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Capa: André Misse

andremisse@yahoo.com.br

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Proibida Reprodução sem a autorização da Autora.

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Prefácio

Muitos anos após a publicação deste livro, senti a


necessidade de conversar com o público que tem me enviado
inúmeras mensagens agradecendo, elogiando e trocando comigo
experiências. Esse público tem utilizado os Florais à luz do
Eneagrama, mas principalmente à luz do discernimento, da clareza
de espírito e da coragem de cada um. E fico feliz por ter contribuído
para a melhoria da maior parte das pessoas que utilizaram esse
livro.
Quando o escrevi, em 1991, e o lancei na ECO 92, havia no
Brasil uma corrente holística forte, que tecia lentamente uma
transformação iniciada na década de 60. Sou, portanto, de uma
geração que ousou transformar o mundo e conseguiu uma boa
dose de sucesso, mesmo que para isso tenha pago com a sua
própria consciência o resultado muitas vezes perigoso dessa
transformação.
Hoje, já no avanço do século XXI, percebo que algumas
coisas foram abandonadas por nós. Sistemas políticos que
pareciam confiáveis, o uso indiscriminado da riqueza do planeta, e
mais uma dúzia de problemas gerados pelo avanço da tecnologia e
daquilo que chamamos progresso. Aquilo que está passando por
esse nosso crivo ou foram descartados ou estão sendo reavaliados
numa atitude crítica sem precedentes. Acredito que uma nova
humanidade deverá surgir ao final deste século, ou pelo menos
muita coisa aponta nessa direção. E, acredito que uma boa parte
dessa transformação para melhor nasceu em meados do século
passado, quando tivemos a ousadia de romper com o politicamente
correto, alçando voos inimagináveis para o Ocidente naquela
época.

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E uma das pequenas contribuições para a transformação, o
leitor encontrará aqui.
Mais do que modismo, os florais vieram como auxiliar
precioso em nossa trajetória. Por isso têm permanecido, assim
como o Eneagrama tem permanecido ao longo dos séculos.
Infelizmente, a história se faz por saltos que são acumulados de
tempos em tempos. O que significa também que houve retrocessos
morais para algumas questões que empurramos para debaixo do
tapete. E são essas questões que surgirão com a força dos
ciclones, desgovernando e introduzindo pontos de terror e trevas,
mas que serão engolidos pela massa consciente dos seres que
despertam.
Os Florais e o Eneagrama ajudam nessa caminhada em
direção a uma mudança salutar, contribuindo na busca daquilo que
chamamos espiritual e que constitui numa maior parte de seres
iluminados que circulam já pelo planeta. Esses seres, cuja luz, o
brilho e a nova consciência que eles despertam por onde passam,
são o passaporte correto para que esta nova humanidade encontre
a si mesmo. Introduzindo um novo estado de ser - que não
abandona o mundo, mas dele se utiliza como casa provisória - esta
nova humanidade terá o brilho de uma única sociedade - livre, feliz
e consciente.
Use e abuse dos Florais e do Eneagrama. Usufrua do planeta
e da sua permanência enquanto estiver aqui.
Use esse livro como uma espécie de trampolim, um lugar de
acesso para os voos que você dará nessa nova trajetória.

Bom proveito!!

A Autora

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Apresentação

Quando me defrontei pela primeira vez com os Florais de Dr.


Bach percebi que tinha em mãos uma preciosidade maior até do
que a minha capacidade intelectual me permitia reconhecer.
Comecei por me medicar, primeiro na busca de conforto físico e
emocional. Só depois atinei para o fato de que as essências iam
além da expectativa. Em alguns momentos, tive experiências
extremamente agradáveis e inesquecíveis que atribuo a uma
conexão com um plano espiritual mais elevado. Em outros
momentos, fui lançada ao mais íntimo contato com aquilo que havia
varrido pro fundo do mais fundo poço. Em todos esses momentos,
no entanto, me mantive consciente e firme, pois sabia que o que
estava acontecendo eram os frutos maduros de um longo caminhar
que incluía agora os Florais.
Como cobaia de mim mesma, fiz algumas experiências que
redundaram frustrantes inicialmente. Outras, no entanto,
responderam como mágicas na minha frente. Já mais segura,
comecei a orientar pessoas que me procuravam. E a quase todas,
com poucas exceções, os Florais foram aplicados com sucesso. No
início, aliei o Tarot ao diagnóstico e depois associei o Eneagrama.
Há alguns anos tinha tido o privilégio de fazer o trabalho do
Eneagrama com o mestre Cláudio Naranjo. Muito do que consegui
conhecer de mim mesma veio deste trabalho, que conservo com
carinho na memória. Ao juntar os Florais do Dr. Bach com o
Eneagrama tive a compreensão exata do que eu estava fazendo.

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Estava, na verdade, servindo de instrumento para concretizar o que
já estava intimamente relacionado em seu nascedouro.
Olhar os Florais à luz do Eneagrama é dar um passo amplo,
rápido e certeiro na direção da harmonia que podemos atingir com o
nosso corpo, mente e espírito, em busca de nós mesmos. Muitos
têm sido os trabalhos desenvolvidos com os Florais, mas todos em
sua unanimidade tratam o momento específico, em geral momentos
de crise, pelo qual o paciente 1 está passando. Procurei ir mais
além. Ao associar o Eneagrama com os Florais tenho como
intenção tratar e curar a personalidade de cada um e, como
consequência, seu corpo físico.
Tanto o Eneagrama quanto os Florais, direta ou
indiretamente, tratam da nossa personalidade como um todo. Juntar
os dois é juntar os nossos pedaços, não mais os pedaços de um
mosaico indecifrável, mas os pedaços de um vaso inteiro, de fina
porcelana belamente ornamentada.
Foram muitos os insights, durante este trabalho, para alinhar e
costurar dados que jamais me pareceram separados. Eles mesmos
me indicavam a diretriz e a orientação adequadas. Havia como que
uma compreensão imediata, pura e direta. Tudo se encaixava
perfeitamente. Daí a começar a usar esse sistema simples, mas
profundamente eficaz, foi um passo.
Aqui está, portanto, o fruto desse trabalho. Tentei ser o mais
simples e concisa possível. Acredito que o próprio Eneagrama deva
ser aprofundado por leituras complementares que enriqueçam ainda
mais os diferentes aspectos que abordei, facilitando a compreensão
de cada “ego” em separado. Aqui mantive a fidelidade ao
1
Alguns termos aqui usados tanto podem ser associados à medicina tradicional alopática quanto à
terapia holística e terapeutas alternativos. Este é o encontro que se faz necessário nesta Nova Era e
nesta nova humanidade.

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Eneagrama Sufi, que me foi ensinado. Mais do que um produto
acabado, este livro é um convite a todos os que se dedicam à cura,
e em especial àqueles que manuseiam os Florais, a tomarem a si o
trabalho final de experimentação. Aponto apenas um dos caminhos
para se chegar aos Florais de forma eficaz. O mais, depende de
cada um.

“ Conta-se que, certa vez, um rei resolveu visitar Farid, um


notável místico sufi. O rei lhe havia trazido como presente uma linda
tesoura de ouro, ornamentada de diamantes - muito valiosa, muito
rara, algo único. O rei tocou os pés de Farid, em sinal de respeito e
admiração, e lhe deu a tesoura. Farid pegou a tesoura, olhou e a
devolveu ao rei, dizendo:
- Senhor, muito, muito obrigado pelo presente que me trouxe.
É um lindo objeto, mas completamente inútil para mim. Será melhor
se puder me dar uma agulha. Tesoura eu não necessito, apenas
uma agulha é o suficiente.
O rei não entendeu. Por isso, disse:
- Não compreendo. Se você necessita de uma agulha,
necessita também de uma tesoura.
O Mestre respondeu:
- Tesouras cortam as coisas em pedaços. A agulha une. Eu
ensino o amor. Unindo as coisas, ensino a comunhão entre as
pessoas. Tesouras são inúteis: cortam, separam. Da próxima vez
que vier, senhor, apenas uma agulha será suficiente.”

Este é o espírito deste livro. Juntar os Florais ao Eneagrama


pode ser a chave que necessitávamos para uma maior
compreensão dos males que nos afligem.

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I
Introdução

Tomar consciência do momento presente, sendo a auto-


observação o ponto de partida, é frase que define o trabalho do
Eneagrama.
Na verdade, não vivemos o momento presente. Se estamos
na fila do banco, não estamos na fila do banco realmente, pois
estamos em tantos lugares quanto o nosso pensamento pode nos
levar. Primeiro porque rejeitamos toda e qualquer fila. Segundo,
porque é próprio da nossa cabeça pensar.
Se observarmos bem, o pensamento é movimento. Estamos
parados na fila, mas é como se estivéssemos indo e vindo de
acordo com as ondas que nos levam para mundos distantes dali.
Em geral, pensamos no passado. Seja o passado de dez anos ou o
passado de um segundo. Projetamos também nossos pensamentos
no futuro, como se nossos desejos e sonhos, nossas apreensões e
dúvidas fossem um cavalo-de-batalha que nos lançasse para longe
da verdadeira conquista que no momento presente estamos
realizando. Mas o que pode haver de conquista na fila do banco?,
certamente é uma pergunta que nos vem logo à cabeça.
Na verdade, pensar no presente é praticamente impossível.
No presente, agimos, não substituímos nossa ação por
pensamentos. Precisamos agir e não pensar. Pensar, num certo
sentido é substituir ações. Por isso os nossos devaneios têm aquela
qualidade, muitas vezes, de algo irrealizável, já que teríamos que
despender muita energia, talvez até mais do que nos propomos,
para alcançar aquilo que imaginamos. E assim permanecemos

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substituindo nossas ações indefinidamente. Não que não
realizemos os nossos sonhos, essa não é a questão. Mas os
nossos sonhos nem sempre correspondem mais à nossa exigência
atual. Foram concebidos num passado distante, numa época em
que nossas necessidades eram outras. Provavelmente, hoje, esses
desejos serão realizados por apego, não mais por intenso prazer.
Carregamos, muitas vezes sem saber, aquilo que não nos diz
mais respeito. Atualizar nossos atos, pensamentos, sonhos e
palavras é um empreendimento que também preferimos substituir
pela reforma da casa ou do carro, na ilusão de que assim estamos
fazendo algo por nós mesmos. Nessa tal estado de coisas,
esquecemos de perceber que temos as mesmas velhas respostas
para situações que, embora distintas, se assemelham àquelas de
um passado distante. Por isso, reagimos de forma idêntica a todas
as situações desagradáveis ou agradáveis que possam ocorrer.
Dependendo de quem somos, nas situações desagradáveis ou nos
conformamos, ou nos rebelamos, ou nos retraímos. Naquelas que
nos são agradáveis, por exemplo, ao olharmos um amigo muito
próximo, temos imediatamente o clichê dos bons momentos que
passamos juntos, mesmo que essas imagens não venham à tona
claramente. O mesmo acontece, mas de forma inversa, se olharmos
aquele vizinho antipático com quem brigamos há alguns dias. Assim
como não permitimos a nossa atualização, também impedimos que
os outros se atualizem para nós. Se o nosso amigo tiver um
comportamento diferente daquele que esperamos, imediatamente
ficamos a imaginar as dificuldades pelas quais ele está passando.
Se, ao contrário, o nosso vizinho nos cumprimenta calorosamente,
ficamos alertas quanto à possibilidade de que haja uma terceira
intenção por detrás desse simples gesto. Não nos passa pela

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cabeça que o outro está agindo assim hoje, porque hoje não é
ontem nem amanhã. Se alguém está assim hoje, certamente estará
de outro jeito amanhã.
Isso serve para nós também. Hoje estamos assim porque hoje

é hoje. Podemos estar na fila do banco alegremente porque

simplesmente não precisamos ter a mesma sensação dos outros

dias em que entramos numa fila. Ou seja, não precisamos reagir à

fila sempre da mesma maneira, só porque para nós a fila se tornou

algo monótono, rotineiro, um lugar onde temos sempre os mesmos

pensamentos, os mesmos encontros tediosos com a gente mesmo.

E esta é a grande conquista. Estar em algum lugar de uma forma


inteiramente nova, única, é a verdadeira conquista que nos atualiza.

Olhamos as árvores com os olhos de ontem ou do amanhã,

por isso não vemos as suas folhas nem o curioso desenho de seu

tronco, a dança insinuante que nos envolve. Olhamos o dia

esplendoroso e não percebemos que ele está profundamente

diferente de ontem. O tédio está em nossos olhos e em nossos

pensamentos. Não nesta vida esplendorosa, que nos revela aquilo

que é mais fácil um cego ver.

Assim também são as nossas doenças. Desatualizadas.


Quantas pessoas não carregam a mesma doença durante anos?
Como isso é possível, se de tempos em tempos nossas células são
inteiramente renovadas? É claro que podemos chegar à conclusão
que a cada renovação pode corresponder uma nova doença. Não
descarto a possibilidade, assim como não descarto a possibilidade
da saúde. Mas permanecer com a mesma doença por longos anos

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é sinal total de estagnação. Pode parecer inacreditável, mas se
tivermos uma atitude de atualização em relação à nossa mente, à
nossa vida como um todo, nosso corpo tenderá a se atualizar
também. Há inclusive casos de cura que podem comprovar este
fato.
Pois é com isto que vamos trabalhar aqui. Usar o Eneagrama
e os Florais é atualizar a nossa bagagem, é fazer limpeza nos
armários, é jogar fora o que está velho, podre, ultrapassado, fora de
moda.
O mais engraçado nessa história é que a limpeza que faremos
já era feita pelos nossos ancestrais há dois mil anos, pelo menos.
Ou o mundo evoluiu pouco ou andamos para trás nessa corrida
desenfreada em busca do progresso e da modernidade. Talvez seja
porque coisas que realmente nos movimentam em busca da
verdade interior permaneçam, independente da época e do lugar.

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II
As Virtudes no Eneagrama
e nos Florais

O Eneagrama nem sempre é uma jornada interior agradável.


Originário do Afganistão há cerca de dois mil anos, tem sido
utilizado pelos mestres sufis como trabalho iniciático de seus
discípulos. O Eneagrama é um trabalho que envolve o estudo de
cada personalidade, podendo nos revelar aquilo que mais tememos
sobre nós mesmos. Por isso, ele deve ser utilizado naqueles que
nos procuram com essa intenção, com o máximo de cuidado e
desvelo.
Todos nós desenvolvemos mecanismos de defesa poderosos,
muitas vezes necessários à nossa sobrevivência e bem estar no
mundo. No Eneagrama, esses mecanismos de defesa são
chamados de “compulsão”. Ou seja, aquele tipo de comportamento
e de sentimento tão bem arraigados em nosso ser que, confundidos
com a nossa identidade, nos fazem agir e pensar sempre da
mesma maneira. Descobrir a nossa compulsão é descobrir a nossa
liberdade.
Os Florais do Dr. Bach também trabalham a nossa
“compulsão”. No entanto, nos Florais a nossa liberdade está dentro
de um vidrinho que devemos tomar em gotas por um período de
tempo. Por isso os Florais são mais bem aceitos por aqueles que
receiam tomar a si mesmos a responsabilidade por seu próprio
crescimento.

