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SALA DE AULA
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¹ Eliane Nogueira Lazzaretti.. E-mail: nogueiraeliane2014@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
Nessa visão, alguns dos teóricos usados neste artigo foram Antoni Zabala
(1998), Bakhtin (2000), Bronckart (2003), Ingedore Kock (2006) e Marcuschi (2005).
Dessa forma, esse aporte teórico aborda o gênero textual charge como um meca-
nismo que descomplica a leitura, entendimento e elaboração textual nas aulas de
Língua Portuguesa, de forma relevante nesse processo de ensino e aprendizagem
do aluno, com o propósito de ressaltar os recursos estratégicos que podem ser atin-
gidos ao se utilizar esse método didático, por vezes omitido por alguns educadores.
Essa descoberta por outros métodos é uma das formas de incitação para a
leitura e a escrita do estudante. O professor necessita instigar seu aluno a descobrir,
procurar, e conhecer os conceitos das pesquisas. Entretanto, da mesma forma pre-
cisa-se dos livros didáticos. Não se pode lidar apenas com pesquisas, precisa-se de
ferramentas sequenciais para as aulas de Língua Portuguesa, e a maior parte des-
sas ferramentas não apresenta essa confiança.
Dessa forma, esse artigo tem como objetivo mostrar que o gênero textual
charge pode auxiliar nas aulas de Língua Portuguesa, já que é indispensável a práti-
ca de aulas dinâmicas e esse problema tem sido constante, a charge produz uma
referência crítica, cômica e interpretativa primordial para progredir no aluno além do
nível crítico, sua capacidade e competência.
A pesquisa em prol dos gêneros textuais tem sugerido uma reiteração na for-
ma de produzir o ensino de língua portuguesa. Diversos experimentos próprios para
instruir, narram a inversão da ordem diversificando gêneros para a sala de aula e
aquilo que é indispensável de tornar próxima a linguagem presente nos assuntos
que são oferecidos nas aulas de língua materna.
Segundo Koch e Elias (2006, p. 119) “Os gêneros são formados por sequências
diferenciadas denominadas tipos textuais. Portanto, devemos ter em vista que a no-
ção de gênero não se confunde com a noção de tipo.” Nesse ponto de vista, os gê-
neros textuais são tipos de textos que são usados no dia a dia com representações
sóciocomunicativas que mostram aspectos concordando com seu suporte, emitindo
objetivos propriamente envoltos em temas sociais, políticas e tecnológicas. Nesse
sentido, Koch e Elias destacam:
Assim, é possível observar que os gêneros possuem profunda ligação aos mais
diversos deslocamentos humanos, no caso, a escola teria o papel de ser o agente
principal de permitir que o aluno tome consciência da peculiaridade e intenção de
cada gênero, observando os obstáculos do dia a dia. De acordo com Bazerman,
(2006, p. 23).
[...] gêneros não são apenas formas. Gêneros são formas de vida, modos
de ser. São frames para a ação social. São ambientes para a aprendiza-
gem. São os lugares onde o sentido é construído. Os gêneros moldam os
pensamentos que formamos e as comunicações através das quais intera-
gimos. Gêneros são os lugares familiares para onde nos dirigimos para criar
ações comunicativas inteligíveis uns com os outros e são os modelos que
utilizamos para explorar o não-familiar.
Marcuschi (2009, p.19) afirma que os gêneros textuais “são formações interati-
vas, multimodalizadas e flexíveis de organização social e produção de sentidos”.
Diante disso, o autor infere que quando se trabalha om um gênero, ensina-se uma
forma de desempenho sóciodiscursivo uma cultura, e não um simples modo de cons-
trução textual.
Eles (os gêneros) não são classificáveis como formas puras nem podem ser
catalogados de maneira rígida. Devem ser vistos na relação com as praticas
sociais, os aspectos cognitivos, os interesses, as relações de poder, as tec-
nologias, as atividades discursivas e no interior da cultura. Eles mudam,
fundem-se, misturam-se para manter sua identidade funcional com inovação
organizacional (MARCUSCHI, 2005, p.19).
Assim como a música era usada como forma de expressão em meio a dita-
dura militar no século XX, a charge também ganhou seu espaço na primeira metade
deste século, o seu ponto forte era expressar de forma cômica tais acontecimentos.
Em resposta a isso muitos sofreram repressão, contudo ficou reconhecida pela po-
pulação desta época, sobrevivendo até os dias atuais.
No caso da pessoa que lê, é oferecida a chance de formar sua opinião sobre o
determinado fato ou, sustentar uma compreensão que provoque dúvidas. Essa pos-
sibilidade ajuda o interlocutor a desenvolver sua própria interpretação do que está
vendo, que não é necessariamente a que o autor quis passar, e para indivíduos que
ainda estão em processo de formação, esse é um estímulo muito importante.
Outro fator positivo de se trabalhar com a charge em sala de aula é que os es-
tudantes podem produzir textos a partir das inferências assimiladas por eles na leitu-
ra desse gênero. Com a produção desses textos, o professor por sua vez tem a
oportunidade de trabalhar as diversas subdivisões da linguagem com os alunos.
Observando a charge acima acredita-se que o texto seja uma animação sobre o
Brasil, o fato é que o texto não fala de país, mas de pessoas, de brasileiros (por isso
tem o mapa do Brasil representado). Observe outras particularidades: além de ban-
guela, a boca apresenta rugas, numa possível insinuação aos idosos brasileiros; ou-
tro item que se percebe é o olhar abatido, confirmando a suspeita levantada.
Reunindo os dados colhidos no na imagem, pode-se entender que existe um
pensamento da forma como o idoso vem sendo tratado no Brasil, ou seja, “maltrata-
do”. Além do mas, o olhar e o sorriso juntos provam conformismo, mas o nariz e o
rosto rosados indicam vergonha por esta situação.
Outra observação é acreditar que o país em contraste com outros é jovem, es-
tando em progressão. Documentadamente, percebem-se alguns desvios que não se
alinham; pode-se pensar numa possível ironia, uma censura à juventude, à imaturi-
dade do país. Esta ironia pode-se destacar no nariz vermelho e redondo, lembrando
o nariz de um palhaço. Quando se lê, acionam-se diversas capacidades e esquemas
que nos amparam na implantação do sentido da leitura, empregando às vezes habi-
lidades (consciente ou inconscientemente) que contribuem no processo com a leitu-
ra.
2.3 METODOLOGIA
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos temas que aqui foram apresentados, conclui-se que as escolas por
meio de seus professores, deveriam trabalhar mais e de forma variada esse gênero
textual tão enriquecedor,
Referências Bibliográficas
ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. Ed 7º. São Paulo:
Editora Parábola, 2009.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
207p.
MARINELLO, Adiane Fogali, BOFF, Odete Maria Benetti, KOCHE, Vanilda Salton. O
gênero textual artigo de opinião: um meio de interação. 2009
HEEMANN, Christiane. Gênero como formas de vida, modos de ser: um estudo sob
a perspectiva da teoria da atividade. Anais do IX Encontro do CELSUL Palhoça, SC,
out. 2010 Universidade do Sul de Santa Catarina.