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Aula 1 – 11/02/19
Avaliação
1ºTeste na aula 7 – 25 de Março das 14h00 às 16h00 (AULA 1 a AULA 5)
2ºTeste na aula 12 – 29 de Abril das 14h00 às 16h00 (AULA 6, AULA 8 a 11)
Teórica – 2 Testes (mínimo 8 valores em cada e mínimo 10 nota final) -> 70% da nota final.
Prática –> 30%
Nota:
Aula de Reposição:10 Abril, sala 250 – Aulas 10 e 11
Última aula prática: Aula 15 (20 de maio)
Programa 1ª Frequência
Aula 4 (4 março)
III. Contextos relacionais do desenvolvimento do adulto e do idoso:
1. As relações ao longo da vida
2. O sentido da amizade ao longo do tempo;
3. As relações amorosas;
4. A família e as transformações na parentalidade e na conjugalidade;
5. O trabalho/ reforma e a organização dos tempos livres.
Programa 2ª Frequência
Aula (9 – 8 abril)
6. Morte e processos de luto
Aula 2 – 18/02/19
Vários fatores contribuíram para a emergência de uma nova perspetiva do ciclo de vida.
3.Movimentos sociais, culturais e políticos americanos (defesa dos direitos das minorias);
procura dos precursores desenvolvimentais do envelhecimento e a emergência da
gerontologia( estudo do envelhecimento)
No estudo do envelhecimento, a defesa das mulheres e dos idosos levou à procura do estudo de
diversas variáveis acerca da velhice, tais como a identificação dos elementos responsáveis pela
satisfação na meia-idade feminina, tendo em conta as perdas do envelhecimento e a
investigação dos elementos associados a uma velhice saudável e ativa em homens e mulheres.
Para isso efetuaram-se estudos longitudinais onde eram avaliadas pessoas em vários momentos
da vida (criança-adolescente-idoso), sendo assim estudos com grande rigor metodológico. Um
dos investigadores mais importantes foi Berkley.
Estas fontes de influência e outras (teorias de Jung, Buhler e Erikson, paradigma life course,
nova metodologia de Schaie, behaviorismo) tiveram um grande impacto sobre o interesse dos
autores pela descrição dos padrões evolutivos da velhice e da plasticidade ou capacidade de
modificar o desempenho cognitivo em adultos e idosos.
Nasceu, então, a Psicologia do Envelhecimento, que pressupõe um desenvolvimento ao longo
de toda a vida - paradigma lifespan. Assim, se as pessoas se desenvolvem do nascimento
até à morte, nós podemos intervir para otimizar este desenvolvimento.
8.Baltes
Paul Baltes é a figura mais significativa relativamente às perspetivas do ciclo de vida sendo que
foi ele o criador de um instituto sobre o desenvolvimento do ciclo de vida. Baltes fala do
desenvolvimento começando na conceção e termina na morte. Para ele a vida não começa no
nascimento mas sim antes.
Em Portugal surgiram autores como Merval Rosa (1987), Marchand (2005), António Fonseca
(2004), Margarida Lima (2004) e Constança Paul e A.Fonseca (2005).
Fez o curso de Psicologia e no ínicio da sua carreira foi um Piagetiano com interesse pelas
variações culturais e pela psicologia cultural.
Em 1963 concluiu o mestrado e casou com Magret Baltes e foram ambos para os EUA a convite
de Warner Schaie, que estava a desenvolver um estudo acerca do desenvolvimento intelectual na
vida adulta, que teria seguimento até aos anos 90. (INTERLIGAÇÃO COM O QUE FOI
FALADO NOS PERCUSORES)
Em parceria com a sua esposa elabora o modelo de otimização seletiva com compensação
(Modelo SOC).
(Muitos profissionais consideravam que não se devia fazer intervenção no idoso e ainda hoje há
muito preconceito em relação a esta faixa etária.)
Neste sentido, existem 3 grandes objetivos transversais às perspetivas do ciclo da vida de modo
a conhecer o processo de desenvolvimento ou envelhecimento para posteriormente ser possível
atuar no mesmo domínio:
Exemplo
(Descrever) A organização sociocultural determina que as pessoas numa determinada idade se
reformem podendo isto ser uma transição prevísivel pode provocar algo as pessoas que,não
sendo capazes de lidar com esta criste, não se conseguem adaptar bem a esta situação.