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No entanto, juntar os Florais ao Eneagrama é reforçar nossa
intenção de nos libertarmos. Esse fato pode ou não ficar claro para
os que nos procuram. Isto não é imprescindível, pois não vamos
aplicar em ninguém exclusivamente o trabalho do Eneagrama.
Aliás, esse é o tipo de trabalho que só surte efeito se for realmente
buscado por cada um distintamente. Vamos apenas utilizar o
Eneagrama como orientação para o nosso diagnóstico, como ajuda
na identificação da “compulsão” característica de uma determinada
personalidade. O resto será feito pelos Florais.
Não podemos esperar que todos estejam dispostos a se
olharem através do Eneagrama. Mas com os Florais podemos até
mesmo abrir um caminho nesse sentido.
No caso da automedicação também podemos usar o
Eneagrama como diagnóstico da nossa personalidade. Nesse caso
devemos adotar os mesmos critérios que adotaríamos com outras
pessoas, com uma dose redobrada de senso crítico e de
honestidade. Certamente que é bem difícil descobrir que aquilo que
mais amamos em nós é a nossa verdadeira prisão, a compulsão
que nos aliena. Por isso, na situação de automedicação deve-se
procurar ajuda de um amigo íntimo, ou de um parente próximo, que
nos auxilie a enxergar em nós aquilo que não desejamos ver.
Por ser uma estratégia de sobrevivência, a compulsão é
também a fuga dos sentimentos que não acreditamos ter. Caímos
em armadilhas que nós mesmos preparamos. E nossa única
possibilidade de libertação está na nossa capacidade de
desenvolver virtudes que anulem a nossa compulsão. É esta a meta
que devemos ter quando pretendemos auxiliar alguém no sentido
da superação de suas dificuldades. Privilegiar as qualidades de
uma personalidade não nos levaria ao nosso propósito. Devemos

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manter nossa atenção nos aspectos negativos de cada
personalidade, no intuito de atingirmos o alvo mais rapidamente.
Esta é a maneira menos dolorosa e mais eficaz de tratamento, tanto
com o Eneagrama quanto com os Florais.
Os Florais, como o próprio Dr. Bach enfatizou em seu
pequeno, mas majestoso trabalho, estão a nosso alcance para o
nosso conforto e desenvolvimento. Que o processo da autocura e
do autoconhecimento é um direito de todos, principalmente através
de uma medicina que não exclui nem discrimina, mas que por sua
simplicidade pode ser eficaz nas mãos de uma pessoa atenta.
Assim também é o Eneagrama. Enquanto os Florais tratam do
físico, via planos mais sutis, o Eneagrama trabalha e trata a
personalidade em sua manifestação psíquica e, quase sempre,
patológica. O que ambos têm em comum é que os dois tratam
igualmente da personalidade. E dependendo de como a
personalidade interage com o mundo externo, ela mesma pode
provocar doenças físicas e/ou mentais.
Portanto, associar o Eneagrama aos Florais no diagnóstico de
doenças implica em primeiro lugar tratar o indivíduo como um ser
provido de um ego que o condiciona, criando também respostas
físicas específicas, que chamamos de doença.
Para melhor compreensão, vamos nos ater agora à teoria do
Dr. Bach. Para ele o homem possui uma alma, que é o seu eu real.
E que ao virmos ao mundo temos como missão primeira o
desenvolvimento dessa alma. Ou seja, temos a necessidade de
extrair todo o conhecimento e experiência que pudermos em nossa
passagem terrena. Temos a necessidade interna de desenvolver
virtudes e desprezarmos os defeitos que carregamos, no intuito de
tocar a nossa mais íntima natureza. Que a passagem por este

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nosso planeta é apenas um lampejo de tempo no curso de nossa
evolução.
Como diz em seu pequeno texto, “que contanto que nossas
almas e personalidades estejam em harmonia, tudo é paz e alegria,
felicidade e saúde. O conflito aparece quando nossas
personalidades são atraídas para fora da senda traçada pela alma,
por obra dos nossos desejos terrenos, ou pela persuasão dos
outros. Esse conflito é a causa principal das doenças e da
infelicidade” (2). A compreensão da Unidade de todas as coisas e a
“compreensão de que o criador de tudo o que existe é o Amor”(3)
nos levam à compreensão da nossa natureza. Ao nos afastarmos
desse núcleo de luz e de paz, nos afastamos de nós mesmos e
criamos todas as misérias pelas quais padecemos.
A doença, na verdade, é nossa aliada. É através dela e
principalmente por ela que podemos descobrir aquilo que nos falta e
pelo qual ansiamos. Se nos voltarmos para ela na atitude não da
rejeição, mas da aceitação e do aprendizado, temos meio caminho
andado para a cura. Saber ler nos sinais é também saber ler em
nosso corpo o que se passa em nossa alma. O nosso corpo tem
uma sabedoria aliada ao mais divino que habita em nós. Aliás,
aquilo que rejeitamos em nosso corpo – nossos suores
malcheirosos, nossos excrementos, nossos gases, nossa
menstruação – é o sinal mais apropriado à vida e à saúde.
Dr. Bach enumera as doenças reais e as básicas do homem.
Para ele, o orgulho, a crueldade, o ódio, o egoísmo, a ignorância, a
instabilidade e a ambição são defeitos contrários à Unidade
primordial do ser e os verdadeiros causadores das enfermidades. O
orgulho, por exemplo, “que é arrogância e rigidez mental,
despertará doenças que ocasionarão a rigidez e ancilose do corpo.

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A dor é o resultado da crueldade; por meio dela podemos aprender,
através do sofrimento, a não infligí-la aos outros, física ou
mentalmente. As penalidades resultantes do ódio são o isolamento,
o temperamento violento e incontrolável, as perturbações mentais e
os estados de histeria” (4). Já o egoísmo nos atira à neurose e aos
estados de descontrolável nervosismo. A miopia e outras
deficiências visuais são resultantes da ignorância e da incapacidade
que temos de ver as nossas próprias dificuldades. Assim, a
instabilidade da mente pode acarretar disfunções em nosso centro
motor; mais especificamente, pode se expressar em movimentos
inseguros dos nossos braços e pernas. Não é de se estranhar que
os enfartes e outros problemas cardíacos surjam da dificuldade
amorosa da maior parte dos indivíduos por eles acometidos.
É o próprio Dr. Bach que nos sugere aquilo que é a chave
mestra apontada pelos que conceberam o Eneagrama. Diz ele:
“Contudo, não há motivo para a depressão. A prevenção e a cura
acontecem quando localizamos o erro dentro de nós mesmos, e
suprimimos esse defeito por meio do cuidadoso aprimoramento da
virtude que o destruirá; não combatendo diretamente o erro, mas
desenvolvendo tanto essas virtudes opostas que ele chegue a ser
varrido de nossas naturezas.”
De posse dessa orientação, presente tanto no Dr. Bach
quanto no Eneagrama, temos agora definidos os rumos que
precisamos seguir para a superação do nosso ego principal, a partir
do Eneagrama. É na compreensão da nossa compulsão que
podemos vislumbrar a saída – alguma virtude que tem o poder de
anular essa compulsão.

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III
O que é Ego?

O termo “Eneagrama” tem sua origem na palavra grega


“ennéa”, que significa nove. De acordo com o sistema sufi do
Eneagrama, existem nove, e somente nove, tipos de personalidade
humana. À parte os aspectos positivos, que também serão aqui
estudados, vamos nos deter principalmente nos aspectos negativos
de cada ego.
A compulsão típica de cada personalidade é aquilo que
predomina e nos faz identificar com o nosso “eu” de forma íntima.
Quantas vezes ouvimos ou dizemos as frases : “Eu sou assim
mesmo. O que posso fazer?” É exatamente nesse momento que
podemos identificar esta predominância de nossa personalidade,
esta audodefesa psíquica que nos impede de ser e agir de outra
maneira que não aquela que elegemos como nossa.
Toda personalidade é a prisão que mais nos convém mesmo
gerando em nós infelicidade e desconforto, intolerância e
insatisfação. Não existe aquela melhor ou pior. Todas nos fazem
carregar o peso de não sermos nós mesmos.
Para evitar equívocos, esclarecemos que o que chamamos
aqui, em alguns momentos, de personalidade é o mesmo que ego,
no sentido do Eneagrama.
Somos, na verdade, resultado de uma experiência
razoavelmente bem-sucedida. Nascemos num mundo que nos é
dado, com suas leis, obrigações, direitos, deveres, idiossincrasias,
perturbações. Não escolhemos. Apenas engolimos, aspiramos,

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enxergamos, ouvimos aquilo que mais tarde aceitaremos como
nosso. Começamos a formar o nosso eu a partir das histórias e
experiências que nos são despejadas ainda em idade de pouca
compreensão. A nossa bagagem está condicionada ao clima, à
situação do país em que vivemos, à situação familiar, às
características do planeta, à ordem e à moral da época em que
vivemos. Como computadores, somos programados para atuar e
sentir dentro de expectativas muito curtas. Ou nos enquadramos ou
ficamos à margem de um processo que rejeitamos. De uma forma
ou de outra, nos enquadramos até em nossa rebeldia.

Evidentemente que desenvolvemos respostas a esse turbilhão


de repressões e tentativas de supressão dos nossos desejos, das
nossas vontades, da nossa mais íntima natureza. Essas repostas
são o que chamamos de “ego”.

Para fugir dessa dominação que nos engole, desenvolvemos


mecanismos de sobrevivência realmente eficazes. Esses
mecanismos são tão bem arquitetados dentro de nós que
passamos, nós mesmos, a acreditar que a nossa personalidade é
apenas aquela que inventamos para nós com o auxílio dos outros.
Passamos então a agir dentro de padrões rígidos de
comportamento, sem sequer suspeitar que as nossas atitudes são
um mero subproduto das nossas crenças. Nada há de real nesses
comportamentos que justifiquem tanta ênfase e tanta repetição.

Assim são constituídos os egos. Repetição, ênfase e falta de


criatividade. Mesmo o mais hábil e genial dos artistas aí se
enquadra.

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A figura a seguir, conhecida como “Estrela do Eneagrama”,
ilustra bem os nove tipos de ego.

Para cada tipo de ego temos um nome que o define.

Ego Conflito

Ego Vingança Ego Hostil

Ego Planejador Ego Orgulho

Ego Covarde Ego Falsidade

Ego Egoísta Ego Melancolia

Ilustr. 1

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Preguiça

Arrogância Ira

Gula Orgulho

Medo Vaidade

Avareza Inveja

Ilustr. 2

No entanto, para compreendermos melhor as duas figuras


anteriores, é necessário um aprofundamento em cada ego
separadamente (6).

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IV
Nove tipos de Ego
Nove tipos de Florais

Os nove tipos de ego estudados no Eneagrama são


chamados de Ego1, Ego 2, Ego 3, e assim por diante até o Ego 9.
Vamos então nos deter em cada um deles, tendo em vista o Floral
respectivo para tratamento e cura da personalidade.

Ego 1 – Ego Hostil

Evitam a raiva porque são perfeccionistas. São hostis, mas


encobrem esse fato até de si próprios. Há frequentemente um tom
de irritação em sua voz e uma impaciência em seu comportamento.
Sempre ressentidos com a imperfeição da vida e das
pessoas, redobram seus esforços no sentido de colocar a perfeição
naquilo que fazem. Antecipam os acontecimentos para que tudo
saia perfeito nos mínimos detalhes.
São donas de casa perfeitas, contabilistas meticulosos,
professores abnegados. Ou seja, aquele que se esmeram a ponto
de se frustrarem quase sempre com o desempenho dos outros.
Cresceram com a ideia de que só serão aceitos se foram perfeitos.
Foram na infância a típica criança “bem comportada”.
Seu senso de autocrítica é tão desenvolvido que são
incapazes de dar uma trégua a si mesmos, respondendo até às

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críticas que não lhes são feitas. São capazes de interromper uma
frase que estejam articulando para responder a uma objeção
qualquer. Revisam o passado detalhadamente procurando se ater
no certo e errado de seu comportamento e no dos demais. Em geral
não apontam as falhas que atribuem aos outros, esperando que
cada um se conscientize dos seus erros e os corrija. São os eternos
insatisfeitos. A meticulosidade cega-os, “não veem a floresta tendo
em mente as árvores”. Por isso mesmo são lentos na tomada de
decisões.
Sempre se desculpam pela sua incapacidade e pela falta de
tempo que tiveram à sua disposição para executar uma tarefa. Se
há realmente muito trabalho a fazer, podem cair na depressão e
angústia, pois se ressentem da possibilidade de fazer um serviço
malfeito. Então se desesperam e terminam por não fazer nada, com
explosões de mau humor sobre os outros.
Positivamente, os de Ego 1 são alegres e divertidos. São
conversadores atraentes, pois fazem de cada detalhe um
acontecimento a ser lembrado. Sua boa memória pode ser uma
aliada no sentido de lembrar aos outros e a si mesmo de que é
possível redobrar esforços para um melhor aprimoramento. São
honestos e leais ao grupo a que pertencem, ajudando os amigos a
se tornarem pessoas autênticas.
O Floral correspondente a esse ego é Vervain. Pessoas dessa
natureza, segundo o Dr. Bach, são perfeccionistas, nervosas,
autoritárias e raramente mudam de opinião. Incapazes de relaxar,
ficam esgotadas diante da incapacidade dos outros. Tais pessoas
desejam veementemente que os outros adquiram seu modo de ver
a vida, que consideram perfeito. Têm muita força de vontade e

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coragem, pois acreditam piamente naquilo que querem ensinar. A
sua mente está sempre voltada para o que deve ser feito a seguir.
O composto para este caso será: Vervain, Walnut, Crab
Apple, Holly, Impatiens. Esses quatro últimos são florais de apoio
ao Vervain. Como neste ego, em todos os outros serão
especificados os Florais de Apoio ao Floral Principal. Os florais de
apoio formam um composto eficaz para cada tipo de ego. No
entanto, eles podem ser alterados, dependendo do estado de ânimo
momentâneo de quem estamos tratando.
Assim, por exemplo, se estamos tratando de alguém com as
características do Ego 1, mas que apresenta uma excessiva
obsessão – pensamentos recorrentes e abundantes de
autorrecriminação -, podemos e devemos substituir um ou até dois
Florais de Apoio por um ou dois Florais para Situações Específicas,
conforme veremos mais adiante, como Cherry Plum, White
Chestnut, mais indicados em momentos como esse. No entanto,
passada a crise inicial, podemos então recorrer ao composto
correto, com os Florais de Apoio indicados acima.
Walnut ajuda a quebrar vínculos com o passado, sutilizando a
percepção. Crab Apple ajuda na auto-aceitação, no perdão pelos
nossos erros. Podemos errar e, assim mesmo, relaxar, se for o
caso, já que somos perfeitos pelo simples estado de ser. Holly, para
os sentimentos explosivos provocados por ira, ódio ou ciúme.
Impatiens, para a impaciência típica deste ego.

Ego 2 – Ego orgulho

O Ego 2 é característico de pessoas muito carentes, que


auxiliam os outros para que possam ser admiradas pela sua

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bondade e desprendimento. A preocupação em servir é a mola
mestra deste ego. Precisam descobrir aquilo que agrada ao outro,
como a roupa, a comida, a bebida preferida, esperando ser
retribuído da mesma forma. Se isto não acontece, tornam-se
lamurientos, tirando do bolso o velho chavão de que ninguém dá
valor àquilo que eles fazem.
O tempo que não é perdido é o tempo dos relacionamentos
pessoais. Medem a intensidade da vida pelo número de amigos e
de pessoas com quem se relacionam. A carreira que em geral
escolhem é a de ajudante ou auxiliar. Usam várias técnicas de
manipulação na tentativa de que os outros fiquem dependentes dos
seus serviços. E se não há nada a fazer por alguém, na realidade,
para os dois não há nada a fazer realmente.
As qualidades positivas dos dois são inúmeras. Em geral, são
pessoas gentis e sensíveis em relação à dor alheia. Se sacrificam
no sentido do auxílio a quem quer que seja. São envolventes e
carinhosos, dando importância até àqueles que, em geral, não são
simpáticos à maioria das pessoas. E ao invés de condenar os
outros pelos seus erros, tentam ajudar minimizando os efeitos que
esses erros poderiam causar. O Floral correto para esse ego é o
Chicory. O remédio usado para pessoas maternais, desejosas de
dar aos outros demasiada atenção. É o remédio certo para pessoas
que só se sentem felizes quando são necessárias, em especial aos
seus entes queridos. Se os outros não retribuem de acordo com as
expectativas, essas pessoas podem reagir com rancor, numa
atitude do “ pobrezinho, ninguém gosta de mim” . Chicory nos ajuda
a amar sem esperar nada em troca. O composto para este ego é:
Chicory, Centaury, Clematis, Crab Apple, Larch.

