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1. Introdução
A compreensão de que aprendemos a língua por meio de gêneros do discurso,
fortemente amparada pelas ideias do chamado Círculo Bakhtiniano e colocada em diálogo
com abordagens de orientação sociointeracionista (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004;
BRONCKART, 2006, dentre outros), é bastante presente em documentos oficiais que
parametrizam o ensino de Língua Portuguesa no Brasil.2 Isso não significa, entretanto, a
ausência de desafios a serem enfrentados quando se considera a realidade das práticas formais
de ensino/aprendizagem da escrita, em seus diferentes níveis – ensino fundamental, médio e
universitário –, atravessadas que são não apenas por orientações teóricas e metodológicas da
perspectiva de estudos de gêneros aqui evocada, mas também, ao mesmo tempo, por um
conjunto de mitos e crenças que, se não forem combatidos, podem gerar uma vivência da
escrita muito pouco produtiva aos nossos alunos.
Orientada por essa preocupação, neste capítulo assumo o estudante – qualquer seja a
etapa de formação em que este se encontre – como protagonista do processo de aprendizagem
da escrita e, ao mesmo tempo, tomo as ações do professor como possibilitadoras e promotoras
desse protagonismo.3 De modo mais específico, proponho-me a discutir o papel das relações
dialógicas professor/aluno em práticas de ensino/aprendizagem da escrita. Meu foco incidirá
sobre as atividades de escrita, avaliação da escrita e reescrita e, nessa medida, no processo de
apropriação de gêneros do discurso.
De forma a levar a termo essa intenção, circunscreverei meu percurso, neste texto, por
meio de três direções articuladas: em primeiro lugar, apresentarei princípios mais gerais que
alicerçam as defesas teóricas do capítulo sobre o processo de apropriação de gêneros do
discurso; em seguida, discorrerei sobre o papel da avaliação/correção de textos nesse
processo, abordando modos de inserção do professor no texto do aluno; por fim, trarei dados
1
Trabalho produzido com o apoio do CNPq.
2
Refiro, por exemplo, aos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e às Orientações
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
3
Este texto toma para discussão ações relativas ao ensino da escrita, mas, obviamente, assume-se que o
protagonismo deve ser uma meta de toda e qualquer prática de ensino/aprendizagem, por exemplo, as que se
voltam para a formação do leitor, como defende Cafiero (2010).
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
3. Em torno da avaliação
A tarefa de avaliação integra o elenco das atividades que caracterizam o fazer docente,
seja qual for o nível de atuação e a área do professor. Noutros termos, o processo de
ensino/aprendizagem envolve, sempre, algum tipo de ação avaliativa por parte do professor.
A esse respeito, caberia ter em conta que as práticas de escrita escolares devem levar o
aluno à construção gradativa de saberes sobre os textos que circulam socialmente, recorrendo
a diferentes universos semióticos, o que implica a vivência de situações que levem o
estudante: (i) ao contínuo processo de construção de conhecimentos relativos à configuração,
ao funcionamento e à circulação dos textos; (ii) ao desenvolvimento de habilidades
necessárias à textualização (com maior ou menor sistematização dos saberes que elas
implicam, a depender da etapa em que se encontra o aluno) e, por consequência; (iii) ao
desenvolvimento de sua capacidade de reflexão sistemática sobre a língua e a linguagem.
Tendo em conta o caráter social e interacional desse processo, as ações de avaliação
assumem papel valioso no percurso, o que pode se realizar de várias formas e ainda envolver
diferentes agentes:
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Reproduzo aqui a posição de Kleiman (2008), com a qual concordo, acerca da escolha da forma ‘Estudos de
Letramento’ como tradução mais adequada, no Brasil, para New Studies of Literacy: “Nos países de língua
inglesa, o termo ‘literacy’ (que hoje devemos traduzir por alfabetização ou letramento, dependendo do
contexto) foi mantido pelos pesquisadores que começaram a considerar os aspectos sociais do uso da língua
escrita e, face à necessidade de distinguir essa nova perspectiva dos estudos sem a perspectiva social, eles
recorreram ao adjetivo ‘novos’: daí New Studies of Literacy. No Brasil, um novo termo foi cunhado –
letramento – pelos pesquisadores que queriam diferenciar os usos da língua escrita na vida social da
alfabetização e, assim, os dois termos foram mantidos. No nosso país, portanto, todos os estudos do
letramento são novos, datando apenas da década de 90 [...]” (KLEIMAN, 2008, p. 489).
