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SUMÁRIO
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Editorial - Apresentação
Saudações, discentes!
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Pelo trabalho desenvolvido em mais de 150 páginas de material e
pelos nobres propósitos que motivaram os envolvidos na elaboração
do Manual, sobretudo os coordenadores, contamos com você,
discente, docente ou instituição de ensino para que divulgue
amplamente esta mini-prévia feita especialmente para isso.
Compartilhe nas redes sociais evidenciando nosso contato via
instagram do projeto: @jornaloesqueleto e via email:
jornaloesqueleto@gmail.com. A partir deles é possível realizar o
pedido do Manual, basta responder o formulário na Bio do
Instagram e realizar o pagamento de um valor simbólico de 5,00
reais. Também abrimos um pedido de insenção desta quantia para
os estudantes que passam por dificuldades financeiras.
Capas de
Edições
anteriores do
Jornal
O Esqueleto
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Antes de inicar...
O Açoite
Medweek
6
Semiologia (exame físico do sistema locomotor) e criadas novas oficinas
como as de Ginecologia e Obstetrícia (manobras de Leopoldi e exame da
mama), Ortopedia (prática com gesso e tala) e Ressuscitação Cardiopulmonar.
Curiosidades!
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Sessão 2
Manual de Redação
Conforme o linguista russo Mikhail Bakhtin, cada gênero do discurso é dotado de um estilo
próprio e cada parte de um texto apresenta também suas características estilísticas peculiares.
Assim, a introdução, o desenvolvimento e a conclusão de dado enunciado têm direcionamentos
específicos. Vale ressaltar que o estilo é basicamente modelado a partir das escolhas lexicais,
sintáticas e semânticas. Desse modo, com as estratégias adequadas, poderemos conferir à
introdução, objeto deste módulo, características apropriadas para que ela cumpra suas funções
com êxito.
O autor, como um artista, deve trabalhar minuciosamente sua introdução, lembrando-se dos
três aspectos elencados por Bakhtin que formam o estilo. Logo, precisa escolher as palavras
apropriadas ao contexto, aquelas que se encaixam plenamente umas nas outras, conferindo
expressividade, precisão e registro adequado ao gênero discursivo. Também, a sequência do
encadeamento desses vocábulos, ordenados pela sintaxe, deve ser bem pensada. Experimente
mover orações, adjetivos e adjuntos adverbiais na frase. E cuidado com períodos longos. Você
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pode brincar ainda com as colocações pronominais facultativas, pode trocar uma oração
desenvolvida por uma reduzida. Quem disse que a gramática não tem uma margem maleável?
Experimente. Crie. Arrisque-se. Os professores, selecionando o que é funcional ou não, poderão
ajudá-lo a encontrar a sua voz estratégica no texto.
Outro elemento fundamental a todo parágrafo introdutório é a contextualização da
temática com que se trabalha. Para tanto, podemos validar uma estratégia, que não é única, mas
que possibilita ótimos resultados, sobretudo aos alunos com dificuldades de iniciar a produção:
4. Contextualização do assunto
5. Recorte temático
6. Tese
Atenção:
Para não fugir ao tema ou tangenciar, use ao longo da introdução, as palavras centrais da
frase temática bem como seus sinônimos.
Estratégias composicionais
A Maiê selecionou para você vários exemplos de parágrafos introdutórios, nos quais
lançamos mão de estratégias composicionais que irão ajudá-lo na construção de introduções de
excelência. Elas servirão como base, e não como regra, para que você mesmo crie suas próprias
estratégias. Vamos!
A frase nominal é uma estratégia carregada de estilo e criatividade. O objetivo é que o leitor
fique impactado já no início do texto.
A introdução é iniciada com uma frase nominal curta, que, em seguida, deve ser retomada e
explicada. Para isso, o próximo período precisa conter algum elemento anafórico que retome a
frase nominal, como “esse”, “essa”, “eis”, “assim”, etc. O autor segue contextualizando seu
público e, por fim, insere sua tese. Vamos analisar um exemplo:
OPOSIÇÃO
Nas duas frases iniciais, o aluno estabelece uma oposição construída a partir de aspectos
inerentes à temática. Em cada um dos períodos, enuncia-se uma face que se opõe à outra, que
pode abarcar, por exemplo:
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Por exemplo, se a temática gira em torno do capitalismo, pode-se explicitar a oposição entre
pobres e ricos; se o foco for a eutanásia, pode-se refletir sobre os argumentos contrários e
favoráveis a essa prática. Atente-se para o fato de que cada uma das duas frases de entrada deve
ser introduzida por um elemento de oposição (tabela abaixo).