24
Centaury é o remédio da não-violência, da aversão em ferir os
outros, do autossacrifício. Será, portanto, um grande auxiliar de
Chicory neste tratamento.
Clematis abre um espaço meditativo e de criatividade
individual. Lança esse tipo de pessoa, que só vive para os demais,
no centro de sua própria criação, renovando seus espaços internos.
Crab Apple é eficaz no sentido da autoaceitação. Quando
podemos nos voltar para nós mesmos, sem precisar procurar no
outro aquilo que em nós rejeitamos.
Larch é eficaz para pessoas que não acreditam em si
mesmas, ficando à margem das situações, permitindo que os outros
lhe ocupem o lugar.

Ego 3 – Ego Falsidade

A compulsão do Ego 3 é evitar fracassos. Dão demasiado


valor ao sucesso que possam ter em todos os empreendimentos de
suas vidas, e por isso mesmo não aceitam riscos. São eficientes e
dedicados planejadores, preocupados em atingir a meta que eles
mesmos impõem em direção ao sucesso.
Em geral, escolhem profissões em que o sucesso está
presente cotidianamente. São vendedores que acreditam
cegamente naquilo que estão vendendo. São os homens de
negócio em geral, médicos e pessoas que desempenham um papel
tão convincente que até mesmo elas acreditam. Por isso são
sinceros naquilo que fazem, tal a identificação egóica que
conseguem atingir. Menosprezam a contribuição de quem quer que
seja no sucesso que conseguiram para si. Por serem imensamente

25
ativos, o não fazer nada significaria não atingir nada. Por isso,
mantêm-se em movimento constante, mesmo quando não há nada
a fazer.
Positivamente, os deste ego são pessoas de equipe.
Contagiam os outros com sua dedicação em atingir metas. Não são
controladores, mas liberais no sentido de que cada um cumpra com
eficiência sua obrigação. Sua postura diante do sucesso dá a
qualquer um que se ligue a eles a certeza de pertencer a um time
vencedor. São pessoas gregárias que gostam de se sentir o centro
das atenções.
O Floral correspondente a este ego é Oak. Este floral é
destinado a pessoas responsáveis e fortes, que não se deixam
abater. Quando doentes, encaram tal fato como restrição à sua
atividade. São aqueles que arregaçam as mangas e continuam o
trabalho a despeito de qualquer obstáculo que possa interferir.
Como diz o próprio Dr. Bach, Oak é para aqueles “que se
debatem e se empenham para serem bem-sucedidos”(7). Oak nos
possibilita um contato mais profundo com o exagero que este ego
provoca no ser. Associado a outros medicamentos, Oak é
poderoso. O composto para esse ego é: Oak, Agrimony, Centaury,
Gentian, Water Violet.
Como os deste ego têm um cuidado exagerado com a
aparência exterior, tentando manter sempre o sorriso de vencedor,
Agrimony é o remédio certo. Centaury traz um pouco de humildade
para o excesso de vaidade e convencimento. Gentian é perfeito
para a falta de confiança ou para aqueles que têm medo do
fracasso, dando a cada empreendimento a sua dimensão real, com
seus riscos e dificuldades. Water Violet nos reclusa. Para os deste
ego, a reclusão é quase uma prisão, pois lança-os ao âmago da

26
falta de confiança em si mesmos. Ao tomar contato com a solidão,
os deste ego podem refletir melhor sobre suas próprias carências.

Ego 4 – Ego Melancolia

O Ego 4 evita a inferioridade. Sentem-se diferentes e


especiais, por isso acreditam que são dotados de uma tragicidade
incomum, ausente nas outras pessoas. Este sentimento está ligado
ao fato de terem sido imaginariamente ou efetivamente
abandonados por um ou ambos os pais.
São pessoas lamurientas, solitárias e sacrificadas pela “vida”.
Em geral, aqui se enquadram os artistas e pessoas dotadas de
grande sensibilidade. Por isso mesmo, jamais são naturais ou
espontâneas, como se representassem o tempo todo algum papel
que lhes agrade. Sorriem com um certo ar de superioridade, dando
a entender que compreendem melhor as coisas do que qualquer
outra pessoa. São elegantes e discretas. Invejam nos outros aquilo
que lhes dá a aparência de estarem vivendo a vida, pois os quatro
parecem sempre adiar para algum dia esta possiblidade. Precisam
se envolver emocionalmente em todas as situações, já que isso
lhes dá a sensação de estarem vivos. São afeitos aos sentimentos
de dor, tristeza e infortúnio, apegando-se aos aspectos mais
dolorosos de sua infância. Adoram descrever suas tragédias
pessoais, já que assim se sentem especiais.
Positivamente, os deste ego são sensíveis e compreensivos.
Conhecem os sentimentos dolorosos. São simbólicos em sua forma
de expressão, fazendo arte até na própria vida. Criativos e originais,

27
despertam em todos a beleza, sensibilizando-os de alguma maneira
original.
O Floral correto para este ego é Willow. Este floral é para os
que se sentem injustiçados e maltratados pela vida. São os que se
ressentem ou se amarguram pela sua sina. Dão ênfase ao próprio
infortúnio e se afundam num lago de autocomiseração, de queixas e
de mau humor. Dificilmente consideram o lado bom das situações,
tendo também muita dificuldade em esquecer e perdoar. Willow,
como é mencionado pelo Dr. Bach, ajuda essas pessoas a se
situarem na dimensão correta em frente aos infortúnios, trazendo
mais otimismo e despertando a vontade de olhar as coisas pelo
lado positivo. O composto para este ego é: Willow, Clematis, Holly,
Water Violet, Honeysuckle.
Clematis é o remédio apropriado para os artistas, ou seja,
para aqueles que vivem fora da realidade concreta, idealizando o
dia em que começarão a viver realmente. Holly trabalha, com
eficácia, a inveja característica deste Ego. E mesmo que não haja
explosões externas de mau humor, as explosões internas
envenenam os humores a ponto de tornar essas pessoas
profundamente rancorosas e amargas em todos os seus atos.
Water Violet é para aqueles que se afastam do mundo com ares de
superioridade. Os deste ego são pessoas aparentemente
contraditórias. Ao mesmo tempo em que se afastam porque
ninguém os compreende, internamente se voltam contra o mundo
ou contra aqueles para quem dirigem sua atenção.
Honeysuckle é eficaz para a nostalgia, característica do Ego
4, que mantém apego aos erros do passado e às oportunidades
perdidas. “Se ao menos”, é uma expressão típica para os que
precisam desse remédio e para aqueles específicos deste ego.

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Ego 5 – Ego Egoísta

Os deste ego evitam o vazio. São mais observadores do que


participantes, não se envolvendo jamais naquilo que está
acontecendo. Em geral, são os intelectuais, que preferem a
companhia de um bom livro à presença de outra pessoa.
Silenciosos, parecem saber mais do que dizem, o que lhes dá
uma aparência de sabedoria inata, que os enclausura ainda mais.
Esperam pacientemente cada final de conversa ou de reunião para
expressarem suas ideias, em geral extensas e ponderadas, apesar
de brilhantes. Se os outros não os compreendem, entediam-se,
atribuindo à “pobreza” reinante os fundamentos do seu exílio
existencial.
Mais observadores do que realizadores, são especialistas em
arquivar aquilo que eles consideram necessário à sua riqueza
interior. É importante não se sentirem ignorantes. Precisam saber
de todos os aspectos e incongruências de uma situação para que
possam emitir um juízo equilibrado e revelador. Como esse tipo de
atitude demanda muito tempo de elaboração, excluem de sua vida
aquilo que consideram superficial, mantendo-se isolados.
Cresceram solitários, em geral abandonados pelos pais,
especialmente pela mãe. Sentiam-se diferentes dos outros
membros da família, fato que fazia com que se retirassem com seus
pontos de vista à procura de autocompreensão. A vida para eles
consiste mais em uma reflexão do que em interação com os outros.
E como a sabedoria exige tempo e disciplina, ficam eternamente se
preparando para toda e qualquer eventualidade.

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Têm uma fraca noção do presente e são os famosos
“esquecidos”. Esquecem nomes e quase sempre sequer
reconhecem pessoas com quem tiveram contato recente. Não se
sentem bem em reuniões sociais onde precisam manter
conversações superficiais. Não lhes ocorre que o seu aprendizado
pode ser compartilhado com os outros. Valorizam o conhecimento
como um tesouro em si mesmo. E se alguém os elogia pela sua
sabedoria, recorrem a uma falsa humildade.
Como reagem mais ao que é compreendido do que ao que é
sentido, os deste ego têm dificuldade em tomar contato com seus
sentimentos mais profundos. No entanto, têm muitas qualidades
significativas. São bons ouvintes, gentis e falam quase sempre o
suficiente. Dificilmente julgam os outros, pois sabem que a
compreensão de cada coisa demanda uma boa porção de tempo e
de elaboração. Têm um humor especial, que pode chegar ao
absurdo, o que dá certo tom inusitado a qualquer conversação.
O Floral específico para este ego é Water Violet. Este floral é
para aqueles solitários, que escolhem seu grupo a dedo. Seu ponto
de vista é de alguém superior que mantém um véu fino e
transparente à sua volta e dos demais. Distantes e inacessíveis,
podem ser vistos pelos outros como arrogantes e insolentes. O que
na verdade não passa de uma defesa contra a intromissão de quem
quer que seja em seu espaço privado. O composto para este ego é:
Water violet, Beech, Cerato, Clematis e Honeysuckle.
Beech é necessário a este ego na aceitação dos outros. Em
geral, os que consideram os outros como estúpidos, ignorantes,
maçantes, necessitam deste floral, que ajuda às pessoas deste ego
a adotarem uma atitude mais compreensiva e tolerante para com
todos.

30
Cerato é indicado para pessoas que desconfiam do seu
próprio julgamento. Em geral, pedem conselho e opinião de alguém
diante de uma decisão. Levam um tempo tão grande tentando
influenciar a si mesmos que acabam perdendo a oportunidade. Este
comportamento é típico de boa parte dos intelectuais, em geral
desprovidos de dados que os orientem na tomada de decisões.
Clematis, como já foi assinalado anteriormente, coloca os pés
no chão, na realidade. Ajuda a livrar dos escapismos e da
“ausência” mental as pessoas deste ego.
Honeysuckle é para aqueles que também padecem pela falta
de interesse constante pelo momento presente. É para os que
vivem mais no passado. E como este ego sugere uma situação de
abandono, principalmente por parte de mãe, Honeysuckle é o
remédio típico para suprir esta necessidade de colo. Traduz
impressões e lembranças em sua justa perspectiva, acentuando
pontos agradáveis que haviam sido esquecidos pela memória.

Ego 6 – Ego Covarde

Este é o ego da autoridade, ou melhor, da obediência à


autoridade. Em geral, são pessoas afeitas a regras e normas que
legitimem suas decisões.
Quando crianças, seu ambiente familiar certamente foi rígido.
Cresceram com a ideia de que a autoridade externa é quem deveria
decidir por eles a sua vida. Em nome dessa segurança, pertencem,
em geral, a grupos específicos e seccionam suas relações a partir
de quem pertence ou não a este grupo.
O tempo, para eles, deve ser usado no sentido de obedecer a
alguma ordem externa. Responsáveis, ficarão inseguros se não

31
tiverem dados suficientes para executarem uma ordem com
precisão. Hesitam constantemente diante de uma decisão, até
mesmo na hora de comprar ou escolher uma roupa sem a opinião
de alguém. Evitam arriscar a ponto de perderem as oportunidades
que lhes aparecem. Extremamente cuidadosos e inseguros,
necessitam compreender com exatidão tudo o que é da sua
responsabilidade. Até mesmo lendo, se não houver uma
compreensão de cada palavra escrita, eles entram em pânico, o
que dificulta muito o estudo e o aprendizado. São pessoas sérias,
sem senso de humor, que temem o futuro e qualquer mudança que
possa ocorrer em suas vidas. São rotineiros e pouco criativos, já
que se sentem ameaçados por qualquer situação inovadora.
Positivamente, os deste ego são leais e dedicados,
companheiros e devotos ardorosos. Possuem um grande senso de
responsabilidade e de eficiência em seu trabalho. São
extremamente rápidos nos serviços que executam e seu rendimento
é total desde que sua rotina já esteja estabelecida
antecipadamente. O Floral para este ego é Rock Water. Este Floral
é ideal no tratamento de pessoas muito severas e rígidas,
orientadas por leis e teorias que lhes indicam o que é certo e
errado. Inclinadas ao fanatismo, essas pessoas seguem seus ideais
sem se desviarem do caminho. Em geral trabalhadoras, orgulham-
se de seu rigoroso estilo de vida. O composto para este ego é: Rock
Water, Scleranthus, Impatiens, Aspen e Chestnut Bud.
Scleranthus é para pessoas que, como os deste ego, têm
dificuldade de escolher entre duas coisas. Até mesmo numa loja,
diante de dois produtos semelhantes não conseguem se decidir por
nenhum deles. Este floral ajuda a fixar a mente e a ver claramente
qual a opção mais conveniente ou agradável.

32
Aspen para pessoas que sofrem de medo e pânico definidos,
próprios a este ego.
Chestnut Bud é absolutamente necessário às pessoas que
não conseguem extrair nem mesmo aprendizado das situações
positivas ocorridas no passado. O Ego 6, por exemplo, é tão ligado
a normas e regras que as experiências gratificantes do passado
para nada lhe servem.
Impatiens é conveniente para as pessoas rápidas, em que
tudo é feito às pressas, já que elas não podem esperar. Em geral,
adotam algum regime alimentar rígido, que os convence da sua
preocupação consigo mesmos.

Ego 7 – Ego Planejador

As pessoas deste ego evitam a dor, seja física ou psíquica.


Odeiam situações sérias e dolorosas. Necessitam viver o prazer
que a vida lhes pode oferecer.
São otimistas em tudo e compulsivas em superar qualquer
situação angustiante ou pesada. Tendem a olhar o lado bonito e
claro das coisas, mas de uma forma tão constante que parecem
seres absolutamente superficiais.
Fogem até mesmo de algum benefício ou do desenvolvimento
da sua personalidade, se isso lhes causa algum desprazer. Querem
continuar indefinidamente a extrair da vida apenas aquilo que lhes
seja agradável. Se algo é bom para eles, mais é melhor.
Cresceram em geral no seio de uma família feliz e amorosa,
tendo sido afastados mais tarde. É para onde querem retornar e
farão tudo o que estiver ao alcance para provocar novamente essa
sensação de bem-estar.

33
Os de Ego 7 adoram fazer planos e mais planos, em vez de
colocá-los em prática. Pô-los em prática significará o término do
prazer e o início do trabalho duro. No entanto, quando se
apaixonam por algum trabalho, têm grande satisfação em levá-lo
até o fim, apesar da dificuldade que encontram sempre no
cumprimento de prazos. São, na verdade, mais planejadores do que
executores.
Entre suas boas qualidades está a de sentir imenso prazer na
vida, contaminando a todos com sua alegria. Gostam de conversar
e de contar piadas. Adoram fazer felizes as pessoas, mesmo em
situações de aflição. Riem muito e ingenuamente veem sempre o
lado bom das situações. Em geral, trabalham como vendedores
pela facilidade que têm no acesso ao público. O Floral
correspondente ao Ego 7 é Heather. Este floral remete às pessoas
falantes e tagarelas. São aqueles que gostam de tocar e cutucar
para chamar a atenção sobre aquilo que falam compulsivamente.
Não gostam de ficar a sós pois extraem dos outros a energia que
alimenta sua compulsão. O composto para este ego é: Heather,
Honeysuckle, Clematis, Cerato e Agrimony.
Honeysuckle é o floral do presente. Coloca o passado na sua
devida dimensão, tornando as recordações felizes apenas
lembranças momentâneas, extraindo delas a constante nostalgia
dos velhos tempos que foram tão bons.
Clematis aqui também é usado com eficácia, para que os
planos sempre mirabolantes deste ego tenham correspondência
com a realidade.
Cerato, abordado aqui mais de uma vez, é um poderoso
auxiliar no tratamento das pessoas indecisas e desconfiadas de sua
própria capacidade. Como os do Ego 7 necessitam

34
desesperadamente da proteção perdida, este remédio estabelece
novo vínculo com as situações do passado, restabelecendo a
autoconfiança.
Agrimony é para aqueles que exibem sempre a máscara da
felicidade eterna. Normalmente este floral se refere àquelas
pessoas felizes e joviais, que escondem ou nem mesmo percebem
o quanto sofrem para manter sempre essa mesma aparência. Este
remédio ajuda a pessoa a tomar contato com essa falsa identidade
criada para si mesmo.

