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Um aspecto muito relevante das atividades que apresentamos é que elas podem
ser realizadas junto a variados públicos, tendo em vista que o desenvolvimento das
habilidades socioemocionais não se limita aos estudantes, tão pouco à prática
pedagógica dos professores. Aqui, reconhecemos a importância da criação de um
ambiente inspirador, onde todos sintam-se responsáveis pelo seu desenvolvimento
enquanto ação educativa imprescindível para apoiar a comunidade escolar –
educadores, estudantes e pais e/ou responsáveis -, na aprendizagem sobre como
reconhecer e lidar com as suas próprias emoções e como conviver socialmente
diante delas.
Ao desenvolver essas e outras atividades na sua prática educativa, duas ações serão
realizadas: você oportunizará aos estudantes o exercício e a aprendizagem de
habilidades socioemocionais e aplicará, objetivamente, aquilo que aprendeu na
escola e na vida.
Mas, para dominar muito bem as atividades que aqui trazemos e aplicá-las com
maestria, é muito importante que você pratique de forma imersiva, na condição de
“sujeito aprendente”, tendo em vista que ao criar um repertório ampliado de
experiências, tanto você enriquece o seu processo de autodesenvolvimento
socioemocional como se torna “mestre” na sua aplicação!
Quando falamos de registros, nos referimos tanto àqueles relativos aos processos
da gestão pedagógica da escola (aulas, reuniões, o produto das reuniões, a
supervisão dos projetos, etc.) como àqueles que se referem à gestão dos meios na
perspectiva dos resultados do Plano de Ação da escola. Também é possível falar
dos registros do processo de implantação do Modelo da Escola da Escolha e do seu
desenvolvimento, e aqui há que se considerar as atividades desde a fase de
planejamento da implantação junto à Secretaria de Educação ao desenvolvimento
na escola.
Registro é também memória e faz parte de sua própria constituição. Assim, não
apenas textos, mas também fotografias, anotações, desenhos, filmes, gravações de
voz e imagem, entre outras formas, são registros e são memória. Cada um deles
tem suas próprias características e devem ser usados em benefício do trabalho
pretendido de sistematização e produção do conhecimento a serviço do Projeto
Escolar.
Desejamos que o uso desse Caderno seja bastante proveitoso e que você
desenvolva excelentes práticas!
Equipe ICE
O ser humano experimenta uma infinidade de emoções diferentes a cada dia. Elas
estão ligadas a tudo que fazemos e aos acontecimentos da nossa vida,
desencadeados por eventos internos ou externos que enviam sinais para o cérebro
e sistema nervoso central. Todos nós somos afetados por pessoas e eventos. Muitas
alterações fisiológicas surgem como consequência e esse é o lado “físico” da
emoção. Nos emocionamos e por isso podemos sorrir, franzir a testa ou revelar
outra expressão e esse é o lado “expressivo” da emoção. À medida que isso ocorre,
interpretamos o que está acontecendo e concluímos se estamos experimentando
tristeza, raiva, medo ou felicidade. Esse é o lado “cognitivo” da emoção.
As emoções ocupam lugar central nas nossas vidas porque são estruturantes no
desenvolvimento humano. Todo aprendizado implica em alteração cerebral e no
fortalecimento das ligações sinápticas. Segundo pesquisas citadas por Goleman
(2012), a infância é considerada o momento crucial para que sejam moldadas, para
toda a vida, as tendências emocionais. Os hábitos adquiridos na infância tornam-se
fixos na fiação sináptica básica da arquitetura neural e são mais difíceis de mudar
em idade mais avançada. O cérebro permanece maleável durante toda a vida,
embora não de maneira tão plástica quanto vista na infância. No grande projeto do
cérebro, as experiências vividas pela criança, ao longo dos anos, moldam ligações
duradouras nos circuitos reguladores do cérebro emocional. (Goleman, 2012)
Ao escolher uma “carinha” (emoji ou emoticon) que representa o nosso estado emocional,
alimentamos o Emocionômetro, mesmo quando a face escolhida é aquela sem expressão.
Quando ela é usada, indicamos que as demais emoções não representam como nos
sentimos naquele momento.
Esse “termômetro das emoções” ilustra visualmente como as pessoas se sentem naquele
momento, ou seja, é como se pudéssemos fazer uma “fotografia das emoções” do grupo.
É uma estratégia muito potente, pois muitas vezes as pessoas não conseguem identificar,
expressar e nomear seus sentimentos pela fala. Dessa forma, a estratégia contribui para
que possamos compreender a razão de certas atitudes ou estados emocionais e
demonstrar uma atitude empática diante do outro.
Para desenvolver a prática do Emocionômetro no formato digital, com formulário online,
apresentamos as recomendações abaixo.
