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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS


UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA

TAÍS MESSINGER RIBEIRO

PROJETO DE INTERVENÇÃO:
QUER SE VER NO MEU OLHO?

São Leopoldo
2023
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TAÍS MESSINGER RIBEIRO

PROJETO DE INTERVENÇÃO:
QUER SE VER NO MEU OLHO?

Projeto de Estágio Básico apresentado


para o Curso de Psicologia da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS).

___________________________________________
Aluna: Taís Messinger Ribeiro

___________________________________________
Orientador local: Gustavo Vanni – CRP 07/14525

___________________________________________
Orientador acadêmico: Melissa Hickmann Muller

São Leopoldo
2023
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SUMÁRIO

1 CONTEXTUALIZAÇÃO CRÍTICA DO LOCAL.......................................................05

1.1 Contextualização............................................................................................... 05

1.2 Inserção.............................................................................................................. 05

1.3 Reconhecimento de Demandas........................................................................06

1.4 Escolha da Intervenção.....................................................................................06

1.5 Atuação da Psicologia.......................................................................................07

2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO.........................................................................08

2.1 Proposta de Intervenção...................................................................................08

2.2 Tema....................................................................................................................08

2.3 Justificativa........................................................................................................ 08

3 OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO..........................................................................12

3.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 12

3.2 Objetivos Específicos........................................................................................12

4 METODOLOGIA.....................................................................................................13

4.1 Sujeitos...............................................................................................................13

4.2 Forma Proposta de Intervenção.......................................................................13

4.2.1 Encontro de Abertura: O que Vamos Fazer?....................................................15

4.2.2 Encontro 2: Alegria........................................................................................... 15

4.2.3 Encontro 3: Tristeza..........................................................................................15

4.2.4 Encontro 4: Medo..............................................................................................16

4.2.5 Encontro 5: Raiva............................................................................................. 16

4.2.6 Encontro 6: Identificando as Emoções..............................................................16

4.2.7 Encontro 7: Identificando as Emoções..............................................................16

4.2.8 Encontro 8: Identificando as Emoções..............................................................16

4.2.9 Encontro 9: Identificando as Emoções..............................................................17


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4.2.10 Encontro 10: Identificando as Emoções..........................................................17

4.2.11 Encontro 11: Identificando as Emoções..........................................................17

4.2.12 Encontro de Fechamento: O que Ficou?........................................................17

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 19
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO CRÍTICA DO LOCAL

1.1 Contextualização

A Associação De Pais E Amigos Dos Excepcionais - APAE de Farroupilha foi aberta


em 01/02/1974, e conta com uma estrutura de 8 Salas de aula, 2 Salas de
Psicologia, 1 Sala de Fisioterapia, 1 Sala de T.O., 1 Sala de Fonoaudiologia, 1 Sala
de Cuidadora Educacional, 1 Sala de Direção, 1 Sala da Secretaria, 1 Refeitório e 1
Cozinha.
Tem em seu quadro de funcionários 1 Merendeira, 1 Higienizadora, 1 Diretora, 1
Secretária, 1 Assistente Social, 2 Fonoaudiólogas, 2 Psicólogos, 1 Fisioterapeuta, 1
Cuidadora Educacional, 4 Monitores pelo CIEE, 1 Terapeuta Ocupacional. Além de
contar com um quadro de 11 professores, sendo estes, 5 cedidos pela SEDUC e 6
funcionários da APAE de Farroupilha.
O quadro de alunos hoje conta com 83 alunos atendidos na APAE para
escolarização e 30 alunos no AEE. Os demais atendimentos como Fisioterapia,
Fonoaudiologia e Psicológico, tem uma média de 28 atendimentos semanais.
Neste ano o Bingo da APAE pode ser realizado, após ficar dois anos sem, em
decorrência da pandemia. Este Bingo é realizado na Semana da Pessoa com
Deficiência, sendo este realizado todos os anos, é algo conhecido na cidade e que
tem grande participação popular, tanto nas doações de brindes, quanto na
participação.