Ego 8 – Ego Vingança

Os deste ego temem a fraqueza. Olham a vida como um


campo minado, num salve-se-quem-puder. Prontos a uma
confrontação, os oito beligerantes e destemidos são rápidos em
detectar o ponto fraco do outro e atacá-lo exatamente aí.
Não acreditam no poder e o desafiam. Rejeitam toda e
qualquer injustiça, menos a sua própria. Gostam de ser fortes e
respeitam os que se mostram fortes também. Defensores do certo e
errado, são audaciosos em suas investidas, prevenindo seus
amigos para que ninguém os domine facilmente. Desconsideram os
fracos e ineficientes. Têm sempre uma resposta na ponta da língua
contra qualquer investida. E, se contrariados, podem se tornar
violentos. Gostam de permanecer no controle das situações e
projetam em volta de si o radicalismo do inconformado. Veem a
necessidade de mudança radical em qualquer sistema autoritário,
tomando conta de toda e qualquer estrutura de poder.

35
Por essas características, os oito não são bem
compreendidos, mas suas qualidades são marcantes. A coragem
lhes excede assim como a responsabilidade de tomar a si situações
que acontecem às outras pessoas. São rápidos observadores,
apontando sem temor os aproveitadores em qualquer lugar ou
instituição. Eles não temem a rejeição nem se importam muito com
o que os outros pensam. São hábeis em fazer notar aquilo que
passa despercebido pela maioria. Não escondem suas
insatisfações, pelo contrário, trazem-nas à tona para serem
discutidas, avaliadas e devolvidas aos verdadeiros responsáveis.
Em geral, são grandes empreendedores.
O Floral correspondente a este ego é o Vine.
Segundo Dr. Bach, Vine é o remédio para os que têm
confiança em si próprios. Os líderes, governantes, enfim, os que
assumem responsabilidades e tomam decisões difíceis para a maior
parte das pessoas. São autoritários e destemidos, com opiniões
firmes e uma convicção de ferro. Este remédio não elimina a
autoconfiança nem a capacidade de liderança, mas torna os deste
ego pessoas menos duras e violentas, mais compreensivas e
menos autoritárias. O composto para este ego é: Vine, Beech,
Impatiens, Vervain e Star of Bethlehem.
Beech é o remédio dos intolerantes. Aqueles que não aceitam
a diferença, rotulando os outros de estúpidos e ignorantes. Beech
foi usado antes como remédio de apoio do Ego 5. Apesar destes
dois egos apresentarem diferenças marcantes, ambos são
intolerantes. Beech coloca os destes dois egos no lugar das outras
pessoas, trazendo luz para sua intolerância.
Impatiens é perfeito nesse caso, já que o Ego 8 não espera,
age. E age, em geral, com impaciência e irritabilidade. Os Impatiens

36
são pessoas rudes e apressadas. Falam nervosamente,
demonstrando certa irritação mental.
Vervain , usado no Ego 1 como remédio da personalidade, no
Ego 8 tem o objetivo específico de diminuir a tensão dando uma
oportunidade de relaxamento ao corpo e também ao espírito.
Star of Bethlehem é indicado para a violência característica
deste ego, em geral, associada a trauma do passado. Star of
Bethlehem é eficiente não só no tratamento de apoio a este ego,
mas também para situações específicas que veremos mais tarde,
pois está presente no Rescue Remedy.

Ego 9 – Ego Conflito

São os que aparentam ser mais saudáveis, pois exibem uma


fachada equilibrada e pouco ambiciosa. Tentam evitar conflitos, já
que a sua realidade interna é identificada por eles como
harmoniosa. Por isso negam a importância dos problemas, e a sua
expressão e o seu tom de voz são compatíveis com a visão morna
que têm da vida. São indolentes, dedicando-se sempre às
atividades que consideram de pouco valor.
Quando crianças, conviveram com tanta negação de amor por
parte dos pais que a sensação de que nada é importante na vida os
acompanha. Adoram televisão e ficam frustrados diante da
mudança de programação. Sua atenção geralmente se volta para
os esportes, jogos de baralho e coleções supérfluas. São rotineiros
e conservadores, já que o estabelecido não provoca conflitos e nem
necessidade de decisões. Em geral, se atrasam nos encontros
marcados ou se esquecem deles completamente. Aceitam sem
discussão a moral convencional. São resignados e bonachões.

37
Positivamente, são pessoas calmas e pacíficas, levando
harmonia a todos que necessitam. Raramente aconselham, mais
interessados estão em levar um pouco de consciência para aqueles
que não conseguem avaliar seus problemas com real
discernimento. São árbitros naturais e imparciais em seu
julgamento, por isso são procurados sempre que há necessidade de
apaziguamento. As donas de casa, os banqueiros e políticos são
típicos deste ego.
O Floral característico deste ego é o Wild Rose.
O tipo Wild Rose não tem entusiasmo nem ambição para
nenhuma forma de mudança. Aceitam pacificamente tudo o que
acontece com resignação. São felizes à sua maneira morna,
insensíveis emocionalmente diante das alegrias e tristezas. Wild
Rose ajuda a ativar a vontade de viver, afastando o desinteresse e
a apatia.
O composto para este ego é: Wild Rose, Crab Apple, Aspen,
Centaury, Honeysuckle.
Crab Apple ajuda a aceitar a nossa fraqueza e tudo aquilo que
nos é desconfortável.
Aspen lida com as apreensões inconscientes, pois o Ego 9
precisa manter sempre o estado de harmonia, rejeitando qualquer
conflito, por menor que seja.
Centaury, indicado também para outros egos, com apoio ao
Wild Rose é de valor inestimável, já que os de Ego 9 são
negligentes consigo mesmos mas extremamente atentos ao bem
estar dos outros.
Honeysuckle é necessário aqui, já que a negação do amor na
infância cria um estado de nostalgia interna.

38
V

As Armadilhas dos Egos

Se formos analisar os egos, podemos agrupá-los de acordo


com as seguintes características: egos agressivos, egos
dependentes e egos reprimidos.
Os egos agressivos são os Egos 8, 3 e 1. Os dependentes
são os Egos 2, 6 e 7 e os reprimidos são os Egos 5, 9 e 4. Três
expressões agregam os egos de acordo com a sua visão de mundo.
Os agressivos: Sou maior que o mundo. Os dependentes: Preciso
ajustar-me ao mundo. Os reprimidos: Sou menor que o mundo.

Ilustr. 3

Agressivo
Sou Maior que 8 3 1
o Mundo

Dependente
Preciso 2 6 7
Ajustar-me ao
Mundo

Reprimido
Sou Menor que 5 9 4
o Mundo
39
É importante frisar que são muitos os recursos usados por
aqueles que nos procuram no sentido de dissimular a sua
verdadeira dificuldade. Há uma constante interpretação equivocada
sobre virtude e vício que deve ser bem esclarecida.
Em geral, as pessoas se identificam tanto com seus vícios
que os encaram como virtudes e qualidades a serem preservadas a
qualquer custo. Por exemplo, os do Ego 1 não veem a sua ira como
algo negativo. Consideram-se pessoas críticas que estimulam os
outros a se desenvolverem. A aceitação não faz parte de sua
cartilha. Os de Ego 2 acreditam que ao ajudarem os outros estão
contribuindo com o que há de melhor em sua personalidade para o
bem da humanidade. A dependência que eles acarretam nos outros
não é levada em consideração, já que para eles é impossível
aceitar a sua própria dependência. Não reconhecem que a
manipulação que exercem sobre as pessoas é que constitui o seu
vício.
O Ego 3 tem como vício o parâmetro inconsistente de avaliar
a si mesmo pelo sucesso nos empreendimentos. É um vício de
vaidade, que exclui a humildade em aceitar o fracasso.
Para o Ego 4, ser misterioso é o seu vício maior. Se
vangloriam intimamente pelo fato de que são especialmente
sensíveis. E até quando aceitam ser comuns, fazem disso um vício,
algo muito especial. Na verdade, não conseguem atribuir a si
próprios a simplicidade.
Já o Ego 5 acredita que ser solitário é uma virtude que poucos
conseguem desenvolver pela vida afora. Não imaginam sequer que
a sabedoria que eles adquiriram é para ser compartilhada e assim
desdobrada numa virtude verdadeira.

40
Os do Ego 6 sentem-se virtuosos na obediência às leis e à
não-transgressão das regras e normas. Restringem a virtude à
obediência, orgulhando-se de jamais terem cometido nenhum
pecado contra qualquer moral. Esquecem que a virtude verdadeira
deve estar subjugada apenas aos valores mais íntimos como, por
exemplo, o amor e o desapego.
No Ego 7 encontramos uma confusão generalizada. Em nome
da positividade, ou do pensamento positivo tão em moda, os deste
ego “deitam e rolam”. Consideram vícios - e são aplaudidos por isso
- a tristeza e o pessimismo. Esquecem que a tristeza é um
sentimento salutar se experienciada em situações reais e
verdadeiras. E que o vício maior é rir ao invés de chorar em eternos
desencontros emocionais, que esquizofrenizam mais do que o pior
dos pessimismos.
Os do Ego 8 se sentem justos e fortes. Experienciam a rudeza
no sentido da virtude, que os mantém de pé quando muitos caem.
Quando maltratam alguém, não sentem culpa ou remorso,
exatamente por isso. É como se com essa atitude tentassem
ensinar aos outros a melhor forma de encarar a vida. Esquecem
que a suavidade pode ser a verdadeira lição em situações de
conflito.
Os do Ego 9 orgulham-se de sua despreocupação diante dos
problemas do cotidiano. Vício, para eles, é tentar corrigir as
injustiças e mesmo melhorar o mundo que habitamos. Esquecem
que na alienação não se desenvolvem e nem entram em interação
com os outros, impedindo com isso o seu próprio crescimento.
Na verdade, não existe o ego puro. Muitas vezes
identificamos, em nós e nos outros, traços de muitos egos, que nos
confundem. Mas, sem sombra de dúvida, existe o ego

41
predominante, e é nesse que devemos nos deter. No final deste
livro encontraremos nove listas de traços significativos,
correspondentes a cada ego. Aquele que for mais assinalado será o
nosso ego predominante. No de diagnóstico de personalidade é
falho confiar apenas na informação do paciente. Por isso, duas
fichas de cada ego lhe devem ser entregues. Uma para ser
preenchida por ele e outra para ser preenchida a seu respeito por
um amigo íntimo ou um parente próximo. Por outro lado, é
necessário que estejamos atentos e despertos em relação ao ego
do nosso paciente, para não nos deixarmos enredar pelos efeitos
da manipulação que porventura possam encobrir suas verdadeiras
necessidades.

De acordo com as próprias palavras do Dr. Bach, que


transcrevemos logo no início deste livro, conseguimos modificar
uma compulsão, não reprimindo, mas substituindo-a pela virtude
que a anule. Também no Eneagrama é esta a técnica usada. No
entanto, antes de abordarmos as virtudes ou saídas específicas de
cada ego, vamos nos deter primeiro nas armadilhas que podem ser
criadas por cada um dos egos. Na figura abaixo, as setas indicam
para onde o ego expande sua compulsão no sentido de ampliá-la.
Esse fator é a armadilha que ao invés de libertar aprisiona ainda
mais. Para melhor compreensão, vamos seccionar os círculos do
Eneagrama.

42
A direção da seta indica a armadilha de cada ego.

ilustr. 4

O Ego 3, do tipo agressivo, pode modificar seu


comportamento, em situações de conflito, para o tipo reprimido do
Ego 9. É quando o 3 entra em desespero, já que o fracasso e a
indolência do Ego 9 geram insegurança no Ego 3.
O Ego 9, reprimido, ao se confrontar com a sua indolência,
pode tentar se refugiar no ego covarde do 6. Assume então um
comportamento hesitante e escrupuloso diante dos afazeres.

43
O Ego 6, no entanto, por ser dependente, ao resvalar para a
superatividade do Ego 3 o faz de maneira forçada e um tanto irreal.
Mascara então a sua insegurança com uma pseudodeterminação.
Na ilustração a seguir, vamos nos deter nos Egos 1, 5 e 7.

ilustr. 5

O Ego 1, agressivo, exausto da sua perfeição pode tentar se


refugiar no ego melancólico do 4. Aí entram em desespero, já que o
Ego 1 terá que assumir a tragicidade do Ego 4 e a sua solidão.
Tornam-se então melancólicos e descrentes de qualquer
possibilidade de ação.
O Ego 5, reprimido, em geral assentado em bases sólidas,
numa situação de desespero interno pode descambar para o mundo
maravilhoso de Walt Disney, apropriado ao Ego 7. É quando o Ego
5 se nutre de falsas esperanças, o que lhe causa mais desconforto
ainda.

44
O Ego 7, dependente, pode cair facilmente no ego agressivo e
questionador do 1. A Ira característica do Ego 1 passa a obsediá-lo,
fazendo com que os do Ego 7 desistam do seu inabalável otimismo
para pôr em prática aquilo que eles chamam de “cair na real”.
Na figura abaixo, vamos nos deter nos Egos 8, 2 e 4.

ilustr. 6

O Ego 8, agressivo, em situação de conflito tende a se


proteger no Ego 5. Não é nada salutar para este ego a repressão
que o Ego 5 impõe com seu egoísmo. Os do Ego 8 necessitam dos
outros para continuar se relacionando, enquanto que o Ego 5
afasta-se do mundo à procura da “sabedoria” e da “solidão”.
O Ego 2, dependente, torna-se agressivo e tende a cair no
Ego 8 quando se sente incompreendido por alguém. Ao contrário do
8, que é hostil em sua característica primordial, os do Ego 2 têm

45
dificuldades nos confrontos abertos, o que lhes aumenta o
desespero.
O Ego 4, reprimido, tende ao Ego 2 na tentativa de
aproximação com o outro, quando se sentem extremamente
solitários. Um verdadeiro desastre então ocorre, já que os do Ego 4
só se apegam aos outros em situações de desespero.
Estes dados nos interessam na medida em que jamais
devemos incluir no nosso composto, nem como remédio de apoio
ou remédio para situações mais dolorosas, o Floral correspondente
ao ego da armadilha. Ou seja, jamais devemos acrescentar no
composto do Ego 1, por exemplo, o Floral da personalidade
correspondente ao Ego 4. Nem no composto do Ego 2, o Floral da
personalidade correspondente ao Ego 8. Este é um dos motivos
para que os florais não funcionem perfeitamente.
Para evitar isso, basta consultar a tabela a seguir.

