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Meu Resumo Final 1ªfrequência

Psicologia do Desenvolvimento do Adulto e do Idoso (Universidade do Porto)

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Psicologia Do Desenvolvimento do Adulto e do Idoso

Aula 1 – 11/02/19

Avaliação
1ºTeste na aula 7 – 25 de Março das 14h00 às 16h00 (AULA 1 a AULA 5)
2ºTeste na aula 12 – 29 de Abril das 14h00 às 16h00 (AULA 6, AULA 8 a 11)

Teórica – 2 Testes (mínimo 8 valores em cada e mínimo 10 nota final) -> 70% da nota final.
Prática –> 30%

Nota:
Aula de Reposição:10 Abril, sala 250 – Aulas 10 e 11
Última aula prática: Aula 15 (20 de maio)

Programa 1ª Frequência

Aula 1 (11 fevereiro)


- Apresentação da unidade curricular e das atividades a realizar no âmbito das aulas teóricas e
práticas.
- Esclarecimento acerca da natureza e forma de avaliação.

Aula 2 (18 fevereiro)


I.Estudo do desenvolvimento ao longo da vida – perspetiva histórica
II. Perspetivas e modelos teóricos do desenvolvimento do adulto e do idoso: 1. A perspetiva do
ciclo vital de Baltes

Aula 3 (25 fevereiro)


2. A perspetiva do desenvolvimento psicossocial de Erikson e as tarefas desenvolvimentais na
idade adulta;

Aula 4 (4 março)
III. Contextos relacionais do desenvolvimento do adulto e do idoso:
1. As relações ao longo da vida
2. O sentido da amizade ao longo do tempo;
3. As relações amorosas;
4. A família e as transformações na parentalidade e na conjugalidade;
5. O trabalho/ reforma e a organização dos tempos livres.

Aula 5 (11 março)


IV. O envelhecimento no contexto do desenvolvimento:
1. Representações sociais e históricas sobre o envelhecimento;
2. Desafios da longevidade à organização social;
3.Conceções biopsicossociológicas sobre o envelhecimento e a pessoa idosa;

Aula 6 (18 março) (estes conteúdos não saem para o 1º teste)


4. Laços intergeracionais e o desenvolvimento das várias gerações; a) Pais com filhos adultos
(os cuidadores familiares) b) Pais com filhos jovens (a geração sanduiche) c) A relação avós-
netos e a importância dos Programas intergeracionais
Aula 7 - 25 março 1º TESTE (14h – 16h) Aud 2A, 2B e 2C

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Programa 2ª Frequência

Aula 8(1 abril)


5. Abuso no idoso

Aula (9 – 8 abril)
6. Morte e processos de luto

Aulas 10 e 11 (10 abril – quarta feira Sala 250)


7. Envelhecimento ativo/ bem-sucedido
V. Papel do psicólogo na promoção do desenvolvimento e qualidade de vida do adulto e do
idoso:
1. Contextos e modalidades de intervenção psicológica;
2. Objetivos e limitações do trabalho com idosos;
3. O papel interdisciplinar e multissistémico do Psicólogo.
4. Questões éticas 15 a 22 abril Férias da Páscoa

Aula 12 (29 abril)


2º TESTE (14h – 16h) Aud 2A, 2B e 2C

Aula 2 – 18/02/19

I.Estudo do desenvolvimento ao longo da vida – perspetiva histórica

O estudo do Desenvolvimento até à 3ª idade é relativamente recente.

(Antiga noção de desenvolvimento)

Antes a Psicologia do Desenvolvimento era uma psicologia do crescimento orientado à


produtividade e à autonomia fisíca e cognitiva características do adulto.
Antigamente, predominava a ideia de que o desenvolvimento ocorria até à fase adulta e que
posteriormente, na velhice, se entrava num período de declino intelectual, incompatível com
qualquer ideia de desenvolvimento em idade mais avançada. Assim, a ideia de desenvolvimento
era vista como irreal em idade mais avançada.

(Nova noção de desenvolvimento)

A psicologia passa a distinguir a ideia de desenvolvimento da ideia de crescimento. Crescimento


significa expansão, mas desenvolvimento nem sempre implica crescimento.
Contudo, a ideia de desenvolvimento alterou-se ao longo do tempo, sendo este compatível com
todas as fases do ciclo de vida.

(Mas porquê que esta noção mudou?)

Precursores (Fatores que contribuíram para a emergência de uma perspetiva do ciclo de


vida)

Vários fatores contribuíram para a emergência de uma nova perspetiva do ciclo de vida.

1.Alterações demográficas importantes na população


Houve um envelhecimento populacional, ou seja o nº de idosos aumentou, e por isso o estudo
da população idosa aumentou, uma vez que a pirâmide etária se está a inverter.

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2.O próprio envelhecimento dos investigadores e dos participantes de projetos de investigação


longitudinais clássicos
Os próprios investigadores envelhecem e começam a criar as suas crenças com base no seu
processo de desenvolvimento e de envelhecimento e os seus estudos e interesses derivam deste
mesmo processo. A partir disto, os investigadores foram percebendo que as crenças científicas e
leigas tidas como corretas não se adequavam à realidade de envelhecimento que viviam e que
viviam os participantes dos seus estudos.

3.Movimentos sociais, culturais e políticos americanos (defesa dos direitos das minorias);
procura dos precursores desenvolvimentais do envelhecimento e a emergência da
gerontologia( estudo do envelhecimento)

No estudo do envelhecimento, a defesa das mulheres e dos idosos levou à procura do estudo de
diversas variáveis acerca da velhice, tais como a identificação dos elementos responsáveis pela
satisfação na meia-idade feminina, tendo em conta as perdas do envelhecimento e a
investigação dos elementos associados a uma velhice saudável e ativa em homens e mulheres.
Para isso efetuaram-se estudos longitudinais onde eram avaliadas pessoas em vários momentos
da vida (criança-adolescente-idoso), sendo assim estudos com grande rigor metodológico. Um
dos investigadores mais importantes foi Berkley.

Estas fontes de influência e outras (teorias de Jung, Buhler e Erikson, paradigma life course,
nova metodologia de Schaie, behaviorismo) tiveram um grande impacto sobre o interesse dos
autores pela descrição dos padrões evolutivos da velhice e da plasticidade ou capacidade de
modificar o desempenho cognitivo em adultos e idosos.
Nasceu, então, a Psicologia do Envelhecimento, que pressupõe um desenvolvimento ao longo
de toda a vida - paradigma lifespan. Assim, se as pessoas se desenvolvem do nascimento
até à morte, nós podemos intervir para otimizar este desenvolvimento.

Teorias do desenvolvimento – perspetiva histórica

1.Carl Jung (1961, 1964, 1971, 1972)


Faz parte da corrente psicanalítica.
Ao contrário do que defendia Freud, Jung acreditava na existência de desenvolvimento na
velhice.
Jung foi dos primeiros autores a falar de desenvolvimento ao longo da vida.
Segundo ele, o desenvolvimento seria composto por 4 fases:
1-fase do nascimento, infância;
2- jovem adulto;
3-meia-idade;
4-velhice.
Até à 3ª fase é o auge da nossa idade, sendo um período de grande expansão, mas isto não
significa que a velhice não seja tão ou mais importante.

2.Charlotte Buehler (1933; Buhler & Massarik, 1968)


Esta psicoterapeuta de Viena apresentava uma perspetiva muito humanista defendendo que as
pessoas se desenvolviam em busca de autorrealização e de um sentido para a vida.

3.Erik Erikson (1950;1968) + 4.Robert Havighurst (1925;1970)


Falam em estádios de desenvolvimento em que cada estádio implica o fazer determinadas
tarefas.

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5.Nevitt Sanford (1966;1981)


Reflete nas questões “Como é que nos desenvolvemos?” e “Como é que passamos de um estado
para o outro?”
Não há desenvolvimento se não houver integração, se não houver insight. Se assim não fosse, as
pessoas não perceberiam porque são confrontadas. Mas só a confrontação não basta. Urge então
o desafio e a integração para haver uma mudança no sentido da complexidade.

6.Daniel Levinson (1974;1978)


Promove a Psicologia Positiva.
Apresenta a noção de estrutura de desenvolvimento (padrão de funcionamento). Ao longo da
vida vamos questionando as nossas estruturas. Há, todavia, períodos de maior estabilidade que
outros. Estamos constantemente a fazer este percurso em termos desenvolvimentais.
As nossas estruturas cognitivas também mudam bem como a forma de processar a informação.

7.Warner Schaie e Gisela Labouvie-Vief (1974)


Convidam Baltes para o seu estudo longitudinal com participantes cuja idade inicial era 60 anos.
Schaie criou a metodologia de cortes sequenciais, uma das maiores contribuições metodológicas
do paradigma lifespan, que consiste em medir a influência conjunta de variáveis individuais e
socio-históricas num grupo de pessoas. O estudo longitudinal teve um grande impacto naquela
época devo ao interesse e escritos de Gisela sobre o desenvolvimento emocional nesta faixa
etária.

8.Baltes
Paul Baltes é a figura mais significativa relativamente às perspetivas do ciclo de vida sendo que
foi ele o criador de um instituto sobre o desenvolvimento do ciclo de vida. Baltes fala do
desenvolvimento começando na conceção e termina na morte. Para ele a vida não começa no
nascimento mas sim antes.

Em Portugal surgiram autores como Merval Rosa (1987), Marchand (2005), António Fonseca
(2004), Margarida Lima (2004) e Constança Paul e A.Fonseca (2005).

II. Perspetivas e modelos teóricos do desenvolvimento do adulto e do idoso: 1. A perspetiva


do ciclo vital de Baltes (1936-2006)

Paul B Baltes – Notas Bibliográficas


Nasceu na Alemanha em Junho de 1939.

Cresceu durante os anos de privações e de medo da II Guerra Mundial numa família de


pequenos comerciantes de posses modestas.

