaço desse ímã para realizar um experimento físico, envolvendo magnetismo, que foi solicitado por
seus professores. Então você decide ajudá-los e divide seu ímã em quatro pedaços.

Reflita
a) Todos os pedaços de ímã que você obteve, ao dividir o seu, são novos ímãs. Esses ímãs
apresentam as mesmas propriedades magnéticas que seu ímã possuía antes de você
dividi-lo?
b) Por que você não consegue fazer com que um ímã deixe de ser um ímã quebrando-o?
c) Que polos magnéticos surgiram nos pontos em que você realizou a divisão de seu ímã?
d) Quantos polos magnéticos um ímã apresenta, no mínimo?
e) É possível separar os polos de um ímã?

II. Para realizar outro experimento utilizando um ímã em forma de barra, você coloca
uma folha de papel sulfite sobre esse ímã e, então, espalha limalhas de ferro (pequenas
partículas de ferro) sobre esse papel na região sob a qual o ímã se encontra.

Reflita
a) Que comportamento o conjunto formado por essas pequenas partículas de ferro
apresenta na região em torno do seu ímã?
b) Por que esse conjunto de partículas de ferro se comporta dessa forma?
c) O que acontece com essas partículas nos polos do ímã?

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Unidade: Eletromagnetismo

III. Agora, em outro experimento, você usa uma bússola, um fio condutor de eletricidade e uma
pilha carregada. Então você monta um pequeno circuito com essa pilha e esse fio e coloca a
bússola abaixo do fio antes de conectá-lo às extremidades da pilha, de modo que a agulha da
bússola fique paralela a esse fio. Você, então, conecta o fio às extremidades da pilha.

Reflita
a) O que acontece com a agulha da bússola?
b) Por que a agulha da bússola apresenta esse comportamento quando pelo fio passa
uma corrente elétrica?
c) Isso significa que existe alguma relação entre os fenômenos magnéticos e os
fenômenos elétricos?

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Magnetismo

Acredita-se que os gregos tenham sido os primeiros a observar os fenômenos magnéticos,


em Magnésia, cidade da Ásia. Eles constataram a existência de um tipo de pedra que
apresentava a interessante propriedade de atração de pedaços de ferro. Hoje, denominamos
essas pedras de ímãs naturais e elas constituem-se de um determinado óxido de ferro.
Para designar as propriedade que esses ímãs apresentam e devido ao nome da cidade na qual
foram descobertos, passou-se a usar o termo magnetismo.
Foi observado que, ao colocar próximo a um ímã natural um pedaço de ferro, este passava
a ter as mesmas propriedades do ímã. A partir dessa constatação, passou a ser possível a
obtenção de “ímãs não naturais”, os denominados ímãs artificiais. Conforme o tempo foi
passando, foram descobertas outras propriedades dos ímãs, que veremos adiante.

Polos do ímã
Os polos do ímã são as regiões do ímã que atraem, com mais intensidade, pedaços de ferro.
Isso pode ser constatado se colocarmos limalhas de ferro nas proximidades de um ímã que
apresente formato de uma barra. Veremos que esses pequenos pedaços de ferro ficarão mais
acumulados nas extremidades desse ímã, porque elas exercerão maior intensidade de atração
sobre tais pedaços de ferro. Assim, um ímã em formato de uma barra apresenta dois polos que
se situam em suas extremidades.
Figura 1.Ímã atraindo pedaços de ferro.

fonte: magnety.info

Se suspendermos um ímã que apresenta formato de uma barra, possibilitando que ele
realize livremente giros em torno do próprio centro, observaremos que ele se orientará em
uma determinada direção, a qual coincidirá, aproximadamente, com a direção norte-sul da
Terra. As bússolas magnéticas são construídas com base nessa propriedade dos ímãs. Isso
possibilitou que extensas viagens marítimas fossem realizadas desde tempos remotos e as
bússolas continuam a ser usadas até nos tempo atuais.
De acordo com a convenção abaixo, denominamos os polos de um ímã como polo norte
magnético e polo sul magnético:
„„ A extremidade do ímã que aponta para o norte geográfico da Terra, quando ele tem a
possibilidade de girar livremente, é o polo norte do ímã. E o polo sul, a extremidade que
aponta para o sul geográfico.

