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IBOGA – Diretrizes para uso consciente

A ibogaína é ativada no fígado, a ibogaína é o alcalóide mais importante da Iboga,


uma vez ela chegando ao fígado, quanto mais fácil for sua ação de distribuição e atuação
celular melhor, vários fatores simples podem evitar que baixe a ação da ibogaína no
corpo, quanto menos ela tiver que “brigar” com outras enzimas que diminuem a ação
dela melhor vai ser o resultado de sua atuação no organismo.

A Iboga produz efeito terapêutico em doses tão pequenas quanto 100 mg e possui
efeito cumulativo devido ao fato de a ibogaína acumular-se no tecido adiposo e ser
liberada lentamente no organismo, soma-se ainda a meia-vida longa de seus
metabólitos. O efeito de uma dose baixa única pode ser sentido por vários dias.

Existem várias formas de administração, em dosagens variáveis, com efeitos


distintos. Em qualquer quantidade ela atuará farmacologicamente sobre os mecanismos
relacionados ao vício, à depressão e à desesperança.

BAIXA DOSAGEM: Produz um efeito tipicamente estimulante, porém sem picos de


euforia ou depressão pós-uso, motivos pelo quais a Iboga não provoca dependência. É a
forma de administração preferida dos nativos Bwitis para o tratamento da dependência
química, depressão, AIDS e compulsões diversas, no entanto muitas destas aplicações
ainda são experimentais na ‘medicina moderna’. Em baixa dosagem a Iboga também
atua como potente afrodisíaco (somente em contexto adequado), tem potencial para o
tratamento do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção) em adultos e doenças
degenerativas do sistema nervoso central. A quantidade ingerida varia para cada
pessoa, ela mesma deverá descobrir a dosagem que lhe traz bem-estar máximo sem os
incômodos relativos à administração de doses um pouco maiores, como a visualização
de brilhos furtivos na visão periférica. A experiência demonstra como eficiente uma
dosagem média de 400 mg a cada 2-4 dias, dependendo de cada caso, mas algumas
pessoas podem se beneficiar de uma dosagem maior ou menor. Observe seu corpo, as
sensações e ajuste a dosagem a seu critério.
A dose deve ser tomada sempre pela manhã, do contrário causará insônia. A baixa
dosagem é também utilizada como manutenção da abstinência após o ‘reset’, em testes
preliminares e antes do ‘reset’ com o objetivo de aumentar a sensibilidade do cérebro à
ibogaína e assim aproveitar melhor a substância, o que resulta em economia.
Baixas dosagens são particularmente seguras (mais seguras que a grande maioria dos
fármacos de venda livre), no entanto, se você notar efeitos colaterais físicos
desagradáveis reduza ou interrompa o uso. Ao passo que efeitos desagradáveis a níveis
emocionais, mentais e espirituais devem ser recebidos como um Presente para a cura
que você deseja, mas se estes aprendizados estiverem intensos você pode reduzir a
dosagem.

ALTA DOSAGEM: O tratamento com Iboga em alta dosagem provoca profundas


transformações positivas sobre o psicológico, o emocional e o espiritual. Esta experiência
é muitas vezes descrita como um ‘reset’, uma experiência espiritual de morte-
renascimento que elimina com êxito vícios, compulsões, depressão e outras formas de
sofrimento humano de forma rápida. Esta forma de aplicação provoca no corpo o
equivalente à anestesia geral. Após o tratamento a recuperação é gradual. Para
ingressar nesta forma de tratamento é preciso obter conhecimento prévio, familiarizar-se
bastante com a substância (através de testes com pequenas doses e aumentos
graduais) e tomar as devidas precauções. Não se deve ingerir uma grande quantidade
de Iboga em dosagem única sem o acompanhamento de alguém experiente na terapia.
Da primeira vez tome uma dose pequena (não mais que 1 grama) para testar a sua
sensibilidade à Iboga. Se observe e faça testes aumentando gradualmente a quantidade.
A iboga atuará no organismo e facilitará as próximas experiências. A experiência
enteógena com a Iboga pode ser intensa e cada pessoa pode reagir de maneira

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diferente. Cultos nativos usam 2 a 3 gramas para as mulheres e 3 a 5 para os homens.
Em clínicas utiliza-se dosagens acima de 5 gramas (somente com acompanhamento).

