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Soldagem Processo
Eletrodo Revestido
IPATINGA
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG
Cláudio Marcassa
Diretor Regional do SENAI - MG
Elaboração
Equipe Técnica SENAI
Unidade Operacional
Centro de Formação Profissional “Rinaldo Campos Soares”
Sumário
1. Introdução ___________________________________________________________1
2. Noções de Eletricidade _________________________________________________2
3. Fontes de Corrente para Soldagem _______________________________________7
4. O Arco Elétrico de Soldagem____________________________________________11
5. O Processo Eletrodos Revestidos ________________________________________14
5.1 O Eletrodo Revestido ___________________________________________________14
5.2 Classificação dos Eletrodos _______________________________________________17
5.3 Cuidados com o Eletrodo ________________________________________________23
5.4 Equipamentos _________________________________________________________24
5.5 Acessórios para limpeza (Escova de Aço e Picadeira) __________________________27
6. Terminologia de Soldagem _____________________________________________28
7. Simbologia de Soldagem ______________________________________________36
8. Descontinuidades na Soldagem _________________________________________45
8.1 Descontinuidades x Defeitos _____________________________________________45
8.2 Tipos de descontinuidades _______________________________________________45
8.3 Causas e Soluções ______________________________________________________48
9. Alguns Ensaios Aplicados a Soldagem ____________________________________51
9.1 Ensaio Visual __________________________________________________________51
9.2 Ensaio por Líquido Penetrante ____________________________________________52
9.3 Partículas Magnéticas ___________________________________________________54
9.4 Ultra Som _____________________________________________________________55
9.5 Ensaio de Radiografia, Radioscopia e Gamagrafia _____________________________56
9.6 Estanqueidade _________________________________________________________57
9.7 Ensaio de tração _______________________________________________________58
9.8 Ensaio de Dobramento __________________________________________________60
10. Metalurgia de Soldagem _____________________________________________62
11. Segurança e Higiene na Soldagem _____________________________________68
11.1 Fatores de Risco________________________________________________________68
11.2 Equipamento de Proteção Individual (EPI) ___________________________________70
11.3 Ambientes de Soldagem _________________________________________________74
12. Referências Bibliográficas ____________________________________________76
Apresentação
O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e, consciente
do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:
”formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa
na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada”.
Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos,
tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade,
responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos
conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada!
1. Introdução
O estudo da soldagem tornou-se de extrema importância a todos aqueles que exercem
funções técnicas na indústria, seja como fator de produção ou como de manutenção.
Este material trata da soldagem ao arco elétrico com eletrodo revestido e procura mostrar
de forma clara e objetiva as várias questões ligadas a esse processo. Visando constituir-
se num ponto de partida para aqueles que desejem estudar a matéria.
Estima-se que hoje em dia estão sendo utilizados mais de 70 processos de soldagem
mundialmente, sendo este um número dinâmico, pois vários outros processos estão em
desenvolvimento ou em nível de pesquisa e projetando para breve novas alterações no
mercado de soldagem.
Com este trabalho, espera-se que novos caminhos para outras ações semelhantes
possam ser abertos, demonstrando uma estreita ligação entre o SENAI e outras
instituições e empresas na busca pela formação de mão-de-obra de alto nível.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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2. Noções de Eletricidade
Existem diversos tipos de processos de soldagem, mas sabemos que alguns deles são
mais utilizados devido à suas características, como, flexibilidade em termos de
aplicações, custo e facilidade de treinamento de mão-de-obra. Os processos que utilizam
o arco voltaico (arco elétrico de soldagem) como fonte de energia para fusão dos
materiais, estão entre os mais utilizados na indústria nos dias de hoje. Por isso é
necessário um conhecimento básico sobre temas relacionados com a energia elétrica.
Considera-se a corrente como sendo formada por cargas positivas, ou seja, elas se
movimentam no sentido contrário ao sentido de movimento dos elétrons. Em outras
palavras, a corrente elétrica que se usa (convencional) tem sentido contrário ao
movimento real dos elétrons.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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2.2 Eletromagnetismo
Campo Magnético
È a força que impulsiona os elétrons para formar a corrente elétrica. Existindo assim a
diferença de potencial entre dois corpos (positivo e negativo).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Efeito Joule
Aumento de temperatura do material
resistivo devido ao choque dos elétrons
com os átomos.
2.5 Lei de Ohm
A intensidade da corrente elétrica é diretamente proporcional à diferença de potencial à
que está submetido o condutor e inversamente proporcional à resis
tência elétrica deste conduto.
A força motriz da corrente elétrica é obtida sob a forma de tensão (V), por meio da fonte
de corrente elétrica, em volt.
A resistência elétrica R, em (Ohm), é obtida por meio de um condutor elétrico com baixo
valor de condutividade elétrica, por exemplo, o arco elétrico.
Comparação:
Circuito Hidráulico
A força motriz do fluxo hidráulico pode ser obtida por meio de pressão da bomba. O
volume circulante é o fluxo no tubo condutor. Ele cresse com o aumento da pressão. O
estreitamento obtido por meio de um registro de água e todas as outras resistências à
tubulação reduz o fluxo de água, aumentando a pressão.
Circuito de Soldagem
Corrente Contínua
Corrente contínua é uma corrente elétrica que flui no mesmo sentido e normalmente com
a mesma força.
Para a soldagem a corrente contínua é muito importante, porque para certos processos
de soldagem a arco elétrico somente a corrente contínua pode ser usada.
Corrente Alternada
Corrente alternada é uma corrente elétrica que alterna permanentemente sua direção e
força. Sua direção muda 120 vezes por segundo: isso significa 60 períodos (ou ciclos) por
segundo, chamados de 60 Hz (hertz).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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É uma corrente elétrica formada por três ondas defasadas de corrente alternada de 60Hz
(Hertz). A corrente alternada trifásica é usada principalmente no abastecimento de rede
elétrica onde são ligados aparelhos de grande consumo de energia, como, por exemplo,
máquinas de soldar.
