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A PSICOPEDAGOGIA: UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE SUA (DE)LIMITAÇÃO

TEÓRICA E A CONSTRUÇÃO DE SEU OBJETO DE ESTUDO

Anderson da Siveira (FMP)

RESUMO: A partir das obras de Bossa (2000) e Silva (1998), o presente estudo teve como objetivo
fazer uma reflexão sobre as dificuldades em conceituar o que é a Psicopedagogia e qual é o seu objeto
de estudo. Tais dificuldades podem ser apontadas, pelo fato da Psicopedagogia, ser ainda uma ciência
relativamente nova, apesar de possuir uma prática amplamente difundida. Por fim, considerou-se que
a Psicopedagogia se constitui como um campo do saber que estuda o sujeito do conhecimento,
também definido por Silva (1998) como ser cognoscente, no entanto ainda carece de uma base teórica
sintética. Enfim, destaca-se que o fato de não possuir uma base teórica unívoca, se deve ao fato deste
saber estudar um objeto marcado por sua pluralidade, o que se certa forma possibilita que tal objeto
não seja reduzido à teorizações determinísticas.

PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogia. Teoria Psicopedagógica. Objeto da Psicopedagogia.

1 INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia vem se constituindo como prática no Brasil, desde a década de 1970,


e estima-se que atualmente cerca de 1100 mil pessoas possuem formação nesta área em todo o
território nacional. Atualmente, a Psicopedagogia conta com uma base significativa de livros e artigos
que versam sobre processos de diagnósticos, diferentes propostas de intervenção e técnicas de
trabalho, no âmbito da clínica e de diferentes instituições, como escolas e empresas. Contudo, ainda
é escassa a produção acadêmica que promova uma reflexão sobre o que é a Psicopedagogia e qual o
seu objeto de estudo.
Ao descrever a trajetória das práticas psicopedagógicas em nosso país, Silva (1998) nos
mostra que num primeiro momento, a Psicopedagogia surge no território brasileiro como uma
resposta aos problemas do fracasso escolar. Seu foco estava na tentativa de tratar o problema do
fracasso dos estudantes, muitas vezes de forma descontextualizada. Nesse primeiro momento, a
Psicopedagogia ainda era uma prática que estava vinculada à Psicologia e a Pedagogia, não havendo
ainda fundamentos próprios, mas sim uma síntese das atividades propostas pelos saberes/fazeres dos
psicólogos e pedagogos. Aos poucos, o objeto da Psicopedagogia deixou de ser o fracasso escolar e

1
Dado coletado no site do Senado Federal. Disponível em
http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2014/02/05/senadores-aprovam-regulamentacao-da-profissao-de-
psicopedagogo.
passou a ser entendido como sendo o processo de aprendizagem. Este período marca a passagem da
Psicopedagogia da condição de uma prática dissolvida em outros campos do saber, para uma prática
independente, onde os psicopedagogos começaram a desenvolver seus próprios métodos e
instrumentos de intervenção. Neste sentido, é que Silva (1998) ao desenvolver em seu trabalho uma
definição preliminar da psicopedagogia, nos traz o seguinte conceito:

[a psicopedagogia é] um campo do conhecimento que, como o próprio nome sugere,


implica uma integração entre a psicologia e a pedagogia tendo como objeto de estudo
o processso de aprendizagem visto como estrutural, construtivo e interacional,
integrando nele os aspectos cognitivos, afetivos e sociais do ser humano. A
psicopedagogia tem, então, como objetivo, facilitar esse processo de aprendizagem
removendo os obstáculos que impedem que ele se faça (SILVA, 1998, pp.26, 27).

Avançando na compreensão atual do termo psicodagogia, Bossa (2000, p. 17) afirma que “a
psicopedagogia, nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem,
não se basta como aplicação da Psicologia à Pedagogia”. Contudo, mesmo com um percurso já
reconhecido por uma parcela da sociedade, ainda existem muitas confusões sobre a acepação do termo
Psicopedagogia. Visto que, num primeiro momento, a própria etimologia da palavra encaminha o
leitor leigo à este tipo de entendimento.
Buscando refletir um pouco sobre a problemática levantanda, e a partir das contribuições
feitas por Bossa (2000) e Silva (1998), este artigo pretende fazer uma reflexão – ainda que breve e
introdutória – sobre a Psicopedagogia, e sua busca em demarcar os limites de sua teoria e objeto de
estudo. Pois acredita-se, que é a partir do momento que se tem maior clareza sobre os limites de seu
objeto e a 2teoria que o embasa para sua prática, que o psicopedagogo pode criar no meio profissional
e acadêmico sua verdadeira identidade – muitas vezes ainda diluída entre os campos da Pedagogia e
Psicologia.
Com vistas de possibilitar tal análise, a presente pesquisa buscou inicialmente conceituar
o que pode ser considerado uma teoria e o que é um objeto de estudo sob o ponto de vista do
conhecimento científico. Posteriormente, analisou os textos das autoras Bossa (2000) e Silva (1998),
quanto às definições que estas autoras apresentam da psicopedagogia e seu objeto de estudo.