Em seguida, na terceira frase, a oposição deve ser retomada explicitamente e explicada ao
leitor, de modo a contribuir para o desenvolvimento temático e a evitar problemas de coesão e
de coerência. Para essa retomada, lance mão de algum recurso anafórico, como “esse”, “essa”,
“tal” e “eis”.
Elementos de oposição
De um lado, De outro,
Em uma face, Em outra,
Sob um ponto de Sob outro ponto de
vista, vista,
Em uma direção, Em outra,
Em um extremo, Em outro,
Em uma perspectiva, Em outra,
Baseada na técnica do cinema, que coloca em sequência pequenas cenas, verdadeiros flashes
com fragmentos da realidade fílmica, a estratégia de sequência cinematográfica + explicação é
um bom recurso, sobretudo, para artigos de opinião. Sua composição é simples: construa uma
sequência de frases curtíssimas de conteúdo relacionado à temática – essas frases podem ser
nominais e constituir-se de apenas um vocábulo. Em seguida, mediante elementos anafóricos
para a retomada dos pequenos períodos, o aluno deve explicitar ao leitor a que se referem a
sequência e, então, desenvolver a temática. Vejamos:
ALUSÃO HISTÓRICA
Com esta estratégia, você mostra ao leitor domínio de conteúdo acerca da constituição da
realidade e ainda tem sua nota otimizada pelo uso de repertório sociocultural. Para fazer uma
boa alusão histórica, basta agenciar algum conteúdo da história que tenha conexão com o tema,
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seja para estabelecer uma comparação, seja para encontrar as origens da questão levantada pela
frase temática. Mas não se esqueça: a alusão é apenas integrante da contextualização do
parágrafo introdutório, você precisa, explicitamente, conectá-la ao recorte temático e, em
seguida, enunciar a tese. Analisemos os exemplos:
Uma boa metáfora, recurso poético por excelência, tem o poder de criar as mais belas
imagens que podemos elaborar. O uso de tal figura de linguagem demonstra sensibilidade e
criatividade, nada melhor para convencer o leitor a acompanhar as linhas de seu texto.
Desenvolver uma metáfora requer a substituição de um termo por outro mediante analogia,
evidenciando semelhança semântica entre os elementos relacionados. Veja:
Com esta estratégia, você pode enriquecer tematicamente sua redação e atrair a atenção do
leitor. Leve à sua produção um fragmento textual – intimamente relacionado à temática –
enunciado por alguma autoridade intelectual. Todavia, essa citação não deve simplesmente ser
“jogada” em seu parágrafo inicial. Você deve comentá-la, conectando-a ao restante da
introdução; caso contrário, será provocado um problema de coerência. Explique ao leitor por
que você acha pertinente ao tema a citação selecionada. É importante também indicar a área de
atuação da autoridade de quem a citação é tomada.
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Lembre-se: há dois tipos de citação, a direta e a indireta.
Nesta estratégia, você leva ao texto algum produto cultural (filme, livro, música, poema,
pintura, etc.) que tenha relação clara com o tema da redação. Mencione a obra (sempre entre
aspas) e seu autor, conectando-a, explicitamente, à temática da proposta.
Ilustrar sua introdução com um fato real mostra ao leitor que você está conectado aos
acontecimentos mais importantes de nossa época. Por isso, esta estratégia é tão eficiente. Para
realizá-la, recorra a notícias de jornais, a dados estatísticos, a resultados de pesquisas em geral
que mantenham estreita relação com o horizonte temático demandado pela proposta. Adicione a
informação ao seu texto, sempre se lembrando de explorá-la, evidenciando ao leitor a conexão
do fato selecionado com o assunto ou com o recorte temático. Vamos aos exemplos?
ALUSÃO A TEORIAS
Mais uma vez, estamos diante de uma estratégia que seduz e, ao mesmo tempo, enriquece o
conteúdo de sua redação. Aqui, alguma teoria de qualquer área do conhecimento, desde que
haja compatibilidade com o tema e com a tese, é colocada em sua introdução a serviço da
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excelência. Sempre informe o nome da teoria e, se possível, seu autor e a época em que foi
desenvolvida. Destaque dela um aspecto que possa ser claramente relacionado à discussão que é
colocada em cena. O importante é possibilitar a fácil compreensão do leitor.