(Explicar)+(Otimizar) Tentar perceber que processos, mecanismos, fazem com que as pessoas
passem para este modo de vida de forma melhor, mais integrada, e assim vamos otimizar, para
que as pessoas não experienciem uma crise.
2.Multidimensional
O desenvolvimento vai ocorrendo por etapas todas elas importantes e propícias ao
desenvolvimento multidimensional. No entanto, existem mudanças biológicas, cognivas e
socioemocionais que influenciam o desenvolvimento.
3.Multidisciplinar
O desenvolvimento psicológico deverá ser estudado nas suas diversas dimensões, ou seja,visto
como contexto interdisciplinar (antropologia, biologia, neurociências e sociologia). Havendo
deste modo uma ligação de um maior número de profissionais entre si ao tema.
4.Multidirecional
O desenvolvimento é complexo e há uma grande diversidade e pluralismo de desenvolvimento
na direção das mudanças, podendo ocorrer mudanças opostoas dentro do mesmo domínio.
Durante o mesmo período desenvolvimental,certos sistemas comportamentais(biológicos,
cognitivos, socioemocionais) poderão evidenciar crescimento, outros porém, decréscimo.
Objetivos do modelo:
1. Pretende construir uma visão sistémica do desenvolvimento humano ao longo do ciclo da
vida.
1)Seleção
Há uma seleção onde os sujeitos desenvolvem uma hierarquia de preferências, prioridades e
objetivos, de modo a selecionar quais os estímulos que sejam compatíveis com os recursos
disponíveis em que devem investir.
Há assim a especificação e diminuição da amplitude de alternativas permitidas pela plasticidade
individual com o investimento num conjunto de objetivos e de domínios/contextos de
funcionamento mais do que em outros.
2)Otimização
Nesta fase, as pessoas vão investir unicamente nos meios/recursos internos e externos que
permitem alcançar os objetivos estabelecidos e que permitem níveis superiores de
funcionamento.Pode ser realizada mediante a educação, a prática e suporte social dirigidos à
cognição, à saúde, à capacidade atlética e às habilidades artísticas e sociais.
Há prática e interesse na área que se decidiu investir no processo de seleção o que culmina em
otimização.
3)Compensação
Processo envolvido na adoção de alternativas para a manutenção de um dado nível de
funcionamento em face da perda ou declínio nos meios para atingir os objetivos.
Na terceira idade, com um declínio físico, cada vez mais isto acontece. Para otimizar eu tenho
que selecionar porque já não consigo fazer o que fazia há 30 anos atras. Para além disso, nos
idosos é necessário ter em conta este processo, uma vez que com o envelhecimento as perdas
são maiores: perda de cônjuges (morte física) e declínio de capacidades e competências (morte
psicológica), cujos idosos devem saber contornar através de mecanismos de compensação.
São alguns exemplos de compensação o uso de aparelhos auditivos, de cadeira de rodas e uso de
deixas para auxiliar a memória verbal.
6.Plasticidade(cognitiva-estimulação)
A plasticidade é uma componente de variabilidade intra-individual e designa-se como o
potencial para diversas formas de comportamento e desenvolvimento. Dependendo das
condições de vida e experiências individuais, o desenvolvimento pode tomar diversas formas. É
a inspiração para o Modelo SOC, pois interessa saber como os indivíduos de várias idades
alocam os seus recursos internos e externos no sentido de maximizar ganhos e minimizar
perdas. Tem implicações para a intervenção uma vez que a cultura afecta a plasticidade.
O envelhecimento acarreta um declínio das capacidades intelectuais que se reflete na
diminuição da plasticidade comportamental. Contudo, isto não significa incompetência
cognitiva uma vez que esse declínio pode ser compensado e otimizado.
7.Contextualismo
Qualquer trajetória de desenvolvimento individual pode ser compreendida como o resultado das
interações entre três sistemas de influência que atuam de forma concorrente na construção de
regularidades e diferenças individuais nas trajetórias de vida.
2.O indivíduo como produtor do seu próprio desenvolvimento (co construção entre a biologia, a
cultura e o indíviduo)
O individuo deixa de ser visto como ser passivo e deixa de ser considerado tábua rasa. Em
termos desenvolvimentais não é isto que acontece pois o individuo tem um papel ativo: os
jovens e adultos podem procurar ajuda e procurar a promoção do desenvolvimento. Os idosos
começam a procurar ajuda e consideram que pode haver mudanças na sua vida e melhor
qualidade de vida. Os indíviduos não são responsáveis pelo seu desenvolvimento mas pode
procurar ajuda para o otimizar.