2
Neste caso seja mais correto falar as teorias, visto que conforme será visto mais adiante, a Psicopedagogia é
marcada pela interdisciplinaridade. Contudo, para organizar a introdução do texto, e não abrir muitos
parênteses logo início optou-se pelo termo no singular.
2 TEORIA E OBJETO DE ESTUDO

Antes de iniciar qualquer debate sobre a teoria que embasa a prática psicopedagógica, ou
ainda igualmente, antes de discorrer sobre o que pode vir a ser o objeto de estudo da Psicopedagogia,
é indispensável uma aproximação do que vem a ser uma teoria e o que podemos considerar como um
objeto de estudo dentro dos parâmetros do saber científico.
Inicialmente, recorreu-se ao dicionário Michaelis (2009), onde a palavra teoria é
traduzida por, “princípios básicos e elementares de uma arte ou ciência; sistema ou doutrina que trata
destes princípios; conhecimento que se limita à exposição, sem passar à ação, sendo, portanto, o
contrário da prática”. De certo modo, o dicionário uma boa definição propedêutica, que pode servir
como ponto de partida sobre uma discussão sobre o que é uma teoria, ao definí-la como
“conhecimento que se limita à exposição”. De fato, uma teoria pretende sempre expor – de forma
organizada – um conhecimento, a partir de seus pressupostos, classificando, organizando e
interpretando o conhecimento já produzido. Deste modo, a teoria torna inteligível as ideias oriundas
das pesquisas executadas por determinada pessoa ou grupo de pessoas, para que toda comunidade
científica, tenha a possibilidade de fazer uma apreensão suficiente daquilo que se pretende apresentar.
Indo um pouco mais além, Lakatos e Marconi (2003), descrevem algumas características
importantes da teoria. Sobre o papel das teorias nas ciências, as autoras destacam que:
 A teoria é como uma orientação para restringir a amplitude dos fatos a serem estudados,
orientando os objetivos da Ciência;
 Resume sinteticamente o que já se sabe sobre o objeto de estudo, através das generalizações
empíricas e das inter-relações entre afirmações comprovadas;
 Prevê fatos, baseando-se em fatos e relações já conhecidos;
 Indica lacunas do conhecimento, e as relações que ainda não estão satisfatoriamente
explicados e as áreas da realidade que demandam pesquisas;
 Oferece um sistema de conceitos e de classificação dos fatos.

Abbagnano (2007, p. 952), em seu dicionário de Filosofia, afirma que a teoria “condiciona
tanto a observação dos fenômenos, quanto o uso mesmo dos instrumentos de observação”. Em outras
palavras, uma teoria serve como um “óculos epistemológico”, no qual o observador buscará desvelar
seu objeto de estudo. Um “óculos” que orienta, que dá contornos ao objeto, permitindo algum tipo de
apreensão da realidade.
É importante destacar ainda, que a teoria não pode ser entendida como a verdade sobre
um fato. Isto porque, a ciência trabalha com a noção de que um conhecimento deve ser sempre falível.
Conforme citado anteriormente, a teoria deve ser entendida como um “óculos” que permite ao
pesquisador olhar seu objeto de estudo e descrevê-lo, interpretá-lo e analisá-lo. Limitando de alguma
forma suas possibilidades de apreender o objeto, mas também evitando que o pesquisador entre num
“caminho sem fim”, permitindo que ele faça um recorte da realidade possível de ser compreendida.
Neste sentido, é importante destacar que:

Ainda que seja um sistema lógico e coerente, capaz de orientar tanto o pensamento
como a ação, principalmente na investigação científica, a teoria não é e não pode ser
entendida como a verdade. Ela reflete, sim, o estado da arte no conhecimento sobre
determinado fato ou fenómeno em um espaço e um tempo também determinados e
pode e deve — ainda bem — ser modificada pelos avanços posteriores do
conhecimento e da própria ciência. Assim sendo, o estudante deve conhecer a teoria
e saber operacionalizar os conceitos nela implícitos, mas deve saber também que a
teoria, mesmo se chamada de científica, tem seus limites (CERVO; BERVIAN;
SILVA,p. 22, 2007).