Escrita
Existe um mito segundo o qual todo bom escritor abstrai facilmente suas
inspirações de vida e as transporta para o papel, sem tantas tentativas. E, de
certo modo, existe também um encantamento por trás dessa habilidade: a
sensibilidade e o lirismo de resgatar impressões e pensamentos por meio de
uma seleta combinação de estruturas da linguagem. É encantador porque não é
real. Aqueles que têm a escrita como ofício, ou melhor, os profissionais da
escrita são tidos quase que como pessoas “especiais” ou “visionárias”, pelo
menos, quando tornam-se populares. E de fato, é possível que seja assim mesmo
com muitos escritores. O que me incomoda nessas alcunhas é que elas estão
inseridas em um imaginário popular romântico e simplista. Repito: é
encantador porque não é real. E quem, na prática, padece com esse
reconhecimento ilusório é o escritor. É ilusório porque invisibiliza o trabalho da
escrita enquanto obra não acabada. O escritor não tem o “dom” da escrita
porque dedica sua vida a isso. O escritor não é paciente ou resiliente para a
escrita por essência. O escritor não escreve uma obra, nem uma página, nem um
parágrafo, as vezes nem uma palavra, as vezes sim, as vezes não, em uma
“sentada” só. O escritor subordina-se a sistemas do mercado e mídias de massa
para ser razoavelmente remunerado, ou, apenas, para poder se expressar. O
escritor confronta e desenvolve sistematicamente os meios de comunicação e o
incentivo à leitura e à literatura. O escritor cru destrincha a si e ao mundo
porque ele se esforça para isso. Eis aí o reconhecimento verdadeiro que falta ao
escritor: ecreve porque se esforça. Não (só) porque estampa a capa de um best
seller ou um livro de poesias bem sucedido no instagram. Tais “conquistas”
partem de um trabalho bem fundamentado, que enquanto em curso, é
amargamente desvalorizado.
Com efeito, o bom escritor não supre seu trabalho de escrita somente com
“insights inspiradores”, antes fosse! Ele está e deve ser atento aos processos e
acontecimentos a sua volta mais do que ninguém. Ele é um curioso do
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vocabulário e da gramática e um estudioso da linguagem. Ele pesquisa por
técnicas de concentração e inteligência emocional. Ele faz seus mapas mentais e
exercita a escrita constantemente para se aperfeiçoar, nem que fique horas na
frente de um computador, nem que frite sua mente, nem que perca o apetite. E
ele também se frustra, oras. No dia seguinte, la está ele em sua busca de si,
descobrindo mais do que serve ou faz bem durante o exercício da escrita
saudável, sensível e com foco. Portanto, ele é como nós! afinal. Ele é O Escritor,
e merece o reconhecimento dessa alcunha por sua determinação, assim como
nós, estudantes de pré-vestibular, devemos ser mais obstinados e menos
românticos em relação a escrita, de modo geral. Com o passar do seu
desenvolvimento a tal “habilidade lirica” passa de encantadora a realista.
Eu sei muito bem que não sou nenhuma escritora, e nem que estou
escrevendo para escritores, e também não preciso disso! Basta que meu público
seja familiarizado com a leitura tanto quanto eu espero que seja. Meu intuito
com o texto é trazer à tona que o processo da escrita, especialmente voltada ao
vestibular, é mais prático e pragmático do que parece, e aí, não podemos
confundir com a ideia de que a escrita não deva ser subjetiva. O fato é que o
campo da subjetividade também deve ser praticado para agir em função do texto
e fundamentar uma sensibilidade autoral. Particularmente, acredito que a
dimensão do subjetivo e do objetivo devem estar associadas conjuntamente na
tecitura da forma e do sentido do texto. Por fim, é preciso enaltecer o brilho e o
brio dos que exercem a escrita! Continuemos assim, todos nós.
Laysa Moreira Campos Costa, turma 67 – 2º ano
Sessão 3
Jornal O Esqueleto propriamente dito
Esta sessão objetiva dar uma mostra dos textos veículados no Jornal O
Esqueleto cujo público alvo são os alunos da Fauldade de Medicina e quem se
interessa e fascina pela escrita de uma maneira geral. Portanto, fizemos uma
seleção dos mais brilhantes textos, de temáticas variadas, de edições
anteriores ou inéditos.
