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CURSO DE LETRAS

DISCIPLINA: Produção de texto e ensino Profª: Vivian Pinto Riolo


POLO: Aracruz PERÍODO: 5º - 2023/1 ATIVIDADE PARA: 03/04/2023
ALUNA: Paola Cometti Forechi Schmittel MATRÍCULA: 20211llpad20091

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais:


definição e funcionalidade. In.: BEZERRA, Maria Auxiliadora; DIONISIO, Angela
Paiva; MACHADO, Anna Rachel (orgs). Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio
de Janeiro: Lucerna, 2005. pág. 19-36.

RESENHA CRÍTICA

Luiz Antônio Marcuschi (1946-2016) era doutor em filosofia da linguagem, pela


Universidade de Erlangen-Nuremberga e pós-doutor em questões de oralidade
e escrita, pela Universidade de Friburgo, na Alemanha. Foi professor titular em
linguística do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), onde criou o Núcleo de Estudos Linguísticos da Fala e Escrita (NELFE).
Publicou diversas pesquisas pioneiras na área de linguística e diversas obras
como: Linguística de Texto: o que é e como se faz? (1983); Análise da
conversação (1986); e Da fala para a escrita: atividades de retextualização
(2001).

O Marcuschi (2005) escreveu o capítulo Gêneros textuais: definição e


funcionalidade, no livro Gêneros textuais e ensino (2005), que é o texto
referência desta resenha. No item 1, Gêneros textuais como práticas sócio-
históricas, Marcuschi (2005) analisa da contribuição dos gêneros textuais na
ordenação e estabilização das atividades comunicativas do dia-a-dia. Para o
autor, os gêneros textuais “são entidades sócio-discursivas e formas de ação
social incontornáveis em qualquer situação comunicativa” (2005, p.19). Por meio
das culturas que os gêneros textuais surgem, são situados e integrados,
funcionando comunicativamente, cognitivamenta e institucionalmente.
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No item 2, Novos gêneros e velhas bases, Marcuschi (2005) propõe uma
discussão sobre como o uso das novas tecnologias intensificam e interferem nas
atividades comunicativas cotidianas, possibilitando o surgimento de novos e
inovadores gêneros textuais. Ao citar Mikael Bakhtin, o autor diz que esse
linguista russo já em sua época dialogava sobre o surguimento de novos gêneros
quando notado “na transmutação dos gêneros e na assimilação de um gênero
por outro gerando novos” (MARCUSCHI, 2005, p.21).

No item 3, Definição de tipo e gênero textual, a proposta é compreender que a


não é possível uma comunicação verbal, a não ser com uso de gêneros e algum
texto. Esse modo que pensar parte da “noção de língua como atividade social,
histórica e cognitiva, privilegia a natureza funcional e interativa ” (MARCUSCHI,
2005, p.22). Para o autor, o texto é uma entidade concreta realizada
materialmente e corporificada em algum gênero textual. Já o discurso, é aquilo
que um texto produz ao se manifestar em alguma instância discursiva, se
realizando nos textos. Desta forma, os tipos textuais são uma espécie de
sequência teórica, definida em sua composição por sua natureza linguística.

Ainda sobre os tipos textuais, no item 4, Algumas observações sobre os tipos


textuais, o autor faz um desdobramento sobre a tipologia textual, dizendo ser
heterogêneo, formado por um conjunto de traços que formam uma sequência e
não um texto. Ele afirma um texto bem coeso é aquele onde o autor demonstra
a capacidade “em fazer essa costura ou tessitura das sequências tipológicas
como uma armação de base, ou seja, uma malha infraestrutural do texto”
(MARCUSCHI, 2005, p.27). Marcuschi (2005) chama a atenção para as três
características a construção dos gêneros: da composicional, do conteúdo
temático e o estilo. E conclui o item dizendo que “os gêneros são [...] o reflexo
das estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura” (MARCUSCHI,
2005, p.29).
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No item 5, Observações sobre gêneros textuais, postula que, em alguns
contextos, gêneros agem a fim de legitimar o discurso, situando-se numa relação
sócio-histórica. Deste modo, os gêneros textuais são “realizações linguísticas
concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas” (MARCUSCHI, 2005,
p.32). Em seguida, no item 6, Gêneros textuais e ensino, observa que os gêneros
são modelos comunicativos e servem, muitas vezes para criar uma expectativa
no interlocutor e prepará-lo para determinada reação. E conclui no item 7,
Observações finais, afirmando que o trabalho com gêneros textuais é uma
oportunidade para observar a língua no dia a dia.

O presente capítulo, escrito por Marcuschi (2005), é um ótimo enunciado para


graduandos em licenciatura dialogar sobre a importância do ensino de gêneros
textuais com base em uma perspectivo discursiva do ensino da língua. A
importância que o autor apresenta no uso dos gêneros textuais, não só como um
tipo linguístico e formal, mas como fonte de compreensão sócio-comunicativa e
discursiva, apresenta uma proposta contextualizada da produção textual, que vai
muito além a justificativa de uma escrita individual.

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