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1. Introdução

Magnetismo é o ramo da ciência que estuda os materiais magnéticos, ou seja,


que estuda materiais capazes de atrair ou repelir outros. Também, a parte da física
que estuda o campo magnético no vácuo e na matéria, seus efeitos sobre a matéria,
sobre a carga elétrica em movimento e sobre a corrente elétrica.
Pólos Norte e Sul de um ímã: Ímãs permanentes e eletroímãs, podem ser
construídos em formas variadas. Mais simples e comuns são ímãs retos (prismáticos
ou cilíndricos) e ímãs em U (ferradura). Em geral, constatam-se em um ímã duas
regiões nas quais ele manifesta mais intensamente seu magnetismo: são os pólos
Norte e Sul. Sendo que o pólo norte em um ímã qualquer sempre será pintado de
vermelho e o pólo sul de azul.

Suspendendo-se um ímã em forma de barra, de modo que possa girar


livremente em torno de seu centro, observa-se que ele se orienta sempre ao longo
de uma mesma direção. Tal direção coincide aproximadamente com a direção norte-
sul da terra. Esta propriedade dos ímãs foi utilizada na construção das bússolas
magnéticas. Os pólos de um ímã recebem as denominações de “pólo norte
magnético” e “pólo sul magnético”, de acordo com a seguinte convenção: pólo norte
de um ímã é aquela extremidade que, quando o ímã pode girar livremente, aponta
para o norte geográfico da terra. A extremidade que aponta para o sul geográfico da
terra é o pólo sul do ímã. Um ímã jamais possui um pólo só, mas pode exibir mais de
dois pólos. Avizinhando-se um ímã a outro, observa-se que dois pólos se repelem
quando têm nomes iguais ( norte e norte, ou sul e sul), e se atraem quando têm
nomes opostos ( norte e sul). Pólos magnéticos de mesmo nome se repelem e pólos
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magnéticos de nomes contrários se atraem.

As aplicações do ímã são importantes e variadas. Citemos : Bússola


magnética, galvanômetro, microfone, gravador magnético, fones de ouvido, alto-
falantes, freio magnético, pequenos motores, pequenos alternadores, medidores
elétricos, amortecimento de oscilações, vídeo de TV, garrafa magnética, bomba
magnética(plasma), cícloton, etc.

A Terra é um grande ímã: A Terra age como um enorme ímã devido a


existência de uma massa de ferro no seu núcleo. Correntes elétricas no núcleo
geram a maior parte do campo magnético, embora 10% sejam produzidos por
correntes na ionosfera. Os pólos mudam de posição lentamente, mas permanecem
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a cerca de 1600 Km dos pólos geográficos que determinam o eixo da rotação da
Terra. Durante muitos anos, vários filósofos e cientistas tentaram encontrar uma
explicação para o fato de um ímã (como agulha magnética de uma bússola) se
orientar na direção norte-sul da Terra. Entretanto, a explicação que hoje sabemos
ser correta só veio a ser formulada no século XVII pelo médico inglês W. Gilbert. Em
sua obra, denominada De Magnete, publicada em 1600, descreve um grande
número de propriedades dos ímãs, observadas experimentalmente por ele, e
formula hipóteses procurando explicar estas propriedades. Uma das principais idéias
que ele apresenta em sua obra é a de que a orientação de uma agulha magnética se
deve ao fato da Terra se comportar como um grande ímã. Segundo Gilbert, o pólo
norte geográfico da Terra seria também um pólo magnético que atrai a extremidade
norte da agulha magnética. De modo semelhante, o pólo sul geográfico da Terra se
comporta como um pólo magnético que atrai o pólo sul da agulha magnética. Em
virtude destas forças de atração, a agulha magnética (ou qualquer outro ímã em
forma de barra) tende a se orientar ao longo da direção norte-sul. É fácil perceber,
de acordo com esta explicação, que o pólo norte geográfico da Terra é um pólo sul
magnético (pois ele atrai o pólo norte da agulha) e o pólo sul geográfico é um pólo
norte magnético. Então, para efeitos magnéticos, podemos imaginar a Terra
representada por um grande ímã, como na figura abaixo.