Fez o curso de Psicologia e no ínicio da sua carreira foi um Piagetiano com interesse pelas
variações culturais e pela psicologia cultural.

Em 1963 concluiu o mestrado e casou com Magret Baltes e foram ambos para os EUA a convite
de Warner Schaie, que estava a desenvolver um estudo acerca do desenvolvimento intelectual na
vida adulta, que teria seguimento até aos anos 90. (INTERLIGAÇÃO COM O QUE FOI
FALADO NOS PERCUSORES)

Em parceria com a sua esposa elabora o modelo de otimização seletiva com compensação
(Modelo SOC).

De volta à Alemanha Baltes dedicou-se ao seu doutoramento, sobre desenvolvimento intelectual


de crianças.

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Em Julho de 2004, em Berlim, recebeu homenagens de 3gerações de psicólogos europeus e


norte americanos e de representantes das mais prestigiadas academias de Ciências da Europa
como Warner Schaie e Albert Bandura.

Morre a 7 de Novembro de 2006 com 67 anos.

Objetivos do paradigma de desenvolvimento ao longo de toda a vida (life span


developmental approach)

1.Oferecer um contributo organizado da estrutura e sequência do desenvolvimento ao longo do


ciclo de vida. Rutura com o paradigma vigente. Organizou aquilo que já existia e deu sequência.

2.Identificar as conexões entre acontecimentos e processos em fases iniciais e mais tardias do


ciclo de vida.

3.Delinear os fatores e mecanismos implicados no desenvolvimento ao longo do ciclo de vida.

4.Especificar as oportunidades e os constrangimentos biológicos e ambientais que moldam o


desenvolvimento individual ao longo da vida. O desenvolvimento implica ganhos e perdas.

5.Com base neste conhecimento, potenciar o desenvolvimento individual e prevenir trajetórias


desenvolvimentais não adaptativas.

(Muitos profissionais consideravam que não se devia fazer intervenção no idoso e ainda hoje há
muito preconceito em relação a esta faixa etária.)

Neste sentido, existem 3 grandes objetivos transversais às perspetivas do ciclo da vida de modo
a conhecer o processo de desenvolvimento ou envelhecimento para posteriormente ser possível
atuar no mesmo domínio:

1.Descrever (O que muda? Quando muda? Muda para quem?)


Descrever como as coisas acontecem e o que podemos observar ao longo do desenvolvimento
(o todo e as partes. No entanto apenas descrever não é suficiente, pois só a descrição não nos
permite a compreensão, temos que explicar porque é que o desenvolvimento acontece de uma
determinada maneira.

2.Explicar(Porque ocorre a mudança? Como explicar a mudança?)


É necessário, para além de descrever, explicar as trajetórias que levam ao desenvolvimento, ou
seja explicar como este acontece.

3.Otimizar (Prevenção e enriquecimento. Que intervenções maximizam o desenvolvimento e


contribuem para a intervenção? Como implementá-las?)
Após a compreensão dos processos é necessário otimizar, ou seja, procurar as ferramentas
teóricas e práticas (técnicas e métodos) para intervir no sentido da mudança/adaptação, no
sentido da qualidade de vida individual/relacional/social dos indivíduos.

Exemplo
(Descrever) A organização sociocultural determina que as pessoas numa determinada idade se
reformem podendo isto ser uma transição prevísivel pode provocar algo as pessoas que,não
sendo capazes de lidar com esta criste, não se conseguem adaptar bem a esta situação.

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(Explicar)+(Otimizar) Tentar perceber que processos, mecanismos, fazem com que as pessoas
passem para este modo de vida de forma melhor, mais integrada, e assim vamos otimizar, para
que as pessoas não experienciem uma crise.

Princípios do paradigma de desenvolvimento ao longo de toda a vida

1.Desenvolvimento como um processo contínuo


Baltes na sua perspetiva do ciclo vital apresentou o desenvolvimento ontogénico como um
processo ao longo de toda a vida, isto é, uma conceção que exige desenvolvimento até à morte.
Nenhum período etário tem supremacia na regulação da natureza do desenvolvimento. Na
verdade, em todos os estádios do ciclo de vida coocorrem processos de continuidade
(cumulativos) e de descontinuidade (inovadores).
Desafia a integração.

2.Multidimensional
O desenvolvimento vai ocorrendo por etapas todas elas importantes e propícias ao
desenvolvimento multidimensional. No entanto, existem mudanças biológicas, cognivas e
socioemocionais que influenciam o desenvolvimento.

3.Multidisciplinar
O desenvolvimento psicológico deverá ser estudado nas suas diversas dimensões, ou seja,visto
como contexto interdisciplinar (antropologia, biologia, neurociências e sociologia). Havendo
deste modo uma ligação de um maior número de profissionais entre si ao tema.

4.Multidirecional
O desenvolvimento é complexo e há uma grande diversidade e pluralismo de desenvolvimento
na direção das mudanças, podendo ocorrer mudanças opostoas dentro do mesmo domínio.
Durante o mesmo período desenvolvimental,certos sistemas comportamentais(biológicos,
cognitivos, socioemocionais) poderão evidenciar crescimento, outros porém, decréscimo.

5.Envolve a coocorência e articulação entre ganhos e perdas, e a regulação das perdas


Não existe um movimento linear em direção ao crescimento e à eficácia pessoal. O
desenvolvimento ao longo do ciclo vital é constituído por rupturas, transições e crises , logo o
desenvolvimento não pode ser só composto por ganhos.No fundo, o ciclo vital é composto não
só por ganhos, mas também por perdas, resultantes da interação entre os recursos da pessoa e os
recursos do ambiente, num regime de interdependência, enquanto caminhamos para o
crescimento e eficácia pessoal.

Surge a otimização seletiva com compensação –Modelo SOC (Seleção, Otimização,


Compensação), modelo de desenvolvimento e envelhecimento bem sucedidos mediante a
orquestração de estratégias de seleção, otimização e compensação.

Objetivos do modelo:
1. Pretende construir uma visão sistémica do desenvolvimento humano ao longo do ciclo da
vida.

2. Dar um contributo para a compreensão dos processos de regulação desenvolvimental:


-Processos através dos quais as relações indivíduo-contexto ocorrem ao longo da vida;
-Processos através dos quais os individuos influenciam os seus contextos e são influenciados
por estes;
-Tendo em conta diferentes níveis de análise (micro a macro) e diferentes domínios de
funcionamento (funcionamento cognitivo, social…).

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O desenvolvimento é um processo de seleção e de adaptação seletiva,a seleção é devida a


fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais e os avanços no desenvolvimento são
devidos a processos de otimização, ou seja, os sujeitos selecionam e otimizam todos os seus
recursos em interação com os recursos do ambiente, num regime de interdependência para
compensar as perdas.

1)Seleção
Há uma seleção onde os sujeitos desenvolvem uma hierarquia de preferências, prioridades e
objetivos, de modo a selecionar quais os estímulos que sejam compatíveis com os recursos
disponíveis em que devem investir.
Há assim a especificação e diminuição da amplitude de alternativas permitidas pela plasticidade
individual com o investimento num conjunto de objetivos e de domínios/contextos de
funcionamento mais do que em outros.

2)Otimização
Nesta fase, as pessoas vão investir unicamente nos meios/recursos internos e externos que
permitem alcançar os objetivos estabelecidos e que permitem níveis superiores de
funcionamento.Pode ser realizada mediante a educação, a prática e suporte social dirigidos à
cognição, à saúde, à capacidade atlética e às habilidades artísticas e sociais.
Há prática e interesse na área que se decidiu investir no processo de seleção o que culmina em
otimização.

3)Compensação
Processo envolvido na adoção de alternativas para a manutenção de um dado nível de
funcionamento em face da perda ou declínio nos meios para atingir os objetivos.
Na terceira idade, com um declínio físico, cada vez mais isto acontece. Para otimizar eu tenho
que selecionar porque já não consigo fazer o que fazia há 30 anos atras. Para além disso, nos
idosos é necessário ter em conta este processo, uma vez que com o envelhecimento as perdas
são maiores: perda de cônjuges (morte física) e declínio de capacidades e competências (morte
psicológica), cujos idosos devem saber contornar através de mecanismos de compensação.
São alguns exemplos de compensação o uso de aparelhos auditivos, de cadeira de rodas e uso de
deixas para auxiliar a memória verbal.

6.Plasticidade(cognitiva-estimulação)
A plasticidade é uma componente de variabilidade intra-individual e designa-se como o
potencial para diversas formas de comportamento e desenvolvimento. Dependendo das
condições de vida e experiências individuais, o desenvolvimento pode tomar diversas formas. É
a inspiração para o Modelo SOC, pois interessa saber como os indivíduos de várias idades
alocam os seus recursos internos e externos no sentido de maximizar ganhos e minimizar
perdas. Tem implicações para a intervenção uma vez que a cultura afecta a plasticidade.
O envelhecimento acarreta um declínio das capacidades intelectuais que se reflete na
diminuição da plasticidade comportamental. Contudo, isto não significa incompetência
cognitiva uma vez que esse declínio pode ser compensado e otimizado.

7.Contextualismo
Qualquer trajetória de desenvolvimento individual pode ser compreendida como o resultado das
interações entre três sistemas de influência que atuam de forma concorrente na construção de
regularidades e diferenças individuais nas trajetórias de vida.

1)Influências normativas relacionadas com a idade


Determinantes biológicos, psicológicos e ambientais associados à idade cronológica. Tendem a
ocorer na mesma época e com a mesma duração para a maioria dos indíviduos.

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Por exemplo, acontecimentos ligados à maturação biológica como mudanças resultantes da


puberdade, alterações no SNC e acontecimentos de socialização como o casamento, o
nascimento dos filhos e a reforma.
Portanto, ter 60 ou 80 anos modifica muita coisa.