Na soldagem TIG com corrente alternada, o arco elétrico é extinto a cada troca de
polaridade, onde a tensão é nula. Por isso, a cada início de meia onda, deve-se haver o
reacendimento do arco sem contato entre o eletrodo e a peça, por meio de pulsos de alta
tensão ou de alta frequência.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Os transformadores são as mais simples entre as fontes de energia para soldagem. São
constituídos por dois enrolamentos que são denominados enrolamentos primários e
secundários. Para uma identificação grosseira, o enrolamento primário é aquele que é
constituído por muitas espiras de fio fino, enquanto que o enrolamento secundário é
aquele que é constituído por poucas espiras de fio grosso. O transformador produz
corrente alternada (fig. 3.1).
3.2 Retificador
Estes aparelhos são uma das melhores soluções como fonte de energia para soldagem,
e são os que absorvem menor corrente no primário, dando com isto um bom equilíbrio a
rede. Os postos trifásicos equilibram naturalmente a carga na rede, e devido a serem
postos estáticos, sua manutenção é mínima.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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3.3 Gerador
Os geradores são constituídos por um motor e um gerador, a grande maioria das vezes
num bloco único (fig. 3.3).
Quando este motor é elétrico, esta fonte é a de construção mais elaborada, necessitando
de mais manutenção que as outras devido a ter peças que trabalham em rotações na
faixa de 3000 RPM. Nestas condições, esta fonte também é a de maior custo inicial, e do
ponto de vista da soldagem manual, são menos interessantes que as máquinas
anteriormente descritas.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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3.5 Polaridade
Os polos onde se ligam os eletrodos e a peça, num processo com corrente contínua, tem
grande influência no arco elétrico e na qualidade do cordão de solda. Podendo ser
polaridade direta (fig. 3.6) e polaridade inversa (fig 3.7).
Isso significa que o soldador poderá utilizar um arco longo ou curto. A variação da
intensidade da corrente elétrica é pequena em relação às maiores variações de tensão.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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(GMAW) MIG/MAG
Todas as fontes de corrente para soldagem TIG podem, também, ser utilizadas para
soldagem com eletrodo revestido. Já as fontes de corrente para soldagem a arco
submerso (SAW) trabalham com intensidade de corrente mais elevada.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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O arco elétrico de soldagem pode ser caracterizado pela tensão (diferença de potencial)
entre suas extremidades e pela corrente elétrica que circula entre as mesmas.
A parte visível e brilhante do arco constitui a coluna de Plasma, as regiões mais extremas
do arco, chamamos de regiões de queda anódica e catódica, podemos dizer que o arco é
estabelecido entre o ânodo (pólo negativo) e o cátodo (pólo positivo). As maiores
temperaturas ocorrem nas regiões de queda anódica e catódica (fig. 4.2).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Força de Lorentz:
Se um condutor percorrido por uma corrente elétrica (arco elétrico) é colocado numa
região onde exista um campo magnético ele sofre uma força, que no caso do arco
elétrico é sempre no sentido radial de fora parra dentro.
Jato de Plasma:
Fluxo de gás no sentido eletrodo peça causado por uma diferença de pressão devido aos
efeitos magnéticos do arco. Esse efeito é responsável pela penetração do cordão de
solda e pela transferência do metal, sempre no sentido eletrodo peça, independente do
sentido da corrente elétrica.
Efeito Pinch:
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Sopro Magnético
Como o arco elétrico está como todo condutor de corrente elétrica, submetido a um
campo magnético, nos casos onde a distribuição homogênea do campo magnético é
impedida, há um desvio do arco elétrico. As causas mais frequentes de sopro magnético,
especialmente no caso de corrente contínua são:
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Tais eletrodos são constituídos pela alma metálica, revestida por um composto de
materiais orgânicos e minerais de dosagem bem definida (fig 7.2).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Função Elétrica
Tornar o ar entre o eletrodo e a peça melhor condutor, facilitando a passagem da
corrente elétrica, o que permite estabelecer e manter o arco estável (ionização).
Função metalúrgica
Formar uma cortina gasosa que envolve o arco e o metal em fusão, impedindo a ação
prejudicial do ar (oxigênio e nitrogênio) e também adicionar elementos de liga e
desoxidantes, para diminuir as impurezas.
Função Física
Guiar as gotas de metal em direção à poça de fusão, facilitando a soldagem nas diversas
posições e atrasar o resfriamento do cordão através da formação da escória,
proporcionando melhores propriedades mecânicas à solda.
a) Revestimento Rutílico:
Este revestimento (TiO2 – óxido de Titânio), e resulta numa escória abundante, densa e
facilmente destacável (fig 7.3). Estes eletrodos caracterizam-se por serem de fácil
manipulação, e por poderem ser utilizados em qualquer posição, exceto nos casos em
que contenham um grande teor de pó de Ferro. Utilizados em corrente contínua ou
alternada produzirão um cordão de bom aspecto, porém com penetração média ou baixa.
A resistência à fissuração a quente é relativamente baixa, e estes eletrodos são
considerados de grande versatilidade e de uso geral.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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b) Revestimento Básico:
c) Revestimento Ácido:
d) Revestimento Oxidante:
e) Revestimento Celulósico:
Este revestimento contém grandes quantidades de material orgânico (como por exemplo
celulose), cuja decomposição pelo arco gera grandes quantidades de gases que
protegem o metal líquido. A quantidade de escória produzida é pequena, o arco é muito
violento causando grande volume de respingos e alta penetração, quando comparado a
outros tipos de revestimento. O aspecto do cordão produzido pelos eletrodos com este
tipo de revestimento não é dos melhores, apresentando escamas irregulares.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Existem várias entidades que classificam os eletrodos para soldagem a arco. No Brasil,
as classificações mais adotadas são as da ABNT e da AWS.