2) Nomeie seu arquivo, insira uma descrição e escreva a pergunta. Após, escolha a opção
“múltipla escolha” para fazer seu formulário;
3) Em configurações , na aba “Geral”, selecione a caixa de diálogo “Ver
gráficos de sumário e respostas de texto”. Essa opção faz com que os respondentes
vejam os resultados da enquete imediatamente após o envio;
4) Para que as alternativas correspondam às emoções, salve em seu
computador as “carinhas” (emoji ou emoticon) que expressem emoções como
ansiedade, alegria, tristeza, susto, tédio e outras, a exemplo daquelas existentes
no formulário respondido no início de cada Parada do Curso “Habilidades
Sociemocionais na Escola da Escolha”;
5) Desenhe (ou cole) “carinhas” (emoji ou emoticon);
6) De volta ao formulário, ao clicar em “Adicionar opção”, aparecerá um
campo para que você descreva a emoção. Clicando no ícone , você faz o
upload de uma “carinha” (emoji ou emoticon) para cada alternativa. Sempre
mantenha uma ilustração sem nenhuma expressão (outro), para que seja usada
por aqueles que não encontraram nas carinhas existentes, a emoção que os
representa;
1) Explique à turma que todos devem usar o chat da plataforma de reunião online
(Teams, Meet, Zoom...) para curtir uma “carinha” representativa das suas emoções;
2) Selecione a lista de “carinhas” (emoji ou emoticon) e insira um de cada vez, de
acordo com a seleção de emoções que considera importante para serem levantados;
3) Cada estudante deve curtir somente a “carinha” que o representa naquele dia.
Apresentamos as recomendações abaixo para desenvolver a prática do Emocionômetro
utilizando-se papel, considerando uma ação presencial.
1) Numa folha de cartolina ou papel pardo, desenhe (ou cole) “carinhas” (emoji
ou emoticon) que expressem emoções como ansiedade, alegria, tristeza, susto,
tédio e outras, a exemplo daquelas existentes no formulário respondido no
início de cada Parada do Curso “Habilidades Socioemocionais na Escola da
Escolha”;
2) Desenhe também uma “carinha” sem nenhuma expressão para que seja usada por
aqueles que não encontraram nas carinhas existentes a emoção que os representa;
3) No começo da aula, os estudantes devem receber etiquetas com seus nomes ou
coloridas, e colá-las no Emocionômetro, de acordo com a emoção que o representa
naquele dia. Você vai observar as emoções predominantes e seguir o planejamento
considerando os resultados.
Para desenvolver a prática do Emocionômetro fazendo uso de
pregadores de roupas ou plaquinhas, apresentamos as
recomendações abaixo, considerando uma ação presencial.
SEJA O EXEMPLO!
Você tem muitas e variadas emoções. Deixe os outros saberem disso. Mostre as suas
emoções! E quando você não souber dizer o que sente, fale abertamente que não
consegue expressar com palavras. Enfatize que isso é um processo relacionado à
capacidade de conhece a si próprio e, certamente, um dos mais importantes e complexos
movimentos que fazemos em torno de nós mesmos.
COMPARTILHE!
Crie condições e ambiente para que as pessoas ao seu redor consigam identificar e
expressar o que sentem. Você pode sugerir que elas denominem da forma que quiserem.
Não há problema em reconhecer emoções semelhantes com denominações diferentes
(cada um sente da sua forma e expressa com os seus recursos).
NÃO DESISTA!
Invista no seu autoconhecimento. Esse é o primeiro e talvez o mais importante passo para
identificar e desenvolver a capacidade de controlar as próprias emoções,
independentemente de serem positivas ou não.
A seguir, listamos uma série de vídeos e indicações de leitura para você exercitar a
capacidade de expressar as suas emoções e incentivar outras pessoas a serem capazes de
se expressarem também.
Polêmico, inovador e provocador, este livro é um grito de alerta aos que ainda pensam que
a razão é a única responsável pelo caminho da vida. Publicado pela primeira vez em 1995,
nos Estados Unidos, este livro transformou a maneira de pensar a inteligência. Alterou
práticas de educação e mudou o mundo dos negócios. Das fronteiras da psicologia e da
neurociência, Daniel Goleman trouxe o conceito de "duas mentes" - a racional e a
emocional - e explicou como, juntas, elas moldam nosso destino. Segundo Goleman, a
consciência das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da inteligência do
indivíduo. Partindo de casos cotidianos, o autor mostra como a incapacidade de lidar com
as próprias emoções pode minar a experiência escolar, acabar com carreiras promissoras
e destruir vidas. O fracasso e a vitória não são determinados por algum tipo de loteria
genética: muitos dos circuitos cerebrais da mente humana são maleáveis e podem ser
trabalhados. Utilizando exemplos marcantes, Goleman descreve as cinco habilidades-
chaves da inteligência emocional e mostra como elas determinam nosso êxito nos
relacionamentos e no trabalho, e até nosso bem-estar físico. Pais, professores e líderes do
mundo dos negócios sentirão o valor desta visão arrebatadora do potencial humano.