2)Influências normativas relacionadas com a história


Determinantes biológicos, psicológicos e ambientais associados ao tempo histórico,
experienciados pela maioria dos membros de uma geração.
Por exemplo, acontecimentos históricos como guerras, revoluções e recessões económicas,
transformações socioculturais como mudanças nas práticas educativas, nos papéis de género, no
sistema educativo, nos sistemas de apoio à familia e à terceira idade.

3)Influências não-normativas-mais dificíl de se adaptar


São determinantes biológicos, psicológicos e ambientais, cuja ocorrência, padrão ou sequência
não se aplica à maioria dos indíviduos. Não atingem todos os indivíduos de um grupo etário ao
mesmo tempo, ou seja, não são dependentes da ontogenia e nem do tempo histórico(são
imprevísiveis). Interrompem o ritmo de vida esperado, geram desafio e impõem sobrecarga aos
recursos pessoais e sociais.
Por exemplo: doença, divórico, morte prematura de um familiar.
Mais dificíl de se adaptar.

Implicações desta perspetiva


1.Potencial para a plasticidade
Em todas as pessoas, independentemente da idade, existe uma área que podemos continuar em
termos físicos, cognitivos, sociais e relacionais. O desenvolvimento não é fixo e isto é
plasticidade. Independentemente de alguns neurónios irem morrendo ao longo do tempo, não
conseguimos continuar a estimular.

2.O indivíduo como produtor do seu próprio desenvolvimento (co construção entre a biologia, a
cultura e o indíviduo)
O individuo deixa de ser visto como ser passivo e deixa de ser considerado tábua rasa. Em
termos desenvolvimentais não é isto que acontece pois o individuo tem um papel ativo: os
jovens e adultos podem procurar ajuda e procurar a promoção do desenvolvimento. Os idosos
começam a procurar ajuda e consideram que pode haver mudanças na sua vida e melhor
qualidade de vida. Os indíviduos não são responsáveis pelo seu desenvolvimento mas pode
procurar ajuda para o otimizar.

3.Potencial para a intervenção


O que é o desenvolvimento e como podemos levá-lo até à morte, tem um potencial enorme para
a intervenção.

Paradigma lifespan
Compreede o desenvolvimento como um processo contínuo, multidimensional e multidirecional
de mudanças compostas por influências genético-biológicas e socioculturais, de natureza
normativa e não normativa, marcado por ganhos e perdas e por interatividade entre o indivíduo
e a cultura.

Aula 3 – 25/02/19

2. A perspetiva do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson e as tarefas


desenvolvimentais na idade adulta(1902-1994)

Notas biográficas
Nasceu na Alemanha (Frankfurt) a 15 de Julho de 1902. Filho de pais dinamarqueses que se
separaram antes do seu nascimento, vivendo os 3 primeiros anos sozinho com a mãe.

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Durante a infância foi-lhe ocultada a verdadeira paternidade, tendo este facto levado a
dificuldades posteriores como a autoridade e a consequências na sua própria identidade, o
que o levou a adotar o desenraizamento e a procura de um sentido de identidade como
problemática central ao longo da vida.
Foi educado na religião judaica de acordo com o seu padrasto. Faz formação psicanalítica e
muda o enfoque da teoria do desenvolvimento psicossexual para o problema da identidade. Casa
em 1930 com Joan Erikson.
Em 1933,emigra para os EUA e assume uma nova “paternidade” (naturaliza-se americano)-
torna-se professor e leciona nas universidades de Harvard, Berkeley e Yale. Estuda a influência
de fatores culturais no desenvolvimento psicológico.

Na década de 40 concebeu o modelo de desenvolvimento psicossocial (“Infância e Sociedade”,


1950), teoria que trabalha o ciclo vital como um contínuo onde cada fase influencia a seguinte.
Morre em Maio de 1994, com 91 anos.
Tudo isto fez com que Erikson tenha procurado uma forma absoluta de se conhecer a si mesmo.

Desenvolvimento Psicossocial Erik Erikson


Perspetiva holística
Para Erickson, o papel do meio social e cultural é fundamental na formação da personalidade do
indivíduo. Nas suas palavras, a energia que orienta o desenvolvimento é psicossocial, pois
defende uma perspetiva psicodinâmica que valoriza a interação entre o meio social
(pais,famílias,instituições) e a personalidade. Neste sentido, começou a desenvolver uma
perpetiva holística acerca da construção da identidade, isto é, o desenvolvimento ocorre devido
a uma interação contínua entre o biológico, o psicológico e o social.

Desenvolvimento da identidade ao longo do ciclo de vida


O desenvolvimento da identidade segue uma sequência de 8 estádios que gradualmente dão
origem à identidade, sendo que cada estádio ocorre num período específico e contribui para a
construção da identidade.

Princípio Epigenético
O desenvolvimento é baseado no princípio epigenético que diz que o desenvolvimento ocorre
segundo uma sequência ou um plano base pré- determinado que determina quais as partes
componentes que se deverão desenvolver no espaço e no tempo, num contínuo que é inevitável.

Estádio
Corresponde a um determinado período de desenvolvimento, com um tempo próprio de
emergência, em que convergem o crescimento físico, a maturidade física e cognitiva e as
exigências impostas pela sociedade e a realização de determinadas tarefas de desenvolvimento.

Conflitos Nucleares
Em cada estádio ocorrem conflitos nucleares que consistem em momentos de crise envolvendo
decisões contraditórias, cuja solução depende de vários fatores do desenvolvimento. No fundo,
cada estádio é caraterizado por uma tarefa psicossocial e por uma crise normativa, que por sua
vez incluem duas atitudes ou posições opostas – uma relativa à resolução positiva e outra
relativa à resolução negativa da tarefa ou crise. Em cada etapa, uma crise corresponde a uma
vulnerabilidade a que o indíviduo é sujeito e que ele tem de enfrentar.

Crise
A resolução destes conflitos potencia o desenvolvimento, isto é, as crises são períodos de
crescente vulnerabilidade e potencial ao mesmo tempo. As crises resolvem-se durante toda a

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vida, por exemplo um idoso pode ainda estar a resolver questões de confiança versus
desconfiança e isto pode dificultar a resolução da crise da última idade.
A solução ideal das crises é o equilíbrio ente as diferentes dimensões, por exemplo, confiança vs
desconfiança, deve haver um pouco de ambas.
É possível passar ao estádio seguinte sem ter crises de outos estádios anteriores resolvidos.
Contudo, se a crise de um determinado estádio for resolvida com sucesso isto leva a uma maior
competência para lidar melhor com o estádio seguinte, permitindo adquirir uma nova virtude.
Assim as crises são ponto cruciais, decisivos do desenvolvimento humano.

Estádios do Desenvolvimento Psicossocial

Estádio Crises Virtudes/Forças Básicas


1 Confiança básica vs Esperança
Desconfiança básica
2 Autonomia vs Vergonha e Vontade e Poder
Dúvida
3 Iniciativa vs Culpa Propósio
4 Indústria vs Inferioridade Competência
5 (13-18 anos) Identidade vs Confusão de Fidelidade
Identidade
6 (jovem adulto) Intimidade vs Isolamento Amor
7 (idade adulta) Generatividade vs Cuidado
Estagnação
8 (velhice) Integridade vs Desespero Sabedoria/Paz interior

Estádio 5 Identidade Vs Confusão de Identidade


No 5º estádio, que ocorre aproximadamente entre os 13 e os 18/20 anos, os adolescentes
começam a perceber aquilo que foram, aquilo que são e aquilo que querem ser. Assim, este
estádio surge pela procura de algo em si próprio, o que acontece porque sentimos a falta da
nossa identidade. Há um questionamento de características pessoais, da sua visão de si mesmo,
de como os outros o veêm e do propósito da sua existência, o que levanta a pergunta “O que sou
e o que quero ser?”. Respondendo a esta questão o adolescente pretende encaixar-se em algum
papel na sociedade, dá-se a escolha vocacional, dos grupos de pertença e metas.

Inclui:
1.Sentido de unicidade entre diferentes conceções de si próprio
Consiste na interligação de vários “eus”, por vezes contraditórios, num único eu consistente.
As pessoas são capazes de harmonizar várias concepções de si mesma. No entanto, unicidade
não quer dizer que não haja também ambivalência.

2.Sentido de continuidade espácio-temporal


Consiste na tentativa de perceber o que é no meio de tantos contextos e papéis,o lugar que
ocupa, tendo referência naquilo que foram.
As características pessoais são percebidas pelo próprio como mantendo uma continuidade ao
longo do tempo (sabe o que foi e o que quer ser) –identidade do ego.
Por exemplo, fotos são por vezes importantes na consulta, porque despoltam conversas, regresso
ao passado, de abrir portas e a própria pessoa reconhece a sua continuidade (“eu quando era
pequenino...”).

3.Sentido de ser semelhante e diferente em relação aos outros.

4.Sentido de independência entre o conceito de si próprio e a realidade.

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5.Conceito de fidelidade: ser fiel é investir, envolver-se numa ideologia, profissão

Moratória Psicossocial
A dificuldade deste estádio implica a existência de um período de moratória psicossocial em que
o adolescente se descobre a si próprio. Este é um período em que a sociedade permite ao
adolescente lidar com as suas dificuldades de identidade, ou seja, é como uma espera em que o
adolescente procura alternativas e experimenta diferentes papéis de modo a perceber o que é e o
que quer ser para depois se assitir a um período de síntese e integração para investimentos
adultos.A sociedade permite aos jovens que eles explorem vários campos e profissões,
nomeadamente através da escola, para assim se descobrirem. Trata-se de uma fase de “incerteza
motivadora”- “não sei mas vou descobrir”.

Questão 1
Que estruturas são criadas pela sociedade no sentido de permitir esta moratória psicossocial?
R: Escolas, Grupos de Pares.

Que mensagens (paradoxais) são veiculadas neste processo?