Nesta unidade, faz-se referência também a classificação segundo a norma DIN, bem
como às especificações próprias dos vários fabricantes de eletrodos. Porém sempre
tomando-se como referência as especificações equivalentes das normas.
Classificação AW S
Na classificação AWS, os eletrodos para aço doce ou de baixa liga são identificados
através de uma letra e quatro ou cinco algarismos. Para os de alta liga, complementa-se
com letras e números ao final do símbolo. Encontram-se, no exemplo a seguir, o
significado da letra e dos algarismos:
Processo
Resistência mecânica do material multiplicada por mil
(103 lb/pol2 ou psi)
Posição de soldagem
(tabela 2)
Tipo de revestimento, corrente e polaridade.
(tabela 3)
E 80 1 2 - C 1
Elementos de liga
(tabela 4)
Normas AW S
Número Posições
1 Todas
2 Plana e plana/horizontal
3 Plana
4 Plana, horizontal, vertical (descendente), sobre cabeça
Tabela 2: Posições de soldagem
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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A seguir, encontra-se a tabela com o significado dos dois últimos algarismos, segundo as
normas AWS.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Eletrodo E-7028
Resistência à tração = 70.000 lb/pol2
Posição de soldagem = plana e horizontal (filetes)
Tipo de corrente = CA ou CC, Polaridade inversa (CC+)
Revestimento = básico (baixo hidrogênio)
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Muitos fatores devem ser considerados quando se seleciona o eletrodo adequado para
uma determinada aplicação. Alguns itens a serem considerados são:
Parâmetros de soldagem
Diâmetro do eletrodo
Polaridade
Intensidade de corrente
Comprimento do arco
Um arco muito pequeno pode fazer o eletrodo colar-se à peça, devido às interrupções
frequentes, originando um cordão estreito e com um reforço excessivo para a largura. Já
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um arco muito longo causa uma transferência sem direção ou concentração, muitos
respingos e proteção deficiente da poça de fusão. De modo geral, pode-se dizer que o
comprimento ideal do arco varia entre 0,5 e 1,1 vezes o diâmetro da alma do eletrodo.
Velocidade de soldagem
A velocidade de soldagem deve ser tal que permita ao arco ficar ligeiramente à frente
da poça de fusão. Se a velocidade for muito alta, o cordão produzido será estreito e de
aspecto insatisfatório, enquanto que se a velocidade for baixa, torna-se difícil controlar a
poça de fusão, resultando em um cordão largo, com mordeduras e escória dificilmente
removível, além de excesso de penetração.
Manuseio do eletrodo
A abertura do arco junto à região a ser fundida pode ser explicada pela necessidade
de evitar que a marca causada pelo eletrodo ao encostar na peça dê início ao
aparecimento de trincas em materiais como aços temperáveis.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Ressecagem:
A ressecagem deve ser feita em fornos adequados. Aplicável para eletrodos básicos,
para eletrodos de altíssimo rendimento, rutílicos, ferro fundido, inoxidáveis, quando
necessário; para celulósicos esta pratica deve ser evitada.
Manutenção:
A manutenção deve ser feita em estufas próprias com distribuição central e/ou setorial.
Para os locais de aplicação a distribuição pode ser feita utilizando os cochichos no inicio
de cada período de trabalho.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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5.4 Equipamentos
A estufa deve manter uma temperatura de pelo menos 5oC acima da temperatura
ambiente, porem nunca inferior a 20oC, e deve também estar dotada de estratos ou
prateleiras para estocar as embalagens.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Como as demais, deve dispor de aquecimento elétrico por meio de resistências e ter
condições de acompanhar cada soldador individualmente (fig. 7.8).
O estado de conservação das estufas portáteis deve ser periodicamente verificado, assim
como o estado da conexão elétrica das estufas com a rede de energia.
Porta Eletrodos
Substituir, imediatamente,
qualquer componente
danificado ou o porta-
eletrodo, se necessário.
Cabos
Corrente de soldagem;
Ciclo de trabalho do equipamento;
Comprimento total dos cabos do circuito;
Fadiga do operador.
Estes quatro itens atuam de maneira antagônica. Enquanto que para os três primeiros
seria ideal o cabo com o maior diâmetro possível, (menor chance de superaquecimento
para os dois primeiros e menor perda de corrente para o terceiro) no último item é
exatamente o oposto, pois ocorre aqui o mesmo que com os porta-eletrodos, um cabo
resistente a maiores valores de passagem de corrente é consequentemente mais robusto
e por sua vez mais pesado causando com isto maior fadiga ao soldador.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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É preciso garantir que a ligação dos cabos de solda na peça seja feita em superfícies de
contato limpas e utilizar o grampo o mais próximo possível do local de soldagem.
Exemplos de formas de ligação são mostrados na figura 7.11.
São ferramentas adequadas à limpeza das peças antes e depois de soldar. Estudam-se
em conjunto, embora tenham características diferentes.
Escova de Aço
É formada por um conjunto de arames de aço e um cabo de madeira por onde se segura
(fig. 16).
Picadeira
É constituída por um cabo que pode ser de madeira ou de aço, como indicam as figuras
abaixo:
Seu corpo é alargado. Uma de suas extremidades termina em ponta e a outra em forma
de talhadeira. A picadeira tem as pontas endurecidas e agudas. Existem outros tipos de
picadeira combinadas com uma escova de aço.
Tenaz
Ferramenta semelhante a um alicate, porém com cabos mais longos. Serve para segurar
peças quentes.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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6. Terminologia de Soldagem
Em soldagem, no que se refere à terminologia, é difícil a desvinculação dos termos
técnicos da língua inglesa. Estes, sempre que possível, serão mencionados entre
parêntesis para permitir um perfeito entendimento da matéria.