Se levarmos em consideração o que foi apresentado até o momento, poderemos afirmar


que a teoria é fundamental para qualquer tipo de prática científica. É a teoria que possibilita ao
pesquisador o registro dos saberes já validados e ainda em fase de verificação. Aliás, qualquer tipo
de conhecimento, para ser cientifico, precisa: a) de uma teoria que explique e permita a interpretação
de um objeto; b) de um método: caminho sistemático para a apreensão do objeto; c) de um objeto:
razão de ser de uma ciência.
No que tange a definição do objeto, Lakatos e Marconi (2003), classificam que o objeto
de estudo como material e formal. Do ponto de vista material, podemos afirmar que a psicopedagogia
tem como objeto de estudo o homem. Mas este também é o objeto de estudo da Antropologia, da
Psicologia, da Sociologia, e das demais dita Ciências Humanas. Logo, o que poderá afirmar, se a
Psicopedagogia é ou não uma ciência autonoma, é a clareza da definição do seu objeto formal. Para
que haja de fato uma relevância em se estabelecer uma nova ciência, é necessário que o nova ciência
traga novas compreensões sobre o seu objeto formal, ainda não desvelados por àquelas que lhe foram
anteriores. Ora, este talvez seja o maior desafio da Psicopedagogia. Definir qual é este objeto, sem
“invadir” territórios já ocupados por ciências e práticas já amplamente difundidas no meio acadêmico
e social. Assunto este que será abordado a seguir.
Mas antes, há que se destacar um problema típico das ciências humanas. Elas são “[...]
caracterizadas pela contaminação que sofrem por estudar o que estudam: o próprio ser humano. Isso
significa estudar um ser que é histórico e está em permanente mudança” (BOCK; FURTADO;
TEIXEIRA, 2008, p. 21). Este problema impossibilita qualquer tipo de definição que pretenda
explicar a totalidade do fenômeno humano, visto que o fazer e ser do homem sempre será modelado
pela condição que este homem ocupa em sua concretude. Daí o desafio das ciências humanas e daí
também o desafio da Psicopedagogia.

3 A DIFICULDADE EM DELIMITAR O QUE É A PSICOPEDAGOGIA E SEU OBJETO DE


ESTUDO

Por mais que tenhamos um amplo aporte de literatura já escrita sobre a Psicopedagogia,
são poucos os autores que definem o que é a Psicopedagogia e qual é o seu objeto de estudo. Para nos
auxiliar neste estudo, recorremos à duas publicações brasileiras. O primeiro trabalho de Maria Cecília
Almeida e Silva (1998), intitulado “Psicopedagogia: em busca de uma fundamentação teórica”, faz
uma reflexão bastante interessante sobre a tentativa de construir uma fundamentação teórica deste
campo do saber. No entanto, conforme palavras da própria autora seria bastante pretencioso acreditar
ter encontrado uma fundamentação. No entanto o trabalho de Silva (1998), consegue descrever de
forma bastante contundente que vem a ser o objeto de estudo da Psicopedagogia.
O segundo trabalho que serviu de reflexão para este estudo é o livro de Nádia Bossa
(2000), “A Psicopedagogia no Brasil”, que também é um dos poucos trabalhos publicados que tentam
definir o objeto formal da Psicopedagogia. Apesar do trabalho de Bossa (2000), não ser dedicado
inteiramente à reflexão da teoria ou do objeto de estudo do psicopedagogo, tal autora foi escolhida,
devido sua relevância enquanto autora da área.
Ao falar sobre a dificuldade que existe em estabelecer uma definição do termo
Psicopedagogia, ambas as autoras são concordes em afirmar que existe uma lacuna na produção
brasileira em definir o que é a Psicopedagogia. A esse respeito Silva (1998, p, 24) afirma que na
“literatura psicopedagógica brasileira, o fenômeno se repete. Vemos desenvolvidos o histórico da
psicopedagogia, a abordagem psicopedagógica da aprendizagem, a interdisciplinariedade na
psicopedagogia, etc. Mas a conceituação continua ausente”. Para Bossa (2000), falta ainda clareza
para conceituar o que é a Psicopedagogia, e o que é o fenômeno psicopedagógico, em suas palavras
“o termo psicopedagogia apresenta-se, hoje, com uma característica especial. Quanto mais tentamos
elucidá-lo, menos claro ele nos parece” (BOSSA, 2000, p.17). Tais citações, demonstram um
paradoxo presente nos textos sobre a Psicopedagogia. Pois, como será possível, falar de uma prática
psicopedagógica, sem antes ter esclarecidos os objetivos e os limites teóricos da psicopedagogia?
Neste sentido é que ambas as autoras tentam ir além da mera especulação teórica, para partirem para
uma definição que permita a operacionalização da prática do psicopedagogo.
Mas o que implica tamanha dificuldade em estabelecer a definição de uma teoria
psicopedagógica e seu objeto de estudo? Para Silva (1998) e Bossa (2000), o problema pode estar
relacionado à novidade do discurso psicopedagógico. Por ser uma atividade recente, ainda não foi
possível uma delimitação segura de sua identidade, o que leva a Silva (1998), descrever a
psicopedagogia como um pré-saber, fase do conhecimento onde esta ciência ainda se encontra
descrevendo e sistematizando seus pressupostos teóricos, na tentativa de estruturar um saber
organizado. Bossa (2000, p. 28), contribui com esta ideia ao descrever que,