5
Remeto o leitor ao trabalho de Vianna, Sito, Valsechi e Pereira (2016), no qual apresentam o percurso
histórico do conceito de letramento, contextualizando, ainda, uma de suas acepções para os estudos sobre a
formação e o trabalho docente.
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
Sob a ótica bakhtiniana, aqui mais uma vez evocada, a alteridade é constitutiva de toda
e qualquer enunciação, o que explica a condição de princípio (portanto, algo de que não se
pode fugir) atribuída ao dialogismo nesse quadro. Em outras palavras, todo e qualquer dizer
(seja na forma oral, seja na forma escrita) mantém relação dialógica com outros dizeres que o
antecederam, assim como com outros dizeres pressupostos, imaginados, considerados.
Na citação de Bakhtin posta em destaque, é dado um peso importante à esfera de
comunicação discursiva. Como isso pode ser transposto para o interesse central de discussão –
a relação dialógica entre professor e aluno no processo de ensino/aprendizagem da escrita?
Para responder a essa pergunta, partamos de uma ilustração. Imaginemos que, ao
longo de um semestre, uma professora de Língua Portuguesa de uma turma do 1º ano do
ensino médio de uma escola brasileira esteja desenvolvendo, com seus alunos, em articulação
com os professores de Biologia e História, um projeto sobre a saúde pública na cidade. Um
dos objetivos do projeto é levar os estudantes a conhecerem, de forma mais próxima, a
realidade da saúde pública de cidade, incentivando-os a atuar como protagonistas de ações
que busquem melhorias nesse campo. Trata-se de proposta pedagógica que leva os alunos a
mobilizarem distintos gêneros: projeto (para planejamento das ações de investigação a serem
realizadas); questionário e entrevista (destinados à etapa de coleta de informações em postos
de saúde e moradias do bairro em que se situa a escola); relatório (para apresentação dos
resultados da investigação aos professores); pôster (para socialização dos resultados da
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
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Uma experiência muito próxima à esboçada pela ilustração foi desenvolvida por Silva (2015), em sua
dissertação de mestrado.
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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A pesquisa mencionada também examinou as ações de correção efetivadas por professores em formação.
Seus resultados estão publicados em Assis (2008b; 2009) e Assis e Lopes (2009).
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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claro o que o trabalho entende por fofoca; (3) Ok. Ficou bem mais claro; (4) Como a análise
melhorou. Estou gostando...; (5) Ótima análise!, etc.
Sobre esses três perfis encontrados, resta ainda assinalar que as ações destacadas –
avaliar, orientar, incentivar – podem ser realizadas, de forma equilibrada, por um mesmo
professor, em uma mesma atividade de correção. Um dos fatores que parecem interferir na
construção do perfil de correção, segundo nos permitem concluir os dados analisados, é
justamente a percepção do professor sobre os efeitos que sua intervenção pode assumir no
processo de aprendizagem da escrita, para cada um dos alunos com os quais dialoga. Isso
equivaleria a dizer que a variação ou a combinação de perfis e estratégias de correção pelo
professor se explicaria também pelo modo como este perfila seus alunos, tendo em vista tanto
o nível de conhecimentos revelados na escrita (o que já dominam, o que precisam dominar, o
que precisa ser superado, o que precisa ser retomado, etc.) quanto, até mesmo, seus traços
individuais de personalidade.
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Alguns exemplos das perguntas formuladas pelos estudantes: Todo mundo pode fazer o Enem? Quanto custa
a inscrição? Para que serve o Enem? Quem corrige as provas? O que cai mais nas provas? Pode ser usada
letra de forma?
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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tinham se submetido ao exame. O resultado dessas ações foi igualmente socializado na turma,
por meio de datashow. A última etapa desse processo foi a escrita de uma carta, a ser enviada
ao Ministério da Educação, pelo correio comum ou por correio eletrônico, contendo as
dúvidas e/ou sugestões dos alunos para o aperfeiçoamento do exame. Inspirando-se em Silva
(2015), a estagiária propôs à professora que os textos fossem, em um primeiro momento,
escritos individualmente. Ao final do processo, após leitura e discussão dos 28 textos
produzidos (em sua última versão), foi elaborada, a partir destes, a versão final da carta
coletiva a ser enviada ao Ministério.
Embora todo esse processo mereça a atenção daqueles que se interessam pelo
ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa, já que implicou, de forma bem-sucedida,
diferentes etapas e muito engajamento dos alunos e professoras (a regente e a estagiária) nas
múltiplas práticas de leitura e produção de textos apontadas, tomarei para análise tão somente
as ações de correção e seus efeitos na produção da carta por parte de um dos estudantes do
grupo (Paulo),9 descrito pela professora e pela estagiária como alguém normalmente pouco
motivado para a produção de textos em sala de aula, com certas dificuldades motoras, visíveis
pelo traçado da letra, e deficiências nos conhecimentos de ortografia.
