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DA EDUCAÇÃO
Introdução
Muitas reflexões e estudos na atualidade estão sendo feitos sobre a
contribuição da filosofia para a educação. Pelo menos três importantes
elementos merecem ser destacados nessa análise: a filosofia enquanto
processo, promovendo a reflexão sobre a existência da educação;
os estudos que recorrem a significados para a ação do processo de
ensino/aprendizagem; as suas contribuições no sentido de fornecer
subsídios teóricos para a formação dos educadores — sendo este
também um elemento imprescindível para o desenvolvimento de
crianças e jovens.
Para a compreensão dos fundamentos relacionados à condição
humana e suas relações com os outros, percorreremos algumas cons-
truções teóricas e definições decorrentes das concepções das principais
correntes filosóficas sobre razão, conhecimento, pensamento, entre
outros, as quais impulsionaram os estudos e os entendimentos sobre
esse tema.
Neste capítulo, você vai estudar a condição humana para Kant, as
condutas do ser humano e a sua relação ao colocar-se no lugar do outro,
bem como os aspectos relacionados à condição humana com a realidade
nas escolas.
2 A condição humana
Em linhas gerais, Kant argumentava que, embora seja certo dizer, como Hume, que o
conhecimento tem origem na experiência, isso não significa que dependa unicamente
dela. Segundo Kant, a realidade física é conhecida a posteriori, ou seja, indutivamente
a partir da experiência — e seria ilegítimo atribuir ao mundo sensível princípios gerais
a priori, isto é, independentes das contingências e circunstâncias externas. Assim,
os princípios dedutivos são faculdades do entendimento humano, e é necessário
determinar de que maneira intervêm no processo cognitivo (NOVA ENCICLOPÉDIA
BARSA, 1999).
[...] como a palavra razão é europeia e ocidental, parece difícil falarmos numa
outra razão, que seria própria de outros povos e culturas. No entanto, o que os
estudos antropológicos mostram é que precisamos reconhecer a “nossa razão”
e a “razão deles”, que se trata de uma outra razão e não da mesma razão em
diferentes graus de evolução.
6 A condição humana
Para saber mais sobre os tipos de conhecimento, leia Introdução à Filosofia da Educação,
de George F. Kneller, 1996.
Para saber mais sobre a teoria de Vygotsky, leia Psicologia Educacional, de John W.
Santrock, 2009.
A sociedade moderna está construída para valorizar cada vez mais a ca-
deia de produção, já que tudo hoje é feito coletivamente. Há muito acabou
a época do artesão independente, que, como um sapateiro, comprava o
couro, cortava, costurava, preparava a sol, montava o sapato e ainda o
vendia. Hoje tudo é feito em equipe — e é justamente dessa mudança que
veio o progresso. Por isso a responsabilidade está tão em alta.
10 A condição humana
Segundo Chauí (1995, p. 199): “Eu, pessoa, cidadão e sujeito constituem a consciência
como subjetividade ativa, sede da razão e do pensamento, capaz de identidade consigo
mesma, virtude, direitos e verdade”.
[...] para a razão todos nós somos semelhantes, porque ela mesma é a grande
semelhança entre os seres humanos. A educação humanista consiste antes de
tudo fomentar e ensinar o uso da razão, essa capacidade que observa, abstrai,
deduz, argumenta, e conclui logicamente.
A condição humana 13
Passmore, baseado em Bruner (apud SAVATER, 1998, p. 158), enumera os efeitos prin-
cipais que um ensino desse tipo deve ter sobre os alunos:
Leituras recomendadas
ARENDT, H. A condição humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
KANT, I. A religião nos limites da simples razão. São Paulo: Edições 70, 2008.
LEDOUX, J. O cérebro emocional: os misteriosos alicerces da vida emocional. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.
MONEREO, C.; GISBERT, D. D. Tramas: procedimentos para a aprendizagem cooperativa.
Porto Alegre: Artmed, 2005.
STEINER, C.; PERRY, P. Educação emocional: um programa personalizado para desen-
volver sua inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
TESKE, O. (Coord.). Sociologia: textos & contextos. Canoas: ULBRA, 1999.