Os termos relacionados, a seguir, são apenas alguns dos mais usuais. Os termos
técnicos em língua inglesa e suas definições são encontrados numa abordagem mais
complexa AWS A3. 0.
A soldagem é uma operação que visa à união de peças, chama-se junta a região onde as
peças serão unidas (fig. 5.1).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Junta de Aresta
Junta de ângulo
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Chanfro (groove)
Abertura ou sulco na superfície de uma peça ou entre dois componentes, que determina
o espaço para conter a solda. Os principais tipos de chanfros são os seguintes: (Fig. 5.6).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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A posição mais fácil para soldagem é a plana. Qualquer desvio desta posição, não sendo
pequenas variações de inclinação, torna o sucesso da soldagem muito mais difícil. Isto
ocorre porque a força de gravidade não auxilia no posicionamento do metal de solda (fig.
5.8).
Soldagem em posição (outras que não a plana) frequentemente se baseia nos efeitos da
força do arco e da tensão superficial, portanto a posição de soldagem pode afetar as
propriedades mecânicas da solda e provocar a ocorrência de defeitos.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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É aquela em que a peça recebe a solda colocada em posição plana, em nível. O material
adicional vem do eletrodo que está com a ponta para baixo, depositando o material neste
sentido.
Posição Horizontal
É aquela em que as arestas ou a face das peças a soldar estão colocadas em posição
horizontal sobre um plano vertical. O eixo da soldagem se estende horizontalmente.
Posição Vertical
É aquela em que a aresta ou eixo da zona a soldar recebe solda em posição vertical. O
eletrodo coloca-se aproximadamente horizontal e perpendicular ao eixo de soldagem.
A peça, colocada a uma altura superior à da cabeça do soldador, recebe a solda por sua
parte inferior. O eletrodo posiciona-se com extremo apontado para cima, verticalmente.
Esta posição é inversa à posição plana ou de nível
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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É a ordem pela qual os passes de uma solda multi-passe são depositados com relação à
seção transversal da junta (fig. 5.10).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Gabarito
É uma ferramenta construída de chapa de aço, de forma geométrica variável de acordo
com o tipo de trabalho a ser executado. São utilizadas em substituição a instrumentos de
precisão, para padronizar dimensões de cordões, filetes, verificação de esquadro,
ângulos de chanfros, etc. Nas figuras abaixo mostramos os principais tipos de gabaritos
utilizados nas operações de soldagem e suas aplicações.
Regiões da solda
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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7. Simbologia de Soldagem
Os símbolos de soldagem constituem um importante meio técnico em engenharia para
transmitir informações. Os símbolos fornecem todas as informações necessárias à
soldagem, tais como: geometria e dimensões do chanfro, comprimento da solda, se a
solda deve ser executada no campo, etc. Este item se baseia nas normas AWS A2.1,
AWS A2.4 e NBR 5874, que tratam especificamente deste assunto.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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NOTA:
Soldas envolvendo operações em ambos os lados da junta, possuem símbolo nos dois
lados da linha de referência (fig. 6.3).
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Símbolos Básicos
A simbologia básica referente à soldagem divide as soldas em: solda em chanfro, solda
em ângulo, solda de fechamento ou de aresta, solda de suporte e outros tipos de soldas.
Em geral, os símbolos são semelhantes à configuração da solda a ser realizada.
Símbolos Suplementares
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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A linha de referência deve estar na horizontal e a linha de chamada deve fazer um ângulo
de 60o com esta, segundo a figura 6.6
Quando a linha é “quebrada”, significa que a mesma aponta para um membro específico
da junta que deve ser chanfrado (Ver exemplos da figura 6.7).
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NOTAS:
1) Observar que a profundidade de preparação do bisel vem indicada à esquerda da
penetração da junta, e sem parênteses.
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NOTAS:
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8. Descontinuidades na Soldagem
Descontinuidade é a interrupção física causada em um material pela abertura de uma
trinca ou pela presença de um segundo material: gás, inclusão de escória e de
tungstênio.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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8.2.3 Mordedura
Mordedura é um baixo relevo das bordas do cordão de solda (entalhe do metal de base
ao longo das bordas do cordão). É muito comum em juntas sobrepostas, ocorrendo,
porém, em juntas de topo e em ângulo. Esse defeito é causado principalmente por: alta
velocidade da soldagem (a solidificação será extremamente alta e as forças de tensão
superficial arrastarão o metal fundido para o centro do cordão), tensão do arco
em níveis excessivos (que influenciará no comprimento do arco, que deve ser mantido
curto para evitar mordeduras, aumentar a penetração e, consequentemente, garantir a
integridade da solda) e correntes de soldagem excessivas.
8.2.4 Porosidade
Porosidade é o aprisionamento de gases dentro do cordão após a solidificação. A
porosidade pode estar espalhada aleatoriamente pelo cordão ou concentrada no centro
do mesmo. Acontece devido à contaminação por ar atmosférico (contaminação
proveniente do excesso ou escassez de gás de proteção, ou correntes de ar excessivas,
que arrastarão o gás da região da poça), excesso de oxidação na peça utilizada (fonte de
oxigênio e umidade), presença de sujeira. Outros inconvenientes são taxa de
solidificação muito alta, velocidade de soldagem alta e valores de corrente muito baixos.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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8.2.5 Concavidade
Concavidades são reentrância na raiz da solda, podendo ser: central, situada ao longo do
centro de cordão ou lateral, situada nas laterais do cordão. Geralmente é causada por
movimentação rápida do eletrodo.
8.2.7 Perfuração
Perfuração é um furo na solda ou penetração excessiva localizada resultante da
perfuração do banho de fusão durante a soldagem.