Antes de mais indagações – não quero devanear por aqui - volto ao “quê”:
motivo de estar agora em frente ao meu computador, ouvindo o som de meus
dedos deslizando sobre as teclas. Por causa dele (quê), este dia foi bastante
atípico. Esse objeto de estudo estava a me desafiar e eu não consegui me
concentrar em absolutamente nada. Estranho, não? Logo eu, que costumava ser
centrado em tudo. Mas a cascata de pensamentos e emoções tão vagos consegue
vencer a razão linear.
Como uma nuvem negra que precede uma tempestade veranil, a consciência
daquilo que clamava no meu abismo interior começou a clarear. Choveram
reflexões de todos os gêneros. Imediatamente, passei a repensar nas paisagens
do meu cotidiano. Um lençol por dobrar, o estalar saboroso do queijo sobre um
bife na frigideira, a árvore resistente ao cinza da urbe voraz... Cada episódio
único que corria aos meus olhos (e ouvidos). Todos constantemente formando
meu subconsciente, influenciando meu agir e raciocinar. A mente, então, pulou
no passado, reverberando as inconstâncias tão constantes. Deu aquela piscadela
no futuro, pisando cautelosamente entre sonhos fúteis. Retornou ao presente,
esfaqueando e destrinchando aquilo que outrora era EU.
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Atendendo a minha sanidade mental, meu desejo de esbravejar todo o dilema
em que me inseria se transformou. Surgiu, na ocasião, um impulso estrondoso
empurrando meu ser a um ciclo o qual eu ainda não compreendia. Apenas
pressentia. E ardia. Ardia muito, meu espírito queimava com o que estava por
vir. Por qual válvula esse fogo escaparia? Haveria algo para amenizar a profusão
de sentimentos, angústias e ideias ebulindo? Cheguei a temer os resultados da
erupção. Estaria à beira de um colapso? Uma revolução? Ou seria um
renascimento?
Sentido(s)
Por muito tempo, as pessoas tentam buscar um sentido pra vida, seja na
religião, na realização profissional, na fama, no dinheiro, ou seja lá o que for que
satisfaça seu ego. A todo tempo, tentam se moldar para se encaixar em algo,
mesmo que isso lhe cause dor. E não temos culpa disso, porque é isso que
aprendemos desde pequenos. Que devemos sempre nos adaptar para que
sejamos aceitos. Não nos deixam que cresçamos sem molduras, apenas nos
colocam em uma que devemos caber a todo custo.
Nos vemos tendo que emagrecer pra caber na numeração de roupa que é
bonita e aceitável aos olhos da sociedade. Usando o corte de cabelo que ninguém
vai criticar... e assim vai, se perdendo uma identidade que nem ao menos teve a
oportunidade de ser criada.
São chamados de loucos aqueles que vão contra a tudo que é “normal”.
Eu prefiro que me chamem de louca por viver a vida como acredito que deve
ser vivida, do que chegar ao ponto de ficar louca mesmo, tentando me encaixar
em todos os paradigmas de perfeição que dizem ser o correto.
O correto pra mim, é ser feliz. É minha felicidade que está em jogo, e não o
ego daqueles que me cercam e dizem que sabem o que viver, quando vivem
apenas em uma caixinha e esquecem de olhar o sol.
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Ah a poesia....
"O outro é bandido", disse o médico. (Sim, até ele. Eu vi. Nós vimos.)
A poesia disse. Ela tentou nos alertar. Não a escutamos. Lembro-me bem.
Nosso inocente leiteiro que saía a distribuir leite bom pra gente ruim era mais
um inocente. Mas afinal, importa? Bala que mata gatuno também serve para
tirar a vida de nosso irmão.
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Assim, imaginemos ao contemplar o rosa formado de seu sangue com o
leite nos estilhaços.
Sei apenas que está salva a propriedade. Sei apenas que jamais saberemos
quem era nosso leiteiro. Sei apenas que os ladrilhos já serenos brilham
vermelhos no alvorecer da aurora.
Sei?
Apenas
Consciente?