O caminho em direção à realização pessoal e profissional nunca é uma linha reta. Mas o
que separa aqueles que vencem os desafios daqueles que fracassam? Para a renomada
psicóloga e professora da Escola de Medicina de Harvard, Susan David, a resposta é uma:
Agilidade Emocional. Depois de estudar por mais de 20 anos as emoções e autorealização,
Susan descobriu que, por mais inteligentes ou criativas que as pessoas sejam, é a maneira
como lidam com seu mundo que determina o quanto serão felizes e bem-sucedidas em
todas as áreas da vida. Primeiro lugar na lista dos mais vendidos do The Wall Street Journal,
Agilidade Emocional apresenta, com sagacidade e empatia, uma abordagem revolucionária
para lidar com as reviravoltas da vida para atingir seus objetivos mais importantes com
sucesso.
... Imagine agora que existam muitos 'Eus', todos eles morando nesse espaço, aí dentro de
você, agora mesmo. E mais! Imagine que esses 'Eus' não conheçam uns aos outros, que
tenham opiniões diferentes sobre suas escolhas de vida e que cada um queira determinar
o caminho que você deve tomar. Dá pra imaginar a confusão?"
Filme: Divertida Mente
Ano: 2015
Categoria: Infantil
Duração:1h 42 min
Diretor: Peter Docter
Com a mudança para uma nova cidade, as emoções de Riley, que tem apenas 11 anos de
idade, ficam extremamente agitadas. Uma confusão na sala de controle do seu cérebro
deixa a Alegria e a Tristeza de fora, afetando a vida de Riley radicalmente.
O filme conta a história de Conor O’Malley, um menino de 12 anos que enfrenta alguns
problemas em sua vida. Todos os dias, exatamente 7 minutos depois da meia-noite, Conor
passa a receber a visita de um monstro no formato de árvore. O monstro decide contar 3
histórias para Conor e em troca o menino terá que contar um segredo que esconde. O
menino utiliza o recurso da fantasia para fugir da realidade, mas acaba tendo que lidar com
seus problemas na escola, nos relacionamentos e nas perdas. É com a ajuda do monstro
que o menino consegue enfrentar seus medos e encontra coragem para se permitir
expressar seus sentimentos.
TED Talks A história das emoções humanas - Tiffany Watt Smith
As palavras que nós usamos para descrever as nossas emoções afetam como nos sentimos,
diz a historiadora Tiffany Watt Smith, e elas têm frequentemente mudado (por vezes
drasticamente) em resposta a novas expetativas e ideias culturais. Tomem "nostalgia", por
exemplo: definida pela primeira vez em 1688 como uma doença e considerada mortal, é
hoje vista como uma aflição muito menos grave. Nesta palestra fascinante sobre a história
das emoções, aprendam mais sobre como a língua que usamos para descrever como nos
sentimos continua a evoluir — e aprendam algumas palavras novas usadas em diferentes
culturas para captar aqueles sentimentos fugazes em palavras.
https://www.ted.com/talks/tiffany_watt_smith_the_history_of_human_emotions?langu
age=pt - Acesso em 19/11/2020
https://www.ted.com/talks/susan_david_the_gift_and_power_of_emotional_courage?la
nguage=pt-br - Acesso em 19/11/2020
Ted Talks Você não está a mercê das suas emoções - Lisa Feldmann Barrett
Quando os jurados têm que decidir entre a prisão perpétua e a pena de morte, na maioria
das vezes, eles baseiam sua decisão no fato de o réu sentir ou não remorso por seus atos.
Tsarnaev pronunciou palavras de desculpas, mas, quando os jurados olharam para seu
rosto, tudo o que viram foi uma expressão petrificada. Tsarnaev é culpado. Não há dúvida
sobre isso. Ele assassinou e mutilou pessoas inocentes. Não estou aqui para debater isso.
Fico com o coração partido por todas as pessoas que sofreram. Mas, como cientista, devo
dizer que os jurados não podem detectar remorso ou nenhuma outra emoção em qualquer
pessoa. Nem eu posso, nem vocês. Isso porque as emoções não são o que pensamos que
são. Não são demonstradas e reconhecidas universalmente. Elas não são reações cerebrais
inatas, que são incontroláveis. Interpretamos a natureza das emoções de forma
equivocada durante muito tempo. Entender o que as emoções realmente são têm
consequências importantes para todos nós.
https://www.ted.com/talks/lisa_feldman_barrett_you_aren_t_at_the_mercy_of_your_e
motions_your_brain_creates_them/transcript?language=pt-br - Acesso em 19/11/2020
TED Talks Plasticidade Emocional - Adriana Fóz
A psiquiatra e escritora, Dra. Ana Beatriz Barbosa fala nessa palestra sobre o medo,
ansiedade e stress, revendo a nossa evolução em busca da felicidade. Dra Ana Beatriz
Barbosa Silva é médica graduada pela UERJ com residência em psiquiatria pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).