Inseparabilidade dos pólos: Uma outra propriedade interessante dos ímãs


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consiste na inseparabilidade de seus pólos: verificou-se experimentalmente que não
se consegue obter um pólo magnético isolado. Qualquer ímã apresenta sempre, no
mínimo, dois pólos.
A Experiência de Oersted – Em 1820, trabalhando em seu laboratório, Oersted
montou um circuito elétrico, tendo nas proximidades uma agulha magnética. Não
havendo corrente no circuito (circuito aberto), a agulha magnética se orientava na
direção norte-sul. A montagem abaixo da figura a é semelhante àquela feita por
Oersted. Observe que um dos ramos do circuito ( fio AB) deve ser colocado
paralelamente à agulha, isto é, deve ser orientado também na direção norte-sul.

Ao estabelecer uma corrente no circuito, Oersted observou que a agulha


magnética se desviava, tendendo a se orientar em uma direção perpendicular ao fio
AB (conforme a figura b). Interrompendo-se a corrente, a agulha retornava à sua
posição inicial, ao longo da direção norte-sul. Estas observações realizadas por
Oersted mostravam que uma corrente elétrica podia atuar como se fosse um ímã,
provocando desvios em uma agulha magnética, Verificava-se, assim, pela primeira
vez, que existe uma relação entre eletricidade e o magnetismo: uma corrente elétrica
é capaz de produzir efeitos magnéticos.
O fato básico do Eletromagnetismo: Como resultado dos estudos de
Oersted, foi possível estabelecer o princípio básico de todos os fenômenos
magnéticos : quando duas cargas elétricas estão em movimento, manifesta-se entre
elas, além da força eletrostática, uma outra força, denominada força magnética.
Campo magnético: Uma carga em movimento cria, no espaço em torno dela,
um campo magnético que atuará sobre outra carga, também em movimento,
exercendo sobre ela uma força magnética.
Um campo magnético pode ser mapeado em cada ponto em torno de ímã
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(seja ele um ímã natural ou um fio condutor percorrido por uma corrente elétrica).
Esse mapeamento é realizado com a utilização de limalha de ferro ou de uma
bússola. Na verdade, a bússola é um ímã muito leve, que tem direção e sentido
alinhados paralelamente ao campo magnético da Terra. É, portanto, muito sensível à
presença de campos magnéticos. Ao ser aproximado de um ímã, a agulha da
bússola, devido à influência do campo magnético, sofre um desvio. Assim, a agulha
pode ser utilizada para indicar a direção do campo em torno do ímã.
A limalha de ferro, quando espalhada ao redor de um ímã, também ajuda a
mapeá-lo, pois assume a orientação do campo magnético, formando o seu desenho:

Quanto ao sentido da força, existem várias regras práticas que nos permitem
determina-lo. Vamos descrever uma delas , denominada “regra do tapa”. De acordo
com esta regra, para obtermos o sentido da força magnética que atua em uma carga
positiva em movimento, devemos proceder da seguinte maneira: dispomos a mão
direita aberta da maneira mostrada abaixo, com o dedo polegar dirigido ao longo do
vetor velocidade (v) e os demais ao longo do campo magnético B; o sentido de força
será aquele para onde fica voltada a palma da mão, isto é, o sentido do movimento
que deveria ser feito para dar um tapa com a palma desta mão.
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Se a carga lançada no campo magnético for negativa, o sentido da força será


contrário àquele da força que atua na carga positiva. Neste caso, você poderá ainda
usar a “regra do tapa”, mas não deverá se esquecer de inverter o sentido indicado
por esta regra.
2. Objetivos

Aprendermos a teoria dos pólos dos ímãs , sua relação com os pólos geográficos e
magnéticos da terra e a introdução do eletromagnetismo.

