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Tema 6.

Indução electromagnética e
equações de Maxwell

6.1. Lei de Faraday;


6.2. Força eletromotriz (fem) devido ao movimento;
6.3. Lei de Lenz;
6.4. Indutores;
6.5. Equações de Maxwell
6.1. Lei de Faraday
Vimos que há um relacionamento
entre a eletricidade e o magnetismo.
A Lei de Faraday ou Lei de Indução
Eletromagnética, enuncia que
quando houver variação do fluxo
magnético através de um circuito,
surgirá nele uma força eletromotriz
induzida. Essa lei foi estabelecida
por Michael Faraday, em 1831, a
partir da descoberta do fenómeno
da indução eletromagnética, sendo
uma lei fundamental do eletromagnetismo.

Antes de que Faraday descoubera a lei da indução eletromagnética, a


energia elétrica obteria-se com processos químicos como pilhas ou
baterias. Com esta nova lei é possível obter energia elétrica a partir de
processos mecânicos dando origem aos geradores elétricos.
6.1. Lei de faraday
A fórmula matemática que representa a lei de Faraday, estabelece que um
fluxo magnético variável numa região do espaço, induz um campo elétrico na
mesma região por uma trajetória fechada.

A força eletromotriz (fem) induzida entre os terminais de uma bobina é igual


ao valor negativo da rapidez com que muda o fluxo magnético que atravessa
esta bobina:

ε=−N
dt
Onde
ε: força eletromotriz induzida (fem) (V)
dΦ: variação do fluxo magnético (Wb)
dt: intervalo de tempo (s)

O sinal negativo da fórmula indica que o sentido da fem induzida é em


oposição a variação do fluxo magnético.
6.2. Força eletromotriz (fem) devido ao
movimento
É a força eletromotriz que aparece quando um condutor movimenta no
interior dum campo magnético.
A fem do movimento pode calcular-se e com as forças que o campo
magnético exerce sobre as cargas em movimento
do condutor (Tema 4 F=qvxB), mas só quando o
campo não varia com o tempo.

b
Em geral a fem ficaria como:
B) d ⃗l
ε=∫ (⃗v x ⃗
a

Esta polarização de cargas gera um campo elétrico dentro do condutor


no sentido contrario à força magnética. Depois dum tempo a força
magnética equilibra com a força elétrica.
6.2. Força eletromotriz (fem) devido ao
movimento

Quando o campo magnético muda com o tempo as correntes induzidas


só podem calcular-se com a Lei de Faraday.
Quando o campo magnético muda com o tempo induz um campo
elétrico

ε=−N
dt
6.3. Lei de Lenz
Com a lei de Faraday é possível determinar o valor da fem induzida em um
circuito e a partir daí podemos encontrar a intensidade da corrente induzida.

Contudo, verifica-se que a corrente induzida apresenta sentidos diferentes


conforme a variação do fluxo magnético.

Em 1834 o físico Heinrich Lenz, baseado nos trabalhos de Faraday, propôs


uma regra para a definição do sentido
da corrente induzida.

Nesta época já era conhecido o fato


que uma corrente elétrica cria ao seu
redor um campo magnético e que esse
fenómeno também ocorria com a
corrente induzida. Lenz observou que
o sentido deste campo depende do
aumento ou da diminuição do fluxo magnético.
6.3. Lei de Lenz
A lei de Lenz estabelece que o sentido do campo magnético produzido pela
corrente induzida é contrário a variação do fluxo magnético.
Isto é, se o fluxo magnético aumenta, aparecerá no circuito uma corrente
induzida que criará um campo magnético induzido em sentido oposto ao do
campo magnético que o circuito está imerso.

Se temos um imã se aproximando de uma


espira. Essa aproximação produz uma
aumento, durante um intervalo de tempo, do
fluxo magnético através da espira.

Nesta situação, o campo magnético criado


pela corrente induzida surge para anular
esse aumento, portanto, tem o sentido
contrário do campo magnético do imã.
6.4 Indutores
Os indutores induz um campo magnético quando
são atravessado por uma corrente. Também são
chamadas bobinas ou solenoides.
Elaboram-se enrolando arame condutor em círculos,
dando varias voltas. Cada volta que o arame faz
chama-se espira.
Quando circula uma corrente pelas espiras, induz-se
um campo magnético que atravessa o cilindro pelo
comprimento pela lei de Faraday. A capacidade
indutiva duma bobina é a indutância. Quando uma bobina interatua
magneticamente com outras, produz a indutância.