De qualquer modo, a psicopedagogia se encontra em fase embrionária e seu corpo


teórico acha-se em construção, amalgamando-se ou estruturando o seu arcabouço
lógico-principal ou ideal. A cada dia surgem novas ideias, novas situações e mais
transformação: o psicopedagogo então transforma a teoria e, por seu turno, a teoria
o transforma.

Neste sentido, há que se considerar que a psicopedagogia necessita de pesquisas que possibilitem o
reconhecimento da comunidade cientifica da eficácia da sua aplicação no campo da educação.
Refletindo criticamente a sua relevância social e cientifica no meio da academia. No entanto, ao que
parece, são poucos os periódicos exclusivos, que possuem a função de divulgar tais resultados.
Apesar de toda a dificuldade já expressadas nas linhas anteriores, as autoras citadas neste
estudo conseguem trazer algumas pistas daquilo que pode ser considerado com uma definição da
psicopedagogia e do seu objeto de estudo. Para facilitar o entendimento do leitor, foi construído o
quadro a seguir, que tenta resumir em poucas palavras tais definições:

Quadro 1 – Definição da Psicopedagogia e do seu objeto de estudo, de


acordo com Silva (1998) e Bossa (2000).
Fonte: Organizado pelo Autor, (2014)

Silva (1998) Bossa (2000)


O que é a A psicopedagogia é um campo do Podemos caracterizar a Psicopedagogia como uma área
Psicoped conhecimento que tem por objeto o de confluência do psicológico (a subjetividade do ser
agogia? ser cognoscente e por objetivo humano enquanto tal) e do educacional (atividade
fundamental facilitar a construção especificamente humana, social e cultural). Tratando do
da individuação e da autonomia do mundo psíquico individual e grupal em relação à
eu cognoscente identificando e aprendizagem e aos sistemas e processos educativos, o
clarificando os obstáculos que psicopedagogo ensina como aprender e, para isso,
impendem que esta construção se necessita apreender o aprender e a aprendizagem. Para
faça (p. 51). o psicopedagogo, aprender é um processo que implica
pôr em ação diferentes sistemas que intervêm em todo
o sujeito: a rede de relações e códigos culturais e de
linguagem que, desde antes do nascimento, têm lugar
em cada ser humano à medida que ele se incorpora à
sociedade. (p. 28)
A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana,
que adveio de uma demanda – o problema de
aprendizagem, colocado num território pouco
explorado, situado além dos limites da Psicologia e da
própria Pedagogia – e evoluiu devido à existência de
recursos, ainda que embrionários, para atender a essa
demanda, constituindo-se, assim, numa prática. Como
se preocupa com o problema de aprendizagem deve
ocupar-se inicialmente com o processo de
aprendizagem (p. 21)
Qual é o
objeto o [...] homem enquanto ser em [...] Psicopedagogia estuda as características da
seu processo de construção do aprendizagem humana: como se aprende, como essa
objeto de conhecimento, ou seja, o ser aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada
estudo cognoscente”. (p.29) por vários fatores, como se produzem as alterações na
aprendizagem, como reconhece-las, trata-las e preveni-
Ao enfatizarmos que a las. Esse objeto de estudo, que é um sujeito a ser
psicopedagogia tem como objeto o estudado por outro sujeito, adquire características
ser em processo de contrução do específicas a depender do trabalho clínico ou
conhecimento, ou seja, o ser preventivo. (p.21)
cognoscente, não o definimos como
totalidade acabada, posto que em
processo de contrução, mas num
eterno vir a ser.