3. Parte Experimental

3.1 Materiais

- 2 ímãs em forma de cilindro;


- 2 ímãs em forma de anel;
- 1 bússola ;
- 1 suporte para bússola didática;
- 1 agulha magnética para bússola didática;
- 1 suporte para amortecedor magnético;
- 5 ímãs anel com pólos identificados Ø 40X7 mm;
- 1 par de cabos de ligação de 0,5 mm banana/banana;
- 1 circuito-fonte DC 17X13 cm com 2 soquetes para uma pilha; 2 bornes para
ligação e 1 chave de 3 posições;
- 2 pilhas grandes;
- 1 bobina com 22 espiras, Ø60mm, com base de acrílico;
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- 1 montagem Oersted com 3 bornes.

3.2 Procedimentos

-Ímãs (Pólos Magnéticos):


- Pegamos dois ímãs cilíndricos e aproximamos as extremidades com cores iguais
(pólos iguais).
- Viramos um dos ímãs , aproximamos as extremidades com cores diferentes (pólos
diferentes).
- Aproximamos da bússola didática um ímã com o pólo pintado de azul.
- Aproximamos da bússola didática um ímã com o pólo pintado de vermelho.

-Descobrindo o Norte Geográfico:


- Posicionamos, com o auxílio da bússola, a bússola didática de acordo com a foto
abaixo:

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Utilizamos da bússola para identificar os pólos dos ímãs cilíndricos.

- Amortecedor Magnético:
-Encaixamos no suporte um ímã cilíndrico tipo anel com a cor vermelha voltada para
cima. A seguir, colocamos outro ímã com a cor vermelha voltada para baixo.
- Colocamos os outros ímãs, seguindo o mesmo procedimento, até encher a haste.

- Detector de Corrente com a Bússola :


- Montamos o equipamento conforme figura abaixo:

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- Colocamos a bússola no interior da bobina;
- Giramos a placa de acrílico até que a bússola ficasse paralela com a bobina;
- Com dois cabos ligamos a fonte de tensão DC1,5 V aos bornes da bobina;
- Identificamos o sentido da corrente na bobina ( corrente convencional do pólo
positivo ao pólo negativo);
- Com a regra da mão direita, identificamos o sentido do campo magnético
externamente a bobina;
- Ligamos a chave e observamos o comportamento da bússola;
- Invertemos o sentido da corrente e ligamos a chave , observamos o
comportamento da bússola.

- Experiência de Oersted:
- Montamos o equipamento conforme a figura da próxima página:

- Colocamos os cabos de ligação de tal modo que, a corrente elétrica, passe pelo
lado de cima da agulha magnética;
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- Giramos o conjunto até que a agulha da bússola fique paralela ao condutor;
-Identificamos o sentido da corrente;
- Aplicamos a regra da mão direita e identificamos o sentido do campo magnético em
torno do condutor;
- Ligamos a fonte DC e observamos o comportamento da agulha da bússola;
- Invertemos o sentido da corrente elétrica e observamos o comportamento da
agulha da bússola;
-Mudamos a posição de um cabo de ligação e fizemos a corrente elétrica passar
pelo lado de baixo da agulha da bússola.

4. Resultados

- Procedimento Ímãs (Pólos Magnéticos):


- Resultados dos itens 1 e 2 : sendo N pólo norte ( pintado com a cor vermelho
no ímã utilizado na prática) e S pólo sul ( pintado com a cor azul).

- Resultados dos itens 4 e 5 :


Ao aproximarmos da bússola didática um ímã com o pólo pintado de azul o lado da
agulha pintado de vermelho foi atraído por ele.
Ao aproximamos da bússola didática um ímã com o pólo pintado de vermelho o lado
da agulha pintado de azul foi atraído por ele.