1.2 Inserção

Minha inserção no local foi muito boa, tive uma conversa inicial com o
psicólogo o qual seria meu supervisor, e posterior ao início das aulas da faculdade
me inseri na equipe da APAE. Entrando na segunda semana de agosto de 2022, era
a única estagiária de psicologia, o que mudou algumas semanas após, com a
entrada de mais duas estagiárias da área.
Fui bem recebida por toda a equipe, os professores sempre estavam abertos
para que eu pudesse observar suas aulas e a direção sempre estava ali caso
surgisse alguma dúvida. Inicialmente tive a liberdade de circular por todas as turmas,
e fui orientada a me inserir naquela a qual me sentisse melhor, onde houvesse a
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identificação de alguma demanda para a intervenção futura, para depois pensar no


projeto de intervenção.
Circulei por todas as turmas, sempre sendo bem acolhida pelos professores e
alunos, recebi muito carinho dos alunos, o que tornava cada dia mais difícil minha
escolha de qual turma trabalhar, estava apegada a todos. Com o passar dos dias,
passei a pensar nas práticas que trabalharia, independente de tema, pensava no
como fazer.
Assim, chegamos à escolha das turmas do EJA e do Ensino Fundamental,
sendo a primeira, a turma do atual projeto de intervenção. Ambas das turmas são do
turno da tarde, logo, vejo os alunos o tempo todos que estou lá. Ao comunicar as
professoras que suas respectivas turmas tinham sido escolhidas, ambas
concordaram, ficaram felizes e se colocaram à disposição para me auxiliar.

1.3 Reconhecimento de Demandas

Ao longo das aulas pude observar muitas coisas, a forma como os alunos da
turma do EJA se comunicava, as dificuldades de expressarem alguns pensamentos,
dentre outras questões. Uma situação que me chamou a atenção, foram os alunos
comentarem sobre um antigo colega de sala, e a professora me informou que este
havia falecido. As formas de sentir e expressar o luto ali na sala eram muito
diferentes do que julgamos “normal”. Logo, pensei no tema: Emoções.
Algo que me foi trazido em supervisão e que me fez querer trabalhar ainda
mais com este tema, foi a forma de sentir, os alunos não sentem como nós
sentimos, em decorrência dos seus diagnósticos. Então o tema estava decidido,
emoções, o sentir, o olhar que esses alunos têm sobre o outro, sobre o mundo.

1.4 Escolha da Intervenção

Atrelado às aulas de Psicopatologia, as quais nos instigam a pensar sobre o


que é normal, essa situação do luto me fez pensar, os alunos não vivem o luto como
a sociedade taxa “normal”, eles se expressam de formas diferentes, e é este o
campo que desejo adentrar.
O sentir, queremos que seja sempre igual, padronizado, e não deve ser
assim, então me inspirei a buscar uma forma de ajudar os alunos a expressarem,
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cada um do seu jeito, mas expressar e poder sentir e entender o que sente. Todos
podem se desenvolver emocionalmente e socialmente dentro de suas limitações.

1.5 Atuação da Psicologia

Durante todo o período de observação, vi o fazer Psi de diferentes formas, ele


não estava presente apenas na clínica durante os atendimentos individuais, estava
presente na escola, auxiliando os alunos que precisavam, acolhendo demandas dos
professores, e promovendo alguns projetos com os alunos.
Pude notar algumas vezes, que a Psi pode ser vista pelos outros como um
apagador de incêndios, que é acionado quando as demandas são complexas
demais, ou quando as coisas até fogem do controle (alunos em surto por exemplo).
Vejo isso como algo positivo, uma vez que a psicologia conquistou um espaço de
reparação, de valor, sendo vista como algo importante e que pode sim ajudar nas
demandas que surgem.
Mas percebo uma liberdade, um local que permite que a Psicologia tenha seu
espaço, trate das demandas, proponha projetos de variados temas, a Psicologia se
faz ser ouvida, acolhe, e mesmo que as demandas surjam todos os dias, o fazer Psi
está presente no local.
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2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO