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Unidade: Eletromagnetismo

Podemos notar, experimentalmente, utilizando dois ímãs em forma de barra, por exemplo,
que um dos polos de um desses ímãs, quando aproximado do outro ímã, consegue exercer uma
força de atração somente com um dos polos desse segundo ímã. Por outro lado, se tentarmos
aproximar o mesmo polo do primeiro ímã do outro polo do segundo ímã, perceberemos que os
dois ímãs tenderão a se afastar um do outro, ou seja, os polos se repelirão. O que faz com que
isso aconteça é o fato de que dois polos que têm a mesma denominação, ou norte magnético
ou sul magnético, repelem-se, enquanto dois polos que têm denominação diferente atraem-se.

Terra: um grande ímã


A busca por uma explicação correta sobre por que um ímã se orienta na direção norte-sul
da Terra foi feita por muitos filósofos e cientistas ao longo de vários anos. Porém, somente
no século XVII, o médico inglês William Gilbert formulou tal explicação. Ele descreve, em
sua obra De magnete, várias propriedades dos ímãs que foram observadas por ele, o que o
levou a formular hipóteses a fim de explicar tais propriedades.
Dentre essas hipóteses, está a de que a orientação de uma agulha magnética tem como
causa o fato de que a Terra se comportaria como um grande ímã. De acordo com ele, a
extremidade norte da agulha magnética seria atraída pelo polo norte geográfico porque este
seria um polo magnético. Da mesma forma, a extremidade sul da agulha magnética seria
atraída pelo polo sul geográfico porque este também se comportaria como um polo magnético.
Como consequência de tais forças de atração, um ímã, na forma de barra (ou uma agulha
magnética), orienta-se na direção norte-sul da Terra.
De acordo com o que foi visto no parágrafo anterior e sabendo que polos magnéticos de
nomes diferentes se atraem e de nomes iguais se repelem, podemos concluir que o polo norte
geográfico da Terra corresponde ao polo sul magnético e que o polo sul geográfico corresponde
ao polo norte magnético. Assim podemos imaginar a Terra como um grande ímã.
Figura 2. Representação dos polos magnéticos e geográficos da Terra

fonte: infoescola.com

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Polos magnéticos: inseparabilidade
Sabe-se que uma das propriedades dos ímãs é a impossibilidade de separação de seus polos,
propriedade essa verificada por meio de experimentos que constataram que qualquer ímã
sempre apresentará dois polos no mínimo.
Dessa forma, se pegarmos um ímã em forma de barra e o dividirmos em duas partes,
obteremos dois novos ímãs. As extremidades dos dois ímãs que correspondem às
extremidades do ímã dividido continuarão tendo os mesmos polos, ao passo que as outras
extremidades formadas pela divisão desse ímã apresentarão polos diferentes. Portanto,
essas extremidades atrair-se-ão, como é de se esperar.

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Unidade: Eletromagnetismo

Eletromagnetismo
As descobertas sobre as propriedades dos ímãs possibilitaram o desenvolvimento dos estudos
sobre o magnetismo, mas não se suspeitava de que, entre fenômenos elétricos e magnéticos, pudesse
haver uma relação. Assim sendo, considerava-se a Eletricidade e o Magnetismo ramos distintos e
independentes dentro da Física até que o professor dinamarquês Hans Christian Oersted mostrou que
existia uma relação entre tais fenômenos
No ano de 1820, quando estava trabalhando em seu laboratório, Hans Christian Oersted montou,
próximo de uma agulha magnética, um circuito elétrico. Ele observou que, na ausência de corrente
percorrendo o circuito, a agulha magnética tinha orientação na direção norte-sul, como vimos
anteriormente. Ao colocar um dos ramos do circuito em paralelo com a agulha magnética, observou
que, quando uma corrente elétrica passava a percorrer o circuito, ocorria um desvio na agulha
magnética, a qual apresentava tendência de orientação perpendicularmente ao fio do circuito. Quando
essa corrente elétrica era interrompida, a agulha magnética voltava para sua posição inicial, ou seja,
orientando-se na direção norte-sul.
Tais observações feitas por Oersted mostraram que uma corrente elétrica percorrendo um fio gera um
campo magnético em torno desse fio, provocando o desvio na agulha magnética. Dessa forma, pôde-se
constatar, pela primeira vez, a relação existente entre o Magnetismo e a Eletricidade, ou seja, que efeitos
magnéticos podem ser produzidos por meio de uma corrente elétrica.