Paradigma lifespan
Compreede o desenvolvimento como um processo contínuo, multidimensional e multidirecional
de mudanças compostas por influências genético-biológicas e socioculturais, de natureza
normativa e não normativa, marcado por ganhos e perdas e por interatividade entre o indivíduo
e a cultura.
Aula 3 – 25/02/19
Notas biográficas
Nasceu na Alemanha (Frankfurt) a 15 de Julho de 1902. Filho de pais dinamarqueses que se
separaram antes do seu nascimento, vivendo os 3 primeiros anos sozinho com a mãe.
Durante a infância foi-lhe ocultada a verdadeira paternidade, tendo este facto levado a
dificuldades posteriores como a autoridade e a consequências na sua própria identidade, o
que o levou a adotar o desenraizamento e a procura de um sentido de identidade como
problemática central ao longo da vida.
Foi educado na religião judaica de acordo com o seu padrasto. Faz formação psicanalítica e
muda o enfoque da teoria do desenvolvimento psicossexual para o problema da identidade. Casa
em 1930 com Joan Erikson.
Em 1933,emigra para os EUA e assume uma nova “paternidade” (naturaliza-se americano)-
torna-se professor e leciona nas universidades de Harvard, Berkeley e Yale. Estuda a influência
de fatores culturais no desenvolvimento psicológico.
Princípio Epigenético
O desenvolvimento é baseado no princípio epigenético que diz que o desenvolvimento ocorre
segundo uma sequência ou um plano base pré- determinado que determina quais as partes
componentes que se deverão desenvolver no espaço e no tempo, num contínuo que é inevitável.
Estádio
Corresponde a um determinado período de desenvolvimento, com um tempo próprio de
emergência, em que convergem o crescimento físico, a maturidade física e cognitiva e as
exigências impostas pela sociedade e a realização de determinadas tarefas de desenvolvimento.
Conflitos Nucleares
Em cada estádio ocorrem conflitos nucleares que consistem em momentos de crise envolvendo
decisões contraditórias, cuja solução depende de vários fatores do desenvolvimento. No fundo,
cada estádio é caraterizado por uma tarefa psicossocial e por uma crise normativa, que por sua
vez incluem duas atitudes ou posições opostas – uma relativa à resolução positiva e outra
relativa à resolução negativa da tarefa ou crise. Em cada etapa, uma crise corresponde a uma
vulnerabilidade a que o indíviduo é sujeito e que ele tem de enfrentar.
Crise
A resolução destes conflitos potencia o desenvolvimento, isto é, as crises são períodos de
crescente vulnerabilidade e potencial ao mesmo tempo. As crises resolvem-se durante toda a
vida, por exemplo um idoso pode ainda estar a resolver questões de confiança versus
desconfiança e isto pode dificultar a resolução da crise da última idade.
A solução ideal das crises é o equilíbrio ente as diferentes dimensões, por exemplo, confiança vs
desconfiança, deve haver um pouco de ambas.
É possível passar ao estádio seguinte sem ter crises de outos estádios anteriores resolvidos.
Contudo, se a crise de um determinado estádio for resolvida com sucesso isto leva a uma maior
competência para lidar melhor com o estádio seguinte, permitindo adquirir uma nova virtude.
Assim as crises são ponto cruciais, decisivos do desenvolvimento humano.
Inclui:
1.Sentido de unicidade entre diferentes conceções de si próprio
Consiste na interligação de vários “eus”, por vezes contraditórios, num único eu consistente.
As pessoas são capazes de harmonizar várias concepções de si mesma. No entanto, unicidade
não quer dizer que não haja também ambivalência.
Moratória Psicossocial
A dificuldade deste estádio implica a existência de um período de moratória psicossocial em que
o adolescente se descobre a si próprio. Este é um período em que a sociedade permite ao
adolescente lidar com as suas dificuldades de identidade, ou seja, é como uma espera em que o
adolescente procura alternativas e experimenta diferentes papéis de modo a perceber o que é e o
que quer ser para depois se assitir a um período de síntese e integração para investimentos
adultos.A sociedade permite aos jovens que eles explorem vários campos e profissões,
nomeadamente através da escola, para assim se descobrirem. Trata-se de uma fase de “incerteza
motivadora”- “não sei mas vou descobrir”.