Difusão/confusão da identidade
Se não for claro o que os outros esperam do adolescente, haverá uma confusão de papéis e uma
falta de objetivos pessoais, isto é a difusão de identidade.

Dificuldades no processo de separação emocional das figuras de vinculação


O desenvolvimento de uma identidade é um processo complicado visto que a sociedade
exige que os jovens se separem das suas figuras de vinculação, o que leva a que eles
tenham dificuldades em se definirem a si mesmoms (valores, interesses, quem são)
porque não foram capazes de se distanciarem/diferenciarem das figuras de vinculação
familiares. Os pais por sua vez, podem não ter noção de que o seu grande amor pelos
filhos pode estar a aprisionar a diferenciação dos mesmos na construção da sua
identidade.

Ausência de novas ligações e dificuldade no processo de definição de si próprio


A separação causada por exemplo pela mudança de país por questões de trabalho gera
uma falta de apoio, o que os fragiliza. Consequentemente, os jovens começam a ter
dificuldades de se definirem a si próprios e em lidar com as expetativas sociais dos pais
e dos pares. É uma época de grande imprevisibilidade e incerteza.

Dificuldades em lidar com mudanças ao nível do Eu e de circunstâncias de vida

Conflito entre expectativas parentais, sociais e do grupo de pares.

Perda de laços familiares e falta de apoio no crescimento do indivíduo.

Circunstâncias socioculturais: a imprevisibilidade, a incerteza, o caos - não saber que


emprego seguir, que área de estudos seguir, incertezas face a relações emocionais
estáveis.. etc.

Estádio 6 Intimidade vs Isolamento

O estádio 6 ocorre na juventude, aproximadamente entre os 18 e os 35 anos.

Neste estádio começam-se a desenvolver relações de amor e amizade, caraterizadas pela

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partilha, recíprocidade e mutualidade, sendo que só é possivel existirem e serem saudáveis se


tiverem a identidade bem definida.

Neste estádio há a procura do equilíbrio que resulta na capacidade de estar só e de se envolver


simultaneamente uma relação intíma. As pessoas que resolveram bem os conflitos do estádio
anterior possuem mais recursos que permitem construir relações de intimidade com os outros, o
que não significa que não haja medo da rejeição ou receio de exposição aos outros.É importante
notar que intimidade é diferente de fusão, pois a fusão passa por uma identidade a dois, ou seja,
fazer tudo com a outra pessoa.

Neste estádio, os jovens adquirem a virtude amor. Por oposição podem ir pelo caminho de uma
resolução negativa, a promiscuidade ou intimidade sem profundidade, caracterizada pelo
isolamento social mesmo em presença do outro e pela incapacidade de estabelecer relações de
intimidade com os amigos, grupos, namorados ou família.

Estando o sentido de identidade definido, o jovem não teme o compromisso. Ao estabelecer


uma identidade definida e bem fortalecida, o indivíduo estará pronto para uni-la à identidade de
outra pessoa, sem se sentir ameaçado. Esta união caracteriza esta fase: associação com
intimidade de um ego ao outro. Para que a associação seja positiva, é preciso que a pessoa tenha
construído um ego forte e autónomo o suficiente para aceitar o convívio com outro ego. Quando
o ego não é suficientemente seguro, a pessoa irá preferir o isolamento à união, pois terá medo de
compromissos, numa atitude de preservar o seu ego frágil.

Estádio 7 Generatividade vs Estagnação

O estádio 7 ocorre na idade adulta, aproximadamente entre os 35 e os 60 anos de idade.

Neste estádio surge a necessidade de contribuir para o bem-estar presente e futuro das gerações
próximas, onde há uma preocupação com tudo o que pode ser gerado (possibilidade de ser
criativo e produtivo).

A generatividade ou produtividade é uma extensão do amor para o futuro, que passa pela
capacidade para dar algo de si na relação com o outro sem expectativa de reciprocidade-
altruísmo. É a preocupação com as gerações seguintes (visível na transmissão dos valores
sociais de pai para filho), sentindo que sua personalidade foi enriquecida e não modificada com
tais ensinamentos. Isto permite a transmissão de uma cultura e impede a absorção em si mesmo.

Nesta fase, o indivíduo tem a preocupação com tudo o que pode ser gerado desde filhos até
ideias e produtos, pois há uma necessidade inerente ao homem de transmitir, de ensinar. Ao
longo deste estádio os adultos tentam passar o que aprenderam às gerações mais novas,
desenvolvendo a virtude cuidado. Este legado passa pela relação do adulto com filhos,
sobretudo, no sentido da educação, e pela relação de produção no trabalho, isto é, criar projetos,
inventar. É uma fase de afirmação pessoal e desenvolvimento das potencialidades do ego onde a
pessoa sente que todo o esforço da sua vida valeu a pena ao saber que tem um pouco de si nos
outros.

No entanto nem sempre ocorre a generatividade, pois há adultos que estagnam e não tentam
transmitir nada, só querendo saber de si próprios e dos seus interesses, não se importando com o
futuro. Assim como esta transmissão não ocorre, o indíviduo dá-se conta que tudo aquilo que
fez não valeu a pena e não teve um propósito, já que não existe como dar prosseguimento, seja
em forma de um filho, um sócio, uma empresa ou uma pesquisa.

Estagnação como focalização apenas em si próprio e no seu conforto pessoal ,não tentam
transmitir nada e não se preocupam com o futuro.

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O cuidado como virtude própria deste estádio: sentir-se produtivo, dar algo de si aos outros.

É um dos mais extensos estádios psicossociais e resume-se no conflito entre educar, cuidar do
futuro, criar e o preocupar-se exclusivamente com os seus interesses e necessidades.Cada vez
mais esta fase se tem ampliado, pois se até algumas décadas atrás, a forma de viver esta fase era
casando e criando filhos, hoje, com uma gama maior de escolhas a serem feitas, as formas de
expressar a generatividade também se ampliam, de forma que as principais aquisições desta
fase, como dar e receber, criar e manter, podem ser vividas em diversos planos relacionais, não
somente na família.

Questão 2

Que ações generativas (e falhas generativas) têm sido implementadas pelos adultos no sentido
de permitir o desenvolvimento das gerações mais novas?

R: 1.Preocupação com o ambiente e tradução da palavra desenvolvimento sustentado;

2. Escola como legado que procura ultrapassar algumas barreiras impostas ao


desenvolvimento do comportamento das crianças.

Estádio 8 Integridade vs Desespero

O estádio 8 ocorre na velhice, a partir dos 55/60 anos, quando a ideia da morte se impõe no dia
a dia porque os amigos já partiram.Nesta fase, as pessoas fazem assim balanços de vida (o que
fizeram, o que deixaram de fazer, significado das suas realizações) que não são transitórios.

Os idosos tentam lidar de uma forma mais integra e tranquila ou de uma forma mais agitada e
desesperada com a resolução de todos os estádios anteriores, isto é, fazem um balanço do que
foi a sua vida e tentam acertar os acontecimentos passados e a morte.

Neste estádio, os idosos integram os conhecimentos passados se o balanço for positivo, ou


desesperam se o balanço for negativo.

(+)Integridade como resultado da capacidade do indivíduo de integrar as imagens do passado

A integridade corresponde à aceitação do seu ciclo de vida como único, como algo que tinha de
acontecer daquela maneira, ou seja, a morte é encarada como o limite da vida. Associada a uma
sensação de dever cumprido.

(-)O desespero resulta de uma revisão de visão cujo balanço é negativo (raiva,frustração,
depressão)

Corresponde ao descontentamento consigo próprio, ao sentimento de que o tempo de que ainda


dispõe é curto para tentar novas alternativas, de que nada mais pode fazer pela sociedade, pela
família por nada. Vivem em eterna nostalgia e tristeza pela sua velhice. A pessoa pode também
entrar em desespero ao ver a morte a aproximar-se.

A sabedoria como virtude resultante desta fase da vida


De modo a resolver este conflito é importante que os idosos se sintam integrados na sociedade
e sintam que fazem a diferença na mesma, isto é, devem sentir que são úteis. A virtude que

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daqui resulta é a sabedoria: encarar a morte sem medo. Se ao olhar para trás o indivíduo aceita o
decurso dos acontecimentos, as escolhas que fez e a vida tal como a viveu, ele não teme a
morte.

Erikson fala de duas principais possibilidades: procurar novas formas de estruturar o tempo e
utilizar sua experiência de vida em prol de viver bem os últimos anos ou estagnar diante “do
terrível fim”, quando desaparecem pouco a pouco todas as fontes de carícia e o desespero toma
conta da pessoa.

Questão 3
Que estruturas de apoio individuais, relacionais e sociais existem por forma a permitir a
resolução equilibrada deste conflito?
R:Noutros países a população reformada contribui significativamente para o desenvolvimento
do seu país. A sociedade portuguesa não está preparada para acolher os idosos/velhice.

Estádio 9 – a partir dos 80 anos

Gerotranscendência

Relativamente ao 9º estádio, este diz respeito à gerotranscendência. Embora este estádio não
seja tão aceite, consiste no estádio por volta dos 80 anos, onde surge a capacidade dos idosos se
transcenderem e se ligarem ao mundo de uma forma que não física. No fundo as pessoas vivem,
mas é como se não vivessem, ou seja, não fazem mais planos, vivem um dia de cada vez.
Apresenta-nos portanto uma visão mais cósmica, uma visão mais alargada de si.7

Virtudes e críticas à teoria de Erikson

Virtudes

1. Perspetiva mais global do desenvolvimento (mais para a frente, para fora e para cima, Hoare,
2005)

2.Erik criou uma teoria do ciclo-de-vida completo;

3.Relevância de conceitos como o de crise de identidade, o de generatividade e de sabedoria;

4.Plasticidade e aplicabilidade da sua teoria;

Críticas

1.Prende-se com pormenores das suas teorias ou propostas, ao invés de com a sua essência
(demarcação dos estádios; eleição de tarefas específicas);

2.Pressupõe uma aceitação acrítica da sociedade e não é portanto adequada a muitas das
sociedades

3.Criticada por feministas e defensores dos direitos dos homossexuais, defendendo que esta não
é aplicável a mulheres ou a homossexuais(?).