2.1 Proposta de Intervenção

Trabalhar diferentes oficinas a cada encontro, para cada semana haverá uma
atividade dentro da temática das emoções, podendo ser modificada com a demanda
que surgir. Serão utilizados recursos como: desenhos, pinturas, contação de história,
vídeos cortes, colagens dentre outras oficinas manuais.
Será levado em conta:
a) O que o aluno já sabe?
b) O que o aluno quer saber?
Com base nas questões acima, vamos pensar no conhecimento que o aluno
já possui, nas habilidades que ele tem. É importante ressaltarmos que não há uma
receita para conquistar um desenvolvimento emocional completo e o consequente
sucesso social. Esses dois itens são consequência de um trabalho conjunto entre
Aluno, Família e Escola.

2.2 Tema

O tema se norteia nas emoções, como expressá-las e como acolher as


emoções do outro, lembrando de um livro de poemas que falava sobre o sentir, e
sobre chamar a pessoa para ver os sentimentos pela ótica do autor, nasceu o nome
do projeto, que também é o nome do livro, “Quer se ver no meu olho?”. Pensei neste
nome para sensibilizar não só os alunos, mas todas as pessoas sobre olhar as
emoções não apenas da sua forma pessoal, mas também pelo olhar do outro.

2.3 Justificativa

Adentrando o conceito de emoções pode não ser algo simples de definir,


considerando que esta é uma reação que envolve diversas variáveis. Ekman (1986
apud OLIVEIRA; PACHECO; BRITO, 2019) relata que as emoções humanas
ocorrem nos ambientes no qual uma pessoa está inserida; nos relacionamentos
familiares, profissionais, sociais e afetivos, ocorrendo, geralmente, na relação com
outros humanos.
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De forma mais teórica, podemos dizer que as emoções são condições


caracterizadas por alterações fisiológicas e sensações corporais que podem
modificar nossos pensamentos, comportamentos e reações subjetivas de cada
indivíduo.
A origem da palavra emoção está relacionada com um movimento interno
gerado por um estímulo que afeta a nossa alma, trazendo consigo a ideia de
movimento, distante de ser algo imutável ou estático (DAMÁSIO, 2013).
Emoções primárias (básicas), que são aquelas que estão presentes em todos
os seres humanos e em todas as culturas. Tomaremos como base a classificação
das emoções proposta por Roazi et al. (2004 apud DAMÁSIO, 2013): “ As emoções
primárias ou universais são facilmente identificáveis entre seres de uma mesma espécie,
como, por exemplo, raiva, tristeza, medo, zanga, nojo, surpresa, felicidade”.
Para Damásio (2013) compreende a emoção como um estado complexo de
sentir, que resulta em mudanças físicas e psicológicas, influenciando o pensamento
e o comportamento. Ou seja, a emoção é caracterizada como uma reação do
organismo que o indivíduo expressa por meio de situações estimulantes.
Olhando para outros teóricos como por exemplo, Goleman (1997), Mayer e
Salovey (1997), Saarni, (1997), Bonhert, Crnic e Lim (2003) estes vão se referir a
competência emocional como a capacidade dos indivíduos expressarem emoções
adequadas aos acontecimentos, para adequar as suas reações emocionais
negativas e compreender o significado das expressões emocionais para o self e
para os outros. Esta competência para eles será composta por três dimensões:
expressão emocional, regulação emocional e conhecimento emocional.
A expressão emocional é central para a competência emocional, é o lado
visível e comum das emoções, onde o compartilhamento de afeto positivo facilita a
formação de amizades e possibilita a aceitação social da criança. A regulação
emocional é uma habilidade adquirida na infância que permite controlar e adaptar as
emoções aos contextos. (C. Pereira; L. Soares; D. Alves; O. Cruz & M. Fernandez,
2014).
O conhecimento emocional é a capacidade de reconhecer e nomear as
expressões emocionais, também permite ao indivíduo identificar e compreender
corretamente os sinais emocionais das outras pessoas e desta forma responder
adequadamente às expetativas dos outros.
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Mas o que é responder adequadamente? Existe um padrão? O que nos daria