20:11
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Crônica da moléstia atual
não desperta
e pela vitória sobre os ponteiros do relógio que tanto amargam o gosto dos
prazeres experimentados
em instantes de irrealidade
entorpecida
Mostras-me artes tão belas. Lugares que nunca vi, filmes que nunca assisti,
universos que nunca li. Tens trabalhos realmente impecáveis, são peças de
teatro na tela. Amorteamo, Malasartes, Velho Chico, Hoje é dia de Maria. Fazes-
me sonhar, amar, alegrar. Levas-me para tão distante que já nem me lembro
mais quem é Gabriela. Tens obras sociais, esperança de algumas crianças. És
canal para anúncios publicitários criativos, engraçados, envolventes, créditos
para aquele que nos convida a repensar o novo ano. Tu, televisão, fazes-me
respirar sonho ao ouvir brasileiros cantar, cozinhar, dançar. Ah... como facilitas
minha vida ao passar uma informação devida ou ao mostrar histórias de gente
da gente em novelos, que se desenrolam e me prendem no eco de minha
identificação com o que eu bem vejo.
Porém, me pergunto: quem és tu? Quem é esta televisão, se não uma sem
coração?! Ora, como podes trair friamente todas essas gentis faces a me
encantar e, simplesmente, dividir pódio, tempo e espaço com aberração?! Como
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queres que eu te ligue sempre se és incapaz de filtrar programas e discursos tão
hostis? Tu (re)constrói o senso comum e, muitas vezes, trata-se de sensos
perigosos, minha jovem. Queres que eu engula com naturalidade que bandido
bom é bandido morto, que manifestação e greve são coisas de preguiçosos, que o
SUS não presta, que mulher é rival de mulher, que lugar de menor infrator é na
cadeia, que Agro é só vida... mentes tanto para mim! Eu já acreditei em ti.O
problema é que guardas o teu melhor para horários tão nobres que quase nunca
nem vi. O problema é que só lanças lama em cima de lama e não explicas, não
desenvolves, não encanas. No máximo, conto com um imperativo comentário de
boteco, um tanto falso e fingido, que tem sido engolido. Mas ele não desce como
água natural. Ele corrói cada célula e implora para ser devolvido. Agora estou
enjoada. Enojada. Quero divorciar-me de ti. Até o dia que realmente tu decidires
se vais servir ao teu senhor branco, banco de privilégios, ou se vais vestir a tua
função social. Além de entreter, promover.
Promovas sensibilidade crítica. Promovas, de forma simples, sociologia e
historiografia que lapidem tua lama em escultura bonita. Que mostrem as
origens da violência que tu tanto exibes. Que discutam a razão para a aparente
rivalidade feminina. Que informem a exímia extensão do SUS. Que mostrem o
quanto lutar por sociedades com menos privilégios previamente determinados é
indispensável e nos trouxe até aqui. Que desconstruam, sem medo, mais e mais
tabus e que os traga à luz das discussões cotidianas. Afinal... És fera ou ferida?
És humana ou inimiga? És voz ou censura? És cultura ou ditadura? Não sei
quem és tu, televisão. Só percebo que quem te mandas é covarde. Ele vas meu
eu lúdico, me ganha. Depredas meu eu político, me perde.
Sessão 4
Artigo Dr. Pedro Miranda
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Eu quero muito que meus alunos, meus colegas, meus pacientes se
importem. Ainda sobre Deepak Chopra, ele ensina os pilares da felicidade, sem
achismos ou conceitos complexos.
Ele diz que felicidade está em quatro pilares:
1. Realização profissional: quando você faz o que você ama.
Por isso é importante ter realização profissional, para você acordar motivado
para fazer uma coisa que você ama. Se você não amar o que você faz, você não
vai fazer bem. E se você não fizer bem, você não será bem remunerado. Quando
você faz o que você ama e faz bem, sua hora dobra, sua hora triplica e chega uma
hora que você começa a ganhar 10, 20, 30 vezes mais que os outros.
E o equilíbrio na vida pessoal chega a passos largos, com tempo para estar
com quem se importa e com quem eu me importo. Você começa a trabalhar para
verdadeiramente fazer a diferença na vida das pessoas e da sua família.
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Sessão 5
O caminho percorrido por acadêmicos inspiradores da
MEDUFG e suas principais #DICAS
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UFG. Hoje meu pai trabalha como motorista de aplicativo e minha mãe como caixa
de supermercado. Consegui ainda no primeiro ano de faculdade auxílios estudantis
na UFG que me ajudam bastante com minhas despesas, a bolsa de alimentação no
Restaurante Universitário (RU) e a bolsa de auxílio permanência.