Aula 4 – 04/03/19

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III. Contextos relacionais do desenvolvimento do adulto e do idoso:

1.As relações ao longo da vida

As redes sociais dos idosos são mais reduzidas havendo maior risco de solidão e insatisfação.
As ultimas etapas do ciclo de vida são marcadas por perdas, sendo assinalada uma tendência
disruptiva nas redes sociais- normativamente, a rede social contrai quando se envelhece.

Redes relacionais pequenas não significam níveis menores de bem estar. A redução na rede
social na velhice pode realçar e por vezes sobrecarregar o valor das relações restantes.

Satisfação nas relações melhora com a idade (Charles & Carstensen, 2009; Charles & Figerman,
2011). – Teoria da Seletividade Socioemocional

1.1Oportunidades para a aprendizagem, crescimento e desenvolvimento

Relacionamento: processo interpressoal e dinâmico, que se desenvolve ao longo do tempo e se


modifica conforme as etapas da vida, influenciado por normas e sociais e aspetos culturais.

As pessoas privadas de amizade e amor tendem a ter menos saúde, física ou mental, do que os
outros. Indivíduos socialmente integrados vivem mais (Fehr, 1996)

Relacionamentos pessoais ou mais próximos (com familiares, amigos e parceiros românticos)


atenuam a solidão e proporcionam bem-estar subjetivo, tendo, portanto, papel importante na
felicidade pessoal e na promoção da saúde (Argyle,2001; Berscheid & Regan, 2005).

Nota: Só se começõu a estudar o tema das relações amorosas a partir dos anos 50 (era um
assunto muito subjetivo).

1.2. A perspetiva da teoria da vinculação

Questões Concetuais Gerais

Necessidade humana universal dos indivíduos desenvolverem ligações afetivas de proximidade


ao longo da vida, com o objetivo de atingirem segurança, que lhes permita explorar o self, os
outros e o mundo com confiança.

John Bowlby – modelos internos dinâmicos de vinculação. “A vinculação acompanha os seres


humanos desde o berço até à sepultura.”

Mary Salter Ainsworth – Situação Estranha e tipos de vinculação

Vinculação ao longo da vida

Continuidade Vs Mudança (Bowlby)

Uma vez construídos os modelos internos dinâmicos de self e do outro, estes passam a operar de
forma automática, a nível inconsciente.

Constituem-se como guias para a interpretação das experiências e para a orientação dos
comportamentos de vinculação.

Há uma maior probabilidade de continuidade.

Contudo possuem a capacidade de transformação e adaptação (acomodação a novas situações),

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sendo possível a mudança:

- feita através de uma revisão gradual e baseada em pequenas modificações que se constituem
como experiências desconfirmatórias;

-existe confronto com novos períodos desenvolvimentais;

-há mudanças nas relações de vinculação(relação conjugal, nascimento de um filho, divórcio,


perda)

-processo psicoterapêutico.

Vinculação no adulto e no idoso

As relações pessoais são um dos melhores preditores de uma vida longa, independentemente de
outras variáveis como o estatuto socioeconómico, comportamentos de saúde e personalidade.

Os idosos com relações de proximidade positivas revelam maior envolvimento com a vida,
melhor saúde física e mental, melhor bem-estar e qualidade de vida.

Cônjugues:

Cônjuges são as figuras de vinculação que se apresentam como as mais importantes na idade
adulta, com implicações na saúde e no bem-estar.

O amor é mais centrado na partilha e no cuidado.

Viuvez: uma vinculação segura ao cônjuge conduz a um melhor ajustamento à perda.


Recasamento como um novo desafio.

Filhos:

A qualidade desta relação é determinante para o bem-estar do idoso.

Há uma grande diversidade nos padrões relacionais entre idosos e filhos adultos. Vinculação
segura dos filhos aos pais idosos:

Modelos de vinculação segura estão relacionados com bem-estar na velhice:

-Adaptação positiva a doença crónica;

-Quanto melhor a relação de vinculação pais-filhos, maior a probabilidade dos filhos cuidarem
dos pais com compromisso e satisfação mais tarde.

-Filhos passam a ser vistos pelos pais idosos como base segura a partir da qual é possível
explorar o ambiente e lidar com os desafios, nomeadamente com os desafios do fim da vida.
Ocore a alteração de papéis- pai idoso para de cuidador e recetor de cuidados.

Irmãos

Relação de vinculação importante que geralmente acompanha o indivíduo toda a vida.

Apoio instrumental e emocional, sobretudo em caso de viuvez, irmão solteiro e sem filhos.

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Promove bem estar e saúde mental e fisíca.

Perda dolorosa.

Netos

Interação avós e netos potencia o bem-estar de ambas as faixas etárias.

Os avós emergem nas narrativas dos adultos como modelos significativos nas suas vidas.

A relação entre avós e netos é importante para a manutenção de laços vitais com a família.

Amigos

Apoio emocional quando outros laços falham.

Os idosos que construíram relações de amizade anteriormente tendem a manter essas relações,
principalmente as mulheres.

Figuras Simbólicas

A internalização de figuras de vinculação simbólicas, como Deus, serve como:

-Apoio social;

-Integração do passado e esperança para o futuro;

-Sentimento de controle na sua vida / força interior.

Animais de estimação

Pode existir a vinculação a animais.

Estes são facilitadores da interação humana e oferecem um sentimento de segurança e proteção.

1.4.O Modelo do Apoio Social em Comboio ou Modelo da Escolta Social

Existem alterações da estrutura das relações ao longo da vida.

O apoio social proporciona trocas interpessoais que incluem um ou mais dos seguintes
elementos: afeto,afirmação e ajuda.

Operacionalização do conceito de apoio social – estrutura e função das redes de apoio.

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Transformações da rede de relações ao longo da vida

Mulher de 35 anos, casada,mãe

Tem mais próximo de si o marido, o filho, a filha, a irmã, a mãe e o pai.

Mais longe um pouco, uma melhor amiga de infância, outros membros da família e o irmão.

Ainda mais afastado, outros amigos, o supervisor do seu trabalho, os seus colegas de trabalhoo e
os colegas do marido.

Mulher de 75 anos, viúva, 2 filhos adultos

Tem mais próximo de si só um dos filhos, a sua irmã, uma amiga de infância, um vizinho mais
próximo.

Tem mais longe de si alguns amigos e vizinhos, o seu outro filho.

Ainda mais afastado, outros vizinhos, outros amigos, o seu médico e outros familiares.

Assim, ao longo do desenvolvimento vamos valorizando figuras e relações diferentes de acordo


com os contextos e circunstâncias de vida. A qualidade das relações mais afastadas
emocionalmente é afetada pela proximidade geográfica e pela frequência do contacto, enquanto
que o núcleo mais próximo, ou seja, as relações mais próximas emocionalmente não são
afetadas pela distância geográfica nem pela frequência de contacto. Com a idade, com a perda
de relações muito importantes, a rede relacional muda.

Questões culturais na rede de relações

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Há também questões culturais na rede de relações. Há mudanças de cultura para cultura no que
diz respeito à importância de determinado tipo de relação com determinado parente ou amigo.

2. O sentido da amizade ao longo do tempo;

Na amizade há um carácter voluntário de escolha. O mesmo não acontece nas relações


familiares, pois essas são involuntárias uma vez que temos de conviver com a familia sem
termos grande possibilidade de realizar escolhas.

Os amigos contribuem para a socialização na velhice. Servem como modelos e conselheiros


para o processo de adaptação ao envelhecimento.

2.1 Naureza e estrutura das relações de amizade

Modelo desenvolvimental de Fehr

Segundo Fehr, o surgimento/formação, desenvolvimento e manutenção das amizades dependem


da convergência de 4 fatores:

1.Fatores ambientais como proximidade residencial e densidade populacional;

2.Fatores situacionais como probabilidade de interação e frequência do contacto;

3.Fatores individuais como critérios de inclusão e exclusão utilizados;

4.Fatores didáticos como o apreço mútuo e as revelações recíprocas.

2.2 Acontecimentos e transições de vida

Há acontecimentos e transições de vida, que fazem com que a natureza e a estrutura das
amizades variem de pessoa para pessoa, podendo os indivíduos escolher que tipo de pessoas

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quer para pertencer à sua rede de amigos.

2.3 Dimensões

A amizade tem várias dimensões: afetiva, de partilha, sociabilidade ou mesmo interação


negativa.

2.4 Género e Amizade

Diferenças de género:

As mulheres enfatizam mais a reciprocidade e estabelecem amizades de melhor qualidade, mais


íntimas, que envolvem maior satisfação e que são do tipo face a face(ênfase nas partilhas
afetivas).

Os homens valorizam mais a similaridade (atividades compartilhadas e interesses em comum),


tendo por isso amizades mais instrumentais, do tipo lado-a-lado.

Por norma as pessoas do sexo feminino tendem a criar mais amizades com as pessoas do seu
sexo, e as pessoas do sexo masculino fazem o mesmo.

Moderação, cautela e ceticismo;

Explicações socioculturais:

Comparadas aamizades infantis e adolescentes, as amizades adultas são altamente homogéneas


no que diz respeito a vários aspectos como traços de personalidade, interesses, sexo, idade,
estado civil, religião e status ocupacional.

O tempo livre após a reforma, a saída dos filhos de casa e as condições de saúde física e mental,
de finanças e de moradia são aspetos cruciais à qualidade de vida na velhice, com potencial de
interferir positivamente ou negativamente na formação e manutenção das amizades.

