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Para o cálculo das tensões resistentes, são utilizadas as expressões indicadas a seguir.
sendo:
fck - resistência característica à compressão do concreto, em MPa;
dx + dy
d - altura útil da laje no contorno crítico estudado, em centímetros, dada por d = ,
2
como indicado na figura 16;
20
k = 1 + ≤ 2 (ver comentários C19.5);
d
ρ - taxa geométrica de armadura longitudinal, dada por ρ = ρ x ⋅ ρ y < 0,02 ,
σcp – tensão normal (MPa e positiva, se compressão) no concreto na seção crítica, dada
σ + σ cp , y
por σ cp = cp , x .
2
Para o cálculo de ρx e ρy, que representam as taxas de armaduras ortogonais, nas direções
x e y, respectivamente, deverá ser considerada uma faixa de largura igual à dimensão do
pilar, para o caso de lajes sem armadura de punção (ou igual à dimensão da região armada,
para o caso de lajes com armadura de punção), mais 3d para cada lado, ou até a borda, se
for mais próxima (figura 16). Para o cálculo das taxas de armadura na região armada, o
raciocínio é análogo.
.
Figura 16 - Altura útil (d) da laje e seção para o cálculo da taxa de armadura (ρ) para uma ligação sem
armadura de punção
20 d A ⋅ f ⋅ senα
τ Rd 3 = 0,10 ⋅ 1 + ⋅ (100 ⋅ ρ ⋅ f ck ) 3 + 0,10 ⋅ σ cp + 1,5 ⋅ ⋅ sw ywd
1
(Equação 3)
d sr u⋅d
sendo:
O valor de fywd não poderá ser superior a 300 MPa (para conectores), considerando-se lajes
com espessura de até 15 cm. Se essa altura for superior a 35 cm, fywd poderá chegar a 435
MPa. Para valores intermediários da altura da laje, permite-se fazer interpolação linear.
FSd
τ Sd = (Equação 4)
u⋅d
sendo:
FSd - força normal de cálculo, dada por FSd = N 2 d − N1d (figura 18). A NBR 6118:2014
permite também uma redução da reação do pilar para a verificação da punção, de valor
igual ao da força distribuída aplicada na face oposta da laje, dentro do perímetro crítico;
C’ u = 2 ⋅ ( c1 + c 2 ) + 4 ⋅ π ⋅ d
FSd K ⋅ M Sd
τ Sd = + (Equação 5)
u ⋅ d Wp ⋅ d
sendo:
.
Figura 19 – Dimensões de c1 e c2
C” c 2
Wp1 = Wp 2 = 1 + c1 ⋅ c 2 + 4 ⋅ c 2 ⋅ d + 16 ⋅ d 2 + 2 ⋅ π ⋅ d ⋅ c1 + 2 ⋅ c 2 ⋅ p +
2
+ 16 ⋅ d ⋅ p + 4 ⋅ p 2 + π ⋅ c1 ⋅ p
FSd K1 ⋅ M Sd 1 K 2 ⋅ M Sd 2
τ Sd = + + (Equação 6)
u⋅d W p1 ⋅ d W p2 ⋅ d
sendo:
Valem as mesmas definições anteriores. Observa-se que, para o cálculo das grandezas de
cada uma das parcelas dos momentos, as dimensões c1 e c 2 se invertem (figura 20).
M sd1 c2 c1
c1 c2
M sd2
Figura 20 - Dimensões c1 e c2 para pilares internos com momentos nas duas direções
FSd K ⋅ M Sd
τ Sd = + 1 (Equação 7)
u * ⋅d W p1 ⋅ d
sendo:
u* - perímetro crítico reduzido do contorno estudado (figura 21 e tabela 4);
u*
∫ e ⋅ d
e* = 0
u*
∫ d
0
b a 2d
a ≤ 1,5d ou 0,5c
2d
c1 / 2 e*
c2
c1 2d
Tabela 5 - Excentricidades dos perímetros críticos reduzidos para pilares de borda, em relação ao eixo do
pilar
Contorno Crítico Excentricidade do perímetro crítico e*
C Não se considera a influência do momento fletor neste perímetro crítico
c ⋅c
c1 ⋅ a − a 2 + 1 2 + 2 ⋅ c 2 ⋅ d + 8 ⋅ d 2 + π ⋅ d ⋅ c1
C’ 2
e* =
2 ⋅ a + c2 + 2 ⋅ π ⋅ d
e*: depende da distribuição de armadura. No caso da figura 15, para distribuição
radial em relação aos cantos do pilar, tem-se a expressão:
2 c ⋅c 2
c1 ⋅ a − a + 1 2 + 2 ⋅ c 2 ⋅ d + 8 ⋅ d + π ⋅ d ⋅ c1 +
C” 2
π ⋅ p ⋅ c1
+ c2 ⋅ p + 8 ⋅ d ⋅ p + + 2 ⋅ p2
e* = 2
2 ⋅ a + c2 + 2 ⋅ π ⋅ d + π ⋅ p
.