Questão 1
Que estruturas são criadas pela sociedade no sentido de permitir esta moratória psicossocial?
R: Escolas, Grupos de Pares.
Difusão/confusão da identidade
Se não for claro o que os outros esperam do adolescente, haverá uma confusão de papéis e uma
falta de objetivos pessoais, isto é a difusão de identidade.
Neste estádio, os jovens adquirem a virtude amor. Por oposição podem ir pelo caminho de uma
resolução negativa, a promiscuidade ou intimidade sem profundidade, caracterizada pelo
isolamento social mesmo em presença do outro e pela incapacidade de estabelecer relações de
intimidade com os amigos, grupos, namorados ou família.
Neste estádio surge a necessidade de contribuir para o bem-estar presente e futuro das gerações
próximas, onde há uma preocupação com tudo o que pode ser gerado (possibilidade de ser
criativo e produtivo).
A generatividade ou produtividade é uma extensão do amor para o futuro, que passa pela
capacidade para dar algo de si na relação com o outro sem expectativa de reciprocidade-
altruísmo. É a preocupação com as gerações seguintes (visível na transmissão dos valores
sociais de pai para filho), sentindo que sua personalidade foi enriquecida e não modificada com
tais ensinamentos. Isto permite a transmissão de uma cultura e impede a absorção em si mesmo.
Nesta fase, o indivíduo tem a preocupação com tudo o que pode ser gerado desde filhos até
ideias e produtos, pois há uma necessidade inerente ao homem de transmitir, de ensinar. Ao
longo deste estádio os adultos tentam passar o que aprenderam às gerações mais novas,
desenvolvendo a virtude cuidado. Este legado passa pela relação do adulto com filhos,
sobretudo, no sentido da educação, e pela relação de produção no trabalho, isto é, criar projetos,
inventar. É uma fase de afirmação pessoal e desenvolvimento das potencialidades do ego onde a
pessoa sente que todo o esforço da sua vida valeu a pena ao saber que tem um pouco de si nos
outros.
No entanto nem sempre ocorre a generatividade, pois há adultos que estagnam e não tentam
transmitir nada, só querendo saber de si próprios e dos seus interesses, não se importando com o
futuro. Assim como esta transmissão não ocorre, o indíviduo dá-se conta que tudo aquilo que
fez não valeu a pena e não teve um propósito, já que não existe como dar prosseguimento, seja
em forma de um filho, um sócio, uma empresa ou uma pesquisa.
Estagnação como focalização apenas em si próprio e no seu conforto pessoal ,não tentam
transmitir nada e não se preocupam com o futuro.
O cuidado como virtude própria deste estádio: sentir-se produtivo, dar algo de si aos outros.
É um dos mais extensos estádios psicossociais e resume-se no conflito entre educar, cuidar do
futuro, criar e o preocupar-se exclusivamente com os seus interesses e necessidades.Cada vez
mais esta fase se tem ampliado, pois se até algumas décadas atrás, a forma de viver esta fase era
casando e criando filhos, hoje, com uma gama maior de escolhas a serem feitas, as formas de
expressar a generatividade também se ampliam, de forma que as principais aquisições desta
fase, como dar e receber, criar e manter, podem ser vividas em diversos planos relacionais, não
somente na família.
Questão 2
Que ações generativas (e falhas generativas) têm sido implementadas pelos adultos no sentido
de permitir o desenvolvimento das gerações mais novas?
O estádio 8 ocorre na velhice, a partir dos 55/60 anos, quando a ideia da morte se impõe no dia
a dia porque os amigos já partiram.Nesta fase, as pessoas fazem assim balanços de vida (o que
fizeram, o que deixaram de fazer, significado das suas realizações) que não são transitórios.
Os idosos tentam lidar de uma forma mais integra e tranquila ou de uma forma mais agitada e
desesperada com a resolução de todos os estádios anteriores, isto é, fazem um balanço do que
foi a sua vida e tentam acertar os acontecimentos passados e a morte.
A integridade corresponde à aceitação do seu ciclo de vida como único, como algo que tinha de
acontecer daquela maneira, ou seja, a morte é encarada como o limite da vida. Associada a uma
sensação de dever cumprido.