o direito de julgar correto ou não as expressões emocionais do outro? Além de ser
um campo muito amplo, as pessoas que não manifestam suas emoções dentro do
que a sociedade quer julgar normal ou conveniente, acabam sendo taxadas pela sua
condição e tendo esse fator colocado de lado, conforme as autoras Oliveira,
Pacheco e Brito (2019):
Além de ser um campo muito amplo, as pessoas que não manifestam suas
emoções dentro do que a sociedade quer julgar normal ou conveniente, acabam
sendo taxadas pela sua condição e tendo esse fator colocado de lado, conforme as
autoras Oliveira, Pacheco e Brito (2019):

As emoções da pessoa com deficiência intelectual, comumente, são


pouco consideradas e é comum associarem que manifestações
comportamentais, sociais e emocionais inadequadas sejam inerentes
à sua condição. Frequentemente os aspectos afetivos e emocionais
desses indivíduos são vistos de forma secundária: no geral, os
estímulos ao desenvolvimento comunicacional não são priorizados
como os estímulos aos aspectos físicos e intelectuais.

No que se refere às pessoas com deficiência intelectual, o cotidiano marcado


pelo preconceito e pela exclusão passam a ser postos como aspectos decisivos para
o desencadear das emoções, podendo acarretar experiências negativas quando
estas não são trabalhadas internamente (DANTAS, 2018).
Outro aspecto a ser considerado, é que muitas das vezes, em decorrência
das suas patologias, essas pessoas acabam por não ter suas emoções levadas em
conta, são deixadas de lado, priorizando aquilo que é visível e palpável. Como dito
pelas autoras Oliveira, Pacheco e Brito (2019):

Em muitos casos, existe uma preocupação maior dos familiares em


melhorar dificuldades motoras, físicas e de aprendizagem e uma
tendência a subestimar a importância do estímulo ao
desenvolvimento de habilidades sociais, afetivas e comunicacionais.

Além de não terem voz, por muitas vezes essas pessoas passam a ser
infantilizadas, anuladas e silenciadas pela sociedade. Taxadas como incapazes, não
ganhando a devida importância as suas manifestações emocionais, não tendo a
oportunidade de compreender o que estão sentindo.
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Devido a isso, notou-se uma importância de falar sobre as emoções, para que
os próprios alunos vejam que estas são sim importantes, e que possam encontrar
novas formas de expressá-las, não pensando em enquadrar-se no que a sociedade
julga normal, mas sim, para que esse paradigma possa ir aos poucos quebrado em
todos, e visto que cada um tem o seu normal.
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3 OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO

3.1 Objetivo Geral

Promover um aumento da capacidade dos alunos de integrar habilidades,


atitudes e comportamentos para lidar de forma eficaz com os desafios diários,
desenvolvendo as aptidões de dois tipos de comportamentos: a sua relação consigo
mesmo (intrapessoal) e, também, a sua relação com outras pessoas (interpessoal).