Conforme pode ser verificado no quadro, as conclusões de Silva (1998), parecem apontar
para uma definição mais clara do objeto de estudo da Psicopedagogia. Ao informar que a
Psicopedagogia estudo o “ser congnoscente”, tal autora, consegue em uma única frase delimitar o
objeto material e formal deste campo do saber. Limitando de maneira direta e clara tanto o objeto,
como também o objetivo deste campo do saber/prático, que é “facilitar a construção da individuação
e da autonomia do eu cognoscente identificando e clarificando os obstáculos que impendem que esta
construção se faça”.
Bossa (2000), parece chegar próximo da conclusão de Silva (1998), contudo a autora vai
afirmar em alguns momentos que a Psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem
humana. Ora, esta aprendizagem humana não ocorre descontextualizada do homem, mas está
diretamente ligada à sua história, seu contexto, suas emoções, etc. Neste sentido, do ponto de vista da
classificação de uma definição sobre o que é a Psicopedagogia e seu objeto, Silva (1998), consegue
ser mais assertiva. Isto, nem de longe, aponta para uma deficiência das ideias de Bossa (2000), visto
que no todo de sua obra, esta apresenta de forma brilhante a análise da aprendizagem humana em
toda a sua integralidade3, sem qualquer tipo desfragmentação ou determinação deste fenômeno.

3
Integralidade aqui é correspondente ao conceito de integralidade preconizado pelo Ministério da Saúde, que
defende que os profissionais da saúde tenham um olhar sobre os sujeitos que vá além da sua especialidade e
Em relação ao seu caráter teórico, Bossa (2000, p. 17) afirma que, “a psicopedagogia é
enfatizada por muitos autores por ter um caráter interdisciplinar. Logo, nesta linha de raciocínio ele
possui um objeto próprio, buscando conhecimentos de outros campos”. Ao trazer tal afirmação, a
autora quer romper com a ideia de que a psicopedagogia é uma aplicação da Psicologia à Pedagogia,
mas que algo que transcende tal simplificação. Isso não impede que a autora reconheça que o corpo
teórico deste campo do saber ainda está em processo de construção.

3.1 A interdisciplinaridade como linha de fuga, frente a dificuldade do estabelecimento de uma


teoria própria

Conforme pôde ser visto até o momento, parece mesmo que a Psicopedagogia está longe
de alcançar o status de uma ciência autônoma. Isto porque, por mais que seus saberes se ampliem, ela
parece sempre estar na fronteira de outros saberes “autônomos” de maior tradição acadêmica e social
– pelo menos no caso do Brasil. Talvez, o que falte é o reconhecimento dos psicopedagogos que o
fato de a Psicopedagogia ter ser ainda – ou talvez de nunca conseguir – o status de uma ciência, não
diminui sua importância – e também não a reduz à uma mera aplicação da psicologia na pedagogia.
Ao que parece, o simples fato de encontrar outros caminhos para pensar a aprendizagem, tentando
integrar diferentes saberes que a desvelam, seja um dos seus diferenciais e da sua própria relevância.
A prática psicopedagógica tem mostrado, que mesmo ainda sem haver uma base teórica
unívoca – o que ocorre pelo fato da psicopedagogia estudar um objeto marcado por sua pluraridade
– a psicopedagogia trouxe muitas contribuições e avanços para a compreensão do fenômeno da
aprendizagem. A compreensão sobre o seu próprio objeto de estudo, tem amadurecido no cenário
contemporâneo, marcado também pela crises das metanarrativas. Do saberes totais. Neste sentido, é
que a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade que marcam as tentativas de construção de uma
base teórica para este campo do saber, delimitam também um novo tempo no campo científico.
Denunciando que não é mais possível estabelecer “ciências puras” ou auto-suficientes.
A partir disto, tem-se que:

Tanto a Interdisciplinaridade quanto a Transdisciplinaridade apontam para outras


possibilidades de atuação como resposta aos limites do modelo atual, caracterizado
pela simplificação, redução e fragmentação da realidade, que já não mais responde

que consiga dialogar e olhar o sujeito como um todo (GUARESCHI et al., 2010, p. 96). Lembrando que a
Associação Brasileira de Psicopedagogia ABPP, considera a Psicopedagogia um campo de atuação em
educação e saúde.
às perguntas dos pesquisadores e pensadores em Educação (GASPARIAN, 2006, p.
261).