(-)O desespero resulta de uma revisão de visão cujo balanço é negativo (raiva,frustração,
depressão)
daqui resulta é a sabedoria: encarar a morte sem medo. Se ao olhar para trás o indivíduo aceita o
decurso dos acontecimentos, as escolhas que fez e a vida tal como a viveu, ele não teme a
morte.
Erikson fala de duas principais possibilidades: procurar novas formas de estruturar o tempo e
utilizar sua experiência de vida em prol de viver bem os últimos anos ou estagnar diante “do
terrível fim”, quando desaparecem pouco a pouco todas as fontes de carícia e o desespero toma
conta da pessoa.
Questão 3
Que estruturas de apoio individuais, relacionais e sociais existem por forma a permitir a
resolução equilibrada deste conflito?
R:Noutros países a população reformada contribui significativamente para o desenvolvimento
do seu país. A sociedade portuguesa não está preparada para acolher os idosos/velhice.
Gerotranscendência
Relativamente ao 9º estádio, este diz respeito à gerotranscendência. Embora este estádio não
seja tão aceite, consiste no estádio por volta dos 80 anos, onde surge a capacidade dos idosos se
transcenderem e se ligarem ao mundo de uma forma que não física. No fundo as pessoas vivem,
mas é como se não vivessem, ou seja, não fazem mais planos, vivem um dia de cada vez.
Apresenta-nos portanto uma visão mais cósmica, uma visão mais alargada de si.7
Virtudes
1. Perspetiva mais global do desenvolvimento (mais para a frente, para fora e para cima, Hoare,
2005)
Críticas
1.Prende-se com pormenores das suas teorias ou propostas, ao invés de com a sua essência
(demarcação dos estádios; eleição de tarefas específicas);
2.Pressupõe uma aceitação acrítica da sociedade e não é portanto adequada a muitas das
sociedades
3.Criticada por feministas e defensores dos direitos dos homossexuais, defendendo que esta não
é aplicável a mulheres ou a homossexuais(?).
Aula 4 – 04/03/19
As redes sociais dos idosos são mais reduzidas havendo maior risco de solidão e insatisfação.
As ultimas etapas do ciclo de vida são marcadas por perdas, sendo assinalada uma tendência
disruptiva nas redes sociais- normativamente, a rede social contrai quando se envelhece.
Redes relacionais pequenas não significam níveis menores de bem estar. A redução na rede
social na velhice pode realçar e por vezes sobrecarregar o valor das relações restantes.
Satisfação nas relações melhora com a idade (Charles & Carstensen, 2009; Charles & Figerman,
2011). – Teoria da Seletividade Socioemocional
As pessoas privadas de amizade e amor tendem a ter menos saúde, física ou mental, do que os
outros. Indivíduos socialmente integrados vivem mais (Fehr, 1996)
Nota: Só se começõu a estudar o tema das relações amorosas a partir dos anos 50 (era um
assunto muito subjetivo).
Uma vez construídos os modelos internos dinâmicos de self e do outro, estes passam a operar de
forma automática, a nível inconsciente.
Constituem-se como guias para a interpretação das experiências e para a orientação dos
comportamentos de vinculação.
- feita através de uma revisão gradual e baseada em pequenas modificações que se constituem
como experiências desconfirmatórias;
-processo psicoterapêutico.
As relações pessoais são um dos melhores preditores de uma vida longa, independentemente de
outras variáveis como o estatuto socioeconómico, comportamentos de saúde e personalidade.
Os idosos com relações de proximidade positivas revelam maior envolvimento com a vida,
melhor saúde física e mental, melhor bem-estar e qualidade de vida.
Cônjugues:
Cônjuges são as figuras de vinculação que se apresentam como as mais importantes na idade
adulta, com implicações na saúde e no bem-estar.
Filhos:
Há uma grande diversidade nos padrões relacionais entre idosos e filhos adultos. Vinculação
segura dos filhos aos pais idosos:
-Quanto melhor a relação de vinculação pais-filhos, maior a probabilidade dos filhos cuidarem
dos pais com compromisso e satisfação mais tarde.
-Filhos passam a ser vistos pelos pais idosos como base segura a partir da qual é possível
explorar o ambiente e lidar com os desafios, nomeadamente com os desafios do fim da vida.