É possível melhorar a indutância duma bobina se as espiras estão arroladas


em torno dum núcleo de material ferromagnético.

Quando temos corrente continua, os indutores são usados pela capacidade


magnética, e quando temos uma corrente alterna, o indutor é usado como
mudador da sinal elétrica no tempo.
6.4 Indutores
Indutância própria
Uma bobina ou indutor é um elemento de
circuito que armazena energia no campo
magnético do interior da bobina pela qual
circula uma corrente continua. Assim como
um condensador caracteriza-se pela sua capacitância, o indutor caracteriza-se
pela sua indutância, que depende da geometria do condutor e descreve o seu
comportamento num circuito.

Para calcular a fem própria na bobina usamos a lei de Faraday:

Então Ficando:

L: Indutância da bobina L=NΦ/i. No S.I. unidade o HENRY (H)


6.4 Indutores
Indutância própria. Bobina com núcleo de ar

Seja uma bobina de comprimento I,


área de secção transversal A e
com um numero de espiras por
unidade de comprimento n. Alem disso, o diâmetro da bobina é muito
pequeno com respeito ao comprimento.
6.4 Indutores
Indutância própria
Consideremos um sistema de
bobinas conectadas em serie. Este
sistema pode trocar por uma só bobina de
indutância equivalente:

Leq = L1+ L2 + L3+ . . .+Ln

Consideremos um sistema de
bobinas conectadas em paralelo. Este
sistema pode trocar por uma só bobina
de indutância equivalente:
6.4 Indutores
Indutância própria. Circuito RL
Se temos o seguente circuito, é possível ter
o circuito na posição 1 e 2.

- Quando o interruptor está na posição 1,


aplicando a lei de malhas de Kirchhoff:

Pelo que a solução fica: -


6.4 Indutores
Indutância própria. Circuito RL
A corrente i, começa desde zero e
chega depois dum tempo ao valor
máximo V/R.
A diferencia de potencial do indutor VL
vai do valor máximo V e depois decai
exponencialmente.
6.4 Indutores
Indutância própria. Circuito RL
Quando o interruptor está na posição 2,
aplicando a lei de malhas de Kirchhoff:

Resolvendo as equações fica:

E finalmente a diferença de potencial no


indutor:
6.4 Indutores
Indutância própria. Circuito RL
Se temos a a corrente i e diferença de potencial do indutor VL vai do valor
máximo V e depois decai exponencialmente.
O tempo t = L/R, é chamado de constante de tempo indutivo do circuito RL e
é o tempo que demora a bobina para que o voltagem fique à 37% do
máximo.
6.4 Indutores
Energia
La potencia elétrica em uma bobina é P= VLi

Resolvendo a integral obtemos a energia armazenada no


campo magnético no interior da bobina de indutância L e
pela que circula uma corrente I,
6.4 Indutores
Indutância mutua
A indutância mutua descreve a interação entre dois bobinas próximas 1
e 2, mediante a qual uma corrente variável I circulando pela bobina 1,
produz um fluxo de campo magnético que muda e que atravessa a
bobina 2.

Quando duas bobinas estão perto entre elas de forma que os fluxos
magnéticos interatuam como mostra-se e
diz que estão acopladas magneticamente,
pelo que produz-se entre uma
indução mutua.
6.4 Indutores
Indutância mutua
O fluxo total na bobina 1 é:

M12 é o coeficiente de indução mutua da


bobina 1 pela bobina 2.

A fem induzida na bobina 1 está acoplada


magneticamente com a bobina 2 é

Fazendo o mesmo com a bobina 2 obtemos a fem induzida na bobina 2


é
6.4 Indutores
Indutância mutua
Se as bobinas têm a mesma área de secção transversal e o mesmo
comprimento

Então a indutância mutua fica


6.4 Indutores
Indutância mutua. O transformador
É um dispositivo composto por duas
bobinas acopladas magneticamente
por um núcleo. O núcleo de ferro faz
que todas as linhas de campo
magnético que passam por uma bobina
também passam pela outra. Uma das
bobinas com N1 voltas está conectada a um voltagem alterno e chama-se o
primário. A outra, o secundário, tem N2 voltas, se conecta a uma resistência.
6.4 Indutores
Indutância mutua. O transformador
Reescrevendo: A potencia na entrada e na saída são iguais
6.5. Equações de Maxwell
Os fenómenos elétricos e magnéticos foram tratados como se
foram independentes: o único relacionamento entre eles era o fato
de que as correntes que produz os campos magnéticos têm um
carácter essencialmente elétrico, são cargas em movimento.