Tabela das Armadilhas e Saídas dos Egos


ilustr. 7

EGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9

ARMADILHA 4 8 9 2 7 3 1 5 6

SAÍDA 7 4 6 1 8 9 5 2 3
46
As saídas, no entanto, são a salvação de cada ego. São
aquelas virtudes a que se refere o Dr. Bach, que anulam a
compulsividade de cada um.
Se seguirmos, nos mesmos círculos anteriores, nas
ilustrações 4, 5 e 6,, o sentido contrário das setas, teremos a saída.
Portanto, a saída do Ego 1 é o Ego 7. A saída do Ego 2 é o 4*. E
assim por diante. Um determinado ego que é a armadilha para um é
a saída para outro.
É certo que o período de tratamento varia de pessoa para
pessoa. Esse período não deve ser menor que 21 dias e não deve
ultrapassar nove meses no uso do primeiro composto. O primeiro
composto é o composto do ego predominante, o segundo composto
será esse mesmo composto adicionado do remédio correspondente
ao ego saída. Mas, vamos nos deter depois nesse ponto.
Se a reação ao primeiro composto for imediata, deve-se
prolongar o tratamento até três meses. Só então o segundo
composto deve ser ministrado. Se, ao contrário, a reação for
morosa e dolorosa, de duas uma: ou o diagnóstico está errado, ou a
resistência do nosso paciente precisa ser quebrada com a adição
de Wild Oat ou Gentian, de Walnut ou de White Chestnut. Wild Oat
e Gentian são usados em casos de dúvida que o paciente possa ter
em relação ao tratamento. Walnut é extremamente eficaz quando o
paciente se sente inseguro. Neste caso, o Walnut o fará se sentir
mais protegido em relação ao tratamento. E White Chestnut quando
queremos provocar uma desobstrução para que o fluxo de energia
possa ser libertado mais facilmente. No caso de acrescentar um
desses três remédios não devemos retirar nenhum outro remédio
do composto original.

47
É certo que podemos trabalhar a personalidade apenas com
um único floral - o da personalidade de quem estamos tratando. É
certo também que não devemos manipular um composto com mais
de seis florais, pois um certamente entrará em conflito com o outro.
Por isso devemos ficar atentos a um composto também de seis
florais. Ao adicionarmos um dos três florais indicados anteriormente,
é necessário notar se eles não entram em contradição com os
outros cinco florais do composto.

48
VI

As Saídas dos Egos e os Florais


Correspondentes

Superar um ego não é se livrar dele, mas compreendê-lo,


aceitá-lo e agir no sentido contrário à sua compulsão. As saídas se
referem exatamente a isso.
Os tipos agressivos 8, 3 e 1 tornam-se mais tolerantes quando
se dirigem no sentido do comportamento dependente dos Egos 2, 6
e 7, respectivamente. Os dependentes tornam-se mais
independentes quando se dirigem no sentido dos egos reprimidos 5,
9 e 4. E esses últimos tornam-se mais ofensivos quando se dirigem
para a agressividade do 8, 3 e 1.
ilustr. 8

Sou Estável

Sou Trabalhador
Sou Poderoso

Sou Bom Sou Útil

Sou Leal Sou Bem Sucedido

Sou Bem Informado Sou Singular


49
Para superar a compulsão, devemos seguir o sentido das
setas na ilustração anterior.
É salutar para os do Ego 1 agir de acordo com a alegria, a
espontaneidade e a ingenuidade do Ego 7. Menos sérios e mais
alegres, os do Ego 1 podem descobrir que brincar com a vida é
menos arriscado do que padecer de ira. Contar histórias e piadas
pode ajudar a dissipar a nuvem de preocupação que antes os
cegava. Estar de bem com a vida e com o otimismo é a virtude que
se faz necessária aos deste ego.
Os do Ego 2 encaram a sua compulsão dirigindo-se no
sentido do Ego 4. Aí se beneficiam da singularidade do 4, que
possui profundos sentimentos de alegria e dor. Procuram agora ser
apreciados pelos seus dons e pela sua criatividade do que pelo
auxílio a pessoas e sua consequente dependência.
Dirigindo sua necessidade de sucesso a qualquer preço para
a lealdade do Ego 6, os do Ego 3 resgatam a sua própria imagem
de pessoas fiéis, de cidadãos conscientes. Passam a interagir em
grupos não mais no sentido da utilidade, mas no sentido da
cooperação e do companheirismo.
Os do Ego 4 necessitam da atividade do 1. Estes últimos são
inflexíveis quanto à desordem, o caos e aquilo que eles consideram
injusto. Nesse sentido, os do Ego 4 colocam mais os pés no chão,
ao invés de caminharem nas nuvens charmosas de sua
sensibilidade. É daí que passam a extrair a beleza, agora doada por
eles em favor do aprimoramento alheio.
O Ego 5 combate a sua compulsividade através do orgulho do
8. Passam a ter o poder de decidir a respeito de sua solidão.
Tornam-se menos lentos, mais ativos e despertos. Começam a usar
o poder do Ego 8 para expressarem suas opiniões ao invés de

50
silenciar. Agem mais pelo instinto do que pela reflexão, o que lhes
dá uma maior dimensão de suas potencialidades.
O Ego 6 necessita da autoconfiança do 9. Ao invés de medir o
mundo pelo tamanho de suas leis e normas, com o Ego 9 eles
podem aprender a valorizar mais o mundo no sentido do amor, do
bem-estar, da harmonia e da paz.
Já o Ego 7 supera em grande parte sua compulsividade pelo
prazer se relacionando com o mundo na maneira do 5. Mais
reflexivo, mais interiorizado, o Ego 7 pode agora desfrutar de seu
espaço interno com mais sabedoria e menos ansiedade. Pode
observar melhor a si mesmo e aos outros, assim como pode
experienciar a dor sem precisar mais fugir dela.
O Ego 8 pode tornar-se mais generoso e suave através do
desprendimento do 2. Pode tornar-se mais aberto a
relacionamentos que envolvam a afeição pelo outro. Mais humanos,
tornam-se úteis e amorosos diante daqueles que necessitam do seu
amparo.
E, finalmente, o Ego 9 se torna mais participativo ao assumir a
competitividade do 3. Descobrindo o potencial que há dentro de si
mesmos, os do Ego 9 revelam-se criativos quando tendem para o
entusiasmo e a necessidade de sucesso do Ego 3.
Temos agora, portanto, a chave da cura. Após usarmos o
composto original de cada ego no nosso paciente, podemos e
devemos retirar um dos florais e acrescentar o floral do ego saída.
Certamente, devemos retirar do composto original aquele remédio
de apoio que o paciente, por sua reação ao tratamento, parece ter
vivenciado mais intensamente e parece ter superado.
Vamos nos ater ao Ego 1, para exemplificar. Os florais de
apoio do composto original são Walnut, Crab Apple, Holly e

51
Impatiens. Walnut, quando aparece num composto original, jamais
deve ser substituído. Há determinadas características neste floral
que jamais serão superadas, mas apenas vivenciadas de acordo
com a experiência e o desenvolvimento de cada um. E isto deve ser
respeitado principalmente com este floral.
Digamos que o nosso paciente esteja realmente mais
paciente consigo mesmo e com os outros. Tendo tomado contato
com a sua exigência interna, agora é capaz de relaxar e de se sentir
mais tranquilo e menos ansioso. É momento de excluir Impatiens e
acrescentar Heather, o floral do Ego 7.
Heather, como já sabemos, é o remédio para os famosos
tagarelas, sempre alegres e expansivos. No caso do Ego 1, essa
expansividade será amena mas eficaz. Este floral o levará a tomar
contato com o outro de uma forma mais alegre e atenta. Isso
funciona na medida em que sabemos que nos florais, se nos faltam
determinadas qualidades que queremos desenvolver, basta que
lancemos mão do remédio cujas características envolvam tais
qualidades.
Se o Ego 7, cujo floral é Heather, reage no sentido da
superação de sua superficialidade, não nos interessa aqui. Não
queremos incentivar os vícios deste ego, mas provocar as virtudes
que podem ser extraídas dele para benefício do nosso Ego 1. Ou
seja, queremos provocar no Ego 1 a alegria e a expansividade do
Ego 7, assim como introduzir no Ego 1 uma nova visão de mundo.
Portanto, neste ponto do nosso estudo, devemos nos ater aos
remédios que indicarão as saídas de cada ego. O segundo
composto a ser usado, para cada um, será:

52
Ego 1:Vervain – floral do Ego 1
Walnut, Crab Apple, Holly, Impatiens – um desses três deverá
ser excluído.
Acrescentar Heather – floral do Ego 7
Obs: Jamais acrescentar Willow (floral do Ego 4), por ser o
floral armadilha do Ego 1.

Ego 2: Chicory – floral do Ego 2


Centaury, Larch, Clematis, Crab Apple – um desses quatro
deverá ser excluído.
Acrescentar Willow – floral do Ego 4
Obs: Jamais acrescentar Vine – floral do Ego 8, pois este é o
floral armadilha do Ego 2.

Ego 3: Oak – floral do Ego 3


Agrimony, Centaury, Gentian, Water Violet – um desses
quatro deverá ser excluído.
Acrescentar Rock Water – floral do Ego 6
Obs: Jamais acrescentar Wild Rose, floral do Ego 9, floral
armadilha do Ego 3.

Ego 4: Willow – floral do Ego 4

Clematis, Holly, Water Violet, Honeysuckle – um desses


quatro deverá ser excluído.

Acrescentar Vervain – floral do Ego 1

53
Obs: Não usar jamais Chicory, floral do Ego 2, pois este é o
floral armadilha do Ego 4.

Ego 5: Water Violet – floral do Ego 5

Beech, Cerato, Clematis, Honeysuckle – um desses quatro


deve ser substituído.

Acrescentar Vine – floral do Ego 8

Obs: Jamais usar Heather, floral do Ego 7, pois este é o floral


armadilha do Ego 5.

Ego 6: Rock Water – floral do Ego 6

Scleranthus, Chestnut Bud, Aspen, Impatiens – um desses


quatro deve ser substituído.

Acrescentar Wild Rose – floral do Ego 9

Obs: Jamais usar Oak, floral do Ego 3, que é o floral


armadilha do Ego 6.

Ego 7: Heather – floral do Ego 7

Honeysuckle, Clematis, Cerato, Agrimony – um desses quatro


deverá ser substituído.

Acrescentar Water Violet – floral do Ego 5

Obs: Jamais usar Vervain, floral do Ego 1, pois este é o floral


armadilha do Ego 7.
54
Ego 8: Vine – floral do Ego 8

Beech, Impatiens, Vervain, Star of Bethlehem – um desses


quatro deve ser substituído.

Acrescentar Chicory – floral do Ego 2

Obs: Jamais usar Water Violet, floral do Ego 5, pois este é o


floral armadilha do Ego 8.

Ego 9: Wild Rose – floral do Ego 9

Crab Apple, Aspen, Centaury, Honeysuckle – um desses


quatro deve ser substituído.

Acrescentar Oak – floral do Ego 3

Obs: Jamais usar Rock Water, floral do Ego 6, que é o floral


armadilha do Ego 9.

55
VII

Os 14 Florais para Situações Específicas

Vamos tratar agora dos remédios do Dr. Bach que não


entraram em nenhum dos egos abordados.
Na verdade, utilizamos nove florais distintos para nove egos
específicos. Utilizamos também dezesseis florais de apoio para
esses nove egos. Sobraram quatorze florais que, longe de serem
excluídos, serão usados em situações específicas e/ou
emergenciais.
O Rescue Remedue, ou Remédio para Todas as Situações,
foi apontado pelo Dr. Bach como aquele que sempre devemos ter à
mão em momentos difíceis. Por isso não precisamos nos deter nele
aqui. Os treze restantes são, a nosso ver, dentro do esquema de
utilização através do Eneagrama, para os estados limites de
desespero a que qualquer ego pode nos levar. É aquele momento
em que como curadores de alma somos procurados por pessoas
cujo terror está estampado no rosto.
Em geral, esses estados ocorrem quando caímos em nossas
armadilhas e não conseguimos mais sair. Elas nos apontam a
contradição incomensurável entre o nosso ser verdadeiro e o nosso
ego superficial. É quando somos jogados contra a parede da nossa
resistência. Ficamos tão machucados como se estivéssemos
resistindo a um furacão. Os treze remédios são: Red Chestnut,
White Chestnut, Cherry Plum, Wild Oat, Rock Rose, Sweet
Chestnut, Pine, Olive, Mustard, Mimulus, Hornbeam, Gorse e Elm.

56
Vamos encontrar a descrição de cada um deles no apêndice que
traz a referência ao trabalho do Dr. Bach, juntamente com os outros
florais.
Red Chestnut é um remédio especial para pessoas especiais.
Em geral, pessoas que necessitam deste floral têm um desvio sério
de personalidade. São pessoas que revelam uma morbidez
extremamente negativa, cujo prazer maior, consciente ou
inconsciente, é o de extrair prazer das desgraças. Seria o exagero
do Ego 4, mas qualquer um dos egos estudados anteriormente,
com exceção talvez do Ego 7, pode apresentar esse desvio quando
cai em suas armadilhas.
White Chestnut é um remédio necessário a todos. Os
pensamentos recorrentes não são privilégio de um só tipo de ego.
São, ao contrário, privilégio da maioria, que não sabe pensar
criativamente. Até mesmo não pensar, se não há realmente algo
que não mereça a nossa atenção naquele momento, é
absolutamente impossível para a maior parte das pessoas. Em
geral, deve ser receitado para aqueles que necessitam de uma
trégua mental urgente.
Cherry Plum é o medo da loucura, o medo de que a mente
entre em retrocesso, e que pode ser útil em momentos de crise para
qualquer ego. Os egos mais propensos, no entanto, a esse estado
são os Egos 4, 5 e 6.
White Chestnut associado a Cherry Plum forma um
casamento perfeito em situações de desorientação completa.
Wild Oat é o momento da indecisão, cuja característica não
pertence a um ego específico. São as dúvidas de ordem mais geral
que temos que enfrentar em algum momento da nossa existência,
qualquer que seja o nosso ego principal.

57
Rock Rose é extremamente bem vindo em momentos de
terror e pânico, independentemente também do ego.
Sweet Chestnut é ideal quando caímos em nossa armadilha.
Muitas vezes, nestes momentos, não vislumbramos nenhuma luz
que nos ampare. É de trevas este espaço e então ficamos
paralisados. É neste momento que precisamos de Sweet Chestnut.
Sentimento de culpa não é característica apenas de um ego.
Todos o têm de sobra, mesmo o Ego 8, que o sente às avessas.
Aliás, a única culpa que os deste Ego têm é a de não se sentirem
culpados. Por isso, Pine é ideal quando este sentimento nos atola
no passado sem nos deixar antever o verdadeiro sentimento que
existe no presente.
Olive é o remédio certo para exaustão. Às vezes precisamos
ser tão convincentes na representação e na manutenção dos
nossos egos que ficamos exaustos e drenados de nossa energia.
Olive é necessário para repor os gastos até mesmo em situações
que ocorrem à nossa revelia.
A depressão maior é causada pela separação que ocorre
entre a nossa verdadeira essência e o que achamos que é
importante para nós. A nossa cisão é a causa da nossa infelicidade.
Por isso Mustard serve para todos aqueles que, ainda alienados de
si mesmos, necessitam de uma pausa para este desconforto.
Na nossa sociedade, e em especial os que vivem no Brasil, a
maior parte das pessoas padece pelo medo das situações
estressantes do dia-a-dia, como a violência, a fome, o medo da
morte, da doença e da velhice. Mimulus é conveniente sempre nos
momentos em que esse tipo de medo aparece com intensidade.
Hornbeam pode ser excelente para os de Ego 9 quando em
crise, mas, em geral é eficaz para todos os egos. Hornbeam clareia

58
a mente, torna cada dia mais luminoso, mantendo nossos olhos
abertos até mesmo em estado de sonolência.
Assim como Red Chestnut, Gorse é dirigido para todos os
egos, quando há um desvio de personalidade. São os momentos de
depressão máxima, em que não acreditamos em mais nada, nem
mesmo na vida e sequer na morte. Gorse ajuda a reequilibrar o
organismo, reencaixando o corpo ao resto do ser.
Elm é destinado a todos os que passam momentaneamente
por cansaços físicos ou mentais. É uma espécie de reconstituinte
forte e poderoso.
Pro pessoal que gosta de entrar em estado alterado de
consciência sem muito esforço, indico o Chestnut Bud, que tem a
capacidade de vivificar o cérebro, acentuando detalhes da realidade
e abrindo canais de percepção extrassensoriais.