Ocore a alteração de papéis- pai idoso para de cuidador e recetor de cuidados.
Irmãos
Apoio instrumental e emocional, sobretudo em caso de viuvez, irmão solteiro e sem filhos.
Perda dolorosa.
Netos
Os avós emergem nas narrativas dos adultos como modelos significativos nas suas vidas.
A relação entre avós e netos é importante para a manutenção de laços vitais com a família.
Amigos
Os idosos que construíram relações de amizade anteriormente tendem a manter essas relações,
principalmente as mulheres.
Figuras Simbólicas
-Apoio social;
Animais de estimação
O apoio social proporciona trocas interpessoais que incluem um ou mais dos seguintes
elementos: afeto,afirmação e ajuda.
Mais longe um pouco, uma melhor amiga de infância, outros membros da família e o irmão.
Ainda mais afastado, outros amigos, o supervisor do seu trabalho, os seus colegas de trabalhoo e
os colegas do marido.
Tem mais próximo de si só um dos filhos, a sua irmã, uma amiga de infância, um vizinho mais
próximo.
Ainda mais afastado, outros vizinhos, outros amigos, o seu médico e outros familiares.
Há também questões culturais na rede de relações. Há mudanças de cultura para cultura no que
diz respeito à importância de determinado tipo de relação com determinado parente ou amigo.
Há acontecimentos e transições de vida, que fazem com que a natureza e a estrutura das
amizades variem de pessoa para pessoa, podendo os indivíduos escolher que tipo de pessoas
2.3 Dimensões
Diferenças de género:
Por norma as pessoas do sexo feminino tendem a criar mais amizades com as pessoas do seu
sexo, e as pessoas do sexo masculino fazem o mesmo.
Explicações socioculturais:
O tempo livre após a reforma, a saída dos filhos de casa e as condições de saúde física e mental,
de finanças e de moradia são aspetos cruciais à qualidade de vida na velhice, com potencial de
interferir positivamente ou negativamente na formação e manutenção das amizades.
Qualquer relação amorosa permite uma revisão de si próprio e dos outros, uma vez que oferece
uma oportunidade de questionamento constante.
Uma relação na juventude ou idade adulta, é diferente de uma relação na velhice, mas existem
ingredientes que se mantêm:
-Apoio emocional
-Capacidade de reparar o conflito. O conflito numa relação é inevitável e pode ser saudável, até
porque a inexistência de conflito indica que alguém se está a anular na relação, é demasiado
dependente do outro. Assim é importante que o casal encontre ferramentas eficazes para
ultrapassar esse conflito (isto faz-se com um bom conhecimento do outro).
-solteiro/a
-união de facto
-divorciado/a
-recasamento
-viúvo/a – este estilo é muito associado à mulher por questões sociais (a esperança média de
vida das mulheres é maior, os homens iam para a guerra). Qualquer luto é um trabalho de
construção de identidade.
Estes temas são negligenciados, pouco conhecidos e incompreendidos pela sociedade, pelos
próprios idosos e pelos profissionais de saúde que não têm muitas vezes formação especializada
na área do envelhecimento e sexualidade, não questionando os idosos sobre a sexualidade talvez
também por não se sentirem à vontade para abordar o assunto, o que não pode ocorrer.
2. Os pensamentos e atitudes das pessoas são fortemente influenciados pelas normas sociais e
culturais em que se inserem (condições de vida, ideologias religiosas, repressão social da
sexualidade).
4.2 Parentalidade
A parentalidade é vivida de forma diferente ao longo dos anos de vida do filho, dos pais, de
acordo com a cultura e com a sociedade e de acordo com a influência das expectativas dos
companheiros, dos filhos e dos próprios.
Podemos encarar a capacidade de ser pai ou ser mãe num “curriculum da vida
moderna”(Kegan), que é de grande complexidade cognitiva, isto porque a sociedade e a cultura
impõe muitas exigências relativamente ao papel dos pais e das famílias.
Ser pai/mãe varia com a configuração familiar em que se insere. As famílias monoparentais e
homossexuais possuem exigências diferentes por parte da sociedade em relação a uma família
heterossexual.
Por vezes, a parentalidade e educação dos filhos são causas de stress parental e de conflito entre
o casal.
Por outro lado, permite sentimentos de enorme gratificação, satisfação e realização pessoal.