Ora, a realidade que marca qualquer objeto de estudo das ciências, principalmente as Ciência
Humanas, é diversa e não pode se deixar capturar por um único ponto de vista. São necessários muitos
olhares diferentes, que se unem para interpretar e intervir sobre o sujeito, respeitando sua
integralidade. Sem diminuir ou conceder qualquer status superior à qualquer que sejam os saberes
implicados.
A teoria à ser construída pela Psicopedagogia deve buscar amplamente o enfoque
interdisciplinar e transdisciplinar, conforme descrito por Gasparian (2006), pois conforme bem
apresentado pela autora, os discursos fragmentados da realidade não dão conta de responder as novas
perguntas feitas. O problema é que a complexidade que este entendimento implica tem um poder
aterrorizante sobre determinadas pessoas. É muito mais fácil ficar na zona de conforto, no mundo das
certezas e das definições “seguras” do que ter que confrontar-se com diferentes formas de pensar e
agir sobre o mundo. Tal posição é possível ver na prática da formação universitária, onde os
departamentos dos cursos muitas vezes se enconbrem em torno de práticas corporativistas, achando
que seu curso é mais importante do que o do vizinho. Atitude que faz com que todos percam.
Voltando a discussão da dificuldade em se delimitar uma teoria própria e um objeto de
estudo, se na trama dos conceitos, fica difícil definir o objeto da psicopedagogia, a prática
psicopedagógica talvez auxilie um pouco mais no entendimento de que este é um saber que difere de
outros já constituídos. A prática psicopedagógica mostra que o fenômeno da aprendizagem, atravessa
diversas áreas do conhecimento, que vão além daqueles oriundos da Psicologia ou da Pedagogia. Por
vezes, o psicopedagogo terá de acessar saberes da Psicanálise, ou até mesmo da neurologia, para
poder intervir sobre os problemas encarados no seu cotidiano de trabalho. Bossa (2000), mostra como
a prática deste profissional, e o objeto sobre o qual ele age, revela a necessidade de ser ter
conhecimentos interdisciplinares, porém, nenhum destes conhecimentos isoladamente conseguem
“capturar” este objeto por inteiro. Talvez neste hiato é que esteja a possibilidade da Psicopedagogia
se estabelecer com uma saber mais autônomo.
Toda essa interdisciplinaridade proposta no entanto, tem de partir de um objeto. Do
contrário, os psicopedagogos não conseguirão formar um identidade em meio à tantas outras tantas
presentes nas práticas sociais e científicas. A delimitação deste objeto e as implicações que daí se
derivam, será o foco da reflexão a seguir.

3.1 Uma possível delimitação do objeto de estudo da Psicopedagogia e seus efeitos colaterais
Se as teorias psicopedagógicas estão em construção - e conforme já abordade isso se deve
ao fato de se tratar de um campo recente – só resta então tentar delimitar o objeto de estudo deste
campo do saber. Neste estudo, essa delimitação se deu a partir da interpratação dos textos analisados.
De início faz-se necessário destacar que este objeto, deve ser delimitado a partir de sua integralidade,
por isso objetivou-se descartar quaisquer definições de objetos abstratas, como por exemplo o
“problema de aprendizagem”, “fracasso escolar” ou até mesmo “processo de aprendizagem”. É
preciso que este objeto esteja circunscrito ao próprio ser humano, pois ele é o sujeito onde todos estes
fenômenos ocorrem.
A escolha por um objeto que implique numa concretude se dá pelo fato de não existir a
priori uma entidade chamada “problema de aprendizagem” fora de um contexto, de um corpo
biológico, da ação humana, enfim da própria subjetividade humana. Diante destas considerações, a
representação da figura abaixo tenta delimitar o objeto da Psicodagogia, a partir de uma proposta de
quem de fato deve ser o centro da investigação psicopedagógica, o próprio ser humano.

Figura 1 – O objeto de estudo a partir da síntese feita das leituras de Silva


(1998) e Bossa (2000).
Fonte: Organizado pelo Autor, (2014)

A imagem em tela apresenta no seu centro um círculo que representa o próprio homem,
ou para ser mais preciso o sujeito da aprendizagem. Esse sujeito é atravessado por pelo menos quatro
dimensões que vão influenciar sua capacidade de apreender a realidade. Estas quatros dimensões,
juntas e a valorização de suas influências pelos psicopedagogos, também vão alterar a forma deste
ultimo olhar para o seu “objeto de estudo”, formando o que aqui vamos chamar de “efeitos colaterais
da delimitação do objeto de estudo da Psicopedagogia”.
A primeira dimensão a ser analisada na Figura 1 é a biológica. O corpo, com seus traços
hereditários, filogenéticos é a parte objetiva deste objeto, de forma alegórica podesse dizer que é o
hardware que irá determinar em partes tessitura da capacidade de aprendizagem do sujeito. Por sua
vez, este mesmo ser é marcado por sua cultura e pela história. Pelo códigos éticos e pela conduta
moral da sociedade onde está inserido, cujos valores serão internalizados no seu psiquismo e
interferirão na sua ação.
Cada uma destas dimensões possui intepretrações advindas dos mais diferentes saberes.
O psicopedagogo por sua vez, é aquele que está na intersecção destes saberes (BOSSA, 2000),
tentando integrá-los de modo à contribuir com a construção do conhecimento do sujeito. Por isso, é
importante insistir na marca interdisciplinar da prática psicopedagógica.
Entendendo o objeto da Psicopedagogia deste modo, o psicopedagogo deverá ter uma
compreensão ampla do sujeito, que permita que ele dialogue com as mais diversas possibilidades de
intervenção. A integralidade do sujeito, implica numa postura de humanização na prática profissional
e até mesmo científica, que impede generalizações, reducionismos que comumente são cometidos
quando supervalorizada uma das dimensões do sujeito cognescente. Por exemplo, ao supervalorizar
a dimensão psíquica, sem levar em conta as dimensões biológicas ou sociais, o sujeito pode ser visto
apenas como uma falsa caricatura de sua realidade. Por isso, a necessidade de uma intervenção global
que em primeiro lugar respeite àquele que está sendo cuidado pelo psicopedagogo.
É oportuno lembrar, que a proposta defendida no parágrafo anterior é um dos imperativos
éticos que abrem o Código de Ética do Psicopedagogo, que no seu Artigo 1ª afirma que