A seguir, apresentam-se três versões da carta produzida por Paulo, acompanhadas das
correções feitas pela estagiária, com supervisão da professora regente e orientação da
professora responsável pelo estágio na universidade. Em colchetes estão indicados os lugares
de inserção de comentários, transcritos abaixo das versões 1 e 2, assim como inserções de
correções feitas. Os grifos reproduzem algum tipo de marcação feito no texto, também pela
estagiária (sejam círculos, sejam sublinhados). A versão final, apresentada aos colegas para a
produção coletiva representando a turma, não foi corrigida.
Versão 1
Olá, Eu sou o Paulo tenho 17 anos e estou no 2º ano da turma e. [1] Fizemos uma pesquisa e
gostei muito do projeto. [2] Meu primo passou no ano passado. Ele é muito bom na redação eu não
sou tanto quer dizer eu estou ficando bom agora com a escrita. Temos muitas duvidas sobre o enem
[Enem] e da redação tambem. Meu pai não pode pagar escola particular nem mesmo um pouco [,] o
enem é muito importante para nós e minha família.[3]
Gostaria de saber se o tema vai ser facil tambem para quem não tem muitas leituras que não gosta de
ler muito. [4] Mais eu sei que é importante na vida. Eu acho que vou passar. Abraço,
Paulo [5]
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[1] Paulo, não seria importante que você apresentasse outras informações sobre a escola?
[2] Qual projeto? Como o Ministro vai saber?
[3] Qual é o objetivo de seu texto?
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Nome fictício do estudante.
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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[4] Seria mesmo adequado perguntar qual vai ser o tema ou como ele vai ser? Você acha que teria uma
resposta?
[5] Paulo, gostei muito da primeira versão de seu texto. Vejo que você se esforçou. Aqui vão algumas
outras dicas para a 2ª versão. Lembre-se de que você está escrevendo um texto endereçado ao
Ministro da Educação. Se for enviado por “e-mail”, não será necessário colocar a data, mas, se for
pelo correio convencional, sim. É importante que fique claro também o motivo do texto. Qual é
mesmo o seu objetivo com o texto? Isso não está muito claro. Procure ser mais formal no seu texto,
afinal o Ministro ocupa um cargo importante para a educação e o nosso país. Fique atento à pontuação
do texto também.
Versão 2
Ecelentissimo [Excelentíssimo] senhor ministro [Ministro] da educação [Educação] do Brasil
Atenciosamente
Paulo [4]
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
[1] Elas? Está concordando com o quê?
[2] Será mesmo que você lê pouco? Você acha que isso será bem visto pelo ministro ou pela equipe
dele? Pense a respeito.
[3] Paulo, gostei da sua iniciativa de elogiar o exame. Como vimos, é um exame muito importante
para nossa educação. Que tal apresentar alguns argumentos que justifiquem o seu elogio?
[4] Seu texto evoluiu muito. Parabéns! Na versão final, preste atenção às palavras que grifei. Confira a
grafia, use o dicionário ou a internet. Pergunte aos colegas. Os problemas de grafia podem causar uma
impressão ruim de seu texto. E você não quer isso, quer?
Versão final
Excelentíssimo Senhor Ministro Educação do Brasil
Atenciosamente
Paulo
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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Na escrita da carta coletiva, no entanto, etapa posterior à que está sendo analisada, isso foi considerado pela
professora e pela estagiária.
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Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
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estudante como autor, tendo em vista um determinado projeto de dizer e seus prováveis
impactos, desejados ou indesejados.
Cabe observar, por último, que, na versão final, persistem alguns problemas, sobretudo
de natureza ortográfica e de pontuação, o que não invalida, entretanto, os demais ganhos
alcançados pelo texto.
5. Considerações finais
A discussão empreendida neste capítulo tomou como central a tarefa de correção de
textos no processo de ensino/aprendizagem da escrita, orientando-se por procedimentos e
critérios que têm em conta as condições de emergência, configuração e funcionamento dos
textos e visando a contribuir com o percurso de letramento do aluno no que se refere às suas
habilidades de escrita. Isso – é bom frisar – pressupõe dar o lugar de “autor” ao estudante cujo
texto é corrigido. Ao mesmo tempo, demanda ao professor deslocar-se da posição de
avaliador, de juiz do texto do aluno, a fim de que se constitua, de fato, como interlocutor,
efetivamente dialogando – seja pela réplica, seja pela concordância, seja pelos
questionamentos e orientações –, com o texto e seu autor.