Os pais são vistos como construtores e transformadores das suas próprias experiências, o que
implica ganhar domínio do exercício da parentalidade que por vezes gera conflito(muitas das
situações de separação são fruto do exercício da parentalidade – “ela desautorizou-me”). e é
necessário recorrer à ajuda de profissionais.
Os pais funcionam como uma base segura e como um incentivo à exploração dos filhos. Caso os
pais apenas funcionem ao nível concreto, não são capazes de exercer estas funções, isto é, não
conseguem descentrar-se e ter várias perspetivas e não conseguem entender a intencionalidade
do outro, não refletem sobre as situações.
-Qualidade da relação conjugal (esta é muito importante para o homem ao nível da satisfação
parental) e processos de coparentalidade (casal em sintonia, consistentes em termos de
educação)
-Deve também ser analisada a relação de conjugalidade (se é positiva e transfere um positivismo
ao restante seio familiar), destacando-se o caso do divórcio,situação que complica e afeta a
relação familiar do ponto de vista estrutural,visto que é necessário um grande esforço da parte
dos pais, para mesmo separados fazerem uma gestão racional da família no sentido de
atenderem aos seus filhos e permitir assim que o seu desenvolvimento não seja condicionado, ,
tendo portanto que gerir horários e calendários para definir o tempo que cada um passa com os
filhos.
-Ter em conta que em famílias com mais que um filho, os recursos de atenção e de carinho
devem ser igualmente partilhados por ambos os filhos, e deve ser promovida uma boa relação
entre eles.
-Contexto de trabalho dos pais. A tensão no local de trabalho – um microssistema distinto- tem
influência no sistema de parentalidade.
-Comportamento;
-Os fatores individuais das próprias crianças irão condicionar as expectativas que se formarão
acerca da sua educação. Os traços de personalidade, as formas de estar (crianças mais fáceis ou
mais dificeis) e o temperamento dos filhos vão condicionar e determinar a qualidade da relação
establecida com os pais, nomeadamente a possível ocorrência de conflitos ou uma relação mais
calorosa e de partilha.
Apesar de se associar a parentalidade à típica família tradicional composta por um pai, uma mãe
e os filhos, é necessário ter em conta que com o evoluir das sociedade começam a emergir com
mais frequência novas configurações familiares como as famílias monoparentais, homossexuais,
acolhimento, multigeracionais,adotivas, fruto de recasamento,entre outras, ainda muito mal
vistas pela sociedade, mas capazes de se adaptarem no sentido de dar estrutura a uma família,
onde a criança se possa desenvolver.
O adulto exerce múltiplos papéis. Além de pai e mãe, estas figuras estão inseridas noutros
contextos, nomeadamento o contexto de trabalho.
A relação família-trabalho tem-se tornado cada vez mais exigente, sendo necessário que exista
uma boa gestão de papéis para que não existam conflitos entre eles que levem a que uns afetem
os outros.Assim, dentro da articulação trabalho-família há 3 modelos que não são mutuamente
exclusivos.
O que se passa em casa vai para o trabalho e vice- versa. Tende-se a generalizar o que se
aprende num contexto para o outro (regras e formas de agir). É o modelo o mais apoiado e
referido nhos estudos.
2.Modelo da Compensação
3.Modelo da Segmentação
As coisas são separadas, as pessoas articulam-se de formas diferentes nos dois contextos, não
misturando as duas dimensões. Os contextos são separados de forma rígida.
Além dos papéis de pai/mãe, as figuras parentais vêm-se muitas das vezes perante outros papéis
dentro do contexto familiar: o papel de prestadores de cuidados, nomeadamente cuidadores das
figuras parentais em casos de envelhecimento,invalidez, doença ou solidão.
No contexto familiar, pai e mãe apresentam algumas diferenças nos papéis que desempenham,
estando as figuras maternais mais ligadas às lidas de casa e cuidado dos filhos no sentido mais
afetivo e emocional, enquanto pais estão mais ligados às tarefas e apoio instrumental e ao
pagamento das despesas.
-Stresse/alienação
-Desemprego
A importância do lazer
O lazer é de difícil definição. Normalmente as pessoas que têm uma atividade profissional mais
ativa, na reforma tal continua a acontecer. As consequências do lazer são positivas. Somos
humanos, não máquinas, urgindo alimentar o nosso bem-estar.