8.2.9 Trincas
Descontinuidade bidimensional produzida pela ruptura local do material. São
consideradas as descontinuidades mais graves em soldagem, concentrando tensões e
favorecendo o início de fratura frágil na estrutura soldada. As trincas podem ser externas
ou internas, podendo ainda se localizar na Zona Fundida, na ZTA ou mesmo no metal de
base. Suas causas mais frequentes são altos valores de tensão residual, baixa
temperatura da peça a ser soldada, formatos de cordão não apropriados, teor elevado de
Carbono no metal base, metal de adição não compatível com o metal base, alto teor de
Hidrogênio no metal depositado, resfriamento muito rápido da junta soldada, etc...
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Apesar de todo o trabalho do soldador ser voltado para a não execução de defeitos, estes
eventualmente vêm a ocorrer. Alguns deles são característicos do processo devido a sua
própria natureza. Os defeitos e dificuldades mais características da soldagem com
elétrodos revestidos são comentados a seguir:
Causas predominantes
Soluções práticas
8.3.2 Projeções
Causas predominantes
Corrente muito elevada;
Eletrodo úmido;
Má ligação do cabo terra.
Soluções práticas
Regular a intensidade de corrente ou utilizar eletrodo de diâmetro maior;
Fazer a adequada secagem e conservação dos eletrodos. Ver item 2.5;
Para este problema, muito comum de ocorrer em corrente contínua, as soluções
são: mudar o local de fixação do cabo terra, soldar sempre em direção oposta a
este (ou seja, afastando-se do cabo terra), e se isto não for possível utilizar
corrente alternada.
Causas predominantes
Intensidade de corrente muito elevada;
Arco muito longo.
Soluções práticas
Diminuir a intensidade de corrente e/ou o comprimento de arco.
8.3.4 Porosidade
Causas predominantes
Chapa com umidade, verniz, tinta, graxa ou outra sujeira qualquer;
Eletrodos úmidos;
Arco muito longo;
Intensidade muito elevada.
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Soldagem Processo Eletrodo Revestido
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Soluções práticas
Fazer a secagem e limpeza adequadas antes da operação de soldagem;
Mudar o metal de base. Caso não seja possível, mudar o eletrodo básico;
Aumentar a temperatura de pré-aquecimento;
O mesmo que o item “a” especialmente no caso de eletrodos básicos a mesma
solução dada para o item “c”;
Diminuir ligeiramente o valor da corrente de soldagem, principalmente se o
eletrodo utilizado é do tipo rutílico.
8.3.5 Mordeduras
Causas predominantes
Intensidade de corrente muito elevada;
Chapas muito oxidadas;
Balanceamento do eletrodo inadequado, permanecendo tempo demais nos
cantos.
Soluções práticas
Utilizar intensidade de corrente adequada;
Executar limpeza e preparação adequadas;
Executar o balanço adequado.
Além disto, ter sempre em mente que uma velocidade de soldagem muito elevada
favorece a formação deste defeito a não haver tempo suficiente para a adequada
deposição de material.
Causas predominantes
Má preparação de junta (afastamento insuficiente ou ângulo do chanfro
insuficiente);
Eletrodo de diâmetro muito grande;
Intensidade de corrente muito baixa.
Soluções práticas
Utilizar uma preparação de junta adequada;
Utilizar um eletrodo de diâmetro menor;
Utilizar intensidade de corrente adequada.
Causas predominantes
Chapas oxidadas;
Intensidade de corrente muito baixa;
Má repartição dos cordões;
Falta ou inadequada limpeza entre os cordões.
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Soluções práticas
Executar limpeza e preparação adequadas;
Utilizar intensidade de corrente adequada;
Planejar uma sequência adequada para dividir os cordões;
Fazer uma adequada limpeza entre os cordões de solda.
Causas predominantes
Podem ser diversas, algumas para exemplificar:
Soluções práticas
Causas predominantes
Má soldabilidade do aço;
Presença de elementos indesejáveis na composição do aço, como por exemplo:
Carbono, Fósforo ou Enxofre.
Soluções práticas
Casos de difícil solução, tirando a óbvia substituição do metal de base às opções são:
Pré aquecer caso isto não tenha sido feito;
Aumentar a temperatura de pré-aquecimento;
Dar preferência para eletrodos do tipo básico;
Modificar a sequência de soldagem para diminuir o efeito das contrações.
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A inspeção por meio do Ensaio Visual é uma das mais antigas atividades nos setores
industriais, e é o primeiro ensaio não destrutivo aplicado em qualquer tipo de peça ou
componente, e está frequentemente associado a outros ensaios de materiais.
A inspeção de peças ou componentes que não permitem o acesso direto interno para sua
verificação (dentro de blocos de motores, turbinas, bombas, tubulações, etc), utiliza-se de
fibras óticas conectadas a espelhos ou micro câmeras de TV com alta resolução, além de
sistemas de iluminação, fazendo a imagem aparecer em oculares ou em um monitor de
TV. São soluções simples e eficientes, conhecidas como técnica de inspeção visual
remota.
Não existe nenhum processo industrial em que a inspeção visual não esteja presente.
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Objetivo
c) Separação das peças aceitáveis das não aceitáveis segundo o critério estipulado.
Devido às características básicas do Ensaio por Líquido Penetrante, eles podem ser
aplicados em grande variedade de produtos metálicos e não metálicos, ferrosos e não
ferrosos, sejam forjados, fundidos, cerâmicos de alta densidade e etc., desde que não
sejam porosos, com resultados técnicos e economicamente satisfatórios na revelação de
descontinuidades superficiais, por menores que sejam. Pode ser aplicado durante o
processo de fabricação, ao final deste ou durante a manutenção, aqui para detectar as o
surgimento das descontinuidades em serviço.
Considerando que alguns materiais podem ser afetados pelos produtos utilizados no
ensaio, devem ser realizados testes para assegurar que o material a ser ensaiado não
seja danificado.