Sou muito grata a todos que me ajudaram a chegar onde estou hoje e tenho
como um dos grandes propósitos de minha vida, talvez o principal, ajudar as
pessoas que passam por minha vida. Para isso, me envolvo intensamente nas
atividades que a faculdade me proporciona, buscando desenvolver projetos que
tragam melhorias estruturais para o bem comum e também assistir como posso as
pessoas de forma individualizada. Em meu segundo ano de faculdade, reativei e
coordenei o Departamento de Apoio ao Estudante (DAE), que desempenha
atividades de assistência às necessidades psicológicas, sociais e acadêmicas dos
alunos da FM-UFG. Em 2019, no meu quarto ano, fui presidente do Centro
Acadêmico XXI de Abril (CAXXIA), podendo contribuir com a faculdade e resolver
problemas em período praticamente integral.
Sessão 6
A faculdade que eu quero
Sucesso
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quer ser Alexandre, o pequeno. Todos querem ser Alexandre, o grande. E isso é
“vencer na vida”.
Assim, além de ter que se ajustar a uma realidade acadêmica por si só
desgastante, devemos preencher nosso pouco tempo livre com atividades
extracurriculares, em troca de um valioso certificado. Ligas, monitorias,
campanhas: as vezes odeio algumas dessas atividades, mas faço. Faço porque
ganho certificado. E certificado pontua na residência.
O ciclo básico é intenso em carga horária e conteúdo, e o peso só aumenta
quando, entre os próprios colegas, começam as comparações de notas. Tirar um
6, embora esteja na média e tenha tido uma boa base do conteúdo, já não é
suficiente se a média da turma for 7. Se cria, no ambiente acadêmico um
gigantesco sentimento de insuficiência: nunca somos o bastante. Devemos ser
mais, produzir mais, estudar mais. Foi nesse momento que percebi que pelo
menos um terço da minha turma faz uso de antidepressivos, e outro um terço
também deveria usar.
A visita de um “coach” na faculdade, para uma palestra de “alta performance
nos estudos”, deixou muitas coisas claras para mim: o aumento crescente no
número de vagas das faculdades de medicina tornou o processo de formação
médica um negócio extremamente lucrativo. E, novamente, nos vendem um
futuro de “sucesso”. Será que nesse mercado acirrado serei capaz de me
destacar? Nessa lógica, é preciso empreender. Se formar não um médico, mas
um “transformador de vidas”, um publicitário com esteto no pescoço.
Esse ano perdi um colega para o suicídio. Não devemos ser reducionistas
quanto às causas, mas, com certeza, a luta da vida, essa eterna corrida de ser
melhor que tudo e que todos, essa angústia e ansiedade, foram fatores de grande
sofrimento psíquico. Seu último recado diz muito: “Talvez as coisas pudessem
ter sido diferentes em algum universo paralelo, mas infelizmente nesse aqui pra
mim já deu faz tempo”.
A reflexão que fica, diante desse contexto cada vez mais adoecedor, é um
questionamento à ideologia do vencer. Empreender na medicina e querer
ser reconhecido não é errado. Errado é tornar esse enredo uma
premissa para a felicidade de uma maioria. Talvez grande parte dos
estudantes encontrarão a felicidade em um emprego estável, com
tempo para curtir a família e extrair da medicina não só dinheiro,
mas paz e realização. Talvez encontrem a felicidade no simples, no
pequeno. E tudo bem. Isso não é ser medíocre. A sociedade não
comporta todos esses que sonham em serem “Alexandres”. Até porque
sempre haverá um “Napoleão”: alguém que saiba mais e faça algo
melhor do que você.
Talvez devêssemos aprender a encontrar a felicidade nas coisas poucas.
Relaxar e entender que a faculdade fica mais leve quando construímos um
ambiente de comunhão, ao contrário de rixas e competitividades fúteis. Talvez
esse seja o maior desafio da medicina hoje: deixar o ego de lado e focar não em
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títulos e diplomas, mas na construção de um profissional justo, humano e
competente, que entende que seu único objetivo nestes 6 anos é aprender a
reconhecer e aliviar o sofrimento humano.