C’
• Se c1 < e C´ ≤ c1 + 4 ⋅ d / π , então:
c 4⋅d
Wp1 = 2 ⋅ c1 ⋅ e C´ − 1 + 2 ⋅ π ⋅ d ⋅ c1 + − e C´ + c 2 ⋅ (c1 + 2 ⋅ d − e C´ )
2 π
• Se e C´ > c1 + 4 ⋅ d / π , então:
c 4⋅d
Wp1 = 2 ⋅ c1 ⋅ e C´ − 1 + 2 ⋅ π ⋅ d ⋅ e C´ − c1 − + c 2 ⋅ (c1 + 2 ⋅ d − e C´ )
2 π
Wp1 : depende da distribuição de armadura. No caso da figura 15, para
distribuição radial em relação aos cantos do pilar, tem-se as expressões:
2 ⋅ (p + 2 ⋅ d )
c12 + π ⋅ (p + 2 ⋅ d ) ⋅ c1 + + c 2 ⋅ (c1 + p + 2 ⋅ d )
π
e C´´ =
2 ⋅ c1 + c 2 + π ⋅ (p + 2 ⋅ d )
• Se c1 < e C´ ≤ c1 + 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d ) / π , então:
c 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d )
Wp1 = 2 ⋅ c1 ⋅ e C´´ − 1 + π ⋅ (p + 2 ⋅ d ) ⋅ c1 + − e C´´ + c 2 ⋅ (c1 + p + 2 ⋅ d − e C´´ )
2 π
• Se e C´ > c1 + 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d ) / π , então:
c 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d )
Wp1 = 2 ⋅ c1 ⋅ e C´´ − 1 + π ⋅ (p + 2 ⋅ d ) ⋅ e C´´ − c1 − + c 2 ⋅ (c1 + p + 2 ⋅ d − e C´´ )
2 π
FSd K ⋅ M Sd K 2 ⋅ M Sd 2
τ Sd = + 1 + (Equação 8)
u * ⋅d W p1 ⋅ d Wp2 ⋅ d
Wp2 - módulo de resistência plástica na direção paralela à borda livre (tabela 7);
.
c2
K2 - coeficiente dado pela tabela 2, mas que depende da relação .
2 ⋅ c1
Pilar de canto
As verificações são realizadas, separadamente, para cada uma das direções, sendo que,
para cada borda adotada, deverá ser considerado o momento no plano perpendicular a ela
(figura 23). Assim, valem as disposições para pilares de borda, sem que se considere um
momento no plano paralelo à borda livre.
c
a ≤ 1,5d ou 0,5c
2d 2d
2d 2d
Figura 25 - Excentricidade do perímetro crítico reduzido para o contorno C’, em pilares de canto
• Se e C´ > c1 + 4 ⋅ d / π , então:
c 4⋅d
Wp1 = c1 ⋅ e C´ − 1 + π ⋅ d ⋅ e C´ − c1 − + c 2 ⋅ (c1 + 2 ⋅ d − e C´ )
2 π
Wp1 : depende da distribuição de armadura. No caso da figura 15, para
distribuição radial em relação aos cantos do pilar, tem-se as expressões:
2 ⋅ (p + 2 ⋅ d )
0,5 ⋅ c12 + 0,5 ⋅ π ⋅ (p + 2 ⋅ d ) ⋅ c1 + + c 2 ⋅ (c1 + p + 2 ⋅ d )
π
e C´´ =
c1 + c 2 + 0,5 ⋅ π ⋅ (p + 2 ⋅ d )
• Se c1 < e C´ ≤ c1 + 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d ) / π , então:
c 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d )
Wp1 = c1 ⋅ e C´´ − 1 + 0,5 ⋅ π ⋅ (p + 2 ⋅ d ) ⋅ c1 + − e C´´ + c 2 ⋅ (c1 + p + 2 ⋅ d − e C´´ )
2 π
• Se e C´ > c1 + 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d ) / π , então:
c 2 ⋅ (p + 2 ⋅ d )
Wp1 = c1 ⋅ e C´´ − 1 + 0,5 ⋅ π ⋅ (p + 2 ⋅ d ) ⋅ e C´´ − c1 − + c 2 ⋅ (c1 + p + 2 ⋅ d − e C´´ )
2 π
.