A convivência de idosos e consequentemente o cultivo de amizades tem se mostrado essencial


para a felicidade dos mesmos. Além disso, as amizades na velhice são mais heterogéneas,
especialmente devido à expectativa de vida. As amizades mais antigas são mais procuradas para
troca de confidências, aconselhamento e relembrança de eventos passados em conjunto, ao
passo que as mais novas são valorizadas por oferecerem “um ponto de vista diferente”.

3. As relações amorosas e os estilos de vida não conjugais;

3.1 Oportunidade de revisão dos modelos de si próprio e dos outros

Qualquer relação amorosa permite uma revisão de si próprio e dos outros, uma vez que oferece
uma oportunidade de questionamento constante.

3.2 Princípios úteis na construção de um bom relacionamento

Uma relação na juventude ou idade adulta, é diferente de uma relação na velhice, mas existem
ingredientes que se mantêm:

-Apoio emocional

-Importância da construção e manutenção de uma relação de intimidade. É necessária a


capacidade de nos ligarmos ao outro, de haver partilha e de ter disponibilidade para estar e
conhecer o outro.

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-Sentimento de afeição,admiração (transmissão de afeto e respeito – gesto, olhares, palavras)

-Capacidade de reparar o conflito. O conflito numa relação é inevitável e pode ser saudável, até
porque a inexistência de conflito indica que alguém se está a anular na relação, é demasiado
dependente do outro. Assim é importante que o casal encontre ferramentas eficazes para
ultrapassar esse conflito (isto faz-se com um bom conhecimento do outro).

3.3 Estilos de vida conjugais e não-conjugais:

-solteiro/a

-união de facto

-casado/a (casais hetero ou homossexuais)

-divorciado/a

-recasamento

-viúvo/a – este estilo é muito associado à mulher por questões sociais (a esperança média de
vida das mulheres é maior, os homens iam para a guerra). Qualquer luto é um trabalho de
construção de identidade.

3.5 População residente em Portugal segundo o estado civil

Fonte: Censos 2011 – INE (Instituto Nacional de Estatística)

3.6 Amor e Sexualidade nos adultos mais velhos

Estes temas são negligenciados, pouco conhecidos e incompreendidos pela sociedade, pelos
próprios idosos e pelos profissionais de saúde que não têm muitas vezes formação especializada
na área do envelhecimento e sexualidade, não questionando os idosos sobre a sexualidade talvez
também por não se sentirem à vontade para abordar o assunto, o que não pode ocorrer.

O amor amadurecido em que são valorizadas outras formas de viver a sexualidade.

Sexualidade: quantidade vs qualidade, os idosos estão mais preocupados com a questão da


qualidade das relações e não tanto com a performance.

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Fatores que influenciam a sexualidade:

1. Alterações biológicas e fisiológicas normativas ao processo de envelhecimento.

2. Os pensamentos e atitudes das pessoas são fortemente influenciados pelas normas sociais e
culturais em que se inserem (condições de vida, ideologias religiosas, repressão social da
sexualidade).

3. Fatores psicossociais: não ter parceiro/a, falta de privacidade, condicionalismos contextuais


(institucionalização).

4. A família e as transformações na parentalidade e na conjugalidade

4.2 Parentalidade

A parentalidade é vivida de forma diferente ao longo dos anos de vida do filho, dos pais, de
acordo com a cultura e com a sociedade e de acordo com a influência das expectativas dos
companheiros, dos filhos e dos próprios.

Tarefa altamente complexa e exigente– Complexidade cognitiva

Podemos encarar a capacidade de ser pai ou ser mãe num “curriculum da vida
moderna”(Kegan), que é de grande complexidade cognitiva, isto porque a sociedade e a cultura
impõe muitas exigências relativamente ao papel dos pais e das famílias.

Ser pai/mãe varia com a configuração familiar em que se insere. As famílias monoparentais e
homossexuais possuem exigências diferentes por parte da sociedade em relação a uma família
heterossexual.

A parentalidade traz muitas responsabilidades, obrigações e desafios.

Por vezes, a parentalidade e educação dos filhos são causas de stress parental e de conflito entre
o casal.

Por outro lado, permite sentimentos de enorme gratificação, satisfação e realização pessoal.

Importância dos profissionais como facilitadores de aprendizagem

Os pais são vistos como construtores e transformadores das suas próprias experiências, o que
implica ganhar domínio do exercício da parentalidade que por vezes gera conflito(muitas das
situações de separação são fruto do exercício da parentalidade – “ela desautorizou-me”). e é
necessário recorrer à ajuda de profissionais.

Os pais funcionam como uma base segura e como um incentivo à exploração dos filhos. Caso os
pais apenas funcionem ao nível concreto, não são capazes de exercer estas funções, isto é, não
conseguem descentrar-se e ter várias perspetivas e não conseguem entender a intencionalidade
do outro, não refletem sobre as situações.

4.3 Parentalidade: Modelo Ecológico da Parentalidade (Belsky)

O Modelo Ecológico da Parentalidade procura compreender a parentalidade através da análise


das características dos pais e dos filhos e dos fatores inerentes e externos ao sistema familiar
que afetam a sua qualidade.

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1.Fatores protetores inerentes ao sistema familiar (fatores mais amplos)

-Qualidade da relação conjugal (esta é muito importante para o homem ao nível da satisfação
parental) e processos de coparentalidade (casal em sintonia, consistentes em termos de
educação)

-Pais confiantes e positivos;

-Bom relacionamento familiar (apoiante, securizante e protetor)- familia nuclear e alargada;

-Deve ser analisado o clima da relação e da interação familiar nomeadamente se existe um


estabelecimento de regras adequado, onde a família funciona como suporte social para atender
às necessidades dos filhos..

-Comunicação franca e aberta

-Complexidade das relações familiares e entre irmãos, variável em função do número de


crianças em casa;

-Deve também ser analisada a relação de conjugalidade (se é positiva e transfere um positivismo
ao restante seio familiar), destacando-se o caso do divórcio,situação que complica e afeta a
relação familiar do ponto de vista estrutural,visto que é necessário um grande esforço da parte
dos pais, para mesmo separados fazerem uma gestão racional da família no sentido de
atenderem aos seus filhos e permitir assim que o seu desenvolvimento não seja condicionado, ,
tendo portanto que gerir horários e calendários para definir o tempo que cada um passa com os
filhos.

-Ter em conta que em famílias com mais que um filho, os recursos de atenção e de carinho
devem ser igualmente partilhados por ambos os filhos, e deve ser promovida uma boa relação
entre eles.

2.Fatores stressores extra-familiares (fatores sociais)

-Baixo NSE e desemprego que agravam a boa gestão da família;

-Acontecimentos de vida stressantes como a morte de um familiar próximo;

-Contexto de trabalho dos pais. A tensão no local de trabalho – um microssistema distinto- tem
influência no sistema de parentalidade.

3.Fatores protetores individuais (dos pais)

Há também que salientar os aspetos individuais dos pais:


-Caracterísitcas de personalidade, por exemplo, um pai ou uma mãe com uma boa capacidade
de diálogo e comunicação aberta serão à partida indutores de uma relação mais aberta, de
partilha e confiança;

-Padrões de funcionamento psicológico (autoconfiança, competências de comunicação, de


resolução de problemas, de reflexão, regulação emocional) – ser mais flexível e altruísta;

-História familiar e modelos internos de vinculação;

-Crenças e expectativas relativamente ao desenvolvimento e educação dos filhos.

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4.Fatores individuais das próprias crianças(podem facilitar ou não a parentalidade)

-Sexo(as diferenças de género implicam certos cuidados na relação);

-Condições de nascimento ( prematuridade, caraterísticas físicas e psicológicas como a


possibilidade de ser portador de uma doença grave ou de uma deficiência necessitando assim de
cuidados específicos);

-Comportamento;

-Os fatores individuais das próprias crianças irão condicionar as expectativas que se formarão
acerca da sua educação. Os traços de personalidade, as formas de estar (crianças mais fáceis ou
mais dificeis) e o temperamento dos filhos vão condicionar e determinar a qualidade da relação
establecida com os pais, nomeadamente a possível ocorrência de conflitos ou uma relação mais
calorosa e de partilha.

5. Fatores protetores e socias

-Ambiente social seguro;

-Bons cuidados prestados por terceiros (instituições,escola)

-Fontes informais de apoio (professores,vizinhos,religiosos).

4.4 A Família e as novas configurações familiares

Apesar de se associar a parentalidade à típica família tradicional composta por um pai, uma mãe
e os filhos, é necessário ter em conta que com o evoluir das sociedade começam a emergir com
mais frequência novas configurações familiares como as famílias monoparentais, homossexuais,
acolhimento, multigeracionais,adotivas, fruto de recasamento,entre outras, ainda muito mal
vistas pela sociedade, mas capazes de se adaptarem no sentido de dar estrutura a uma família,
onde a criança se possa desenvolver.

4.4 A Família e as novas configurações familiares: adoção e coadoção

Em 10 de Fevereiro de 2016, o parlamento português aprovou a co adoção de crianças por


casais homossexuais. A 1 de março de 2016, a adoção plena por casais homossexuais foi
permitida pela legislação portuguesa.

4.5 Os múltiplos papéis

O adulto exerce múltiplos papéis. Além de pai e mãe, estas figuras estão inseridas noutros
contextos, nomeadamento o contexto de trabalho.

A relação família-trabalho tem-se tornado cada vez mais exigente, sendo necessário que exista
uma boa gestão de papéis para que não existam conflitos entre eles que levem a que uns afetem
os outros.Assim, dentro da articulação trabalho-família há 3 modelos que não são mutuamente
exclusivos.

1.Modelo da Contaminação (Spillover)

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O que se passa em casa vai para o trabalho e vice- versa. Tende-se a generalizar o que se
aprende num contexto para o outro (regras e formas de agir). É o modelo o mais apoiado e
referido nhos estudos.