Vantagens e limitações
Vantagens:
- E capaz de ensaiar peças de tamanhos e formas variadas bem como pequenas áreas
isoladas em uma superfície;
- Pode ser aplicado em materiais ferrosos, não ferrosos, cerâmicas de alta densidade,
vidros e etc., desde que não sejam porosos;
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Limitações:
Aplicação
Indicação da Descontinuidade
Visibilidade da Indicação
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Alguns exemplos típicos de aplicações são fundidos de aço ferrítico, forjados, laminados,
extrudados, soldas, peças que sofreram usinagem ou tratamento térmico (porcas e
parafusos), trincas por retífica e muitas outras aplicações em materiais ferrosos.
Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal
forma que sejam "interceptadas" ou "cruzadas" pelas linhas do fluxo magnético induzido;
consequentemente, a peça deverá ser magnetizada em pelo menos duas direções
defasadas de 90º. Para isto utilizamos os conhecidos yokes, máquinas portáteis com
contatos manuais ou equipamentos de magnetização estacionários para ensaios seriados
ou padronizados.
O uso de leitores óticos representa um importante desenvolvimento na interpretação
automática dos resultados.
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Os ultra sons são ondas acústicas com frequências acima do limite audível.
Normalmente, as frequências ultra sônicas situam-se na faixa de 0,5 a 25 Mhz.
Geralmente, as dimensões reais de um defeito interno podem ser estimadas com uma
razoável precisão, fornecendo meios para que a peça ou componente em questão possa
ser aceito, ou rejeitado, baseando-se em critérios de aceitação da norma aplicável.
Utiliza-se ultra-som também para medir espessura e determinar corrosão com extrema
facilidade e precisão.
As aplicações deste ensaio são inúmeras: soldas, laminados, forjados, fundidos, ferrosos
e não ferrosos, ligas metálicas, vidro, borracha, materiais compostos, tudo permite ser
analisado por ultra-som. Indústria de base (usinas siderúrgicas) e de transformação
(mecânicas pesadas), indústria automobilística, transporte marítimo, ferroviário,
rodoviário, aéreo e aeroespacial: todos utilizam ultra-som. Mesmo em hospitais: a
primeira imagem de um feto humano é obtida por ultra-som.
O ensaio ultra sônico é, sem sombra de dúvidas, o método não destrutivo mais utilizado e
o que apresenta o maior crescimento, para a detecção de descontinuidades internas nos
materiais.
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A radiografia foi o primeiro método de ensaio não destrutivo introduzido na indústria para
descobrir e quantificar defeitos internos em materiais. Seu enorme campo de aplicação
inclui o ensaio em soldas de chapas para tanques, navios, oleodutos, plataformas
offshore; uma vasta aplicação em peças fundidas principalmente para as peças de
segurança na indústria automobilística como porta-eixos, carcaças de direção, rodas de
alumínio, airbags, assim como blocos de motores e de câmbio; produtos moldados,
forjados, materiais compostos, plásticos, componentes para engenharia aeroespacial,
etc... são outros exemplos.
Radiografia: é a técnica convencional via filme radiográfico, com gerador de Raio-X por
ampola de metal cerâmica. Um filme mostra a imagem de uma posição de teste e suas
respectivas descontinuidades internas.
A radiografia também passou a ser realizada em processos dinâmicos (tempo real), como
no movimento de projétil ainda dentro do canhão, fluxo metálico durante o vazamento na
fundição, queima dos combustíveis dentro dos mísseis, operações de soldagem, etc.
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9.6 Estanqueidade
Uma das ameaças mais comuns ao meio ambiente, além de provocar acidentes, seja na
área industrial, doméstica ou pública, são os vazamentos de produtos perigosos, que
quando armazenados em tanques ou recipientes com falhas estruturais, produzem
vazamentos de líquidos ou gases inflamáveis (indústria petrolífera), ácidos ou produtos
corrosivos (indústria química), no setor de transportes (rodoviário, ferroviário e por
tubulações), e tantos outros.
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A determinação das propriedades mecânicas dos materiais é obtida por meio de ensaios
mecânicos, realizados no próprio produto ou em corpos deprova de dimensões e formas
especificadas, segundo procedimentos padronizadospor normas brasileiras e
estrangeiras.
Imagine um corpo preso numa das extremidades, submetido a uma força, como na
ilustração abaixo. Quando esta força é aplicada na direção do eixo longitudinal, dizemos
que se trata de uma força axial. Ao mesmo tempo, a força axial é perpendicular à seção
transversal do corpo.
A aplicação de uma força axial de tração num corpo preso produz uma deformação no
corpo, isto é, um aumento no seu comprimento com diminuição da área da seção
transversal.
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(a) e (b) esquema do ensaio de dobramento; (c) corpo de prova dobrado até ângulo α.
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uma barra fina) a dobramentos sucessivos, um de cada lado do engaste. Esse tipo de
dobramento é exigido, por exemplo, para barras destinadas a armadura de protensão;
geralmente é especificado o número de dobramentos para cada lado sem que haja
ruptura do corpo de prova.
Duas etapas de dobramento com diâmetro do cutelo igual a D, muito pequeno ou sem cutelo.
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Aços carbono,
Aços de baixa liga,
Aços de média liga, e
Aços de alta liga,
Ligar é o processo de adicionar um metal ou um não metal aos metais puros tais como
cobre, alumínio ou ferro. Desde o tempo em que se descobriu que as propriedades dos
metais puros poderiam ser melhoradas adicionando-se outros elementos, os aços ligados
tornaram-se mais conhecidos. Na realidade os metais que são soldados raramente estão
no estado puro. As propriedades mais importantes que podem ser melhoradas pela
adição de pequenas quantidades de elementos de liga são a dureza, a resistência
mecânica, a ductilidade e a resistência à corrosão. Os elementos de liga mais comuns e
seus efeitos nas propriedades dos aços são os seguintes:
Carbono (C)
O carbono é o elemento mais eficaz, mais empregado e de menor custo disponível para
aumentar a dureza e a resistência dos aços. Uma liga contendo até 2,0% de carbono em
combinação com o ferro é denominada aço, enquanto que a combinação com teor de
carbono acima de 2,0% é conhecida como ferro fundido. Embora o carbono seja um
elemento de liga desejável, teores altos desse elemento podem causar problemas; por
isso, é necessário um cuidado especial quando se soldam aços de alto teor de carbono e
ferro fundido.