A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do


processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e
o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
PSICOPEDAGOGIA, 2011).

Esta constação leva ao entendimento, que ao se delimitar um objeto de estudo, não se está apenas
tentando criar uma possibilidade de operacionalização de um campo do saber. As escolhas feitas para
a delimitação de um objeto, principalmente nas ciências humanas, implica também em formar novas
modalidades de olhar o humano, que podem, como destacado à pouco, diminuir ou ampliar a visão
sobre os fenômenos humanos.
Complementando a ideia anteriormente levantada, onde delimitar um objeto de estudo
nas ciências humanas, implica diretamente em formar novas formas de olhar, têm-se que estes “novos
olhares” não apenas visam o sujeito; eles também criam novos sujeitos, dentro das possibilidades que
o discurso de uma época permite expressar. Conforme explicam Nardi et al (2005, p. 1046),

[...] Foucault nos ensina que a verdade é produzida, reafirmando que cada época
determina o que pode ser dito e pensado a partir dos “jogos de verdade”. Os jogos
de verdade se referem ao conjunto de regras de produção da verdade, ou ainda, aos
diferentes procedimentos que conduzem a uma verdade – um “regime de verdades”,
que sustenta uma determinada forma de dominação.

Tal citação, citação conduz à duas compreensões importantes. A primeira é que a Psicopedagogia ao
requerer um para si um objeto de estudo, entrará em tensão com discursos e verdades que já estavam
presentes no meio social, antes mesmo de sua epifania. Esta constatação pode ser feita na prática, a
partir da descrição de Noffs (S/D), quando escrevendo sobre a resistência do Conselho Federal de
Psicologia expressa que: “causa-me perplexidade esta reação de ataque e não de diálogo do Conselho
Federal de Psicologia. Já presenciei esta ação quando a própria Psicologia, ao diferenciar-se da
Psiquiatria, exigiu respeito às suas idéias ao novo que emergia”. O segundo ponto a ser considerado
é paradoxal ao primeiro. É que a Psicopedagogia só consegue estabelecer possibilidades discursivas,
porque as verdades que ela falou inicialmente sobre os sujeitos, estavam atreladas ao que os discursos
dominantes na época permitiam dizer.
Desse modo, a Psicopedagogia, como lembra Bossa (2000), passa do estudo dos
problemas de aprendizagem, para o estudo do processo de aprendizagem, para finalmente começar a
entender que na verdade o seu objeto de estudo é o próprio sujeito da aprendizagem. Tal refinamento
na compreensão de seu objeto não é mero zelo do acaso. É antes fruto de embates com o universo
discurso presente na sociedade.
Para finalizar esta discussão, foi escolhido um trecho de Foucault (1988, p. 13 apud
COIMBRA, S/D)

[...] o intelectual não é, portanto, “o portador de valores universais”; ele é alguém