2.Modelo da Compensação

Se as coisas correm mal no trabalho, compensamos com a família e vice-versa. Ou seja, se as


coisas correm mal num determinado domínio, a pessoa investe mais noutro domínio, para
alcançar mais satisfação.

3.Modelo da Segmentação

As coisas são separadas, as pessoas articulam-se de formas diferentes nos dois contextos, não
misturando as duas dimensões. Os contextos são separados de forma rígida.

Além dos papéis de pai/mãe, as figuras parentais vêm-se muitas das vezes perante outros papéis
dentro do contexto familiar: o papel de prestadores de cuidados, nomeadamente cuidadores das
figuras parentais em casos de envelhecimento,invalidez, doença ou solidão.

4.5 Os múltiplos papéis: Diferenças de género

As mulheres continuam a ter uma carga de trabalhos excessiva relativamente à divisão de


tarefas (mais trabalho doméstico, mais cuidado dos filhos).

No contexto familiar, pai e mãe apresentam algumas diferenças nos papéis que desempenham,
estando as figuras maternais mais ligadas às lidas de casa e cuidado dos filhos no sentido mais
afetivo e emocional, enquanto pais estão mais ligados às tarefas e apoio instrumental e ao
pagamento das despesas.

Estas diferenças tendem e devem esbater-se.

5. O trabalho/ reforma e a organização dos tempos livres (lazer).

O significado e satisfação no trabalho

-Fonte de reconhecimento e estatuto social

-Competência e realização pessoal (contexto de desafio e de exploração da vida adulta)

-Stresse/alienação

-Desemprego

-O contexto de trabalho e seu significado ao longo da vida ( a transição para a reforma).

A importância do lazer

O lazer é de difícil definição. Normalmente as pessoas que têm uma atividade profissional mais

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ativa, na reforma tal continua a acontecer. As consequências do lazer são positivas. Somos
humanos, não máquinas, urgindo alimentar o nosso bem-estar.

-Tempo livre é diferente de Lazer, sendo que tempo livre é tempo não ocupado com a atividade
profissional, por exempo: cuidar da família, enquanto lazer traduz-se em atividades prazerosas e
há liberdade, isto é as atividades são escolhidas por nós.

-Atividades de lazer

-Mudanças desenvolvimentais no lazer

-Consequências das atividades de lazer

Aula 5 – 11/03/2019

IV. O envelhecimento no contexto do desenvolvimento:


1. Representações sociais e históricas sobre o envelhecimento;
De que falamos quando falamos de envelhecimento?
É importante distinguir que envelhecimento é o processo que se dá ao longo da vida enquanto
velhice é a última etapa do ciclo da vida.

O que é ser velho?


Há muitos estereótipos sociais em torno da questão da velhice devidos em parte ao papel dos
meios de comunicação social (filmes e publicidades onde são abordadas representações deste
tema).
Há questões socio – culturais envolvidas na questão da velhice. Por exemplo, nos países
ocidentais é quase um insulto perguntar-se a idade a alguém enquanto no Japão fazem questão
de o fazer para garantia de que os idosos vão ter o cuidado que merecem. Assim,nos países
ocidentais ser velho tem papel, por norma, negativo, devido a vários preconceitos e estereótipos
impostos pela sociente, há uma cultura orientada para o individualismo para evitar ao máximo o
envelhecimento. Já a cultura japonesa é orientada para a velhice.
Existem várias representações dos velhos: idosos mais isolados, mais deprimidos, em que as
pessoas acham que já não servem para nada até aqueles idosos que têm mais sabedoria,
conhecimento, contadores de histórias, que são considerados como úteis para algo.
O processo de envelhecimento é também mais penoso para as mulheres.

–Idadismo (Ageism; Butler, 1969; Palmore, 2004)


É o preconceito ligado à idade. Ninguém gosta de ser velho, e isto deve-se a vários preconceitos
e estereótipos impostos pela sociedade.
Há tendência em simplificar e generalizar a categoria da 3ª idade, por exemplo dizer que todos
os idosos são dependentes.
Muitas vezes, as pessoas não notam que possuem este preconceito, incluindo os profissionais, e
não é intencional, existindo também entre os idosos.

–Os “jovens-idosos” e os “idosos-idosos”; “idade cronológica vs idade funcional”; 3ª idade vs


4ª idade” (Neugarten, 1975; Baltes & Smith, 1999, 2003)
As representações de velho como incapacitado a partir de determinada idade são erradas,pois
muitas vezes há velhos mais ativos do que pessoas mais novas, jovens.
Se isto continuar a processar-se na sociedade, se se começa a tratar todos os idosos desta forma,
haverá efeitos sobre a população idosa, por exemplo, um velho que até é muito ativo, ao saber
que são estas as ideias presentes sobre a sua faixa etária, pode ficar de facto incapacitado.

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Não se consegue tirar conclusões só olhando para a idade cronológica e, portanto, esta não deve
ser um marco de análise para o envelhecimento.

2. Desafios da longevidade à organização social;


Tem-se vindo a verificar que a expectativa de vida e a esperança média de vida têm vindo a
aumentar. Com este aumento de longevidade surgem as questões:

1.Quanto tempo iremos viver?

2.Gostaríamos de viver para sempre?


Muita gente gostaria de viver para sempre mas tem medo da idade. Por exemplo, as pessoas
optam por fazer plásticas, numa tentativa de se tornarem mais jovens, ou então por terem medo
da idade.
Existem pessoas com medo de uma vida sem qualidade, solitariamente e de não ter feito tudo
aquilo que se tencionava fazer.

Até que ponto o ciclo de vida pode ser prolongado?


No máximo, vive-se aproximadamente até aos 120 anos.
Esta questão prende-se com fatores biológicos e, atualmente, a longevidade em termos de
estudos, mesmo sem doenças, não dura mais que 110/120 anos.
Estimativas do INE apontam para um recorde de 3393 pessoas com mais de 100 anos a residir
em Portugal, cinco vezes mais que no início do século.
Entre os factores que influenciam a duração do ciclo de vida destacam-se o avanço da ciência
(últimas descobertas científicas) e a clonagem.

The Blue Zones


As zonas azuis são zonas identificadas no mundo nas quais a longevidade é maior.
São cinco as zonas azuis: Loma Linda (EUA), Nicoya (Costa Rica), Sardenha (Itália), Icária
(Grécia) e Okinawa (Japão).

Têm-se procurado os “segredos” para viver mais tempo e por isso estudaram-se as populações
destas zonas.Encontrou-se que nestes locais:
1.Existe uma dieta mais baseada em vegetais e utilizam-se estratégias para não comer
demasiado como por exemplo utilizar um prato mais pequeno. (Práticas alimentares)
2.Quanto mais velho se é, mais valor se tem e melhor são os cuidados que as pessoas têm;
3.Existem comunidades em que os indivíduos se suportam mais ao longo da vida;
4.As pessoas têm objetivos diários bem definidos;
5.As pessoas fazem exercício, de forma integrada na sua vida e não forçadamente;
6.Tira-se tempo para fazer atividades calmas, 15 minutos por dia.
O envelhecimento da população- Portugal (1960-2001)
A população em Portugal tem envelhecido significativamente com o tempo, sendo que em 40
anos:
-A proporção de jovens (0 a 14 anos) diminuiu 36%.
-A proporção de idosos aumentou 140%.

O Crescimento da População Idosa é 4 vezes superior ao da População Jovem

Portugal 2050
Em 2050, estima-se cerca de 700.000 pessoas com mais de 100 anos de idade.

O envelhecimento da população-Alguns números preocupantes em Portugal


Com o aumento da longevidade surgiram também alguns problemas em Portugal, pela forma
como este facto tem sido tratado:

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-1,87 milhões é o número estimado de idosos em Portugal;


-Atualmente, em Lisboa, há 33.770 idosos isolados, 82% dos quais são mulheres;
-Um em cada 5 idosos, vive sozinho;
-Um em cada 4 idosos com 75 e mais anos vive sozinho;
-Estimativas de que 90% da população portuguesa vai necessitar de Cuidados Continuados;
-Há vários milhares de idosos em Listas de Espera para entrar nos Lares das Instituições do
Setor Social;
-Entre 2013 e 2016, a violência contra idosos aumentou 30% em Portugal. 80% são mulheres.

Três áreas fundamentais das Políticas Sociais em Portugal


Pobreza
Saúde
Envelhecimento da população
1.Pensões e apoio social
2.Cuidados de saúde, incluindo cuidados de saúde continuados
3.Mercado de trabalho

Os impactos político-sociais do aumento da longevidade


Sustentabilidade das reformas / idade da reforma
Com o aumento da longevidade, mais pessoas idosas existem, e mais reformas são necessárias.

Crescimento das despesas com a saúde


Muitos idosos ficam hospitalizados durante muito tempo por questões de saúde.

Formas de intervenção ao nível dos cuidados formais e informais


São cada vez mais diversificadas (câmaras, instituições que tentam chegar a todos os idosos).
Pessoas irem a casa das pessoas idosas ou não idosas que precisam de apoio mais formal.

Transição dos tempos de atividade para os de inatividade


O que podemos fazer com estas pessoas que passam para a inatividade?

Qualidade de vida nos idosos

Estatuto dos idosos na sociedade

Gestão das relações familiares/ solidariedade intergeracional


Em termos de estrutura tudo fica diferente, podendo as pessoas mandar os idosos para os asilos,
hotéis, lares.

Modelo social vigente.


Os impactos político-sociais do aumento da longevidade (algumas propostas e
constatações):
Oportunidades para intervirem na vida em sociedade:
Potenciar tanto as experiências como as capacidades das pessoas idosas.

Inclusão social
Integração das pessoas idosas no seio familiar, intercâmbio favorável a todas as partes.

As pessoas idosas constituem um segmento de mercado em ascensão


Os prestadores de cuidados de saúde, operadores de turismo, as marcas de cosméticos,
residências que incluem todos os serviços de apoio e universidades de terceira idade.