3.2 Objetivos Específicos

a) Identificar emoções, ter uma melhor percepção, reconhecer pontos fortes,


desenvolver autoconfiança e autoeficácia;
b) Saber olhar as coisas de diferentes formas, desenvolver empatia, apreciar
diversidade e respeitar os outros;
c) Desenvolver a comunicação, engajamento social, construção de relações e
saber trabalhar em grupo.
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4 METODOLOGIA

4.1 Sujeitos

A turma sofreu alteração, antes era separado por idade, agora são separadas
por habilidades, composta por 13 alunos, sendo 5 meninos e 8 meninas. Dentre
estes alunos, algumas meninas novas entraram na turma, e outras saíram, mas a
maioria da turma permanecer a mesma.
É uma turma tranquila, participativa durante as aulas, nota-se alguns casais
se formando, mas que constantemente ouvem “escola não é lugar disso”, mas me
incomoda o fato de não dizerem, onde é o lugar correto.
Dentre as condições genéticas dos alunos a que mais aparece é a Síndrome
de Down, mas existem outras. Apenas um aluno possue dificuldade motora para
recortar, pintar, mas independente disto, acredita-se que as atividades manuais
poderão ser muito potentes para auxiliar neste desenvolvimento.
As emoções são importantes ferramentas de socialização, proteção, saúde e
bem-estar, nos ajudam em nossa adaptação ao meio em que vivemos. Para serem
mais bem utilizadas, é importante conhecê-las, saber identificá-las e nomeá-las,
tanto em nós mesmos como nas outras pessoas.

4.2 Forma Proposta de Intervenção

Serão propostos 12 encontros, com duração de mais ou menos 1 hora cada


um, estes acontecerão nas segunda-feira, das 14:00 às 15:00.
Os sentimentos escolhidos para trabalhar são alegria, tristeza, raiva e medo,
contando também com um encontro de abertura para contextualizar com a turma o
que será feito, 6 encontros de oficinas as quais têm por objetivo vivenciar estes
sentimentos e um encontro de fechamento para que seja fixado o que ficou de cada
momento juntos.
Está previsto para início do projeto a segunda semana do mês me março de
2023.
Para cada um destes encontros, está planejado utilizar algum tipo de material
diferente, usando estratégias mais lúdicas, visando um melhor aproveitamento e
compreensão do tema trabalhado. Dentre estes elementos lúdicos pretende-se
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trabalhar com: música, massa de modelar, livros, jogos, dinâmicas, pinturas,


recortes, colagens, dentre outros.
Considera-se que o uso da ludicidade é fundamental, pois permite o
desenvolvimento cognitivo, emocional, afetivo, psicomotor e a socialização entre as
crianças. Além disso, a partir da utilização de dinâmicas lúdicas e jogos em sala de
aula possibilitará a estimulação da criatividade e a construção do conhecimento dos
alunos (LEAL, 2011).
A ideia de usar jogos e dinâmicas a partir do conceito de Pereira (2005, p.23),
"As brincadeiras são uma linguagem que perpassa toda a nossa experiência de vida.
Também nelas a criança se encontra e delas se apropria para se constituir como ser
humano". Assim, é fundamental que abramos espaço para que elas possam existir
na realidade educacional, podendo conhecer-se e expressar-se de diferentes
formas, que é o objetivo das dinâmicas dos encontros.
Nesse sentido, analisa-se a importância do brincar como ferramenta didático-
pedagógica a ser agregada à sala de aula para o desenvolvimento de habilidades de
aprendizagem. No processo de ensino e aprendizagem, a utilização de recursos
lúdicos são uma ferramenta que auxilia nesse processo e é utilizada como estímulo
para as crianças.
Diante das oportunidades oferecidas pelo jogo, a literatura aponta que é uma
ferramenta que possibilita o desenvolvimento cognitivo, emocional, afetivo,
psicomotor e a socialização das crianças. Além disso, ajuda a estimular a
criatividade e aumentar o conhecimento dos alunos, sendo essas atividades
diferentes que podem ser utilizadas como materiais didáticos no ambiente de
aprendizagem.
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4.2.1 Encontro de Abertura: O que Vamos Fazer?