que ocupa uma posição específica, mas cuja especificidade está ligada às funções
gerais do dispositivo de verdade em nossas sociedades. Em outras palavras, o
intelectual tem uma tripla especificidade: a especificidade de sua posição de classe
[...]; a especificidade de suas condições de vida e de trabalho, ligadas a sua condição
de intelectual [...]; finalmente, a especificidade da verdade nas sociedades
contemporâneas. É então que sua posição pode adquirir uma significação geral, que
seu combate local ou específico acarreta efeitos, tem implicações que não são
somente profissionais ou setoriais. Ele funciona ou luta ao nível geral deste regime
de verdade, que é tão essencial para as estruturas e para o funcionamento de nossa
sociedade. Há um combate “pela verdade” ou, ao menos, “em torno da verdade” [...].
A provacação feita pelo Filósofo francês é proveitosa pois, abre oportunidades para os seguintes
questionamentos: a produção em Psicopedagogia, a partir da delimitação do seu objeto de estudo, tem
feito com que ela – a Psicopedagogia – funcione de acordo com os regimes de verdade que
influenciam o sujeito? Ou ela tem lutado para ao nível das verdades postas, na tentativa de criar novas
possibilidades e chaves de interpretação, que possibilitem a autonomia do sujeito? Para tanto, ela tem
feito frente às mais diversas formas e tentativas de categorizar seu objeto de forma abstrata, ahistórica
e por fim desconectadas com a realidade? E a prática dos psicopedagogos tem refletido isso?
Ora, se de fato o objeto da Psicopedagogia é o “[...] homem enquanto ser em processo de
construção do conhecimento, ou seja, o ser cognoscente”, conforme propõe Silva (1998), e se o seu
“objetivo fundamental é facilitar a construção da individuação e da autonomia do eu cognoscente
identificando e clarificando os obstáculos que impendem que esta construção se faça” (SILVA, 1998,
p. 51), então pode-se dizer que a Psicopedagogia alcançou um estágio de maturidade capaz de
produzir práticas sigficativas que merecem o reconhecimento das demais áreas de investigação
correlatas à sua prática.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho possibilitou a realização de algumas reflexões pertinentes – ainda que


preliminares – à Psicopedagogia e aos psicopedagogos. Por mais que a Psicopedagogia tenha se
presentificado na sociedade, através da ofertas de serviços de atendimento clínico e institucional, ela
ainda sofre a pressão de ser uma “irmã” mais nova das áreas relacionadas à aprendizagem humana.
Alías tudo que é novo, principalmente no meio acadêmico, sofre as agruras da resistência. Freud, um
dos mais ilustres cientísticas do século XX, produziu toda sua genial obra fora dos muros da academia.
Conforme visto, um dos ônus relacionados ao seu recente surgimento é a falta de um arcabouço
teórico próprio. Porém, como pode ser constatado ao longo deste estudo, a Psicopedagogia tem
buscado na interdisciplinaridade as chaves de teóricas necessárias para interpretar os fenômenos
pesquisados.
Apesar de não ter ainda estabelecido uma grande teoria que a defina, as contribuições
Bossa (2000) e Silva (1998), parecem apontar para um objeto de estudo muito bem delimitado. A
partir das contribuições das autoras, pôde-se derivar que o objeto de estudo da psicopedagogia é o
homem, influenciado pelo menos por quatro dimensões: homem-ação, homem-psiquismo, homem-
histórico/cultural e homem-biológico. Talvez a maior contribuição deste estudo, foi a constatação de
que ao conceituar um objeto de estudo desta forma, cria-se uma série de “efeitos colaterais da
delimitação do objeto de estudo da Psicopedagogia”. Que por sua vez, trarão implicações éticas que
vão interferir na forma de olhar o sujeito da aprendizagem; não mais de forma abstrata, mas na sua
forma concreta.
Em tempo, destaca-se a relevância de se continuar este debate em outros estudos, e
principalmente na própria formação dos psicopedagogos, que deve ser permanente, haja vista que
esta formação possui peculiaridades que não permitem uma finalização após determinadas horas de
cursos. Antes é uma formação para toda a vida. A discussão acerca do objeto de estudo da
psicopedagogia e os embates de ideias presentes nestes momentos é o que poderá refinar o
estabelimento deste objeto.
Finalmente, neste último parágrafo é oportuno agradecer a Coordenação do Curso de Pós-
Graduação em Psicopedagogia da Faculdade Municipal de Palhoça, pela oportunidade concedida ao
autor deste artigo em poder participar de um momento de formação tão importante. Muitas das
discussões realizadas em sala de aula poderam ser materializadas aqui nestas linhas. Além disso, a
prática possibilitada pelo LAPsi – Laboratório de Psicopedagogia, permitiu a vivência e o despertar
da identidade de psicopedagogo.

ABSTRACT: From the studies of Bossa (2000) and Silva (1998), the present paper aimed to reflect
on the difficulties in conceptualizing what is Psychopedagogy and what is its object of study. Such
difficulties can be identified by the fact of Psychopedagogy, is still a relatively new science, despite
having a widespread practice. Finally, it was found that the Psychopedagogy is constituted as a field
of knowledge that studies the subject of knowledge (SILVA, 1998), however, still lacks a synthetic
theoretical basis. In conclusion, this article emphasize that the fact does not have a univocal
theoretical basis, is because of this knowledge to study a plurality marked by its object, which
somehow allows such an object is not reduced to the deterministic theories.

KEYWORDS: Psychopedagogy. Psychopedagogy Theory. Object of Psychopedagogy.

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