Pessoas com as seguintes condições NÃO podem tomar Iboga em alta


dosagem, e devem ser muito cautelosas na administração de baixas
dosagens:

- Infecções, incluindo úlcera, pneumonia ou infecções na pele;


- História da formação de coágulos sanguíneos ou anormalidades de coagulação;
- Câncer;
- Disfunção cerebelar;
- Desmaio crônico;
- Diabetes não controlada;
- Enfisema;
- Epilepsia;
- Doença de Crohn ou síndrome do intestino irritável;
- Úlcera gástrica;
- Doença cardíaca, sopros cardíacos ou arritmias cardíacas;
- Obesidade;
- Pressão arterial alta não medicada;
- Doença Renal;
- Doenças de fígado, incluindo hepatites;
- Gravidez;
- Distúrbios psiquiátricos graves;
- Derrame.

Recomendações:
- Quanto mais tempo a pessoa estiver abstinente melhor, aconselha-se um mês LIMPO
de drogas e álcool, remédios psicoativos e outras substâncias psicoativas. Não impede a
administração de iboga, principalmente in–natura e em baixas dosagens em pessoas
ainda na ativa das drogas, porém as drogas também são metabolizadas no fígado e ação
da ibogaína caíra relevantemente ou o processo de cura levará mais tempo;

- Pessoas com transtornos psicóticos e esquizofrênicos precisam ser avaliadas por um


profissional de saúde especializado antes de iniciarem o tratamento com Iboga, mesmo
em baixas dosagens;

- Remédios como Fluconazol, Clonazepam, Diazepínicos, Fentanil, Omeprazol, Claritine,


Antibióticos macrolídeos (Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina, etc..),
Antidepressivos e outros medicamentos de ação psicoativa e psiquiátrica são perigosos e
existe um tempo para poder iniciar com a iboga;

- Durante a administração da iboga, é imprescindível que a pessoa pare de ingerir


bebidas alcoólicas;

- Durante a administração da iboga, descobriu-se que Club Soda, Schweppes Citrus,


Água Tonica, Água com Gás com sabores cítricos, dificultam a ação na ibogaína no
fígado, é importante que não se tome esses refrigerantes na administração da iboga;

- É aconselhado à pessoa a não tomar medicamentos com o final “ina”, como Aspirina,
Novalgina, Histamina, pois contém componentes que agem metabolicamente como as
drogas, assim como aqueles que contém cafeína em altas doses e até mesmo alguns
derivados da morfina, que é expressamente proibida por pessoas que estão na luta para
largar vícios e adicções;
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- É aconselhável a pessoa que administra iboga não fazer uso de relaxantes musculares,
Torsilax, Tandrilax ..etc... todos contém cafeína em alta concentração e codeína
(derivada da morfina) que também prejudica a ação da ibogaína;

- Durante a administração da Iboga é aconselhável a pessoa diminuir a quantidade de


café que ingere por dia, pesquisas apontam que 3 xícaras é uma dose aceitável para
quem toma ibogaína e ainda tem um efeito estimulante saudável, mais que isso o fígado
entende como super doses;

- A pessoa que faz uso da iboga não deve tratar gripes ou resfriados fazendo uso de
própolis, pois ele contém uma dose significativa de álcool e açúcar que pode prejudicar a
ação da ibogaína;

- Recomenda-se tomar suplemento de cálcio e magnésio durante uma semana antes do


tratamento em alta dosagem ou durante o tratamento em baixa dosagem, pois auxiliam
na melhor absorção da ibogaína pelo organismo;

- Não fazer jejum total antes do tratamento em alta dosagem, nem durante o tratamento
em baixa dosagem.

- Caso a pessoa venha a ter dores de cabeça durante o tratamento, é indicado somente
a ingestão de Paracetamol, (750mg), pois o Paracetamol tira a dor sem agir onde a
ibogaína age, e sem modificar a dinâmica metabólica da pessoa, nem estimula nem
deixa mole, cansado, com sono, etc... E mesmo depois do tratamento a pessoa deve
evitar remédios para dor de cabeça que tenham cafeína, o Paracetamol é amplamente
satisfatório em grande parte das vezes;

- A pessoa que faz tratamento com iboga deve evitar o Vinagre, seja ele de maçã ou não,
pois ele também bloqueia a ação da Noribogaína, contém álcool, e um álcool
metabolizado de maneira diferente por pessoas com problemas ou propensão a
problemas com drogas;

- No caso de um “reset”, aconselha-se a pessoa a não assistir televisão nas primeiras


24hs, para a ibogaína agir na reconstrução neural e na libertação do que chamamos
“rito de passagem”, as experiências espirituais potencializam e muito o efeito de cura da
iboga. (cenas de sexo, violência, dor, música alta, etc... podem fazer seu cérebro
desfocar das mensagens da Iboga);