Figura 3. Esquema do experimento de H. C. Oersted.

fonte: Wikimedia Commons


Diante da importância da descoberta que fizera, Oersted decidiu levar a público os resultados
de seus estudos, atraindo, dessa forma, a atenção de cientistas daquela época, alguns dos quais
se dedicaram a realizar pesquisas relacionadas com o fenômeno, tendo destaque o trabalho
realizado pelo cientista Ampère. Graças a tais pesquisas, pôde-se verificar que correntes
elétricas eram responsáveis por qualquer tipo de fenômeno magnético. Unificava-se, assim,
a Eletricidade e o Magnetismo, dando origem a um novo ramo da Física: o Eletromagnetismo.
Como resultado dos estudos mencionados surgiu um princípio básico. Tal princípio diz: uma força,
que denominamos força magnética, surge quando há movimento de duas cargas elétricas.
Sabe-se que, entre duas cargas elétricas em repouso, atua uma força que denominamos força
eletrostática. Quando essas cargas se encontram em movimento, além dessa força, existe também a
força magnética.
Por meio dessas forças, pode-se explicar como se manifestam os fenômenos magnéticos. Desse
modo, essa força foi a responsável pelo desvio sofrido pela agulha magnética na experiência realizada
por Oersted, sendo essa mesma força a responsável pelo fato de a agulha se orientar na direção norte-
sul. Outra consequência da força magnética é a atração ou repulsão que ocorre entre os polos de ímãs.

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Campo Magnético

Como vimos, quando duas cargas elétricas se encontram em movimento, é exercida um


força magnética entre elas. Descrevendo isso de outro modo, podemos dizer que, em torno de
uma carga elétrica que se encontra em movimento, é criado, por ela, um campo magnético
que atua sobre a outra carga que também está em movimento.
Sejam Q e q duas cargas em movimento. Pode-se dizer que, no espaço em torno de Q,
existe um campo magnético que atua sobre q. Desse modo, a força magnética que existe em
q deve-se ao fato de que, em Q, existe um campo magnético criado por Q.
Agora vamos considerar que, em uma determinada região do espaço, exista um campo
magnético. Tanto um ímã quanto uma corrente percorrendo um fio podem gerar esse campo.

O vetor campo magnético


Representaremos por B o vetor campo magnético e analisaremos sua direção, seu sentido
e seu módulo.
I. Direção e sentido do vetor campo magnético, B→ Colocando-se, nas proximidades
do polo norte de um ímã, uma pequena agulha magnética e sabendo que esse polo do
ímã cria um campo magnético em torno dele, tal campo magnético irá atuar sobre as
cargas móveis dessa agulha, o que fará com que ela se oriente de determinada forma. A
direção, segundo a qual a agulha está orientada, corresponde à direção do vetor campo
magnético B no ponto em que essa agulha se encontra. O sentido para o qual o polo norte
da agulha se encontra apontado corresponde ao sentido do vetor campo magnético, B.
Assim, para determinarmos a direção e o sentido do vetor campo magnético B em um
ponto P qualquer, de acordo com o que foi falado acima, basta que coloquemos a agulha
magnética nesse ponto P.

Figura 4. Representação da direção e sentido do vetor campo magnético nas proximidades de um ímã.

fonte: Wikimedia Commons

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Unidade: Eletromagnetismo

II. Módulo do vetor campo magnético B→ Suponhamos que um campo magnético B


exista no ponto P. Lançamos, então, uma determinada partícula de carga q, eletrizada e
positiva, de modo que esta passe nesse ponto com velocidade v. Como já sabemos, será
exercida uma força magnética F pelo campo magnético sobre essa carga. Tal força F é
perpendicular ao plano que os vetores v e B se encontram.

Figura 5. Esquema dos vetores campo magnético, força magnética e velocidade.