• Tensão resistente: τ Rd2 = 5,09 MPa (já calculada no item 5.4.1 deste texto)
• Tensão solicitante:
FSd
Utiliza-se a equação 7, desprezando-se o efeito do momento fletor: τ Sd =
u*⋅ d
1,5 ⋅ d = 1,5 ⋅15 = 22,5 cm
Pela tabela 4: a≤
0,5 ⋅ c1 = 0,5 ⋅ 30 = 15 cm
a = 15 cm
u* = 2 ⋅ 15 + 40 = 70 cm
173,5 kN
Portanto: τsd = = 0,165 = 1,65 MPa
70 ⋅15 cm 2
a) Direção x
.
3 ⋅ 15 + 30 − 2
qx = = 9,1 ≈ 9 barras (a favor da segurança, arredondar para menos)
8
9 ⋅ 0,8
ρx = = 0,006194
15,5 ⋅ (3 ⋅ 15 + 30)
b) Direção y
3 ⋅ 15 ⋅ 2 + 40
qy = = 11,8 ≈ 11 barras (a favor da segurança, arredondar para menos)
11
11 ⋅ 0,32
ρy = = 0,001867
14,5 ⋅ (2 ⋅ 3 ⋅15 + 40)
20
k = 1 + = 2,15 > 2 ∴ k = 2 (ver comentários C19.5)
15
13
Portanto: τ Rd1 = 0,13 ⋅ 2 ⋅ (100 ⋅ 0,003401 ⋅ 30 ) = 0,56 MPa
30 ⋅ 40
30 ⋅15 − 15 2 + + 2 ⋅ 40 ⋅15 + 8 ⋅15 2 + π ⋅15 ⋅ 30
e* = 2 = 31,9 cm
2 ⋅15 + 40 + 2 ⋅ π ⋅15
40 2
Wp 2 = + 30 ⋅ 40 + 4 ⋅ 30 ⋅15 + 8 ⋅15 2 + π ⋅15 ⋅ 40 = 7085 cm 2
4
Os valores de K1 e K2 são:
• Verificação: τ Rd1 (= 0,56 MPa ) < τSd (= 0,89 MPa ) ⇒ Não OK! Armadura de punção!
E assim, a nova tensão resistente, agora da região armada, é dada pela Equação 3.
13 15 2,88 ⋅ 320 ⋅ 1
τ Rd 3 = 0,10 ⋅ 2 ⋅ (100 ⋅ 0,003401 ⋅ 30 ) + 1,5 ⋅ ⋅ = 0,434 + 0,842 ≈ 1,28 MPa
10 164,2 ⋅ 15
so = 7,0 cm
a = 15 cm sr = 10 cm
7,0 cm se = 20,66 cm
10 cm
10 cm
De modo análogo ao que foi feito para o pilar interno, a taxa de armadura deve ser
recalculada considerando-se, agora, uma largura correspondente à da região armada
acrescida de 3d para cada lado, ou até a borda livre, se for o caso.