-Procedimento do Norte Geográfico:


Item 1: O pólo norte magnético da bússola aponta para o pólo norte magnético que
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fica próximo ao pólo sul geográfico;
O pólo sul magnético da bússola aponta para o pólo sul magnético que fica próximo
do pólo norte geográfico.
Item 3: O lado vermelho da agulha da bússola fica direcionado para o pólo sul
geográfico e o norte magnético da Terra;
O lado azul da agulha da bússola fica direcionado para o pólo norte geográfico e o
sul magnético da Terra.

- Amortecedor Magnético:
- Item 1: Houve repulsão entre os lados que tinham a mesma cor (neste caso o
vermelho), indicando que são do mesmo pólo magnético.
-Item 2: Ao se colocar mais ímãs na mesma ordem que colocamos o primeiro a
distância que havia entre os dois primeiros ímãs diminuiu e foi aumentando
gradativamente até o último ímã.

-Detector de Corrente com a Bússola:


-Itens 7e 8: A agulha girou e ficou perpendicular ao sentido corrente, sendo que o
pólo norte magnético da agulha da bússola mudou de sentido em 180°graus ao
mudarmos o sentido da corrente.

- Experiência de Oersted:
-Item 6: O lado da agulha pintado de vermelho (pólo norte magnético) ficou
apontado para fora do plano da figura.
-Item 7: O lado da agulha pintado de vermelho (pólo norte magnético) ficou
apontado para dentro do plano da figura.

5. Discussão dos Resultados

Pode-se verificar que pólos iguais dos ímãs não se atraem. Que devido a
agulha que indica direção na bússola ser feito de ímã o seu o pólo norte magnético
(pintado de vermelho) sempre fica apontado para o pólo sul magnético e norte
geográfico da Terra, devido o pólo sul magnético ser bem próximo do norte
geográfico, confirmando mais uma vez que opostos se atraem e iguais se repelem.
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A distância entre os ímãs no amortecedor magnético era maior, quando havia
somente os dois primeiros ímãs, devido haver somente a força de repulsão entre
eles. Ao colocarmos mais ímãs essa distância diminuiu, crescendo gradativamente
do primeiro ao último no sentido de baixo pra cima, pois agora havia não só a força
de repulsão mais a de compressão devido à interação entre os dois ímãs que
estavam localizados logo acima do primeiro par. Agora como no último par só havia
novamente a interação de repulsão eles ficaram mais distantes um do outro.
Podemos verificar realmente que uma agulha magnética colocada nas
proximidades de um fio condutor que conduz uma corrente elétrica tende a se
colocar perpendicular ao fio.
Verificamos que quando a corrente é radial o campo é linear e que quando a
corrente é linear o campo é radial. Sempre o pólo norte do ímã, que é pintado de
vermelho, apontará qual é a direção do campo. E que ao mudarmos o sentido da
corrente a direção do campo mudará sendo detectado pelo giro de 180° da agulha
da bússola.

6. Conclusões

Foi possível assimilar a teoria dos ímãs, como utilizar uma bússola para
localizar os pólos geográficos e magnéticos da Terra e verificar que realmente uma
corrente elétrica é capaz de produzir um campo magnético.

7. Referências Bibliográficas

http://educacao.uol.com.br/fisica/campo-magnetico-mapeamento.jhtm - acessado
dia 06/11/2008

http://www.if.ufrgs.br/fis182/labs/lab6.pdf - acessado dia 06/11/2008


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http://www.azeheb.com.br/produtos_interna.php?idproduto=327 - acessado dia
06/11/2008

http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico_terrestre - acessado dia


06/11/2008

http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/campo_magnetico/mag_terrestre/ -
acessado dia 06/11/2008

-Alvarenga,Beatriz & Máximo,Antônio - Curso de Física - Volume 03 - Editora


Scipione - SP - 4ª Edição - 1997.

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