Enxofre (S)
Manganês (Mn)
O manganês em teores até 1,0% está normalmente presente em todos os aços de baixa
liga como agente desoxidante ou dessulfurante. Isso significa que ele prontamente se
combina com o oxigênio e o enxofre para neutralizar o efeito indesejável que esses
elementos possuem quando estão em seu estado natural. O manganês também aumenta
a resistência à tração e a temperabilidade dos aços.
Cromo (Cr)
Níquel (Ni)
Molibdênio (Mo)
Silício (Si)
A função mais comum do silício nos aços é como agente desoxidante. Normalmente
aumenta a resistência dos aços, mas quantidades excessivas podem reduzir a
ductilidade. Em consumíveis de soldagem é algumas vezes adicionado para aumentar a
fluidez do metal de solda.
Fósforo (P)
O fósforo é considerado um elemento residual nocivo nos aços porque reduz fortemente
sua ductilidade e tenacidade. Normalmente todo esforço é feito para reduzir o teor de
fósforo para os menores níveis possíveis. Entretanto, em alguns aços o fósforo é
adicionado em quantidades muito pequenas para aumentar sua resistência.
Alumínio (Al)
O alumínio é basicamente empregado como um agente desoxidante dos aços. Ele pode
também ser adicionado em quantidades muito pequenas para controlar o tamanho dos
grãos.
Cobre (Cu)
O cobre contribui fortemente para aumentar a resistência à corrosão dos aços carbono
pelo retardamento da formação de carepa à temperatura ambiente, porém altos teores de
cobre podem causar problemas durante a soldagem.
Nióbio (Nb)
Tungstênio (W)
O tungstênio é usado nos aços para dar resistência a altas temperaturas. Ele também
forma carbonetos que são extremamente duros e, portanto possuem excepcional
resistência à abrasão.
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Vanádio (V)
O vanádio mantém o tamanho de grão pequeno após tratamento térmico. Ele também
ajuda a aumentar a profundidade de têmpera e resiste ao amolecimento dos aços
durante os tratamentos térmicos de revenimento.
Nitrogênio (N)
Usualmente é feito todo esforço para eliminar o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio dos
aços porque sua presença causa fragilidade. O nitrogênio tem a capacidade de formar
estruturas austeníticas; por isso, é ocasionalmente adicionado aos aços inoxidáveis
austenítico para reduzir a quantidade de níquel necessária e, portanto, os custos de
produção desses aços.
Pré-aquecimento
Durante a soldagem de aços de alto carbono ou de alta liga existe o perigo de que o
depósito de solda e a zona termicamente afetada contenham altos percentuais de
martensita, um constituinte duro do aço. Tais soldas possuem alta dureza e baixa
ductilidade e podem mesmo vir a trincar durante o resfriamento. O objetivo do
preaquecimento (e também do pós-aquecimento) é manter o teor de martensita da solda
a um nível mínimo. De ambos os tratamentos resultam melhor ductilidade, baixa dureza e
menor probabilidade de fissuração durante o resfriamento.
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Se esses tratamentos térmicos devem ou não ser aplicados depende do teor de carbono
e de outros elementos de liga no metal sendo soldado. Se corpos de prova soldados sem
tratamento térmico apresentarem baixa ductilidade ou dureza muito alta, é indicativo da
necessidade de pré-aquecimento ou pós-aquecimento. Além da composição química, a
rigidez da junta a ser soldada e o processo de soldagem também influencia a
necessidade de se realizar um preaquecimento.
A necessidade do pré-aquecimento aumenta com os seguintes fatores:
Pós-aquecimento
Alívio de tensões;
Recozimento pleno;
Normalização;
Têmpera;
Revenimento.
Esses tratamentos são similares de dois pontos de vista. Primeiro usualmente requerem
temperaturas mais altas que o preaquecimento e o pós-aquecimento. Segundo, embora
sejam atividades de "pós-aquecimento" no sentido de que são aplicados após a solda ter
sido executada, diferem do pós-aquecimento no fato de que a solda é deixada resfriar
antes que o tratamento seja iniciado. São largamente utilizados em soldas de aços
carbono bem como de aços de baixa, média e alta liga.
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Alívio de tensões
O objetivo do alívio de tensões é reduzir essas tensões. Esse tratamento leva a junta
soldada a uma condição mais durável; a ductilidade é aumentada sobremaneira, embora
a resistência mecânica diminua ligeiramente. Certos códigos permitem maiores tensões
de projeto, desde que seja aplicado o alívio de tensões. Tipicamente, o alívio de tensões
consiste no aquecimento da peça a uma temperatura em torno de 600ºC e em sua
manutenção por uma hora para cada 25 mm de espessura. O conjunto é então resfriado
lentamente em ar calmo até 300ºC. Se temperaturas altas como 600ºC forem
impraticáveis, podem ser empregadas temperaturas mais baixas com um tempo de
encharcamento mais longo.
Aporte térmico
A maioria dos processos de soldagem por fusão é caracterizada pela utilização de uma
fonte de calor intensa e localizada. Esta energia concentrada pode gerar em pequenas
regiões temperaturas elevadas, altos gradientes térmicos, variações bruscas de
temperatura e, consequentemente, extensas variações de microestrutura e propriedades
em um pequeno volume de material.
Na soldagem a arco elétrico o aporte térmico (heat input) é definido como o calor cedido
à junta soldada por unidade de comprimento e é calculado pela equação
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Nos locais ou pontos de abertura de arco, ocorre uma taxa de transmissão de calor muito
elevada. Por isso, nesses locais há um endurecimento.