59
VIII

Como Fazer o Diagnóstico

Com aqueles que nos procuram, conversamos


demoradamente sobre a sua vida, sobre os problemas do passado
e do presente. Não temos a intenção de apenas anotar estes
dados, mas de começar a formar uma ideia sobre o provável ego
desta pessoa. Pela sua visão de mundo, pelas palavras e frases
que usa, pela possível relação que tenha consigo mesma já é um
caminho seguro para a nossa meta.
Nem sempre entregaremos o composto floral pronto neste
mesmo dia. A não ser que o nosso paciente, previamente
informado, traga junto consigo um amigo íntimo ou um parente em
quem confie. Se isso não for possível, após esta primeira entrevista,
novo horário será marcado, pois o paciente deverá levar para casa
um conjunto com 18 fichas, ou seja, dois jogos de listas de traço
com os nove egos. Melhor explicando, deverá levar consigo duas
listas de traços negativos do Ego 1, duas do Ego 2, e assim por
diante. Uma das listas deverá ser assinalada pela própria pessoa e
outra pelo amigo ou parente. Essas fichas serão de grande auxílio
para nossa orientação em relação ao nosso paciente.
De posse das fichas assinaladas, devemos observar cada
resposta de cada item, privilegiando a resposta do amigo, caso haja
contradição entre as fichas. Por exemplo, se o traço 20 do Ego 1,
“Vejo as coisas em termos de certo e errado, bom e mau”, não for

60
assinalado pelo nosso paciente, mas o for pelo amigo, devemos
considerar para este item dois pontos a mais na listagem do amigo
para este ego. A pessoa amiga deve ser orientada no sentido de
procurar ser absolutamente honesta sobre o perfil psicológico do
paciente.
Cada traço será então contado, e o número de traços
assinalados deverá ser colocado ao final de cada lista de ego.
Somamos então as duas listas, a da pessoa e a do amigo e
optamos por considerar aquela com o maior número de itens
assinalados. Este será o ego com o qual deveremos trabalhar. Esta
soma final das duas listagens é importante, já que alguns itens na
listagem do amigo poderão ter ponto dobrado em relação à listagem
da própria pessoa.
Caso haja empate entre egos, devemos verificar se um deles
não é o ego armadilha do outro. Se for, matamos a charada. Se não
for, devemos optar de acordo com os dados que levantamos na
primeira entrevista através da nossa própria observação.
Traçado o ego, fazemos o composto respeitando as fórmulas
indicadas.
Devemos orientar a pessoa no sentido de ficar absolutamente
atenta a qualquer alteração física ou emocional. Devemos anotar os
novos sintomas que aparecem e confrontá-los com os traços do ego
que está sendo trabalhado, assim como com os traços do ego
armadilha.
Se a alteração for física, devemos anotar e insistir para que o
paciente permaneça atento também para as alterações psíquicas. É
pela observação das reações que podemos ter certeza do nosso
acerto em relação ao ego ou da resistência psicológica de cada um,
que precisaremos vencer.

61
Os vidros para os compostos devem ser os de 30 ml com
conta-gotas. Esses vidros não devem ser desinfetados com nenhum
produto químico, nem mesmo com álcool, pois isso poderia alterar o
teor medicinal do composto. Usar apenas água fervente para isso.
A forma de preparar o composto é muito simples. Encha o vidrinho
com água mineral sem gás e acrescente duas gotas de cada floral
do composto. Agite. Está pronto o remédio que deverá ser usado
em doses normais. Quatro gotas pela manhã, ainda em jejum, mais
quatro gotas em duas doses distribuídas no decorrer do dia e mais
a última dose de quatro gotas antes de dormir. Se houver
necessidade, as doses podem ser aumentadas ou diminuídas, não
devendo exceder oito doses diárias, sendo que a primeira dose em
jejum e a última antes de dormir devem ser prescritas sempre.
Apenas em casos de emergência, as doses podem ser ministradas
de hora em hora, ou até de meia em meia hora, mas o composto
será outro, específico para o momento ou situação.

Como reconhecer os
Sintomas de Cura da Personalidade

É claro que as reações individuais são inúmeras. No entanto,


num primeiro momento podemos assistir a um quadro mais ou
menos parecido. Ao tomarmos inicialmente contato com a
compulsão do nosso ego, reagimos, em geral, desfavoravelmente,
por vezes tentando parar o medicamento. Algumas pessoas,
entretanto, apresentam melhora substancial logo na primeira
semana. Atribuímos a isso um maior nível de compreensão, já

62
preexistente mesmo que inconscientemente, da sua própria
compulsão.
Logo a seguir a este primeiro impacto do medicamento no
organismo, o processo começa a se desencadear de forma mais
fluida. É quando o paciente começa a sentir um bem-estar
generalizado. Isso não significa a cura, mas o primeiro passo em
seu sentido. Com o correr do tratamento, alguns tentam escapar
para o ego armadilha. Vem a nós dizendo que houve uma recaída.
Precisamos observar atentamente, pois, em geral, se deve manter o
mesmo composto por mais um tempo. Casos em que o paciente
parece bastante pessimista em relação à sua recaída, podemos
acrescentar um dos quatro florais indicados para situações
específicas. Esses florais afastam as dúvidas que porventura
possam existir neste momento do tratamento.
A cura só se dá na segunda fase do tratamento, quando
alteramos o composto inicial com acréscimo do remédio do ego
saída. Aí também devemos permanecer por um período mínimo de
três meses, observando atentamente as reações.
Aos poucos, com o contato direto com o nosso paciente,
podemos introduzir o fechamento ou a conclusão do tratamento.
Como diz o Dr. Bach “contanto que a profissão médica (...) avance
com o crescimento espiritual das pessoas, é bem possível que a
arte da cura possa passar das mãos das comunidades religiosas
para as mãos dos curadores natos, que existem em toda geração
(...) Assim também o médico do futuro terá dois objetivos principais:
o primeiro será o de ajudar o paciente a alcançar um conhecimento
de si mesmo e apontar os erros fundamentais que ele possa estar
cometendo, as deficiências de seu caráter que ele teria que corrigir
e os defeitos em sua natureza que têm de ser erradicados e

63
substituídos por virtudes correspondentes. Esse médico terá que
ser um grande estudioso das leis que governam a humanidade e a
própria natureza humana, de modo que possa reconhecer em todos
os que a ele acorrem os elementos que estão causando conflito
entre a alma e a personalidade. Tem de ser capaz de aconselhar o
paciente a como restabelecer melhor harmonia requerida, que
ações contra a Unidade deve deixar de praticar e que virtudes
necessárias deve desenvolver para eliminar seus defeitos”. (8)
A partir dessas palavras, podemos nos situar não como
médicos, a não ser que o sejamos e de preferência nos moldes
sugeridos anteriormente pelo Dr. Bach, mas como curadores de
almas. É neste momento final do tratamento que podemos e
devemos revelar ao nosso paciente todo o percurso que fizemos
juntos para erradicar da sua personalidade a compulsão. Ele já
estará mais receptivo para aceitar essa longa conversa que teremos
como parte final do tratamento.
Todo o composto de apoio, inclusive o floral correspondente
ao ego predominante, então devem ser retirados, e o paciente
deverá utilizar somente o remédio do ego saída, em duas doses
diárias, apenas pela manhã e pela noite, pelo menos durante dois
anos. O ego saída será durante esses anos a busca que a pessoa
deverá empreender de si mesma, o seu antídoto, a sua
“conversão”, para usar aqui as palavras do próprio Eneagrama. Ela
deve ser esclarecida também sobre as virtudes desse ego, que
podem libertá-la. Devemos dizer a ela que todo o desespero por
que passou teve origem num determinado vício de seu ego
predominante, que ela confundia com virtude. Esse vício lhe deve
ser revelado, se é que já não o foi pelo próprio desenrolar do
tratamento, para que efetivamente ela tenha clareza dos seus

64
processos, nos momentos de crise que porventura ocorram daqui
por diante.

65
IX

Para Além da Virtude

Ao nos voltarmos para Deus, nos voltamos para nós mesmos.


Este é o encontro divino com o nosso par interno, de quem fomos
apartados em nossa origem primeira.
Na verdade, a forma de cada ego se posicionar diante do
mundo é uma tentativa equivocada de atingir a Deus. No entanto,
após o contato com as nossas verdadeiras virtudes, podemos agora
ter uma ideia mais aproximada de como atingir o divino. Nas duas
figuras a seguir podemos esclarecer melhor este ponto.
A ilustração 9 mostra a forma equivocada que pressupomos
nos levará ao encontro com Deus. Na ilustração 10, temos a
conversão da alma, direcionada a Deus. E na ilustração 11 os
Estados do Ser que podemos alcançar através das virtudes.
O ideal de crescimento pode libertar os do Ego 1 da armadilha
da perfeição. Reconhecendo que a vida não é algo estático,
predeterminado, mas algo que inclui cometer erros em direção ao
amadurecimento, é o primeiro passo para a conversão deste ego. O
próprio crescimento espiritual passa a ser encarado como um
processo a ser vivido e não como algo a ser obtido pelo
merecimento ao se ser perfeito ou correto.
O ideal da graça concedida é aquilo que pode libertar os do
Ego 2 da sua ideia de doação. Percebem que não podem comprar o
amor de Deus através da troca emocional que costumam exercer

66
sobre as pessoas. Que o amor de Deus jorra sobre eles e através
deles incondicionalmente. Esta é uma bela lição para os do Ego 2,
que podem agora aprender a dar por dar, sem exigir ou esperar
nada em troca.

Equívocos do Ego Predominante

Auto- Humilhação

Justiça Perfeição

Idealismo Devoção

Segurança Eficiência

Conhecimento Autenticidade

ilustr. 9

67
Ideais Divinos

Amor Incondicional

Compaixão Crescimento

CoCriação com Deus Graça

ilustr. 10

Confiança em Deus Vontade de Deus

Providência Divina União com Deus

Ilustr. 10

68
Já para os do Ego 3 a competitividade fica anulada no
momento em que eles se entregam aos desígnios divinos. A
confiança em Deus é o seu antídoto, quando então passam a
perceber que todos podem expressar seus talentos individuais sem
que haja competição entre eles.

Os de Ego 4 tornam-se realmente especiais apenas através


de sua união com Deus. Compreendem que, para Deus, todos, sem
exceção, são especiais e insubstituíveis. Passam a viver mais no
presente, afastando de si a nostalgia e as lembranças trágicas de
seu passado.
A insaciável busca de conhecimento do Ego 5 cessa
quando percebem que a vida no mundo é a vida da interrelação
pessoal. O ideal da Divina Providência deixa aos do Ego 5 a
possibilidade de se entregar à sabedoria divina que os provê.
Passam a entender os sinais divinos como uma assistência extra ao
seu próprio ser. Uma verdadeira sabedoria interna é então
experimentada por eles.
Os do Ego 6 ao acreditarem em Deus se libertam da sua
insegurança. Percebem que a lei divina, diferente da lei dos
homens, envolve apenas o amor de Deus para com seus filhos. Até
mesmo a ideia de religião como regras e rituais a serem cumpridos
desaba no momento em que os desse ego compreendem que nada
de mal pode lhes acontecer, já que são protegidos pela crença e
pela fé no amor em Deus.
Os do Ego 7, como cocriadores do trabalho divino, percebem
que este trabalho inclui a alegria, mas também o sofrimento. Nesse
ponto de compreensão, os deste ego aceitam a dor do seu próprio
crescimento em busca da verdadeira alegria.

69
A justiça como armadilha do Ego 8 tem a sua balança
desequilibrada pelo ideal divino da compaixão. Só este ideal, que
elimina a ideia de justiça e resgata a possibilidade do perdão, é que
pode salvar os deste ego. Deste modo, desistem de julgar os outros
e a si próprios, abrindo um espaço interno de compreensão e
tolerância.
Os do Ego 9, pela sua autodesvalorização, buscam estímulos
externos que acrescentem algum sabor à sua vida. Apenas pelo
amor incondicional a Deus se sentirão também incondicionalmente
amados pelo que são.
Podemos simplesmente regatar as virtudes do ego saída
para a cura da personalidade do ego predominante. No entanto, na
“conversão”, vamos mais adiante. Podemos transformar as virtudes
em Estados do Ser. A figura a seguir resume bem os estados que
podem ser alcançados por cada um dos egos.
Ilustração 11

Diligência

Simplicidade Serenidade

Lucidez Humildade

Harmonia Verdade

Despojamento Equanimidade
70
Acredito que seja de grande valia para o nosso paciente
tomar consciência dos estágios que pode alcançar com o
Eneagrama, e os Florais do Dr. Bach. Se ele quiser avançar nos
estágios ou parar nas virtudes, é algo que compete apenas a ele.
Acredito que os Florais, assim como o Eneagrama, possam ser
usados no sentido do crescimento individual indefinidamente.
Depende do que cada um procura pra si.
Como autocura e autoconhecimento também temos em mãos
um instrumental de trabalho valiosíssimo. Depende de como
encaramos a nossa vida e o que queremos conquistar para nós.
Afinal, como diz o próprio Dr. Bach: “Mergulhemos na vida. Estamos
aqui para adquirir experiência e conhecimento, e aprenderemos
muito pouco, a não ser que encaremos a realidade e busquemos
dar o máximo de nós.” (9) Certamente, o conhecimento a que ele se
referia inclui principalmente o conhecimento que podemos ter de
nós mesmos. E, para isso, o Eneagrama e os Florais são
verdadeiras preciosidades, principalmente se manipuladas pelas
mãos do amor e da consciência.

71
APÊNDICE 1

Fichas de pesquisa

Neste Apêndice vamos encontrar a lista de traços


compulsivos de cada ego em separado. Tenha sempre à mão um
par de cada uma das listas, para cada pessoa. Usamos apenas o
número do título de cada lista, e não a palavra ego, para não criar
nenhum tipo de temor no nosso paciente na primeira consulta.
No Apêndice 2, veja os 38 florais, de autoria do próprio Dr.
Bach, para auxílio na elaboração dos compostos. Esses florais
foram aqui agrupados segundo o Eneagrama.
Assinale com um X os itens com os quais você concorda.
Entregue uma ficha igual a esta a um parente ou amigo íntimo.

72
1. Me esforço muito para corrigir minhas falhas.
2. Me aborreço quando vejo que as coisas não são como
deveriam ser.

3. Odeio perder tempo.

4. Sempre me culpo por não ter feito o melhor.

5. A mínima falha pode arruinar a coisa toda para mim.

6. Tenho dificuldade em relaxar e ser brincalhão.

7. Frequentemente, vozes me criticam e ressoam na minha


cabeça.

8. Pareço preocupar-me mais do que as outras pessoas.

9. Me sinto compelido a ser honesto.

10. Às vezes detecto um traço de puritanismo em mim.

11. É importante para mim ser direito.

12. Frequentemente me apresso sentindo que não tenho


muito tempo para o muito que tenho que fazer.

13. Eu sou, ou poderia facilmente ser, uma pessoa


escrupulosa.

14. Preciso sentir-me responsável a maior parte do tempo.

15. Posso facilmente identificar-me com campanhas contra o


mal.

16. Se uma coisa não é justa, ela realmente incomoda.

73
17. Sinto-me compelido a me melhorar e ao que estou
fazendo.

18. Preciso ser perfeito para ser amado e validado.

19. Sinto-me frustrado porque nem eu nem os outros somos o


que deveríamos ser.

20. Vejo as coisas em termos de certo ou errado, bom ou


mau.

1. Muitas pessoas dependem da minha ajuda e generosidade.

2. Sinto orgulho mais em servir aos outros do que qualquer


outra coisa.

3. Necessito ser importante na vida dos outros. Gosto que as


pessoas precisem de mim.

4. Muitas pessoas sentem-se apegadas a mim.

5. Normalmente elogio outra pessoa.

6. Gosto de ajudar pessoas quando as vejo com problemas ou


numa situação embaraçosa.