a) Direção x
3 ⋅ 15 + 27 + 30 − 2
qx = = 12,5 ≈ 12 barras (a favor da segurança, arredondar para
8
menos)
12 ⋅ 0,8
ρx = = 0,006072
15,5 ⋅ (3 ⋅ 15 + 27 + 30)
b) Direção y
(3 ⋅ 15 + 27) ⋅ 2 + 40
qy = = 16,7 ≈ 16 barras (a favor da segurança, arredondar para
11
menos)
16 ⋅ 0,32
ρy = = 0,001919
14,5 ⋅ [2 ⋅ (3 ⋅ 15 + 27) + 40)]
20
k = 1 + = 2,15 > 2 ∴ k = 2 (ver comentários C19.5)
15
13
Portanto: τ Rd1 = 0,13 ⋅ 2 ⋅ (100 ⋅ 0,003414 ⋅ 30 ) = 0,56 MPa
p = 7 + 10 + 10 = 27 cm
2 30 ⋅ 40
30 ⋅15 − 15 + + 2 ⋅ 40 ⋅15 + 8 ⋅15 2 + π ⋅15 ⋅ 30 +
2
π ⋅ 27 ⋅ 30 2
+ 40 ⋅ 27 + 8 ⋅15 ⋅ 27 + + 2 ⋅ 27
e* = 2
2 ⋅15 + 40 + 2 ⋅ π ⋅15 + π ⋅ 27
e* = 49,3 cm
2 ⋅ (27 + 2 ⋅15)
30 2 + π ⋅ (27 + 2 ⋅15) ⋅ 30 + + 40 ⋅ (30 + 27 + 2 ⋅15) > 30 cm
π
e C´´ = = 58,2 cm 2 ⋅ (27 + 2 ⋅15) = 66,3 cm
2 ⋅ 30 + 40 + π ⋅ (27 + 2 ⋅15) ≤ 30 +
π
30 2 ⋅ (27 + 2 ⋅ 15)
Wp1 = 2 ⋅ 30 ⋅ 58,2 − + π ⋅ (27 + 2 ⋅ 15) ⋅ 30 + − 58,2 + 40 ⋅ (30 + 27 + 2 ⋅ 15 − 58,2 ) = 5192 cm 2
2 π
40 2
Wp 2 = + 30 ⋅ 40 + 4 ⋅ 30 ⋅15 + 8 ⋅15 2 + π ⋅15 ⋅ 40 + 2 ⋅ 30 ⋅ 27 + 8 ⋅15 ⋅ 27 +
4
π ⋅ 27 ⋅ 40
+ + 2 ⋅ 27 2 = 15 099 cm 2
2
173,5 0,525 ⋅ 0 0,5 ⋅ 3975 kN
τsd = + + = 0,0464 + 0 + 0,00878 = 0,0552 = 0,55 MPa
249,1 ⋅ 15 5192 ⋅ 15 15 099 ⋅ 15 cm 2
Cada face perpendicular à borda livre é atravessada por 3 φ 8 mm. Já a face paralela à
borda livre é atravessada por 3 φ 10 mm (figura 30).
50
As ,ccp ⋅ f yd = 5,4 ⋅ = 234,8 kN
1,15
Fsd = 1,2 ⋅ Fsk = 1,2 ⋅ 123,93 = 148,71kN
As ,ccp ⋅ f yd ≥ 1,5 ⋅ Fsd ⇒ 234,8 ≥ 223,07 ⇒ OK
• Tensão resistente (Equação 1): τ Rd 2 = 5,09 MPa (calculada no item anterior 5.4.1)
• Tensão solicitante:
FSd
Utiliza-se a equação 7, desprezando-se o efeito do momento fletor: τ Sd =
u*⋅ d
u* = 2 ⋅ 15 = 30 cm .
56,6 kN
τ Sd = = 0,126 = 1,26 MPa
30 ⋅15 cm 2
Como o pilar é quadrado (c1 = c2) e os momentos nas duas direções são iguais, a verificação
separada para cada uma das bordas será a mesma (figura 38).
.
30 + 3 ⋅ 15
q= = 6,8 ≈ 6 barras (a favor da segurança, arredondar para menos)
11
6 ⋅ 0,32
ρx = = 0,001652
15,5 ⋅ (45 + 30)
6 ⋅ 0,32
ρy = = 0,001766
14,5 ⋅ (45 + 30)
20
k = 1 + = 2,15 > 2 ∴ k = 2
15
u* = 15 + 15 + π ⋅15 = 77,1 cm
30 4 ⋅ 15
Wp1 = 30 ⋅ 42,6 − + π ⋅ 15 ⋅ 30 + − 42,6 + 30 ⋅ (30 + 2 ⋅ 15 − 42,6 ) = 1656 cm 2
2 π
Como a diferença entre as tensões atuante e resistente é pequena, uma opção é aumentar
a taxa de armadura de flexão para esta ligação.
30 + 3 ⋅ 15
q= = 9,4 ≈ 9 barras (a favor da segurança, arredondar para menos)
8
9 ⋅ 0,32
ρx = = 0,00248
15,5 ⋅ (45 + 30)
ρ = 0,00248 ⋅ 0,00265 = 0,00256 < 0,02
9 ⋅ 0,32
ρy = = 0,00265
14,5 ⋅ (45 + 30)
50
As ,ccp ⋅ f yd = 3,0 ⋅ = 130,4 kN
1,15
Fsd = 1,2 ⋅ Fsk = 1,2 ⋅ 40,43 = 48,51kN
1,5 ⋅ Fsd = 1,5 ⋅ 48,51 = 72,77 kN