Fm Força Magnética

B
α
q>0 V
fonte: portalsaofrancisco.com
Foi verificado, pelos cientistas, que o módulo da força F depende do módulo da velocidade
da partícula, do valor de sua carga q e do ângulo α que os vetores B e v formam, obtendo-se
as fórmulas abaixo:

F
=B = ou F Bqv sen α
qv sen α

Em que a unidade de medida de q, no SI, é o coulomb (C), de F é o newton (N) e de v é


metros por segundo (m/s). É importante destacar que sen α não possui unidade de medida.
É importante observar que, geralmente, para pontos diferentes, os valores de B são
diferentes, mas que, num determinado ponto, seu valor é constante.

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Força magnética: direção e sentido
Como vimos acima, a força magnética exercida por um campo magnético sobre uma carga
que se encontra em movimento é perpendicular ao plano que os vetores B e v determinam.
Portanto, ela é perpendicular tanto a B quanto a v.
Para determinar o sentido da força magnética F, podemos utilizar o artifício que chamamos
de “regra da mão direita”. Segundo esta, obtemos o sentido de F, que atua sobre q, em
movimento, dispondo nossa mão direita de tal forma que o polegar direito dirija-se ao longo
do vetor velocidade v e com os outros dedos dirigidos ao longo de B, o sentido para o qual se
volta a palma da mão será o sentido da força magnética F.
Caso seja lançada um partícula de carga negativa no campo magnético, a força apresentará
sentido contrário ao da força atuante sobre uma carga positiva.

Observação: no SI, a unidade de medida do vetor campo magnético é denominada tesla,

representada por T, e é uma homenagem ao cientista Nikola Tesla. Essa unidade vem da
F
fórmula vista anteriormente, = B , a partir da qual, sabendo que 1 (C/s)=1A, em que
qv sen α
A é a unidade de medida do Ampère, podemos estabelecer:

N N N
1 tesla 1= 1= 1
=
m C  A⋅ m
C ⋅   ⋅m
s s

Imagine que se lance um carga q em um campo magnético com a direção de sua velocidade
coincidindo com a direção do vetor campo magnético. Tanto no caso em que o sentido do
vetor velocidade da partícula seja o mesmo do vetor campo magnético quanto no caso em que
seu sentido seja contrário, teremos que senα=0 , (pois, no primeiro caso, temos, sen0=0 e, no
segundo caso, temos sen180°=0 ) e, portanto, obteremos a expressão:

F = Bqv sen α
que nos informa que a força magnética
atuante sobre a partícula é uma força nula.
Figura 6. Cargas lançadas na direção do campo magnético.

fonte: mundoeducacao.com

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Unidade: Eletromagnetismo

Linhas de indução
As linhas de indução, usadas para representar o campo magnético, são traçadas de forma
que o vetor campo magnético B seja tangente a elas qualquer que seja seu ponto. Onde o campo
magnético apresenta maior intensidade deve-se traçar tais linhas com maior proximidade.
A figura abaixo representa as linhas de indução do campo magnético que um ímã, no formato
de barra, cria.
Figura 7. Linhas de indução do campo magnético de um ímã.

fonte: brasilescola.com

Ao se espalhar limalhas de ferro (pequenos pedaços de ferro) na região de atuação do


campo magnético, obtém-se a configuração dessas linhas de indução, conforme podemos ver
na figura abaixo.
Figura 8. Limalhas de ferro em torno de um ímã dispostas formando as linhas de indução.

fonte: educacao.mg.gov.br

Esses pequenos pedaços de ferro orientam-se na direção do vetor campo magnético B, de


maneira a adquirir a forma como as linhas de indução desse campo magnético se configuram.
Se, em todos os pontos do campo magnético, o vetor campo magnético possuir o mesmo
módulo, direção e sentido, o campo magnético será dito uniforme.

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Exercícios Propostos

Com base no enunciado apresentado a seguir, responda aos exercícios 1, 2 e 3.


Na direção orientada pela reta DC, na qual se encontra o ponto P, atua um campo magnético
B que possui a direção dessa reta. Ao passar por P, com uma velocidade = v 1, 0 ⋅105 m / s um
próton tem uma força magnética de valor = F 1, 2 ⋅10( −15) N , atuando sobre ele, perpendicularmente
ao plano da folha do desenho como se estivesse a “penetrar” nesta. Veja, na figura abaixo, a
representação dessa situação.
Figura 9. Representação da situação descrita.
D
V
+ P
a) C

b)

Exercício 1:
Qual o sentido de B que existe em P?
Expectativa de Resposta:
Usando a “regra do tapa”, podemos determinar o sentido do vetor campo magnético B,
conforme está representado na figura acima. Nela percebemos que o polegar da mão
direita está dirigido ao longo do vetor v e que a palma da mão apresenta a direção e
sentido da força. Assim, os demais dedos da mão direita indicam o sentido de B, ou seja,
de P para D.