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Em uma operação de soldagem estão presentes vários fatores que, agindo isoladamente
ou em conjunto, representam sério risco à saúde do trabalhador. Tais fatores como: calor,
ruído, radiação, fumos, gases, fogo e eletricidade devem ser mantidos sob controle,
exigindo medidas de proteção tanto individuais quando ambientais, no sentido de
proteger, não só o trabalhador envolvido diretamente na operação, como, também, outras
pessoas, máquinas, equipamentos e instalações. A inobservância a tais fatores pode
conduzir à formação de um ambiente inseguro, com graves conseqüências, caso um
acidente venha a ocorrer, levando a prejuízos, mutilações ou até mesmo a perda de
vidas.
Radiação
Calor
Ruído
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Fumos e Gases
Os gases empregados nas operações de soldagem bem como os fumos emanados das
peças ou consumíveis podem provocar riscos à saúde do soldador e de outros
profissionais que trabalham na área, devido à presença de certos elementos químicos.
Além disso, a fumaça desprendida durante a soldagem pode conter partículas sólidas
também prejudiciais à saúde.
Os efeitos da exposição aos fumos são: Tonteiras, náuseas, irritação dos olhos e pele.
Uma exposição constante, entretanto, pode conduzir a doenças crônicas tais como a
siderose (acúmulo de ferro nos pulmões).
As maiorias dos gases de proteção não apresentam toxidade, porém podem provocar
asfixia por ocupar o lugar do oxigênio na atmosfera, cujos sintomas são tonteira,
inconsciência e morte.
Eletricidade
A eletricidade, hoje presente na imensa maioria dos processos de soldagem e, ainda, nos
processos de corte por fusão (corte a plasma). Se uma fonte externa de eletricidade for
“conectada” ao nosso corpo, esta certamente irá interferir em seu funcionamento (tabela
12.2).
V RxI I V/R
Fórmula 1 ou
Fórmula 2
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Outros elementos confeccionados em couro, são usados pelo soldador para proteger-se
do calor e das irradiações produzidas pelo arco elétrico. Este equipamento é composto
por: luvas, avental, casaca, mangas e perneiras.
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Avental
Mangas
Casaca
Luvas
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Polainas ou perneiras
Botas de segurança
Características
São couros cromados, flexíveis, leves e curtidos com sais de chumbo para impedir as
radiações do arco elétrico.
Conservação
É importante manter estes elementos em boas condições de uso, sem rupturas, e sua
abotoadura em perfeito estado. Deve-se conservá-los limpos e secos, para assegura um
bom isolamento elétrico.
As Máscaras de Proteção
As máscaras de proteção são feitas de fibra de vidro ou fibra prensada e têm um visor no
qual se colocam o vidro neutralizador e os vidros protetores deste. Usa-se para proteger
os olhos e evitar queimaduras no rosto.
Fig. 6
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Tipos
Existem máscaras de diferentes desenhos (fig. 6) sendo que algumas são combinadas
com um capacete de segurança para realizar trabalhos em construções (fig. 7) e com
adaptação protetora para os olhos, que é usada quando se limpa a escória (fig. 8).
Condições de Uso
As máscaras devem ser usadas em posição correta com o jogo completo de vidros (fig.
10). O vidro neutralizador deve ser selecionado de acordo com a amperagem utilizada.
Deve manter boa visibilidade, trocando o vidro protetor quando este apresente excesso
de projeções. Evite as infiltrações de luz na máscara. Esta não deve ser exposta ao calor
nem a golpes.
Devem ser leves e sua braçadeira bem ajustada para segurar-se bem na cabeça.
Requerem um mecanismo que permita acioná-las comodamente. A substituição dos
vidros deve ser feita mediante um mecanismo de fácil manejo.
Fig. 10
Lentes de Cobertura
Proteção dos filtros nos capacetes, máscaras e óculos, contra salpicos de soldagem e
arranhões. As lâminas protetoras devem ser transparentes, de vidro ou plástico auto
extinguível, e não precisam ser resistentes ao impacto.
Lentes Filtrantes
As máscaras de solda, óculos de proteção, assim como todo EPI necessário para um
trabalho seguro deve ser de uso pessoal e intransferível, a menos que sejam submetidos
a rigorosos critérios de limpeza, manutenção e desinfecção.
Intensidade de Corrente
Filtro nº
de Soldagem (A)
6 até 30
8 de 30 até 75
10 de 75 até 200
12 de 200 até 400
14 acima de 400
Layout
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Qualquer material combustível ou inflamável deve ser removido das oficinas de soldagem
e corte, que deve estar provida de um sistema de combate a incêndio. Em caso de
impossibilidade de remoção, estes devem estar protegidos das chamas, centelhas e
respingos de metal fundido.
Iluminação
Ventilação
A ventilação transversal deve ser livre, sem bloqueios por paredes, divisórias ou
outras barreiras;
A altura do teto deve ser superior a 6 metros, necessária à criação de uma
corrente de ar por convecção;
A área de soldagem deve conter no mínimo 285 m3 de ar, para cada soldador.
Se a ventilação natural for insuficiente: Deve ser adotado um sistema mecânico capaz de
renovar, no mínimo, 57 m3 de ar, por minuto. Sua instalação deve ser planejada de modo
a impedir a concentração de fumos em “zonas mortas” e o fluxo dos gases e fumos à
face do soldador.
Exaustão
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MARQUES, Paulo Villani. Tecnologia da Soldagem. Belo Horizonte: ESAB, 1991. 352p
SENAI. SP. Soldagem. Org. Selma Ziedas e Livanesa Tsatini; São Paulo: 1997, 553p.
SOLDAGEM. Coord. Eng. Emilio Wainer. 12ª edição ampliada; São Paulo: 1978 – ABM
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