Jade de Oliveira Silva, turma 66 - 3 º ano
Sessão 7
Bagagem de Mundo
Casa do saber:
Canal do Youtube onde há vários mini-vídeos com altas reflexões de filósofos, sociólogos e
pensadores brasileiros sobre vários temas.
https://www.youtube.com/user/casadosaber
Pierre Bourdieu:
Sociólogo que teoriza Capital Cultural e Violência Simbólica.
https://www.youtube.com/watch?v=a3eO6-D4nHo
https://www.youtube.com/watch?v=7qEjQOWk4kw
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Michael Foucault:
-A microfísica do poder
https://www.youtube.com/watch?v=ydO_iLRZfqU
- Vigiar e Punir:
https://www.youtube.com/watch?v=eEB9Yj3j41s
- Loucura:
https://www.youtube.com/watch?v=1dzmaYv_1-w
https://www.youtube.com/watch?v=i_iMfA88R2U
- O Perigo de uma única história: fala sobre como o neocolonialismo europeu na África
ecoa até hoje sobre diversas formas de preconceitos culturais.
https://www.youtube.com/watch?v=D9Ihs241zeg
- Todos nós deveríamos ser feministas: o conceito de feminismo é muitas vezes distorcido
por aqueles que se alimentam da famigerada reprodução do machismo. Ser feminista é defender
a efetivação dos direitos da mulher e nada a ver com “machismo às avessas”.
https://www.youtube.com/watch?v=hg3umXU_qWc
https://www.youtube.com/watch?v=3_AKJSs9eBM
https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2015/09/como-devemos-entender-hoje-
o-homem-cordial-de-sergio-buarque-de-holanda-4841240.html
Sessão 8
Otimizando os estudos e estratégias de prova
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Projeto Medicina (IG: @projetomedicina)
https://pt-br.facebook.com/projetomedicina
https://geekiegames.geekie.com.br/blog/prova-gabarito-oficial-enem/
https://enem.estuda.com/questoes_provas/instituicao-65/enem_ppl
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Aplicativos:
- Forest: Stay Focused, be present: muito legal para aumentar nosso
FOCO nos estudos. Você planta árvores enquanto estuda e não pode mexer no
WhatsApp ou Instagram, se não perde sua árvore. Muito incentivador, sério!
(Quanto mais você planta, mais rico fica, então pode comprar uma muda de
árvore mais bonita que a outra).
OBS: Ele é de graça em Android e, às vezes, tem promoção para ser free em
Iphone também.
- Seja uma pessoa melhor – (Há vídeos sobre como levantar mais cedo;
autodisciplina; mudança de hábitos; dicas de estudo; memória).
https://www.youtube.com/channel/UCbG7_Agdb99rhG9-rhY8iTg
Estudantes de todo o Brasil, olá! Meu nome é Phamella Rocha, tenho 19 anos
e sou estudante de medicina da UFG e, apesar dessa frase parecer uma simples
apresentação, é também o bordão do meu canal no youtube, o qual vim
apresentá-lo hoje para vocês. No meu canal, eu posto dicas de estudo,
compartilho experiências, explico conteúdos, falo sobre táticas de
desenvolvimento pessoal, posto macetes e mais um monte de coisas,
além de tentar trazer um pouquinho de motivação a todos vocês que estão na
mesma batalha a qual passei há pouco tempo. E agora trago mais uma
novidade: a oferta de um curso de redação completo e gratuito, aonde eu irei
destrinchar toda a redação do ENEM, tirar dúvidas de vocês e, inclusive, corrigir
redações que vocês me mandarem! Por isso, se você precisar de ajuda, pode vir
falar comigo, tanto pelo canal (Phamella Rocha), quanto pelo meu studygram no
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Instagram @vestibuleiros. Nós conversamos, trocamos experiências e eu
prometo tentar ajudar vocês com tudo o que eu puder!
Sessão 9
Saúde Mental
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2- Meditação Transcendental:
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Sala de aula: A Meditação Transcendental desenvolve o pleno potencial
do cérebro do estudante - aumentando o QI e melhorando a performance
acadêmica, ao mesmo tempo que reduz o stress, a ansiedade e a
depressão. Inúmeras são as pesquisas que demostram aumento do QI e
melhora em testes da faculdade, em alunos que realizaram meditação
transcendental comparados com grupos que não praticaram.
Para praticar a MT você não precisa estar em posição de "flor de lotus ", não
é preciso um ambiente silencioso, sendo possível realiza-la até no ônibus. O
ideal é realizar duas sessões, de 20 min cada, antes de refeições, podendo ser
uma de manhã antes do café da manhã e uma antes do jantar.