7. Sou compelido a ajudar outras pessoas, quer queira, quer


não.

8. As pessoas vêm a mim por uma palavra de consolo ou um


conselho.

9. Muitas vezes sinto uma sobrecarga de dependência dos


outros sobre mim.
74
10. Não sinto que eu tenha tantas necessidades.

11. Às vezes sinto que os outros não me apreciam por aquilo


que fiz por eles.

12. Gosto de me sentir próximo das pessoas.

13. Às vezes me sinto enganado pelas pessoas, como sendo


usado por elas.

14. Amar e ser amado são as coisas mais importantes da


vida.

15. Descargas emocionais são importantes para mim.

16. Sinto que mereço ser o primeiro na vida de alguém, por


tudo que fiz por ele.

17. Me considero uma pessoa estimulante e criativa.

18. Sempre que tenho uma folga, uso-a ajudando os outros.

19. Me comunico com meus amigos com mais frequência do


que eles se comunicam comigo.

20. Gosto de cuidar dos outros.

1. Gosto de me manter ativo.

2. Gosto de trabalhar em equipe e me considero um bom


membro da equipe.

3. Gosto de trabalhar com precisão e profissionalismo.

75
4. Organizar e terminar tarefas é uma coisa natural para mim.

5. A palavra sucesso significa muito para mim.

6. Gosto de ter metas definidas e saber quais as minhas


chances para alcançá-las.

7. Gosto de mapas de estatística, ou outras indicações para


saber como estou progredindo.

8. Sou invejado pelo muito que já consegui.

9. Para mim, não é problema tomar decisões.

10. Projetar uma imagem bem sucedida é muito importante.

11. Para se atingir o sucesso, precisamos muitas vezes


sacrificar nosso padrão de conduta.

12. Do passado, procuro me lembrar do que fiz bem e de


forma correta mais do que aquilo que fiz mal e incorretamente.

13. Odeio quando dizem que o que estou fazendo não


funciona.

14. Prefiro trabalhar em organizações que requeiram


mudanças do que nas que requeiram continuidade.

15. Me sairia bem no aspecto informativo de um projeto.

16. Posso me identificar tanto com o trabalho ou com o papel


que desempenho que até me esqueço de quem sou realmente.

17. Acho a aparência de uma pessoa importante.

18. Acho que preciso realizar muito para que as pessoas me


notem.

19. Sou o tipo de pessoa com energia positiva.

20. A primeira impressão é a que conta.

76
4

1. A maioria das pessoas não aprecia a verdadeira beleza da


vida.

2. Tenho uma nostálgica compulsão pelo meu passado.

3. Tento parecer casual e natural.

4. Sempre tive atração pelo simbolismo.

5. As pessoas não sentem tão profundamente quanto eu.

6. As outras pessoas não têm capacidade de entender como


me sinto.

7. Gosto de fazer as coisas corretamente e com classe.

8. O meio ambiente que me cerca é muito importante para


mim.

9. Gosto muito de teatro e me imagino em cena.

10. Boas maneiras e bom gosto são importantes para mim.

11. Não gosto de pensar em mim como uma pessoa comum.

12. Posso ficar preocupada com o sofrimento, a perda e a


morte.

13. A minha reação nunca é suficiente.

14. Absorvo com tanta facilidade os sentimentos de um grupo


que frequentemente perco a noção de onde terminam meus
sentimentos e onde começam os dos outros.

77
15. Me preocupo, mais do que os outros, com o término de
um relacionamento.

16. Me identifico com a figura de um “ palhaço trágico”


sorrindo na escuridão.

17. Têm me acusado de ser indiferente.

18. Me deparo balançando para frente e para trás, entre altos


e baixos; ou estou para cima ou para baixo. Não me sinto vivo
quando me sinto no centro. As coisas mornas não me atraem.

19. As pessoas me acusam de ser superdramático, mas na


verdade elas não compreendem como me sinto.

20. As artes e as expressões artísticas são muito importantes


para mim como um meio de canalizar as minhas emoções.

1. Guardo meus sentimentos para mim mesmo.

2. Guardo tudo que tenho e junto artigos que um dia talvez


possa usar.

3. Não sei muito bem manter conversas superficiais.

4. Intelectualmente gosto de sintetizar e juntar ideias


diferentes.

5. Me dá um branco quando eu me embaraço ou quando


alguém pergunta como estou me sentindo agora.

6. Preciso de muito tempo e espaço privado.

78
7. Deixo os outros tomarem a iniciativa.

8. Prefiro sentar atrás, observar as pessoas e não me


envolver.

9. Tenho tendência para ser um eremita.

10. Pareço ser mais silente do que os outros. As pessoas


sempre me perguntam no que estou pensando.

11. Tenho dificuldade de conseguir ou pedir o que necessito.

12. Quando aparece uma publicação nova, gosto de examiná-


la primeiro para depois discutí-la com os outros.

13. Sinto dificuldade em me afirmar.

14. Tento resolver os meus problemas pensando.

15. Gosto de pôr as coisas em perspectiva, dar um passo


atrás e recolher tudo. Se algo me escapa, me culpo por ser tão
simplista e ingênuo.

16. Sou mesquinho com o meu tempo, meu dinheiro e comigo


mesmo.

17. Odeio quando fico sem dinheiro.

18. Quando fico aborrecido, considero os outros e a mim


mesmo como tolos, idiotas, burros, etc.

19. Tenho o tom de voz baixo e as pessoas sempre me


pedem para falar mais alto. Isso me irrita.

20. Sou mais um tomador do que um doador.

79
6

1. Sou basicamente uma pessoa de intermediação.

2. Lealdade ao grupo é muito importante para mim.

3. Acho difícil contrariar o que diz a autoridade.

4. Antes de tomar uma decisão, preciso de informações


adicionais para certificar-me de que estou preparado.

5. Levo muito tempo para me decidir porque preciso explorar


inteiramente as opções.

6. Às vezes duvido que eu tenha coragem o bastante para


fazer o que tem que ser feito.

7. Frequentemente sou atacado pela dúvida.

8. Gosto de estar inteiramente certo antes de agir.

9. Sem leis estritas é difícil dizer o que as pessoas podem


fazer.

10. Minha tendência é subir à custa do senso do dever e da


responsabilidade.

11. Gosto de demarcações no trabalho.

12. Pressinto o perigo e a ameaça mais do que os outros.

13. Demarco lados e questiono de que lado as pessoas estão.

14. Estou atento e sensível às contradições.

15. Prefiro ter as coisas esquematizadas do que em aberto.

16. Frequentemente avalio se as pessoas são ou não são


uma ameaça para mim.

80
17. Prudência é uma virtude muito importante para mim.

18. Pareço estar constantemente lutando ou desafiando meus


medos.

19. Pareço estar sempre defendendo a mim e a minha


posição mais do que as outras pessoas.

20. Frequentemente me fantasio no papel de algum herói ou


me coloco em algum posto elevado.

1. Tenho menos suspeitas das pessoas e dos seus motivos


do que as outras pessoas têm.

2. Existem poucas coisas na vida que não posso desfrutar.

3. As coisas saem sempre para melhor.

4. Gostaria que as pessoas fossem menos preocupadas com


as coisas.

5. Gosto que as pessoas me vejam como um ser feliz.

6. Geralmente encaro as coisas mais pelo lado alegre do que


pelo lado negativo.

7. Gosto de quase todo mundo que encontro.

8. Gosto de me considerar uma pessoa infantil e brincalhona.

9. Gosto de contar histórias e piadas.

10. As pessoas dizem que eu sou a alegria da festa.

81
11.Levo em consideração as ramificações cósmicas dos
acontecimentos e a importância universal de tudo o que acontece.

12. Minha teoria é: se alguma coisa é boa, mais é melhor.

13. Acho que não é bom ficar triste por muito tempo.

14. Gosto de fazer com que as coisas fiquem legais.

15. Gosto de saborear a vida.

16. Sou muito entusiasta acerca do futuro.

17. Gosto de alegrar as pessoas e levantar-lhes o moral.

18. Na maioria das vezes evito entrar em situações pesadas.

19. Gosto mais de pular de uma coisa para outra do que


entrar em uma com profundidade.

20. Lembro-me da minha infância feliz.

1. Sou bom em enfrentar e lutar pelo que quero.

2. Descubro facilmente o ponto fraco do outro e uso se for


provocado.

3. Não tenho dificuldade de expressar minha insatisfação


pelas coisas.

4. Não temo em me confrontar com outras pessoas e na


verdade eu as enfrento.

5. Gosto de desfrutar do poder.

82
6. Sei descobrir onde está o poder de um grupo.

7. Sou uma pessoa agressiva e determinada.

8. Sei como fazer as coisas.

9. Tenho problemas em aceitar e expressar meu lado gentil,


terno, dócil.

10. Me entedio facilmente e gosto de me manter ativo.

11. A justiça e a injustiça são problemas chaves para mim.

12. Protejo as pessoas que estão sob minha responsabilidade


e jurisdição.

13. Tenho os pés no chão.

14. Não sou afeito à introspecção e à auto-análise.

15. Me considero um não-conformista.

16. Não gosto de ser acuado.

17. Não gosto que me mandem me adaptar às situações.

18. Me considero um bom trabalhador.

19. Não consigo deixar as coisas como estão.

20. Acho que as outras pessoas criam seus próprios


problemas.

83
9

1. A maior parte das pessoas se envolve com as coisas.

2. Muitas coisas na vida não valem o aborrecimento.

3. Estou sempre em paz e calmo.

4. Sou uma pessoa extremamente fácil de se lidar.

5. Gosto quando não tenho nada para fazer.

6. Não me recordo de ter problemas para dormir.

7. Embora haja alguma diferença, creio que a maioria das


pessoas são muito parecidas.

8. Geralmente não me entusiasmo demais com as coisas.

9. Não há nada tão urgente que não possa esperar até


amanhã.

10. Necessito de estímulo externo para manter-me vivo.

11. Não gosto de gastar minha energia à toa. Busco coisas


onde posso resguardar minha energia.

12. Em geral não me preocupo com nada.

13. Posso ser um árbitro desapaixonado porque um lado é tão


bom quanto o outro.

14. Não gosto de me sentir inseguro.

15. Geralmente sigo a linha do mínimo esforço.

16. Me orgulho em ser uma pessoa estável.

17. Minimizo as coisas para sossegar outras pessoas.

84
18. Não considero que eu tenha aquela importância.

19. Não consigo ouvir e prestar atenção.

20. Concordo com a declaração: Por que ficar de pé se posso


sentar e por que sentar se posso deitar?2

2
As listas deste Apêndice foram extrapidas do trabalho O Eneagrama de autoria de Bob Ochs
S.J., Maria Bessing O.P.,Fr. Robert NogarekC.S.C. e Ted Dump S.J.

85
APÊNDICE 2

Os 38 Florais

Agrupados sob os seguintes títulos:

Os 9 Florais da Personalidade ou Ego

Os 16 Florais de Apoio ao Tratamento


da Personalidade ou Ego

Os 14 Florais para Situações Específicas

86
Os 9 Florais da Personalidade ou Ego3

CHICORY
Chichorium intybus
Para os que pensam muito nas necessidades dos outros e
tendem a cuidar excessivamente das crianças, dos familiares e dos
amigos, e sempre encontram algo que precisam endireitar. Essas
pessoas estão continuamente corrigindo o que lhes parece errado e
se comprazem com isso. Querem que aqueles dos quais cuidam
permaneçam perto delas.

HEATHER
Colluna vulgaris
Para os que estão constantemente buscando a companhia de
alguém que esteja disponível, pois sentem necessidade de discutir
seus problemas com os demais, seja quem for. São pessoas muito
infelizes quando têm de ficar sozinhas por algum tempo.

3
A interpretação que se segue foi extraída do livro do Dr. Edward Bach, Heal Thyself and The
Twelve Healers, publicado no Brasil pela Editora Pensamento sob o título Os Remédios Florais
do Dr. Bach.
87
OAK
Quercus robur

Para os que se debatem e se empenham denodadamente


para ser bem sucedidos ou pelas coisas da vida cotidiana, tentando
uma coisa atrás da outra, ainda que seu caso pareça desesperado.
Continuarão lutando. Ficam descontentes consigo mesmos na
enfermidade, se esta interfere com seus deveres ou os impede de
ajudar os demais.
São pessoas corajosas, que enfrentam as grandes
dificuldades sem perder a esperança nem deixar de se esforçar.

ROCK WATER
Aqua petra
Para os que são muito austeros em seu modo de viver; privam
a si mesmos de muitas alegrias e prazeres da vida porque
consideram que isso poderia interferir no seu trabalho.
São mestres severos para si mesmos. Desejam estar bem,
fortes e ativos, e farão qualquer coisa que julgarem conveniente
para se manterem assim. Esperam servir de exemplo que atraia as
outras pessoas que podem então seguir as suas ideias e,
consequentemente, se tornar melhores.

VERVAIN
Verbena officinalis
Para os que têm princípios ou ideias fixas, que estão certos
de estar com a verdade e, por isso, raras vezes mudam.

88
Tais pessoas desejam veementemente converter para o seu
modo de ver a vida todos aqueles que as rodeiam. Têm grande
força de vontade e muita coragem quando estão convencidas das
coisas que querem ensinar.
Na enfermidade, ainda lutam, quando outros já teriam
desistido de tudo.

VINE
Vittis vinifera
Para as pessoas capazes, seguras da própria competência,
com fé no êxito.
Por serem tão seguras, acreditam que seria útil convencer os
demais a fazerem as coisas à sua maneira, ou como estão
convencidas de que é certo. Mesmo enfermas, dão instruções a
quem cuida de seu tratamento.

Podem ser muito valiosas em casos de emergência.

WATER VIOLET
Hottonia palustris
Para os que, na saúde ou na doença, apraz ficarem sós.
Pessoas muito silenciosas, que andam sem fazer ruído, que falam
pouco e com suavidade. Essas pessoas são muito independentes,
capazes e seguras de si. Não são influenciadas pelas opiniões
alheias. Reservadas, deixam as pessoas sozinhas e seguem o
próprio caminho. Com frequência, são pessoas inteligentes e

89
talentosas. Sua paz e serenidade são uma bênção para quantos as
rodeiam.

WILD ROSE
Rosa canina
Para os que, aparentemente sem razão suficiente, se
conformam com tudo o que acontece à sua volta, e se limitam a
passar pela vida, aceitando-a como ela é, sem se esforçar por
melhorar as coisas nem por encontrar alegria. Renderam-se, sem
se lamentar, na luta pela vida.

WILLOW
Salix vitelina

Para os que sofreram uma adversidade ou uma desgraça e


que acham muito difícil aceitá-la sem lamentações ou
ressentimentos, pois julgam a vida mais pelas vitórias que
conquistam.
Parece-lhes que não merecem um revés tão grande, que isso
é injusto, fazendo com que fiquem profundamente amargurados.
Tais pessoas costumam perder o interesse e mostram-se menos
eficientes nas coisas da vida que antes apreciavam.

90
Os 16 Florais de Apoio ao Tratamento
da Personalidade ou Ego

AGRIMONY
Agrimonia eupatoria
Para pessoas joviais, animadas, de bom humor, que gostam
de paz e se desagradam com discussões ou com brigas, a ponto
de, devido a isso, renunciarem a muitas coisas.
Essas pessoas, ainda que amiúde tenham problemas,
tormentos e inquietações, e sintam perturbações na mente e no
corpo, escondem suas aflições por trás de seu bom humor e
brincadeiras, sendo consideradas ótimas amigas. Com frequência
tomam álcool ou drogas em excesso para se estimularem e
continuarem suportando suas atribulações com ânimo.

ASPEN
Populus tremula
Para medos indefinidos e desconhecidos, que não têm nem
explicação nem razão de ser. O paciente também pode estar
apavorado diante do pressentimento de que algo terrível vai
acontecer, sem que saiba exatamente o que será. Esses medos
indefinidos e inexplicáveis podem obcecá-lo dia e noite. Os que os
sofrem costumam ter receio de contar aos demais suas
preocupações.