-Tempo livre é diferente de Lazer, sendo que tempo livre é tempo não ocupado com a atividade
profissional, por exempo: cuidar da família, enquanto lazer traduz-se em atividades prazerosas e
há liberdade, isto é as atividades são escolhidas por nós.
-Atividades de lazer
Aula 5 – 11/03/2019
Não se consegue tirar conclusões só olhando para a idade cronológica e, portanto, esta não deve
ser um marco de análise para o envelhecimento.
Têm-se procurado os “segredos” para viver mais tempo e por isso estudaram-se as populações
destas zonas.Encontrou-se que nestes locais:
1.Existe uma dieta mais baseada em vegetais e utilizam-se estratégias para não comer
demasiado como por exemplo utilizar um prato mais pequeno. (Práticas alimentares)
2.Quanto mais velho se é, mais valor se tem e melhor são os cuidados que as pessoas têm;
3.Existem comunidades em que os indivíduos se suportam mais ao longo da vida;
4.As pessoas têm objetivos diários bem definidos;
5.As pessoas fazem exercício, de forma integrada na sua vida e não forçadamente;
6.Tira-se tempo para fazer atividades calmas, 15 minutos por dia.
O envelhecimento da população- Portugal (1960-2001)
A população em Portugal tem envelhecido significativamente com o tempo, sendo que em 40
anos:
-A proporção de jovens (0 a 14 anos) diminuiu 36%.
-A proporção de idosos aumentou 140%.
Portugal 2050
Em 2050, estima-se cerca de 700.000 pessoas com mais de 100 anos de idade.
Inclusão social
Integração das pessoas idosas no seio familiar, intercâmbio favorável a todas as partes.
Potenciar o bem estar das pessoas idosas, valorizando a condição física, ofertas consoante a
capacidade da pessoa, horários mais adequados, ajudando-os a planear a sua reforma.
2.Envelhecimento psicológico
Inclui todos os fatores percetivos, cognitivos, emocionais e de personalidade, isto é, consiste na
capacidade do indivíduo de se auto-regular face ao processo de senescência e de lidar com a
vulnerabilidade biológica.
É a mais importante pois diz respeito à atitude perante a vida, à maturidade e à forma subjetiva
como as pessoas percebem as mudanças físicas e as limitações. É o que distingue o porquê de
uma pessoa envelhecer de uma forma e outra de outra forma. Diz respeito ao significado que o
envelhecimento tem para as pessoas.
2.Pragmática cognitiva
Rica em conteúdo,dependente da cultura e baseada na experiência.
Inclui a capacidade da leitura e da escrita,qualificações educativas,capacidades
profissionais,estratégias de resolução de problemas, assim como o conhecimento sobre o self e o
significado e condução da própria vida – inteligência cristalizada)
Plasticidade cognitiva.
Personalidade: O que é?
Eysenck: organização duradoura e mais ao menos estável do caráter, temperamento, intelecto e
físico de uma pessoa que fazem dela um ser único e irrepetível.
Emoções
-Idosos mostram aumento na perceção de controle das emoções com o aumento da idade.
-A experiência acumulada/especialização do conhecimento/seleção de estratégias de coping
emocional efetivas parece levar à escolha de estratégias menos custosas(desenvolvimento do
self) na regulação das emoções o que lhes rende um processo mais automático e eficiente.
-Primazia das metas emocionais na velhice: os idosos tem menos recursos cognitivos, porém
são mais motivados a regular as suas emoções. Idosos recorrem a uma grande proporção dos
seus recursos cognitivos para regular emoções em detrimento de outras tarefas cognitivas
-Danos na substância branca nas regiões pré-frontais (ex. doenças cardiovasculares) diminuem
os mecanismos de controle cognitivo disponíveis para regular emoções, tornando os idosos mais
vulneráveis à depressão.
3.Envelhecimento social
Inclui os fatores interpessoais, sociais e culturais que afetam o desenvolvimento, isto é, adequar
os papéis sociais consoante a sua condição e as expectativas da sociedade.
Solidariedade intergracional.
As amizades como grande fonte de apoio social que têm que ser criados ao longo da vida
Instituições de assistência onde podem passar o seu tempo de forma agradável, e com outras
pessoas na mesma situação que eles.
Aula 7 - 26/03/2019
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