Exercício2:
Qual o módulo do vetor campo magnético?
Expectativa de Resposta:

Usando a fórmula F , encontramos o módulo de B.


B=
qv sen α
Pela figura, como o vetor velocidade v é perpendicular ao vetor campo magnético B temos
que o ângulo formado por eles é α=90°, de onde temos que sen α=1. Agora, substituímos, na
fórmula acima, os valores da carga do próton q=1,6.10-19C, v = 1,0.105m/s e F = 1,2.10-15N, já
expressos no SI.

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Unidade: Eletromagnetismo

1, 210 −15 1, 210 −15 1, 210 −15


=B = =
1, 610 −19 1, 0 105 1 1, 6 10 −19+ 5 1, 6 10 −14
1, 210 −15 −15 −( −14)
=B = 0, 75 10 = 10 −15+14 0,=
0, 75= 75 10 −1 7,510 −2 T
1, 6 10 −14

Exercício 3:
Supondo-se que seja lançado um elétron passando por P a uma velocidade v=1,0∙106m/s,
perpendicularmente à folha de papel e “saindo” desta,qual o módulo da força magnética
que irá atuar nesse elétron?
Expectativa de Resposta:
Podemos encontrar o módulo da força que irá atuar no elétron por meio da fórmula
F = Bqv sen α . Como no caso anterior, temos que o ângulo formado por eles é α=90°,
donde temos que sen α = 1 , pelo fato de que o vetor velocidade v é perpendicular ao vetor
campo magnético B, pois este segundo situa-se no plano da folha. Como o valor da carga do
1, 6 ⋅ 10−19 C , v =
elétron é q = 1, 0 ⋅106 m / s , como já determinamos o valor de B no ponto
P no item anterior, =B 7,5 ⋅10( −2) T .

F = 7,5 ⋅10−2 ⋅ 1, 6 ⋅ 10−19 ⋅ 1, 0 ⋅106 ⋅1 = 12 ⋅10−15 N

Exercício 4:
−1
Em um campo magnético uniforme B= 2 ⋅10 T, é lançada uma partícula que possui carga
q= 3 ⋅ 10−9 C , a uma velocidade v= 3 ⋅ 102 m / s . Qual o módulo da força magnética que irá
atuar na partícula, tendo-se que o ângulo formado pelos vetores B e v é α= 30° ? (dado:
sen 30° =0,5 )
Expectativa de Resposta:
Podemos encontrar o módulo da força que irá atuar na partícula por meio da fórmula
F = Bqv sen α . Como o ângulo formado pelos vetores B e v é α=30°, temos que sen α = 0,5 .
3 ⋅ 10−9 C e v =
Como o valor da carga da partícula é q = 3 ⋅ 102 m / s e B =
2 ⋅10−1 T , temos:
F = 2∙10-1∙3∙10-9∙3∙102∙0,5=9∙10-1+(-9)+2
F = 2∙10-1∙3∙10-9∙3∙102∙0,5=9∙10-8

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Material complementar

Para obter mais informações sobre os conteúdos estudados, consulte as indicações a seguir:

Artigo:
Artigo que aborda a história do eletromagnetismo e o uso das propriedades magnéticas
em instrumentos e equipamentos presentes em nosso cotidiano e trata, também, das
ondas eletromagnéticas. Os autores são Edson Cordeiro, Felipe Elerati, Jamil Saade e J.
R. Tagliati. O artigo pode ser encontrado no seguinte endereço:
http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/04/artigo-2a9.pdf

Sites:
http://magnetismobio76.blogspot.com.br/2013/03/o-magnetismo-no-nosso-cotidiano.html
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitosobrecargas2.php
http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/CampoMagnetico/efeitohall.php
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funcionam-os-trens-que-flutuam-sobre-os-trilhos

Livro:
MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. São Paulo: Ed.
Scipione, 1997

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Unidade: Eletromagnetismo

Referências

MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. São Paulo: Ed. Scipione, 1997.

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Anotações

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