Iniciar o encontro falando com a turma, e explicar que vamos nos encontrar
todas as semanas por um período. Levar os alunos até a biblioteca para passar o
vídeo com a contação da história do livro “O Livro dos Sentimentos – Todd Parr”.
(https://www.youtube.com/watch?v=poEW6KD1u2E)
Após passar o vídeo sobre o Livro dos Sentimentos, na roda de conversa farei
apontamentos dos sentimentos e emoções que aparecem na história incentivando
os alunos a falarem a respeito das emoções, sentimentos e maneiras de agir em
determinadas situações.
Em folhas A3 e utilizando têmperas, os alunos podem escolher qual
sentimento eles querem retratar, podem fazer uso de pincéis ou da própria mão para
pintar. Fazer um fechamento e encerrar o encontro.

4.2.2 Encontro 2: Alegria

Para este encontro será impresso várias bocas, coladas em palitos de picolé,
cada uma simbolizando um sentimento diferente.
Iniciaremos o encontro falando sobre o que deixa eles felizes, após essa
reflexão, eles poderão escolher alguma das bocas para colocar no rosto e olhar
frente ao espelho, as bocas serão variadas, mas eles podem escolher a que para
eles simboliza alegria.
Esse momento de descontração e possíveis risadas com a dinâmica, fará
com que os alunos possam vivenciar o sentimento de alegria. Vamos enfatizar que
cada um se expressa de uma forma, mesmo que todos estejam alegres.

4.2.3 Encontro 3: Tristeza

Neste dia será confeccionado o “Pote do Conforto”, utilizando um pote de


vidro e papéis coloridos. Iniciaremos a aula falando sobre situações que podem nos
deixar tristes, e juntos, vamos pensar sobre o que fazer para espantar a tristeza.
Cada um vai desenhar, escrever nos papéis coloridos o que ajuda a espantar
a tristeza, e vamos colocar todos os papéis no pote. O combinado vai ser de deixar o
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pote na sala, e sempre que estiver triste ou ver algum colega triste, retirar um papel
e fazer aquilo que estiver escrito, para mandar a tristeza embora.

4.2.4 Encontro 4: Medo

Neste encontro o objetivo é fazermos mímicas, além de ser algo diferente e


divertido, ela traz outros benefícios interessantes, como: melhora a coordenação
motora, ajuda na sociabilização, potencializa a expressão, aprimora a concentração
e a imaginação.
A orientação é que cada um faça uma mímica sobre algo que sente medo, a
turma tentará adivinhar, depois falaremos sobre os medos de cada um.

4.2.5 Encontro 5: Raiva

Para este encontro levaremos os alunos para a biblioteca e vamos assistir um


vídeo que fala sobre o que é raiva e de como reagir quando senti-la
(https://www.youtube.com/watch?v=Fta3FMVZLwY ).
Após esse momento, vou utilizar fantoches para simular situações que podem
nos deixar com raiva, e com ajuda dos alunos, vamos ajudar os personagens a
resolverem aquelas situações, controlando a raiva.

4.2.6 Encontro 6: Identificando as Emoções

Neste encontro vamos assistir ao filme “Divertida Mente (2015)”, o qual fala
sobre as emoções e como reagimos a elas, devido o tempo de duração do filme,
daremos continuidade a ele no encontro seguinte.

4.2.7 Encontro 7: Identificando as Emoções

Neste encontro daremos continuidade ao filme “Divertida Mente (2015)”.

4.2.8 Encontro 8: Identificando as Emoções

Neste encontro, os alunos serão direcionados até o salão da APAE, onde


vamos relembrar o filme visto nos encontros anteriores. Após esse momento de
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reflexão, colocaremos uma seleção de músicas, as quais irão buscar despertar neles
diferentes sentimentos.
Cada um poderá se expressar do seu jeito, mas buscaremos que todos
nomeiem o que sentirão ao ouvir determinada música.