91
BEECH
Fagus sylvatica
Para os que sentem necessidade de ver mais beleza e
bondade em tudo que os rodeia. E, mesmo que muitas coisas
pareçam andar mal, necessitam ter a capacidade de ver o bem
crescendo ali, para que possam ser mais tolerantes, indulgentes e
compreensivos com as diferentes maneiras com que cada indivíduo
e cada coisa caminham até a sua perfeição final.

CENTAURY
Erythroea centaurium
Para pessoas delicadas, silenciosas e suaves, que se
mostram demasiadamente ansiosas em servir aos demais.
Supervalorizam a própria força na ânsia de agradar.
Seu anseio cresce de tal modo que elas se convertem mais
em escravos do que em voluntários no auxílio aos outros. Sua
bondade as leva a cumprir mais tarefas do que lhes é possível fazer
e, assim, chegam a descuidar da sua própria missão nesta vida.

CERATO
Ceratostigma willmottiana
Para os que não têm bastante confiança em si mesmos para
tomar as próprias decisões.
Estão constantemente pedindo conselhos aos outros, sendo
muitas vezes mal aconselhados.

92
CHESTNUT BUD
Aesculus hippocastanum
Para os que não tiram todo o proveito da observação e da
experiência, e que levam mais tempo que os outros para aprender
as lições da vida cotidiana.
Embora uma experiência baste para alguns, essas pessoas
necessitam de mais, às vezes de várias experiências, antes de
aprenderem a lição.
Por isso, para seu pesar, acabam tendo de cometer o mesmo
erro em diferentes ocasiões, enquanto uma vez seria o bastante, ou
enquanto uma observação dos outros poderia evitar até esse único
erro.

CLEMATIS
Clematis vitalba
De grande utilidade para as pessoas sonolentas, indolentes,
que nunca estão totalmente despertas, nem demonstram grande
interesse pela vida. Para pessoas paradas, que não estão muito
felizes com a situação em que se acham, e que vivem mais no
futuro do que no presente, alimentando esperanças de que
cheguem melhores dias, quando seus ideais tornar-se-ão realidade.
Algumas dessas pessoas, quando estão doentes, se esforçam
muito pouco para se recuperar e, em alguns casos, chagam a
desejar a morte, na esperança de tempos melhores ou de encontrar
uma pessoa querida que tenham perdido.

93
CRAB APPLE
Malus pumila
É o remédio da limpeza.
Para os que sentem como se tivessem algo em si não muito
limpo. Às vezes, trata-se de algo aparentemente de pouca
importância; em outros casos, pode haver uma doença mais grave
que é quase ignorada em comparação com o problema que os
perturba no momento.
Em ambos os casos se encontram ansiosos por se verem
livres de uma coisa particular que a eles parece maior e tão
importante que é preciso curar-se dela.
Ficam muito abatidos se o tratamento fracassa.
Este remédio limpa e purifica as feridas, se o paciente tem
motivos para crer que ingeriu algum veneno que deva ser
eliminado.

GENTIAN
Gentiana amarella
Para os que desanimam facilmente. Essas pessoas podem
fazer progressos satisfatórios no que diz respeito à enfermidade e
aos negócios da vida cotidiana, mas, diante do menor imprevisto ou
entrave, começam a vacilar e logo desanimam.

HOLLY
Ilex aquifolium
Para os que se veem às vezes atacados por pensamentos
tais como a inveja, o ciúme, a vingança, a suspeita.
Para os diferentes tipos de desgosto que se pode sofrer.

94
Tais pessoas podem sofrer muito, sendo que, com frequência,
não existe uma causa real para sua infelicidade.

HONEYSUCKLE
Lonicera caprifolium
Para os que vivem muito no passado, lembrando-se talvez de
uma época de grande felicidade, ou de um amigo morto, ou
pensando nos sonhos que se tornaram realidade. Não acreditam
que possam ter felicidade como a que um dia tiveram.

IMPATIENS
Impatiens grandulifera
Para os que são rápidos de pensamento e ação e que querem
que tudo se faça sem hesitação nem atraso. Quando estão doentes,
ficam ansiosos para se restabelecerem rapidamente.
É, para eles, muito difícil ter paciência com pessoas lentas,
pois isso lhes parece errado e uma perda de tempo; assim, se
esforçarão para fazer com que essas pessoas sejam mais rápidas
de qualquer modo.
Frequentemente preferem trabalhar e pensar sozinhos, para
que possam fazer as coisas em seu próprio ritmo.

LARCH
Larix decidua
Para os que não se consideram tão bons nem tão
capacitados quanto quem os rodeia, e que esperam o fracasso,
sentindo que nunca farão nada bem, e que, por isso, não se
arriscam nem se esforçam o suficiente para obter êxito.

95
SCLERANTHUS
Scleranthus annuus
Para os que são incapazes de se decidir entre duas coisas,
inclinando-se ora em direção a uma, ora a outra.
São geralmente pessoas tranquilas, caladas, que carregam
sozinhas a sua dificuldade, pois não se sentem inclinadas a tratar
dela com os outros.

STAR OF BETHLEHEM
Ornithogalum umbellatum
Para os que estão muito angustiados, em circunstâncias que
geram uma grande desdita momentânea.

O choque de uma notícia grave, perda de um ente querido, o


medo que se segue a um acidente, etc.

Para os que, num determinado período, se recusam a ser


consolados, este remédio traz alívio.

WALNUT
Juglans regia

Para os que têm ideais e ambições bem definidos na vida e


que estão concretizando, mas algumas vezes se veem tentados a
se afastar de suas próprias ideias, de seus objetivos e do seu
próprio trabalho diante do entusiasmo, das convicções ou das
convincentes opiniões dos demais.
É o remédio adequado para proporcionar constância e
proteger o indivíduo de influências externas.

96
Os 14 Florais para Situações Específicas

CHERRY PLUM
Prunus cerasifera
Para quando se tem medo de que a mente se esgote, de que
se perca a razão, de que se faça coisas espantosas e horríveis,
indesejáveis e prejudiciais, embora se pense nelas e se sinta
impelido para elas.

ELM
Ulmis procera
Para os que estão fazendo um bom trabalho, seguindo a
vocação de sua vida, que esperam fazer algo importante e, com
frequência, em benefício da humanidade.
Em certas ocasiões, essas pessoas podem ter momentos de
depressão, quando sentem que a tarefa que empreenderam é
demasiada difícil e que ultrapassa as forças de um ser humano.

GORSE
Ulex europaeus
É um remédio apropriado para casos em que há grande
desesperança. Para a pessoa que perdeu toda a fé em que se
possa fazer algo por ela.
Quando persuadida ou para satisfazer os demais, pode
experimentar tratamentos diferentes, ao mesmo tempo

97
assegurando a todos os que a rodeiam de que há pouca esperança
de alívio.

HORNBEAM
Carpinus betulus
Auxilia os que sentem que não têm força suficiente, tanto
mental quanto física, para carregar o fardo da vida que lhes foi
colocado sobre os ombros; as solicitações da vida cotidiana lhes
parecem excessivas, se bem que costumam cumprir com suas
obrigações de modo satisfatório.
Aconselhável para os que creem que uma parte, da mente ou
do corpo, necessita fortalecer-se antes que possam fazer bem o
seu trabalho.

MIMULUS
Mimulus guttatus

Bom para quando se tem medo das coisas do mundo, da


enfermidade, da dor, dos acidentes, da pobreza, da escuridão, de
estar só, da desgraça. Para os temores do dia-a-dia. Para pessoas
que carregam consigo medos em silêncio e secretamente, sem falar
disso livremente com os outros.

MUSTARD
Sinapsis arvensis
Para os que estão sujeitos a períodos de melancolia, e até
desespero, como se pairasse sobre eles uma nuvem gélida e
sombria, encobrindo a luz e a alegria da vida. Essas crises podem
não ter nenhuma razão ou explicação aparente.

98
Nessas condições, é praticamente impossível mostrar-se feliz
ou animado.

OLIVE
Olea europaea

Apropriada para os que muito sofreram, mental ou


fisicamente, e que se encontram tão exaustos e esgotados que
sentem faltar-lhes forças para fazerem o que quer que seja. Para
eles, a vida cotidiana implica um grande esforço, e não lhes
proporciona prazer.

PINE
Pinus sylvestris
Para os que culpam a si mesmos. Até mesmo quando algo
lhes sai bem, pensam que poderiam tê-lo feito melhor, e nunca
estão satisfeitos com o próprio esforço nem com os resultados que
obtêm. Trabalham demais e sofrem muito com os erros que
atribuem a si mesmos.
Às vezes, os erros se devem aos outros, mas essas pessoas
também se sentem responsáveis por eles.

RED CHESTNUT
Aesculus carnea

Para as pessoas às quais é difícil não ficarem aflitas pelos


demais. Com frequência não se preocupam consigo mesmas, mas

99
chegam a sofrer muito pelas pessoas que amam, antecipando as
desgraças que podem ocorrer-lhes.

ROCK ROSE
Helianthemum nummularium
É o remédio da salvação. É aplicado nos casos de
emergência para os quais parece não haver nenhuma esperança.
Útil em acidentes ou em enfermidades que surgem repentinamente,
ou nos momentos em que o enfermo está muito assustado ou
aterrorizado, ou quando o estado é grave o bastante para causar
inquietação nos que estão ao seu redor. Se ele estiver inconsciente,
pode-se umedecer-lhe os lábios com este remédio. Outros
remédios podem ser também necessários; no caso, por exemplo,
em que há inconsciência - ou seja, num estado de profunda
sonolência - , Clematis; no caso de o paciente encontrar-se
atormentado, Agrimony, etc.

SWEET CHESTNUT
Castanea sativa
Para os momentos em que a angústia é tão grande que
parece absolutamente insuportável.
Quando a mente ou o corpo se sentem no limite de suas
forças e nada mais podem fazer.
Para quando se tem a impressão de que só resta destruição e
aniquilamento.

100
WHITE CHESTNUT
Aesculus hippocastanum
Para os que não conseguem evitar pensamentos, ideias e
deduções que não gostariam que entrassem em suas mentes. Isso
costuma acontecer em épocas nas quais o interesse do momento
não é intenso o bastante para ocupar sua mente por completo.
Os pensamentos preocupantes não nos abandonam ou, se se
desfazem por alguns momentos, retornam em seguida. Parecem
dar voltas e voltas, causando um tormento mortal.
A presença de tais pensamentos desagradáveis põe fim à
calma e interfere na capacidade de se concentrar somente no
trabalho ou na diversão do dia.

WILD OAT
Bromus mamosus
Apropriado para os que têm ambições quanto a realizar algo
importante na vida, os que querem adquirir muita experiência,
desfrutar de tudo que está ao seu alcance e viver a vida ao máximo.
Sua dificuldade consiste em determinar a que ocupação
desejam se entregar, pois, embora suas ambições sejam fortes, não
têm uma vocação que os atraia acima das demais. Isso pode trazer-
lhes perda de tempo e insatisfação.

RESCUE REMEDY
Aesculus carnea
Composto preparado com Cherry Plum, Clematis, Imaptiens,
Rock Rose e Star of Bethlehem. É recomendado em todas as

101
situações difíceis e traumáticas. É encontrado também sob forma
de pomada para uso externo.

102
NOTAS

1. Shah, Idris. Os Sufis - Ed. Círculo do livro, p.19


2. Bach, Edward. Os remédios Florais do Dr. Bach . Ed, pensamento,
p.22
3. Idem, p. 22.
4. Idem, p. 23.
5. Idem, p. 24.
6. O Eneagrama utilizado é da autoria de Bob Ochs S.J., Pat O´Leary
S.J., Maria Bessing O.P., Fr. Robert Nogorek C.S.C. e Ted Dump S.J. p.28
7. Bach, Edward. Os Remédios Florais do Dr. Bach. Ed. Pensamento, p.
85.
8. Idem, p. 90.

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A Autora

Eliane Ganem é PhD em Comunicação Social, professora


universitária, escritora e dramaturga com muitos
livros publicados e dezoito prêmios de literatura e
teatro. Terapeuta de almas, é também autora de
livros holísticos, alcançando bastante sucesso no
Brasil, Alemanha e Espanha. Tendo caminhado com os sufis por
muitos anos, é também discípula do Mestre Osho. Como
pesquisadora, associa com brilhantismo a ciência, a arte e a
espiritualidade para construção de um caminho sólido que favoreça
o encontro do ser com ele mesmo. Rompendo dogmas e barreiras
impostas pelo conservadorismo ocidental e pelo ocultamento
oriental, ela consegue trazer para seus leitores, de forma clara e
precisa, um poderoso método de diagnóstico e cura do corpo e da
alma neste seu já consagrado livro. Trabalha com Comunicação
Transpessoal, associando técnicas que promovem a superação
humana e o autoconhecimento. Trabalha como Palestrante
Motivacional para empresas e instituições com o objetivo preciso de
romper paradigmas auxiliando na construção de uma nova
humanidade voltada para o sucesso, a riqueza e a autossuperação.
Eliane Ganem é conhecida também por suas peças de teatro
e pelos livros destinados aos jovens, tendo sido apontada pela
crítica internacional como um dos principais escritores do país
nessa categoria.

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Livros Holísticos

Curso de Tarot I. Rio de Janeiro, Arte Final Criação Livre,


anteriormente publicado pela Ed. Objetiva
Os Florais do Dr. Bach e o Eneagrama. Arte Final Criação
Livre, anteriormente publicado pela Ed. Objetiva, Ed. Record e
FDigital da Inglaterra
Blüten der Erkenntnis (Os Florais do Dr. Bach e o
Eneagrama). Alemanha, Integral/Werlang
Eneagrama y Flores de Bach. Arte Final Criação Livre,
anteriormente publicado pela Ed. Obelisco na Espanha, pela
FDigital da Inglaterra.
Iniciação aos Mistérios da Nova Era. Arte Final Criação Livre,
anteriormente publicado pela Ed. José Olympio
A Cor do Negro - Comunicação Transpessoal na Arte, Ciência
e Espiri-tualidade. Arte Final Criação Livre, anteriormente publicado
pela Booklink.
Prêmios

Conjunto das obras


- Prêmio Ori, concedido pela Prefeitura da cidade do Rio de
Janeiro (Secretaria das Culturas)

O Outro Lado do Tabuleiro


- Prêmio Alfredo Machado Quintella da Fundação Nacional do
Livro Infantil e Juvenil;
- Prêmio Selo de Ouro da Fundação Nacional do Livro Infantil
e Juvenil.

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Metade de Quase Nada
- Prêmio Monteiro Lobato da Academia Brasileira de Letras
- Prêmio Bienal do Instituto Nacional do Livro;
- Menção Honrosa no Prêmio Fernando Chinaglia;
- Menção Especial no Prêmio Maioridade Crefisul;
- Menção Especial no Concurso São Bernardo do Campo.

Coisas de Menino
- Prêmio Monteiro Lobato da Academia Brasileira de Letras.

Faustino, Um Fausto Nordestino.


- Prêmio de Dramaturgia do Instituto Nacional de Artes
Cênicas
- Prêmio Patativa do Assaré do MinC
- “Altamente recomendável para jovens” - Fundação Nacional
do Livro Infantil e Juvenil

O Coração de Corali
- Menção Especial no Prêmio Fernando Chinaglia;.
- “Altamente recomendável para crianças” - Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Uma Ideia Sem Tamanho


- Menção Especial no Prêmio Maioridade Crefisul

O Caso do Elefante Dourado


“Altamente Recomendável para Jovens” pela Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil

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As 13 Chaves

“Altamente Recomendável para Jovens” pela Fundação


Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Cemitério dos Pássaros


Peça selecionada entre as 10 melhores no Concurso La
Scrittura della Differenza, Nápoles, Itália, dentre centenas de peças
teatrais de 10 países, inclusive o Brasil.

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