- Também aconselha-se a pessoa a se abster sexualmente por pelo menos 48hs depois
do “reset”, para que o cérebro não relacione o prazer do sexo com o da antiga
adicção(droga), ou até mesmo com o prazer da libertação espiritual da Iboga;

- Crises de choro, confusão mental, sensação de esquecimento são normais nos


primeiros dias após o “reset”;

- A libido e a fome também são alteradas, porém, se normalizarão satisfatoriamente


depois;

- Evite gorduras, frituras e comidas pesadas. Dê preferência a grãos integrais, frutas,


vegetais e proteínas simples;

- Evite Grapefruit (ou Toranja), Blueberries (ou Mirtilo) e Romã;

- É importante não estar com constipação intestinal durante o tratamento com a Iboga
em alta dosagem, pois a mesma deve deixar o organismo no prazo de 12 horas. Se
necessário, use um laxante suave;

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- Para a administração de altas doses de Iboga recomeda-se consumir gradualmente, por
ex.: 5 gramas a cada 2-3 horas. Assim elimina-se totalmente o risco de sobredosagem.
Quando a pessoa entrar no processo de cura, devido à ataxia ela não conseguirá ingerir
mais Iboga, ela já terá a quantidade suficiente da substância em seu organismo para
uma experiência de ‘reset’ segura. É MUITO IMPORTANTE não ingerir grande quantidade
de Iboga de uma só vez sem o acompanhamento de uma pessoa experiente neste tipo
de terapia. Desde que não seja ingerida uma quantidade acima do recomendado, o
estado de ataxia que a Iboga causa não é perigoso. Quanto maior a quantidade ingerida
mais parecido com o coma ou anestesia geral será o estado da pessoa. Há risco de
morte em dosagens acima do recomendado, sobretudo em conjunto com drogas,
medicamentos e certas condições de saúde;

- Por segurança utilize fralda geriátrica durante o tratamento com alta dosagem, a Iboga
causa ataxia e você poderá não ter a coordenação necessária para se levantar e ir ao
banheiro;

- Quanto maior a dosagem maior a recomendação de ter alguém de sua confiança ou


uma auxiliar de enfermagem para acompanha-lo(a). Quanto maior a quantidade maior
poderá ser o processo de limpeza: vômito, diarréia e sudorese, essa pessoa deverá
limpar seu corpo afim de permitir que você tenha uma experiência mais confortável.

- Prepare um texto sobre o que você deseja desta terapia e se possível uma lista de
intenções, inclua familiares, parceiros(as) e amigos;

- Informe a alguém de sua confiança que você irá fazer esta terapia;

Todas essas dicas podem e vão ajudar muito quem faz o tratamento com a Iboga, todas
têm certa relevância no conjunto da obra da Iboga, esse conjunto é maravilhoso.

Pessoas com vício em Cocaína e Maconha tendem a ter uma eficácia maior frente a
Iboga, pois essas drogas são metabolizadas de maneira diferente no organismo e no
cérebro, já a Heroína, Crack e o Álcool tem-se que atentar mais, dobrar os cuidados e o
tratamento deve ser levado sumariamente a sério.

A ibogaína se mostrou eficiente também no tratamento de pessoas viciadas em


Metadona (Controlador de abstinência para dependentes de heroína). A Metadona é
proibida em diversos países e extremamente controlada onde se oferece seu
tratamento, pois ela é quimicamente igual à heroína e de alto potencial viciante.

O mais importante salientar é que pequenas coisas e hábitos podem evitar recaídas e
potencializar a ação da Iboga, existem dois elementos considerados inimigos número um
da pessoa que está em tratamento com Iboga para se libertar de vícios: o Cigarro
(Nicotina) e o Álcool.

* O tratamento psicológico ajuda muito, como por exemplo não passar por lugares onde
se usava ou comprava droga, não ter vínculos com pessoas ainda na ativa, não trocar
uma droga por outra, (Exemplo: - Eu usava crack, agora uso Maconha), é a mesma coisa,
adicção é doença, e não importa a droga que você usa para se satisfazer, se ainda busca
uma delas você ainda está doente. Para você deixar de ser um “Dependente Químico”
você não pode mais depender de inserir elementos químicos dentro de você para ficar
bem.

A luta contra dependência química é como se fosse uma estrada que você tem que
construir. Sozinho, você vai de enxadada em enxadada para abrir caminho rumo à
libertação, com a Iboga você ganha uma retroescavadeira, um trator.

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A Iboga é um ferramenta sem precedentes nessa luta, deve-se saber usá-la e
principalmente ajudá-la fazendo sua parte.

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