Quando consideramos problemas dependentes do tempo, vemos


que entre os fenómenos elétricos e os magnéticos há uma ligação.

Os campos magnéticos que mudam com o tempo originam


campos elétricos e vice-versa. Fica claro que devemos falar de
campos eletromagnéticos mais que dos campos elétricos o dos
magnéticos.

O conjunto fundamental das equações que descrevem todos os


fenómenos eletromagnéticos clássicos são as equações de
Maxwell.
6.5. Equações de Maxwell
J.C. Maxwell publicou em 1873 as famosas equações de Maxwell que
regulam o eletromagnetismo usando 4 equações diferenciais (e 4
equações integrais) para a intensidade de campo elétrico E e a indução
magnética B.

O grande sucesso de Maxwell foi expressar matematicamente as


experiências feitas durante décadas de eletricidade e magnetismo.

Maxwell foi reunir em estas equações os


anos de resultados experimentais,
devidos ao Coulomb, ao Gauss, ao
Ampere, ao Faraday e outros,
introduzindo os conceitos de campo e
unificando os campos elétricos e
magnéticos em um só conceito: o campo
eletromagnético.
6.6. Equações de Maxwell
6.5. Equações de Maxwell
H - Campo magnético que resume os efeitos magnéticos da matéria. No
S.I [A/m]
ρ - Densidade de cargas existentes no espaço.
J - Densidade de corrente, mede o fluxo de cargas por unidade de
tempo e superfície e é igual a J= ρ v. No S.I. [A/m2]
ε - Permitividade elétrica, característica de los materiais dielétricos.
μ - Permeabilidade magnética, característica dos materiais
paramagnéticos.

Em capítulos anteriores já tínhamos falado da lei de Gauss para o


campo elétrico (Tema 1) e para o campo magnético (Tema 4) e a lei
Faraday-Lenz neste mesmo tema pelo que só fica para analisar a lei
Ampere-Maxwell.
6.5. Equações de Maxwell
Lei de Ampere-Maxwell
Ampere formulou um relacionamento para um campo magnético inamovível
B e uma densidade de corrente elétrica que não muda com o tempo J. A lei
de Ampere o que diz é que a circulação dum campo magnético B numa curva
fechada gera uma densidade de corrente J sobre a superfície. Como uma
corrente elétrica em movimento gera um campo magnético.

onde μ0 é a permeabilidade magnética no vazio μ0=4π10-7 N/A2.


O Maxwell colocou mais um termino para quando quanto os campos B
variam com o tempo. Este término nos diz que quando o fluxo elétrico muda
com o tempo, um campo magnético é gerado. Normalmente esta variação é
chamada de corrente de deslocamento, pelo que a lei de Ampere-Maxwell
fica:
6.5. Equações de Maxwell
Com as unidades gaussianas, no espaço livre, sem cargas nem
correntes, as equações de Maxwell são:

onde c é a velocidade da luz.


6.5. Equações de Maxwell
Uma onda eletromagnética que propaga-se por um material ou no vazio tem
um comportamento sinusoidal.

v2ondaEM = 1/(με) na matéria


6.5. Equações de Maxwell
Alguma caraterísticas das ondas eletromagnéticos são:
6.5. Equações de Maxwell
Equação das ondas: A partir das equações de Maxwell é possível obter a
equação de propagação das ondas planas no espaço (na direcção x):

Amplitude máxima E0 e B0,


k=2π/λ é o numero de onda[rad/m],
λ o comprimento da onda[m],
ω=2πf a frequência angular[rad/s],
f a frequência [Hz]
T=1/f o período [s]
Bibliografia

1. Bibliografia do programa

2. https://www.youtube.com/watch?v=LdMVFxmZ0vA

3. https://www.youtube.com/watch?v=PlD0OTDrc8c

4. https://www.youtube.com/watch?v=liitVYRt9-U

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