Deixarei aqui alguns links nos quais você pode encontrar mantras e conhecer
mais sobre a MT, mas cuidado para não cair no mercado que cerca essa técnica.
Acredite em você! Muitas vezes acreditamos que para conseguir algo precisamos
da ajuda de alguém..., então criamos uma dependência imaginária. Quando você
faz isso, acaba dando muletas para algo que não precisa delas - seu cérebro.
Acredite em você, tire as correntes da sua mente e deixe ela livre para demostrar
seu potencial, apenas aceite que ela é capaz de tudo.
https://unifycosmos.com/transcend-mental-meditation-tmm/
https://www.meditationiseasy.com/meditation-
techniques/transcendental-meditation/
https://pt.slideshare.net/ecpinto/meditao-transcendental
3 - Outras Práticas
Práticas de agradecer
Existem atividades práticas de gratidão rápidas e simples que podem ser
incluídas em nossa rotina diária e que nos ajudam a sintonizar com tudo de
melhor da vida.
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Ken-Ho (práticas de gratidão)
- Agradecer aos pais enquanto arruma a cama, lava louças ou arruma o
quarto.
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Neste site existem diversos outros exemplos:
https://vivercomprosperidade.com/como-praticar-gratidao/
Prática de Autoelogio:
Ao acordar, ou no momento que achar mais oportuno, você pode ler uma
listinha com uma sequência de vários elogios para si mesmo. É tipo assim:
foca no que é bom e em como considera o melhor para ser, que ajuda a
concretizar! Você está emanando PALAVRAS ao seu favor para o universo, e
elas retornam de alguma forma... Exemplo de lista, que eu falava ano
passado, pouco antes de ir para o cursinho/biblioteca:
“Muito obrigada, Sou alegre, Sou estudiosa, Sou linda, sou gentil, sou
maravilhosa, sou autêntica, sou amável, sou estilosa, sou rica, sou dinâmica,
sou harmoniosa, sou pontual – muito obrigada. Sou filha de Deus, sou
equilibrada, sou doce, sou luz, sou filha do melhor pai e da melhor mãe do
mundo! Eu amo todas as pessoas, todas as pessoas me amam, sou um só
com todas as pessoas. Sou educada, sou inteligente, eu sou o sucesso, nasci
para ser feliz, nasci para dar certo, já estou na lista dos aprovados para
medicina na UFG Campus Colemar Natal e Silva. Muito Obrigada! Eu
mereço, eu posso, eu sei e eu vou conseguir realizar todos os meus sonhos!
Muito obrigada!”.
- Visitar lar de idosos, sendo um ouvido para quem precisa: você pode
reunir um grupo de amigos e levar pessoas que sabem tocar, cantar, encenar e
compartilhar muita alegria com os senhores que ali estão. Mas também pode
fazer atividades que não demandam muita gente e nem um preparo prévio,
como ajudar a dar a comida (vai no horário do almoço). Na verdade, no fim de
tudo, descobrimos que essa experiência é uma grande troca, pois muitos deles é
que tem o humor imbatível e nos faz rir, ou um simples toque na mão e uma
simples história de vida nos faz ver o quanto temos a agradecer por nossas
vidas. Dica de dois lares de idosos que são muito abertos e receptivos a visitas
em Goiânia: Lar de Idosos São Vicente de Paulo e o Solar Colombino.
- Aderir a grupos que levam comida a moradores “de rua”: diversos grupos
religiosos praticam esse gesto tão bonito. Procure em sua igreja saber o horário
e como pode ajudar. Se não for ligado a uma religião, existem grupos que fazem
o trabalho sem essa ligação, basta procurar. Esse é um trabalho profundo de
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desconstrução de preconceitos, vai internalizar que cada ser humano que está
ali carrega uma história, medos, problemas e felicidades, igualzinho quem não
mora nas calçadas. Perceberá também que muitos são bem menos egoístas do
que a gente (pois não pegam mais lanche que o necessário, já que sabe que o
colega da frente também está com fome e vai precisar).
Sessão 10
Surpresa preparada aos futuros calouros!
Mural de Fotos
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Prévia organizada por Laysa Moreira Campos Costa, turma 67 – 2º ano
Coordenadores do projeto:
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