Desafio às empresas no sentido de potenciarem o bem-estar das pessoas idosas

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Potenciar o bem estar das pessoas idosas, valorizando a condição física, ofertas consoante a
capacidade da pessoa, horários mais adequados, ajudando-os a planear a sua reforma.

Redução do isolamento social e geográfico


Apoio social e domiciliário, novas formas de organização das relações sociais,por exemplo
solidariedade entre vizinhos.

A partir do final da formação, as atividades de produção/trabalho e descanso/lazer deviam


prolongar-se em simultâneo

3.Conceções biopsicossociológicas sobre o envelhecimento e a pessoa idosa


O envelhecimento deve ser enquadrado pelo idoso num contexto biopsicossocial, pois o
processo de envelhecimento engloba uma dimensão biológica,uma dimensão psicológica e uma
dimensão social. Seria redutor falar de envelhecimento nessas 3 dimensões.

1.Envelhecimento biológico (senescência)


Inclui todos os fatores genéticos e relacionados com a saúde física (reflete uma vulnerabilidade
crescente).
Senescência é a decadência e envelhecimento celular.
Esta componente é a mais estudada no processo de envelhecimento.

Com o passar da idade ocorre:


Limitação da capacidade de reprodução das células

É atingido o cansaço do funcionamento hormonal


É diminuída a secreção de hormonas

Danificação do código genético, conduzindo ao fabrico de enzimas inúteis ou prejudiciais.

Declínio da integridade funcional de um órgão, tecido ou células particulares


Os tecidos e as estruturas tendem a tornar-se menos elásticos e eficientes

O Cérebro em envelhecimento (mais problemas do sistema nervoso)


O cérebro entra em envelhecimento e portanto agravam-se os problemas do sistema nervoso,
pelas perdas das células nervosas. No entanto o cérebro tem grande capacidade de regeneração
(plasticidade-diminui a quantidade de células, mas podem aumentar sinapses entre elas)- ainda é
possível ocorrer estimulação celular e por isso a aprendizagem continua.
Há uma perda de peso do cérebro (10%), sendo a maior perda associada à memória(massa
branca) e sendo também significativa a perda de peso do cerebelo associado ao equilíbrio e
coordenação.

Sistema cardiovascular e sistema respiratório


As doenças de coração e respiratórias vão sendo cada vez mais frequentes. O sistema
respiratório vai tendo menos poder de auto-regeneração e dá-se a diminuição da caixa toráxica
com o atrofiamento dos músculos.

Funcionamento sensório e psicomotor


Há um perda parcial ou total dos sentidos: visão, audição,olfato e gustação (estas duas últimas
levam à tendência a aumentar os temperos das comidas).
Há ainda perda de força, coordenação e tempo de reação (tendem a ter mais rapidamente
fraturas quando se aleijam).

Sistema reprodutivo (funcionamento sexual)


É um mito que os idosos não têm vida sexual.

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Menopausa – fase crítica nas mulheres.

Outras mudanças físicas (pele, cabelo, altura)


As pessoas ficam com a pele mais seca e velha, o cabelo fica com tonalidade branca e há queda
de cabelo, e as pessoas diminuem em altura.

Todas as mudanças que ocorrem a nível de envelhecimento dos sistemas nervoso,


cardiovascular, respiratório e reprodutor, do funcionamento sensório e psicomotor e das
alterações físicas vão ter consequências a nível psicológico.

2.Envelhecimento psicológico
Inclui todos os fatores percetivos, cognitivos, emocionais e de personalidade, isto é, consiste na
capacidade do indivíduo de se auto-regular face ao processo de senescência e de lidar com a
vulnerabilidade biológica.
É a mais importante pois diz respeito à atitude perante a vida, à maturidade e à forma subjetiva
como as pessoas percebem as mudanças físicas e as limitações. É o que distingue o porquê de
uma pessoa envelhecer de uma forma e outra de outra forma. Diz respeito ao significado que o
envelhecimento tem para as pessoas.

Na componente psicológica há uma constante interação entre a pessoa e o ambiente, no sentido


da pessoa aprender a lidar com os desafios que lhe vão sendo propostos com o avançar da idade.

Ao nível da cognição verifica-se um declínio e menor velocidade de processamento, atenção e


memorização sobretudo a novos estímulos. Este declínio acentua-se sobretudo quan do deixam
as suas atividaes profissionais. Os idosos têm por vezes capacidades cognitivas fornecidas pela
experiência de vida, com uma atitude e significado muito diferente do que os jovens.

Há a distinção entre Mecânica Cognitiva e Pragmática cognitiva.


1.Mecânica cognitiva
Pobre em conteúdo,universal,biológica, e geneticamente predisposta. Inclui a velocidade,
precisão e coordenação de operações de processamento mental elementares,memória sensorial e
motora,discriminação, categorização e atenção seletiva, assim como a capacidade de raciocínio-
inteligência fluída.

2.Pragmática cognitiva
Rica em conteúdo,dependente da cultura e baseada na experiência.
Inclui a capacidade da leitura e da escrita,qualificações educativas,capacidades
profissionais,estratégias de resolução de problemas, assim como o conhecimento sobre o self e o
significado e condução da própria vida – inteligência cristalizada)

Plasticidade cognitiva.

A sabedoria e o processo de envelhecimento- na interface da cognição


Sabedoria é um refinamento das pragmáticas cognitivas, altamente sensível ao contexto e à
incerteza da própria existência humana
Não é apenas uma questão de cognição, é um olhar positivo sobre o envelhecimento.
É um processo extremamente complexo e heterogéneo em termos intra e interpessoais
Necessidade de se redimensionar a investigação/práticas de avaliação e/ou intervenção para se
aproximarem às dinâmicas específicas deste domínio.
É um território muito cruzado enntre cognição, emoção e relação.
Principais resultados (Baltes & Smith, 2008):

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-Elevados níveis de sabedoria são raros na população;


-O período de vida entre o final da adolescência e o início da vida adulta parece ser a primeira
janela para a emergência da sabedoria;
-Para que a sabedoria se desenvolva é necessário mais do que a idade- é necessário uma
complex coalition de fatores psicológicos, sociais, profissionais e históricos.
-Durante a vida adulta a inteligência não é o maior preditor da sabedoria associada ao
conhecimento, sendo que os valores e a emoção desempenham um papel relevante.
-As pessoas possuem muito mais sabedoria do que é possível avaliar com os
procedimentos de investigação em uso;
-A sabedoria manifesta-se em comportamentos não verbais e socais.

Personalidade: O que é?
Eysenck: organização duradoura e mais ao menos estável do caráter, temperamento, intelecto e
físico de uma pessoa que fazem dela um ser único e irrepetível.

O que acontece à personalidade à medida que envelhecemos?


A personalidade na velhice é complexa e ainda em concetualização (arquitetura incompleta).
Surge a metateoria ou modelo de análise de Dan McAdams:
3 níveis de análise:
1º nível: Estabilidade estrutural e diferencial(Big 5 traços de personalidade)
1.Extroversão – os níveis médios de extroversão diminuem ao longo da vida.
2.Agradabilidade – os níveis médios de agradabilidade aumentam ao longo da vida.
3.Responsabilidade ou conscienciosidade- os níveis médios aumentam ao longo da vida, mas
podem diminuir na meia idade e velhice.
4.Neuroticismo-os níveis médios de neuroticismo diminuem gradualmente ao longo da vida,
mas podem aumentar na velhice.
5.Abertura- os níveis médios de abertura aumentam durante a adolescência e depois diminuem
gradualmente ao longo da vida.

Emoções
-Idosos mostram aumento na perceção de controle das emoções com o aumento da idade.
-A experiência acumulada/especialização do conhecimento/seleção de estratégias de coping
emocional efetivas parece levar à escolha de estratégias menos custosas(desenvolvimento do
self) na regulação das emoções o que lhes rende um processo mais automático e eficiente.
-Primazia das metas emocionais na velhice: os idosos tem menos recursos cognitivos, porém
são mais motivados a regular as suas emoções. Idosos recorrem a uma grande proporção dos
seus recursos cognitivos para regular emoções em detrimento de outras tarefas cognitivas
-Danos na substância branca nas regiões pré-frontais (ex. doenças cardiovasculares) diminuem
os mecanismos de controle cognitivo disponíveis para regular emoções, tornando os idosos mais
vulneráveis à depressão.

3.Envelhecimento social
Inclui os fatores interpessoais, sociais e culturais que afetam o desenvolvimento, isto é, adequar
os papéis sociais consoante a sua condição e as expectativas da sociedade.

Novos contornos de vida familiar


Hoje em dia é difícil juntar toda a família, devido às novas configurações de família e às
distâncias geográficas.
Morte do cônjuge (Viuvez).
A maioria vive com um filho ou sozinho.
O conceito de família alargada começa a ser cada vez mais escasso e menos estruturante,
levando ao isolamento social e ao abandono, por exemplo cada vez mais se verifica seletividade
em relação às pessoas com quem queremos estar, muitas vezes por falta de tempo.

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Solidariedade intergracional.

As amizades como grande fonte de apoio social que têm que ser criados ao longo da vida

O Trabalho, o lazer e a transição para a reforma


Efeitos da reforma no indivíduo - hoje em dia a reforma já tem mais continuidade devido a se
planear a reforma mais cedo e a planos poupança.
Teoria dos papéis sociais (Rosow, 1967) vs Teoria da continuidade da reforma (Atchley, 1989)
Segundo a teoria dos papéis sociais, as pessoas têm vários papéis e investem muito no papel
profissional, logo a ausência deste terá um grande impacto aquando da altura da reforma.
Segundo a teoria da continuidade da reforma, com o surgimento desta, há uma extensão dos
outros papéis sociais e mesmo do papel profissional.

Instituições de assistência onde podem passar o seu tempo de forma agradável, e com outras
pessoas na mesma situação que eles.

Aula 7 - 26/03/2019

Teste

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