4.2.9 Encontro 9: Identificando as Emoções

Para este encontro será utilizado o “Dado das emoções”, que foi
confeccionado por outros estagiários de psicologia que passaram pela APAE. O
dado conta com emojis que expressam diferentes emoções.
O objetivo da dinâmica é jogar o dado e imitar a expressão do emoji, os
demais deverão nomear que emoção é aquela sendo expressa pelo colega.

4.2.10 Encontro 10: Identificando as Emoções

Durante este encontro os alunos serão levados para o salão da APAE, lá


vamos separar duplas para jogar o “Desafio do Gato”. Já é um jogo pronto, o
objetivo é fixar e revisar as emoções que foram tratadas nos encontros anteriores.

4.2.11 Encontro 11: Identificando as Emoções

Neste encontro vamos fazer um círculo com as mesas, cada um vai receber
massa de modelar, de acordo com as cores dos personagens vistos no filme
“Divertida Mente” e deverá expressar alguma emoção. Não será exigido que façam o
personagem, mas foquem em demonstrar como veem a emoção.

4.2.12 Encontro de Fechamento: O que Ficou?

Para encerrar nossos encontros, os alunos receberão uma folha com 4


círculos desenhados, e alguns materiais reciclados. O objetivo da atividade é que
cada um retrate as emoções trabalhadas como se fossem rostinhos nos círculos.
Faremos uso de material reciclado para despertar ainda mais a criatividade deles.
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Após finalizarem as emoções, será feita uma exposição dos trabalhos no


mural para que todos possam ver o que foi trabalhado nos encontros e apreciem os
trabalhos dos alunos.
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REFERÊNCIAS

APAE-BH. APAE-BH & A Educação Socioemocional. Belo Horizonte, 28 ago.


2019. Disponível em: https://apaebh.org.br/artigos/apae-bh-a-educacao-
socioemocional. Acesso em: 15 out. 2022.

ARTIGO. Disponível em: file:///C:/Users/taisr/Downloads/5337-Manuscrito%20em


%20formato%20word%20com%20todos%20os%20dados-9485-2-10-20190707.pdf.
Acesso em: 15 out. 2022.

ARVORE. Veja 4 brincadeiras para trabalhar emoção com crianças. Disponível


em: https://www.arvore.com.br/blog/brincadeiras-para-trabalhar-emocao. Acesso em:
15 out. 2022.

CORREA, Claudia. Plano de aula: sentimentos e emoções de acordo com a BNCC.


Disponível em: https://escoladossonhosclaudia.blogspot.com/2019/05/plano-de-aula-
sentimentos-e-emocoes-de.html. Acesso em: 15 out. 2022.

DANTAS, Taísa Caldas. Estímulos geradores da raiva em estudantes com


deficiência intelectual sob a perspectiva da educação emocional. Disponível
em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/44426/html. Acesso em:
15 out. 2022.

PEREIRA, Carla et al. Conhecer as emoções: a aplicação e avaliação de um


programa de intervenção. Estudos de Psicologia (Natal) [online]. 2014, v. 19, n. 2
[Acessado 24 outubro 2022], pp. 102-109. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1413-294X2014000200002>. Epub 16 Set 2014. ISSN
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PEREIRA, E. T. (2005). Brincar e criança. Em: A., Carvalho; &, cols. (orgs), Brincar
(es). Belo Horizonte: Editora UFMG.

LEAL, F.L. A Importância do Lúdico na Educação Infantil. Monografia


apresentada ao curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, da Universidade Federal
do Piauí – UFPI, 2011.

ROAZZI, Antonio et al. O que é emoção? em busca da organização estrutural do


conceito de emoção em crianças. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/prc/a/9HSgPhKSGBrDv6xN3GvrQ5w/?
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SERRA, Rodrigo Giacobo et al. Cartilha de regulação emocional para pais e


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SOUZA, Karine Pontes. Crianças selvagens: a expressão das emoções após


situação de extrema privação de convívio social. Disponível em:
20

https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8215/1/arquivo3877_1.pdf. Acesso
em: 15 out. 2022.

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