Embora os dados examinados ao longo da discussão tenham privilegiado o olhar do
professor sobre o texto do aluno, a perspectiva a partir da qual se compreende a relação
escrita/correção/reescrita leva a que se fomente entre os estudantes, nas práticas de
ensino/aprendizagem da escrita, também a capacidade de coavaliar e de se autoavaliar, guiada
pelos parâmetros sócio-históricos que cercam as condições do funcionamento do gênero de
discurso cuja apropriação se busca. Um expediente interessante nessa direção é a criação, em
conjunto com os alunos, de fichas de avaliação dos textos, construídas e redimensionadas,
sistematicamente, a partir de parâmetros que reflitam a vivência social do gênero em questão
por parte desses estudantes.
Assim como se dá com a correção feita pelo professor aqui retratada, a implicação do
aluno no processo de avaliação/correção de seu próprio texto ou do texto de seu colega tem
como efeito a desejável naturalização da reescrita no processo de escrita. Afinal, rever,
apagar, reescrever são, como sabemos, ações incontornáveis da nossa experiência cotidiana
com a escrita.
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
Referências
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em formação: pistas de um processo de formação identitária. Revista Vertentes, São João
del-Rei, n. 31, p. 9-15, 2008a.
ASSIS, Juliana Alves. Correção de textos, reescrita e formação de professores: diálogos do/no
processo de ensino e de aprendizagem. Anais do II Simpósio Internacional sobre Práticas
Escritas na Escola: Letramento e representação. São Paulo: FFLCH/USP, em CD-ROM,
2008b.
ASSIS, Juliana Alves. “O agir do professor em formação nas práticas de correção de textos:
pistas do processo de construção identitária.” Estudos Linguísticos/Linguistic Studies n. 3,
edições Colibri/CLUNL: Lisboa, p. 101-117, 2009.
ASSIS, Juliana Alves; LOPES, Maria Angela Paulino Teixeira. Ethos, discursos e
representações na atividade de avaliação de textos escritos: pistas de um processo de
formação de professores. Scripta, Belo Horizonte, v. 13, n. 24, p. 71-94, 1º sem., 2009.
ASSIS, Juliana Alves. O processo dialógico revelado nas ações de avaliação de textos pelo
professor universitário: critérios e expedientes em torno da apropriação da palavra de outrem.
Trabalho a ser apresentado nas Quintas Jornadas Internacionales de Investigación y Prácticas
en Didáctica de las lenguas y las literaturas. Bariloche, 2016. A sair.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2003. Original publicado em 1929.
CAFIERO, Delaine. Letramento e leitura: formando leitores críticos. In: RANGEL, Egon O.;
ROJO, Roxane H. R. (Coord.). Língua Portuguesa – ensino fundamental. Brasília: Ministério
da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010, p. 85-106. (Coleção explorando o ensino,
v. 19.)
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Estudo da língua falada e aula de língua materna:
uma abordagem processual da interação professor/alunos. Campinas, SP: Mercado de Letras,
2001.
RUIZ, Eliana Maria Severino Donaio. Como se corrige redação na escola. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 2001.
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Publicado em: GUIMARÃES, Ana Maria de Mattos; BICALHO, Delaine Cafiero; CARNIN,
Anderson. (Org.). Formação de professores e ensino de língua portuguesa. Campinas:
Mercado de Letras, 2016, p.227-257.
escritos na escola. Tradução e organização de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro Campinas:
Mercado de Letras, 2004. p. 71-91.
SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. Tradução de Maria Augusta B. de Mattos.
São Paulo: Globo, 1989.
STREET, Brian V. Literacy in theory and practice. Cambridge: Cambridge University Press,
1984.
Juliana Alves Assis é Professora Adjunta IV da PUC Minas, pesquisadora do CNPq, líder do
Grupo de Pesquisa “Práticas formativas e profissionais: identidades e representações nos
discursos”, que se vincula ao NELLF (Núcleo de Estudos em Linguagens, Letramentos e
Formação), e integrante do grupo de pesquisa “Letramento do Professor”. Tem experiência na
área de Linguística, com ênfase em Análise do Discurso e Linguística Textual, em diálogo
com abordagens interacionistas e etnográficas, atuando principalmente nos seguintes temas:
formação de professores, práticas de ensino/aprendizagem de leitura e de escrita acadêmicas.
É autora de publicações sobre formação de professores, letramento acadêmico, linguagem e
ensino (http://lattes.cnpq.br/6640385823403714).
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